A filha de Juventas - A escolhida de Urano escrita por Luana Cajui


Capítulo 8
Eme!


Notas iniciais do capítulo

Hello people ! Aqui esta mais algum capitulo de "A filha de Juventas a Escolhida de Urano" e lembrando que logo mais vamos ter o ESPECIAL DE NATAL!



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Capitulo 7 – Eme!

Daiana definitivamente era maluca com parafusos a menos, e mais maluca ainda era Iris por ter designado a ruiva para essa missão.

Havia muitos motivos pelo qual Thomaz e muitos outros semideuses tirarem as mesmas conclusões. Há três anos quando a ruiva teve o êxito de atravessar a barreira recém restaurada por Clarisse. Aquela doida veio como uma desgovernada encima de uma moto com uma pobre ninfa na garupa, ainda era nítido na memória dele, todos os semideuses do acampamento apontando suas armas para a recém-chegada enquanto a ninfa vomitava.

Todos no acampamento concordaram que aquela não era uma atitude comum, mas ninguém esperava que aquilo fosse nem metade da amostra grátis. Em menos de duas semanas, ela já tinha desacatado Quiron, brigado com Clarisse, liderado outros chalés na caça a bandeira (Com Ares e Atena no outro time) e vencer.

Daiana foi uma das semideusas com mais espirito de luta que ele já conheceu, foi uma pena ela ter perdido isso há dois anos.

Há dois anos, Daiana ficou bem próxima de um pequeno semideus, se Thomaz lembrava-se bem, esse garoto se chamava Quentin, ele não deveria ter mais de nove anos, mas conseguiu captar a atenção da ruiva, os dois ficaram bem próximos, porém durou pouco. Um dia, durante a caça a bandeira um monstro desconhecido atacou os guardas que ficavam cuidando da bandeira do time vermelho. O ataque foi repentino e Quentin pareceu ser o único alvo, pois assim que o menor morreu o monstro desapareceu em seguida. A ruiva ficou arrasada, assim como Thomaz, afinal, Quentin estava sob sua responsabilidade durante o jogo. Até aquele dia ele não tinha nada contra Daiana, mas após uma conversa suspeita e logo em seguida a fuga da ruiva naquela noite Thomaz criou uma antipatia por ela.

—Você não pode estar falando sério. – Argumentou ele – Ferrovias são perigosas, estão cheias de ciclopes.

—E a Rodovia cheia de Talquires -disse Daiana sem humor algum. - Além disso, íamos ter que esperar umas cinco horas até o próximo ônibus e quanto mais tempo ficarmos parados, mais monstros vão sentir nosso cheiro.

Thomaz detestava quando a ruiva estava certa, ficar parados colocaria a todos em risco.

—E que trem vamos pegar então, srta. Líder?

Daiana sorriu convencida.

—Tem um trem de carga vindo do Sul -ela colocou a maleta no chão e a abriu, os garoto tentaram olhar o que havia ali, porém as visões de ambos ficaram turvas – ele deve chegar em sete minutos, fará uma parada de dez para receber carga e é ai que vamos embarcar e ir para o nosso destino, demais perguntas no trem, estamos ficando sem tempo.

A ruiva pegou retirou um alicate da maleta e voltou a trancá-la.

Levou apenas mais três minutos para a ruiva conseguir abrir um buraco na cerca, ela deixou com que todos passassem. O grupo se dirigiu até alguns contêineres; nenhum funcionário da ferrovia os viu, o que para Leon foi algo incrível, pois os cabelos de Daiana podiam ser vistos de muito longe.

Logo o trem se aproximou, fazendo o cascalho do chão estremecer.

O trem parou. Assim que os funcionários da ferrovia se distraíram, Daiana conseguiu arrombar um vagão de grãos, onde os semideuses se acomodaram rapidamente.

