Segundo ato escrita por Paulinha Almeida


Capítulo 19
Segundo ato III




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POV Ginny

Dezembro era um mês calmo para mim, mas para aparentemente ninguém mais, pois quase não vi Ron e Mione e definitivamente não me encontrei com meus pais. Assim eles ainda não sabiam nada a respeito da minha nova situação com Harry.

Não é que eu não quisesse compartilhar com eles, mas estava tão bom assim mantendo nós dois apenas para nós, que eu queria aproveitar um pouco mais sem ninguém me perguntando como andavam as coisas ou querendo saber detalhes, então decidi adiar a notícia até encontrá-los pessoalmente, assim eu teria pelo menos a desculpa de não querer contar por telefone.

O meu mês em casa passou rápido, como todas as férias sempre passam, e quando dei por mim já era Natal. Como já havíamos acordado, o jantar na véspera seria realizado na casa do meu irmão, junto com toda a família e alguns amigos próximos, inclusive Neville e Luna dessa vez.

Quando a noite da nossa festa chegou, eu estava um pouco atrasada para o horário marcado, mas com certeza nada que alguém repararia. Estacionei o carro na rua da casa do meu irmão e apertei o casaco em volta de mim para caminhar apressada no ar frio característico dessa época do ano, o vento nas pernas eu conseguia aguentar por alguns segundos até me encontrar no aconchego da sala de estar aquecida.

Não me preocupei em anunciar minha chegada, apenas abri o portão de entrada, atravessei entre os carros e me embrenhei pela sala já apinhada de gente, onde aparentemente todo mundo já estava. O ambiente aquecido me acolheu confortavelmente, cumprimentei algumas pessoas que vi pelo caminho e segui direto para o quarto do meu irmão, onde deixei minha bolsa e o casaco para voltar para a festa apenas com a roupa que escolhi para a ocasião.

Quando cheguei novamente à sala de estar a primeira pessoa que avistei foi minha mãe, segurando um copo com alguma bebida laranja e uma torrada numa das mãos, caminhando na direção do meu pai, sentado na mesma poltrona onde Harry sempre se sentava quando estava aqui.

—Gin, meu bem, a que horas você chegou? - Ela perguntou me dando um beijo.

—Faz um tempinho, estava andando por aí. - Achei melhor encurtar a história e evitar a bronca por atraso. - Vocês estão bem? Estava com saudades.

—Nós também estávamos com saudades, querida, venha, seu pai está aqui. - Me convidou e começou a andar até onde ele estava.

—Uhn, eu vou só pegar algo para beber e já volto.

Antes que ela respondesse me virei e fiz o caminho até a cozinha, cumprimentando discretamente todas as pessoas que encontrei pelo caminho. Eu esperava encontrar três pessoas no cômodo, mas apenas Mione estava ali, com o celular no ouvido e aparentemente conversando com meu irmão, porque ela estava em seu característico tom carinhoso e mandão, simultaneamente, enquanto dizia para a pessoa do outro lado da linha comprar sorvete sabor creme.

—Hey Gin, desculpa, esquecemos de comprar o sorvete para a sobremesa.

—Não tem problema. - Dispensei as desculpas com um gesto e retribuí ao beijo. - Precisa de ajuda com alguma coisa?

—Não, já está tudo pronto, só estava preocupada que eles não encontrassem nenhum lugar para comprar o que falta, mas está tudo certo.

—Harry foi junto? - Perguntei me sentando ao seu lado.

—Sim, ele chegou bem cedo.

—Como sempre. - Dei um sorriso enquanto pontuava a familiaridade da situação.

—E você bem tarde, como sempre. - Torci o nariz para sua repreensão.

—Me enrolei, desculpa. - Dei a mesma explicação de sempre e mudei logo de assunto. - Como estão os preparativos da viagem?

—Tudo pronto, hoje terminamos as malas, não vejo a hora de escapar desse frio e aproveitar um pouco de sol.

Ela e meu irmão viajariam em dois dias para passar o ano novo em alguma praia paradisíaca no Caribe, e eu não sabia dizer qual dos dois estava mais empolgado.

—E aquele mar do Caribe que também ajuda, né?

—Nem me fala.

—Ginny! - A voz da minha mãe interrompeu quando eu estava prestes a dizer algo mais. - Eu e seu pai ainda estamos esperando você se juntar a nós.

A repreensão ainda era exatamente a mesma de quando eu era criança, e isso fez a mim e Mione rir.

—Já estou indo, mamãe. Depois nos falamos mais, Mione.

