Ariel'

Veneno das sete matilhas, sangue de um Mikaelson, e muito poder.

O feitiço era complexo, mas pra minha sorte Maggie escreveu todas as instruções detalhadamente.

Apenas eu não era o suficiente pra fazer algo contra os Mikaelson's, não era forte o suficiente. Então teria que ter um pouco de paciência, um aliado poderoso, e quem sabe um pouco de sorte.

—Você ao menos tem dormido? – Luke pergunta, deixando o copo de café sobre a mesa.

Depois do breve enterro de Maggie, dediquei todo meu tempo desvendando os livros que ela havia deixado. Talvez tenha esquecido de uma ou duas refeições, mas não fazia diferença.

—Obrigado pelo café – sorri, me espreguiçando.

—Eu pensei que dando tempo, você veria a razão e desistiria disso – ele me olhava sério – mas está cada vez pior.

—Eu vou até o fim.

—Deu pra perceber – ele disse irritado- você não dorme, não come direito, e nem sai dessa casa. Você tem um vida pra viver Ariel, esqueça essa vingança.

—Vou viver minha vida assim que a justiça for feita – disse impassível- e eu não estou tão ruim quanto você diz.

—É mesmo? – ele me olhou sugestivo.

Meu cabelo estava um pouquinho bagunçado, havia algumas pilhas de livros a minha volta, algumas xícaras de café vazias. Tudo bem, talvez eu devesse arrumar um pouco as coisas.

—Tudo vai mudar logo- garanti – então, como as coisas estão?

—Mia e Oliver estão namorando, as bruxas da cidade ainda continuam loucas – ele sorriu – e a filha de Hayley nasceu, se chama Hope.

Mais uma Mikaelson. Bem, eu farei um favor a ela me livrando de sua família. Se ela crescesse longe de todo o mal que são os Mikaelson's, ela estaria a salvo.

—Então, ele tentou falar com você?

—Sim – fiquei grata por ele não ter dito o nome –mas eu não quero falar com ele.

—Talvez você devesse...- Luke foi silenciado pelo meu olhar.

—Obrigada pelo café, Luke – voltei minha atenção para o livro de capa preta- mas eu preciso me concentrar nesse feitiço.

—Te vejo amanhã – ele disse saindo.

Ele tentou, usou toda sua persuasão em mim, mas eu estava focada demais pra isso. Menti dizendo que precisava de tempo, passar pelo meu luto em paz. A verdade é que eu precisava planejar muita coisa, e não queria que ele criasse suspeitas.

Deixo os livros de lado e me arrasto até o quarto, me jogando na cama.

Infelizmente dormir era algo que me perturbava muito. Toda vez que eu fechava os olhos via Klaus matando Maggie. E a dor e a vontade de chorar voltavam. Então eu só ficava deitada, a idéia da vingança me confortando.

Klaus, Elijah, só queria que eles sofressem. Eu não sou burra, sei que quando se ataca um, todos os Mikaelson's se juntam. Então Kol, Rebeka eram apenas uma conseqüência. E ainda havia Hayley, eu não seria capaz de afastar uma filha de sua mãe, nunca. Mas algo me dizia que ela ficaria no me caminho, afinal, ela se tornou uma Mikaelson.

Eu daria uma chance a ela, e se fosse esperta, ela aceitaria.

Havia alguns detalhes pra resolver ainda. Davina, Marcel, alguns ingredientes. Era tanta coisa pra fazer ainda, mas no final tudo valeria a pena.

Klaus estará morto, e Maggie teria sua justiça.

Mas no fundo, num lugar escondido dentro de mim, a ideia de ferir Elijah, para sempre, me causava uma sensação ruim.

As batidas na porta me despertam. Aos tropeços desço a escada e abro a porta, a figura a minha frente me deixa em alerta.

—Você não vai me convidar pra entrar?- a original sorri.

—Desculpe Rebeka, mas estou ocupada - cruzei os braços – o que você quer?

—Elijah está preocupado com você, e eu também –sem tom era carinhoso- e já que você não quer ver Elijah de jeito nenhum, resolvi vir eu mesma pra ver como você está.

—Estou bem, obrigada pela visita – disse, fechando a porta, mas ela colocou o pé na frente, me impedindo.

—As coisas estão complicadas para todos nós agora, ainda mais com essas bruxas loucas querendo matar Hope – ela disse séria- mas mesmo assim ele continua pensando em você, então, por favor, de uma chance a ele.

—Para ouvir mais mentiras - sorri amarga- não, obrigada.

—Você é uma de nós também, é uma Mikaelson.

—Você tem certeza disso? - encarei ela.

—Sim, por isso o brilho por vingança ainda está nos seus olhos- ela me observou – você não está bem Ariel. Se você precisar de qualquer coisa, sabe onde me encontrar.

Fechei a porta e suspirei cansada. Rebeka nunca me fez mal, mas ela não ficaria parada assistindo enquanto eu acabava com sua família. Não vou matá-la, apenas deixá-la fora do meu caminho.