Mirage preferiu sentar-se sob alguns sacos empilhados perto da parede esquerda, Leon a acompanhou, sentando-se ao lado dela, enquanto Thomaz preferiu ficar com Daiana.

Não demorou muito e logo o trem partiu com os semideuses a toda velocidade.

Com o tempo que teriam até chegarem em seu destino, os adolescentes aproveitavam para fazer coisas que não teriam tempo depois. No caso de Mirage, a garota apagou após alguns minutos após a partida do trem, Leon preferiu verificar o seu inventario de instrumentos médicos e flechas, Thomaz por sua vez só encarava Daiana que mexia em sua maleta, durante vários, vários e vários minutos.

—Qual foi Thomaz? -Perguntou ela, com a voz baixa -Está me encarando aí faz meia hora!

—Queria te perguntar algo. -Sussurrou ele, se certificando que não poderia ser ouvido pelos outros dois.

—Perguntar o que? -Daiana se ajeitou em seu lugar, arrumando sua maleta em seu colo e pelo tom de voz, Thomaz teve certeza de que a ruiva já fazia o mínimo de ideia do que estava por vir.

Disfarçadamente Thomaz apontou para Mirage que estava com a cabeça apoiada no ombro de Leon, ela babava, mas o loiro parecia não se importar. Daiana pareceu que teria um treco.

—Mira?

—O que você sabe sobre ela? -Ele cruzou os braços.

—O suficiente. Mira perdeu a memória num acidente de carro, ela foi encontrada sozinha entre as ferragens.

—Daiana eu não sou idiota. -Disse irritado – Eu estava lá quando o topo da Colina se incendiou, na enfermaria. Estava ajudando Leon quando você invadiu a enfermaria. Você tinha dito antes e agora que Mirage tinha sofrido um grave acidente de carro, por isso ela perdeu a memória, - conforme o filho de Ares falava a ruiva mexia numa das tranças de seus cabelos, completamente desconfortável. - Mas quando Leon a examinava, o corpo dela não tinha uma única cicatriz, nem na cabeça, ele verificou, agora ela só tem a cicatriz que ganhou recentemente.

Assim que o mesmo terminou de falar ela se levantou.

—Está me chamando de mentirosa? -Daiana trincou os dentes, furiosa.

Thomaz também se levantou.

—Eu não me surpreenderia se estivesse, você mentiu quando chegou ao acampamento, mentiu sobre o tal acidente da Mirage. Não duvido que ela realmente perdeu a memória, mas algo não bate nessa história. Se você não confia em mim ou em Leon com a verdade sobre ela, não espere que...

O trem teve uma parada bruta, Daiana caiu no chão, enquanto Thomaz conseguiu se apoiar nos sacos de grãos, a ruiva gemeu de dor, segurando a cabeça, que havia ido de encontro ao chão. Leon se levantou puxando Mirage que acordou com a parada brusca.

—Não faltava uma parada para descermos? -Perguntou o loiro que assistia a discussão em silêncio.

—Faltava...peguem suas armas, podemos estar sendo...

Daiana mal conseguiu terminar de falar, pois a lateral esquerda do vagão foi arrancada e arremessada para longe, Thomaz segurou a mão da ruiva e a puxou para si, impedindo que destroços do vagão caíssem sobre ela.

—Ai meus primórdios! – Disse ela ao ver que sua testa sangrava.

—Leon pode cuidar disso depois, precisamos sair daqui rápido antes que a gente se foda e muito.

—Vamos descer aqui. -Leon disse do outro lado do vagão, descendo junto com Mirage.

—EI! -Ouviu-se um grito de longe -QUE CARALHOS VOCÊS FIZERAM COM A PORRA DO VAGÃO?

Um grupo de trabalhadores da ferrovia, que provavelmente estavam nos vagões mais a frente, correu na direção dos jovens.

Thomaz ajudou Daiana a pular para o chão e a correr até o matagal aos redores dos trilhos, sem que os homens da ferrovia os alcançassem, por sorte.