Levantei e acompanhei Dona Molly Weasley até onde meu pai estava, pronto para me recepcionar com um abraço acolhedor e um sorriso feliz. Me acomodei em um dos braços da poltrona e minha mãe no outro, para conversar e aproveitar um pouco a companhia deles.

Vários minutos depois a risada do Ron alcançou a sala antes mesmo que a porta fosse aberta, mesmo com o barulho de pessoas conversando, e atrás dele um Harry sorridente e lindo, que fez meu coração acelerar de um jeito gostoso. Cada um deles carregava duas sacolas, mas isso não o impediu de varrer a sala com os olhos até encontrar meu olhar grudado nele.

Meus pais estavam conversando entre si, e apenas por isso não notaram o sorriso cúmplice que trocamos quando ele passou com Ron para deixar as coisas na cozinha, nem o balançar de cabeça que ele deu quando notou a saia que escolhi para usar nesse dia, e que era exatamente a mesma do Natal anterior.

—E aí, atrasada? - Ron me cumprimentou enquanto passava por nós, mas não me deu tempo de responder.

Minha mãe me olhou a tempo de ver minha risada sem graça para o Ron, e sua expressão desconfortável me mostrou que ela logo associou isso ao fato de que Harry estava presente.

—Você não vai embora cedo igual no ano passado, né? - Perguntou cautelosa, meu pai também estava prestando atenção.

Me lembrei então que eles não sabiam que a situação tinha mudado completamente, e decidi que essa era uma boa hoje para contar.

—Não, mamãe, na verdade…

—Molly! - Jean, a mãe de Hermione, a chamou e parou ao nosso lado. - Gin, você se importa de eu roubar seus pais um pouquinho?

Fiz um sinal de que depois conversava com eles e me levantei.

—Claro que não, fique a vontade, vou falar com a Mione.

Os deixei na sala e entrei no cômodo ao lado, fechando novamente a porta atrás de mim. Encontrei Ron e Mione organizando potes de sorvete no congelador enquanto Harry os observava, sentado à mesa.

—Olá. - O cumprimentei com um beijo e me acomodei sobre suas pernas.

—Chegou cedo hoje. - Falou debochado e eu mostrei a língua para ele. - Ron estava abusando de mim antes de você chegar, me fazendo carregar sacolas.

—Poxa, Ron, não faz isso. - Entrei na brincadeira e prendi a cabeça dele contra o meu peito.

Mione riu, Ron rolou os olhos e eu continuei nessa posição passando os dedos por seus cabelos. Senti quando a mão do Harry subiu pelo meu joelho e apertou minha coxa sob a saia.

—Escolha legal.

—É pra você terminar o que começou no Natal passado. - Sussurrei para que só ele escutasse e senti quando riu contra minha pele e intensificou o aperto de seus dedos contra minha pele.

—Prontinho, vamos voltar pra festa? Estou morrendo de fome. - Meu irmão nos interrompeu.

—Falta só alguns minutos para meia noite, já já vamos jantar. - Mione falou após olhar o relógio em seu braço.

—Eu vou comer alguns aperitivos enquanto isso.

—Esfomeado. - Resmunguei e ele me lançou um gesto obsceno.

Saímos os 4 da cozinha e nos embrenhamos em meio aos convidados no cômodo mais aconchegante ao lado. Nev e Luna estavam próximos à porta e eu parei para conversar com eles, enquanto Harry apenas os cumprimentou e seguiu para os aperitivos com meu irmão.

Acabei me distraindo conversando com eles entre assuntos aleatórios e risadas, e quando dei por mim já era meia noite. Só notamos que o tão esperado Natal tinha chegado quando as primeiras pessoas se abraçaram ao nosso redor.

—Nossa, mas já? - Nev exclamou surpreso.

—Normalmente quando eu estou por perto as pessoas não notam o tempo passar, mesmo. - Comentei e ele me ignorou graciosamente enquanto grudava Luna em um abraço e um beijo.

Eu não me incomodava minimamente com esses momentos deles, então apenas esperei que acabassem e também os abracei. Assim que me soltei dela, após nossos votos de Feliz Natal, me virei para procurar pelo Harry, mas dei de cara com meus pais e me joguei em nosso habitual abraço triplo.

—Feliz Natal, meu bem! - Meu pai foi o primeiro a dizer, a partir disso eu e minha mãe também o felicitamos.

Me soltei deles, mas continuei segurando suas mãos enquanto dizia para minha mãe que ainda não sabia o que ia fazer na noite de ano novo, mas que eu com certeza iria para a casa deles se fosse passar na cidade. Antes que eu conseguisse terminar minha frase, no entanto, senti um par de mãos grudar minha cintura e me fazer dar um giro que acabou num abraço perfeito que tirou meus pés do chão. Meus olhos estavam fechados para apreciar melhor a boca grudada na minha, mas ouvi com exatidão o silêncio se instalando ao nosso redor.

—Feliz Natal, meu amor. - Harry sussurou no meu ouvido quando deixou de me beija e encaixou o rosto no meu pescoço.

—Feliz Natal, meu amor. - Repeti exatamente a mesma frase, porque tudo nela encaixava nesse momento. - Estamos chocando a sociedade. - A risada dele me arrepiou e me fez rir também, mas nos soltamos.

—Uau… - Nev comentou, fazendo graça.

—Eles definitivamente não sabem ser discretos. - Ron comentou com um toque de ironia, nos fazendo rir.

As pessoas ao redor dispersaram rapidamente, pois as felicitações ainda não tinham acabado, e assim que terminei de abraçar os pais de Hermione, que eram os últimos que faltavam, caminhei até o canto da sala e parei com os braços ao redor do Harry.

—Quantos segundos até minha mãe vir até aqui? - Perguntei em tom especulativo.

Ao invés de responder, ele apenas olhou por sobre a minha cabeça e riu.

—Ginny e Harry! - Ouvi a voz semelhante à minha chamar, e acabei rindo também. - Quando vocês estavam pensando em contar que resolveram essa briguinha de vocês?

—Mãe, não era uma briguinha…

—Não interessa, Gin. - Dispensou minhas explicações com um aceno. - Estou tão feliz por vocês, meus queridos!

Seu sorriso para nós era tão genuíno que eu também sorri.

—Nós também, Molly. - Harry respondeu apertando os braços ao redor de mim.

—E por que é que eu não estava sabendo disso ainda?

—Queríamos contar pessoalmente. Mas nós contamos tudo amanhã no almoço, pode ser? Já estão todos se acomodando para jantar. - Me apressei a evitar que o interrogatório começasse.

Ela pareceu achar que eu tinha razão, pois concordou e se acomodou ao lado do meu pai. Harry e eu nos sentamos também para apreciar todas as delícias compradas para esse dia. As conversas ao redor eram descontraídas e animadas, acompanhando o clima leve do nosso evento. Finalizamos o prato principal e a sobremesa e aos poucos os grupos foram se levantando e se agrupando para continuar aproveitando a noite até a hora de finalmente nos despedirmos e voltarmos para casa.

Aproveitei quando vi Hermione saindo pelo corredor, disse a Harry que voltava em alguns segundos e a segui apressada, com tempo suficiente para alcançar antes que ela entrasse no banheiro.

—Mione!

—Oi… - Se virou para ver o que eu queria.

Antes mesmo de falar o motivo da minha abordagem, já comecei a rir e seu olhar se tornou desconfiada.

—Tem uma coisa que eu preciso terminar. - Seu olhar atento continuou fixo em mim. - A proposta para usar o seu banheiro, aquela do Natal passado, ainda está de pé?

A cara de indignação dela me fez rir. Mione me olhou ainda por alguns segundos até se tocar de que eu estava falando sério.

—Eu preferia não saber. - Falou por fim, chacoalhando a cabeça, e entrou no banheiro do corredor ao invés de seguir até o final dele.

Voltei até a sala também sorrindo e caminhei até onde o Harry estava, tempo suficiente para dizer em seu ouvido:

—Eu estou indo ao banheiro, no quarto do Ron e da Mione…

Me afastei a tempo de ouvi-lo rir e continuei meu caminho até o meu destino, eu sabia que ele entenderia o recado e estaria lá também pouco tempo depois.

 

POV Harry

—Bom dia. - Falei ainda com a voz sonolenta, apertando os braços em torno de uma Gin ainda adormecida. - Acorda, dorminhoca.

—Hm, que horas são? - Ela resmungou antes de virar e encostar o rosto no meu peito, toda manhosa.

—Quase onze, daqui a pouco temos que sair de novo.

Era o dia seguinte ao nosso jantar de Natal, e como combinado todos almoçaríamos na casa do Ron e da Mione novamente, mas dessa vez apenas nós, os pais da Mione e os pais de Ginny, amigos não estavam incluídos no nosso momento em família.

—Eles nos esperam. - Ela determinou e me puxou para um abraço. - Bom dia.