—SEUS VANDALOS TERRORISTAS! -Gritou o homem quando o grupo já havia sumido de vista em meio ao matagal.

Demorou alguns minutos para os quatro se reencontrarem em meio aquelas árvores. Leon tratou rapidamente do corte na testa de Daiana. Os três ficaram em completo silêncio, mandando olhares sugestivos um ao outro, que significavam claramente “Enquanto Mirage estiver acordada, a discussão que tiveram no trem ficaria para outra hora”.

Mirage tinha noção de que algo tinha acontecido enquanto ela dormia, pois, o clima entre os mais velhos era muito pesado.

—O que será que foi que arrancou a lateral do vagão? -Perguntou ela a fim de quebrar o clima tenso.

Os três a fitaram de maneira enigmática, fazendo uma pontada de medo surgir em seu interior, principalmente por parte de Thomaz, que a fitava como se quisesse desmembrá-la.

—Algum ciclope com certeza. – disse ele – Por isso eu disse que a ideia de ir por uma rodovia era péssima.

Daiana bufou.

—Claro! Por que um ciclope iria perder a oportunidade de comer quatro saborosos meios-sangues para somente arrancar a lateral de um trem. -Daiana respirou fundo antes de prosseguir – De qualquer jeito, não podemos ficar parados aqui, precisamos chegar no nosso destino, só mais alguns minutos de caminhada e chegamos.

—Ainda não disse para onde estamos indo. - Disse Leon terminando o curativo na testa da ruiva.

—Verdade! -afirmou Mirage -Para onde estamos indo?

—É Daiana, para onde estamos indo? – Thomaz fitou os olhos da outra, demonstrando toda sua desconfiança para com ela.

A garota suspirou, ela agora era a vítima de olhares questionadores dos demais, tal pressão a fez falar:

—Um hotel...

—Que?! -Disseram os outros três.

—O hotel, recanto das flores. Minha mãe é uma das sócias. -Pronunciou calmamente -Vamos precisar ir pra um lugar longe pra caralho daqui e minha mãe pode financiar as maneiras mais seguras.

—Fica muito longe? -Leon perguntou, para surpresa de Thomaz que o fitou inconformado pela atitude do loiro.

“Não estávamos contra a Daiana? Que porra você está falando, indo na onda dela?” -Pensou.

Daiana fez um “Não” com a cabeça.

—Daqui, devemos chegar em minutos, se fossemos de trem, desceríamos quase que nas portas do fundo.

Thomaz revirou os olhos.

—Então é melhor irmos, antes que aquilo que arrancou a lateral do trem apareça -O filho de Ares se deu por vencido ao ver os olhares que os demais, Leon, lhe lançava.

Houve uma pequena “comemoração” da parte de Daiana, que seguiu um pouco mais atrás do grupo sem claro, deixar de ser observada pelo Filho de Ares, que agora estava mais arrisco do que nunca com a ruiva.

A caminhada demorou mais do que o previsto, com direito a uma menor impaciente perguntando a todo instante “Tá chegando?” e toda vez os mais velhos principalmente Thomaz respondiam com um belo e inigualável “Não!”.

—Tá chegando? -Perguntou a morena mais uma vez, apenas para provocar o outro, para ela, era divertido vê-lo irritado e as risadas que o Filho de Apolo dava funcionavam como um incentivo para que a morena continuasse. Quando o filho de Ares estava preste a explodir e gritar, Daiana o interrompeu.

—Chegamos! – A ruiva sorriu saltitante, puxou Mirage até a saída do Matagal, sendo as duas as primeiras a atravessarem a estrada rural.

Do outro lado da estrada, se encontrava um enorme casarão verde esmeralda com enormes janelas negras cobertas por enormes cortinas brancas e em sua frente se destacava um jardim repleto de flores tão vermelhas quanto os cabelos de Daiana.