Não era a primeira nem a décima vez que nos perdíamos um no outro, abraçados e namorando logo depois de acordar, mas eu ainda sentia as borboletas no estômago. Mais ainda quando o cenário disso tudo era a nossa casa, como agora.

Em meio a um beijo que começou na boca e terminou em seu pescoço, rolei para cima dela e me acomodei entre suas pernas abertas ao redor do meu quadril.

—Você está pesado. - Comentou com deboche, dando uma mordida no meu ombro.

—Normalmente você parece gostar quando eu estou em cima de você.

—Porque normalmente você está fazendo coisas gostosas. - Falou maliciosa, se encostando ainda mais a mim.

—Eu estou tentando fazer coisas gostosas agora também, mas você não para de falar.

—Desculpa, vou parar de atrapalhar os planos…

Grudei minha boca na dela quase antes que Gin terminasse sua frase, e o beijo que começou em meio a uma risada se transformou rapidamente em um emaranhado de mãos e boca por todo lado, que nos prendeu por longos e gostosos minutos à sua cama.

—Precisamos ir, amor. - Comentei deslizando os dedos por seus cabelos enquanto ela descansava a cabeça no meu peito.

Senti mais do que vi seu rosto se retorcendo num sorriso, e antes que eu questionasse o motivo ela me perguntou:

—Amor? - A princípio não entendi a pergunta, mas ela não me deu muito tempo para pensar. - É a primeira vez que você me chama assim desde que voltamos.

Eu ainda não tinha me atentado a esse fato, o que só mostrava que ela continuava sendo a parte mais apegada a detalhes, e eu continuava achando isso fofo.

—O que eu posso fazer se continuo apaixonado? - Soei propositalmente casual ao dizer.

—Continua dizendo as coisas certas nas horas certas também. - Falou manhosa e se esticou para me dar um beijo, mas antes de me alcançar o celular tocou em cima da mesa de cabeceira.

—Eu disse que era melhor irmos. - Comentei puxando o aparelho e vendo o nome da minha sogra na tela.

Entreguei o telefone para que Gin a atendesse e me levantei. Enquanto ela falava com a mãe fui até o lado da cama onde estavam minhas roupas e comecei a me vestir, porque eu sabia exatamente qual o assunto. Controlei o riso e olhei desconfiado em sua direção quando a ouvi dizer que já estávamos a caminho.

—Agora você anda mentindo pra sua mãe? - Perguntei quando ela jogou o celular sobre o colchão e levantou da cama de um salto, apressada.

—Esse tipo de mentira sempre foi necessário. Vou me vestir, saímos em dez minutos, ok?

A primeira coisa que ouvimos ao passar pela porta da casa do Ron foi minha sogra perguntando se havíamos nos mudado para outra cidade, devido a tamanha demora, Ginny desconversou e não respondeu, fazendo a mãe rir porque isso já era um hábito.

—Como vai, querido? - Ela me perguntou em meio a um abraço, não importando que a última vez que nos vimos havia sido pouco mais de doze horas atrás.

—Muito bem, Molly, e você? - Retribui o beijo maternal que ela me deu e cumprimentei  o resto da família.

Nosso almoço de Natal era sempre muito calmo e divertido, repleto de comidas variadas e gostosas e aquela conversa leve que a época do trazia. Com exceção do ano anterior, que eu havia passado sozinho em casa, meus últimos oito natais haviam sido repletos dessa familiaridade e carinho que os Weasley tinham o dom de compartilhar e no qual eu me encaixava tão bem.

Ron e Ginny sempre esperavam os presentes como crianças, e era engraçado ver a animação deles para saber quem os abriria primeiro. Claro que no auge de seus quase trinta anos ambos faziam isso apenas para agradar aos pais e os fazerem reviver a época em que eram crianças, mas era divertido mesmo assim.

Depois de toda a risada e pacotes rasgados, onde presentes foram entregues de todos os lados, eu tinha ao meu redor uma pilha contendo um suéter, uma gravata nova, um jogo de vídeo game, um óculos escuro e uma máquina fotográfica profissional, que foi o presente dado pela Ginny.

Propositalmente, deixei o que eu havia comprado para ela por último, porque eu sabia que isso a deixaria se roendo de curiosidade. Era nossa tradição abrir todos os presentes para que todos vissem e fizessem seus comentários engraçados e elogios às escolhas, e foi com muita curiosidade que todos olharam curiosos para o envelope que entreguei a ela.

—Aposto que é o vale compras de alguma livraria. - Ron apostou, arrancando risadas.

—Pelo menos isso mostra que ele conhece a própria esposa, porque eles tem sessão de livros matemáticos. - O pai da Mione respondeu, aumentando a graça.