—Muito vitoriano -Comentou Leon ao atravessar a rua junto com Thomaz.

Os semideuses rapidamente subiram as escadas que ficavam em frente a enormes portas duplas.

Ao serem abertas a luz do Sol revelou um pequeno Hall que mais parecia uma recepção de Consultório Odontológico, só que sem cadeira nenhuma, apenas mesa com uma máquina de café e um filtro de água e uma bandeja com biscoitos e bolachas. No final do cômodo havia um balcão com uma garota da idade de Daiana sentada ali em cima. Pela meia luz, a garota tinha pele clara e longos cabelos negros que dariam inveja nas filhas de Afrodite presos em uma trança repleta por fitas, mas ela tinha olhos estranhos, parecidos com os de um réptil, mas talvez fosse o reflexo da luz nos óculos que ela usava.

Assim que percebeu a aproximação do grupo, ou melhor, assim que ela viu a ruiva, seu rosto se iluminou num grande sorriso, ela saltou do balcão correu e deu um enorme abraço na ruiva, que se deu ao trabalho de segurar o riso.

—Olha só, eu fiz tanta falta assim? -Perguntou ela ironicamente. Era claro que ela fazia falta, afinal ela era ela.

—Não brinque com isso, você sabe que te adoramos, as coisas ficam entediantes sem você aqui...

A voz da garota pareceu falhar ao finalmente olhar os outros semideuses, Thomaz julgou que ela só se deu conta da presença dela só agora.

—Merida – chamou a ruiva, agora seria. Ela segurou a amiga pelos ombros e a fez olhar sem seus olhos.

—Você trouxe...-a outra tentou dizer

—Eu sei -interrompeu a ruiva -mas nós precisamos de ajuda que só vocês podem me dar. Minha mãe passou por aqui?

Merida fez que “Não” com a cabeça

—Preciso das portas.

—Pra que?

—O que as portas fazem? – Daiana retrucou irônica, revirando os olhos e encarando os outros em seguida.

—Mantenha seus homens sob controle então.

A morena se virou e foi até o balcão, abriu um livro empoeirado e estendeu uma caneta aos semideuses.

—Assinem o livro de visitas por favor. -Pediu ela.

O grupo assinou o livro rapidamente:

Daiana

Mirage Grannor

Leon Gonçalvez

Thomaz

Thomaz não havia gostado da energia daquele lugar, era escuro e todos os seus sentidos lhe diziam para ter cuidado principalmente após ler o nome daquele lugar “Pousada irmãs M”

““M!”, “M” de quê? -pensou

O grupo seguiu a morena de óculos por um corredor escondido por uma placa de madeira, esse corredor era um breu imenso, mas logo isso foi resolvido quando algumas luzes foram acessas mais à frente.

—Desculpem, algumas lâmpadas estão queimadas.

—Foi a Mady ou a tempestade? -Perguntou Daiana.

—Os dois, durante a tempestade, ela meio que deu uma surtada e acabou quebrando algumas lâmpadas.

—Eita porra! – Disse Daiana surpresa.

Mais à frente havia outras lâmpadas queimadas, mas o grupo não ficou muito tempo no escuro, logo eles se depararam o final do corredor que revelou o pátio/jardim mais louco que eles já viram.

No centro do lugar jazia uma imensa fonte com a estátua de Poseidon e Atena no centro, tendo esses cercados de serpentes e Górgonas, a água caia pelas mãos das estatuas. O gramado estava repleto de folhas e flores secas que caiam das árvores que cercavam o lugar e o pior de tudo, que fez Leon e Thomaz empalidecerem em instantes e que fez Mirage se agarrar a Daiana foram as três górgonas no gramado, serpentes nos lugares dos cabelos, rostos cobertos por máscaras e corpos da cintura para baixo de serpentes.

Merida se colocou à frente de todos com uma expressão entediada no rosto.

—Sejam bem-vindos a Pousada das Irmãs “M”.


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