—Ah, meu Deus! - Gin olhou com olhos brilhando para o folheto em suas mãos. - Quanto tempo?

—Dez dias. - Respondi para seu semblante radiante.

—Queremos saber o que é! - Mione se manifestou, tentando ler o conteúdo do outro lado da sala.

—Dez dias num resort spa na Suíça. - Gin anunciou feliz.

—Vai trocar frio por mais frio. - Ron comentou com deboche, em tom de piada.

—Mas o frio de lá tem piscina aquecida de frente pras montanhas de esqui, o daqui não. - Ela respondeu no mesmo tom.

—É um presentão, quando vocês vão? - Meu sogro quis saber.

Ginny virou os papéis nas mãos para encontrar a data de embarque, mas eu respondi antes que ela chegasse à última página, onde a informação estava.

—Amanhã cedo, vamos aproveitar o ano novo lá. - Senti quando ela me olhou com os olhos arregalados. - Espero que você seja rápida em arrumar as malas.

Minha observação fez a todos rirem, porque todo mundo ali sabia que ela não era, e encurtou nossa tarde em apenas mais meia hora, porque ela fez questão de ir para casa começar o quanto antes.

Ron e Mione nos levaram ao aeroporto, e quando desembarcamos no país frio e lindo que era nosso destino, o serviço de transfer do hotel nos levou até lá. Chegamos com tempo para o almoço, e a comida estava tão boa como prometia, mas não ficamos muito tempo ali porque nosso maior foco eram as piscinas relaxantes com a vista paradisíaca das montanhas.

Após uma passada rápida no quarto para trocar os casacos por roupas de banho e o roupão felpudo do hotel, nos encaminhamos para a ala da piscina, completamente vazia por ser apenas um dia depois do natal. Era possível ver a fumaça exalando da água quente à nossa frente, e todo o ambiente, desde as paredes brancas atrás de nós combinando com toda a neve atrás do vidro à nossa frente, até a temperatura que já podíamos sentir, nos dava pressa para mergulhar até o pescoço naquela água azul bem aos nossos pés.

Ginny foi primeiro, com o cabelo preso em um coque, mas eu a segui de perto, sentindo a temperatura nos envolver confortavelmente. Ela parou com os cotovelos apoiados à borda, e eu me encostei atrás dela, rodeando meus braços em sua cintura e aproveitando a proximidade para plantar um beijo em seu rosto.

—Isso aqui é completamente perfeito, Harry, olha essa paisagem.

—Paisagem bonita, piscina aquecida e Ginny Weasley, o que mais eu preciso? - Falei galanteador, prensando-a ainda mais a mim, e vi o sorriso grande que eu tanto gostava estampar seu rosto.

—Nada, porque eu também tenho tudo aqui. - Ela respondeu, virando-se e ficando de frente para mim, os braços agora ao redor do meu pescoço. - Na verdade falta algo sim…

Eu conseguia ver a ansiedade em seus olhos, embora não soubesse do que se tratava.

—Se for algo que eu possa fazer por você, qualquer coisa. - Finalizei minha frase com um beijo em seu pescoço e a ouvi respirar fundo antes de dizer:

—Quando voltarmos, quando as férias acabarem, volta pra casa, amor.

Não sei o que exatamente eu estava esperando, mas certamente não era isso e o meu coração acelerado mostrava claramente a surpresa dentro de mim. Levantei a cabeça e a encarei por um momento, eu nem precisava dizer nada para que ela soubesse que a resposta seria sim, mas optei por responder mesmo assim:

—Eu só estava esperando o convite, porque não há nenhum outro lugar em que eu queira estar além de com você todos os dias.

O beijo que eu já conhecia e amava completou o momento e iniciou nossas férias, que era exatamente o que precisávamos após o ano conturbado que tivemos, sem ninguém ao redor e longe de todo mundo, apenas eu e ela, como tinha que ser.


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Notas finais do capítulo

Pois é, também não acredito que estou aqui, depois de tanto tempo, que saudade! haha
Como eu já expliquei diversas vezes no grupo do FB (que você pode acessar aqui: ) meu tempo livre está muito curto ultimamente, e isso vem diminuindo muito meu tempo livre para escrever, mas quem me acompanha há bastante tempo sabe: eu NÃO abandono histórias, ok?! Posso demorar, mas eu vou terminar!
Espero que vocês achem que a espera valeu a pena, e não deixem de postar aquele comentário incentivador sobre o que acharam do capítul!
Beijos e até o próximo.



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