Silence escrita por SomeoneNice


Capítulo 1
Into The Night


Notas iniciais do capítulo

Bom... Este conto eu escrevi em um trabalho da escola, demorou um mês mais ou menos pra ficar pronto, deu trabalho pra porr@! então eu realmente espero que gostem!!



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   O relato narrado a seguir, senhores, se apresenta sobrenatural, inacreditável, sobre-humano... Confesso que não duvido mais tanto da possibilidade de estar em um estado de transtorno mental. Mas como ignorar que, ao fim desta aventura acabei por perecer? Como ignorar que supostas alucinações tenham-me custado a vida?

Tudo começou quando, cheguei em casa após um longo e fatigante dia de trabalho. E depois daquela noite percebi que não pude mais chamar minha casa de "lar doce lar". Minha residência era extremamente ampla, podia se dizer que era uma mansão. Era uma casa antiga, herança dos meus pais. Uma casa muito aconchegante que guardava em suas paredes várias memórias felizes de minha vida. Porém após o começo de meu tormento ela se tornou escura, ameaçadora e amedrontadora, me causava um desespero gigantesco. Ah se tivesse ouvido meus sentidos e ido embora daquele lugar! Ah se tivesse... Ainda estaria vivo. 
            Naquela noite, cheguei tarde em casa, e quando parei em frente a sua porta velha de mogno, senti uma sensação muito estranha, pode-se dizer que era um mal pressentimento. Meu inconsciente dizia para eu não entrar ali, ignorei, e procurei em meus bolsos a chave, estava com pressa para entrar devido ao frio que me atormentava. Abri a porta devagar e olhei para dentro da sala principal. Tinha esquecido a cortina aberta, o que criou um ar fantasmagórico naquele lugar, a luz pálida da lua entrava pelo vidro da janela, os grandes móveis, também de mogno, criavam sombras assustadoras e seu  cheiro logo impregnou meu nariz. Subi então, aos meus aposentos. Minha cama era de casal, antigamente usada pelos meus pais, à frente dela havia um grande armário de madeira cuidadosamente adornado. Uma velha penteadeira, que fora um dia de minha mãe encontrava-se em uma das laterais do quarto.
            Deitei-me na cama e adormeci. Logo me encontrei em uma grande floresta. As árvores colossais tapavam minha vista do céu. Eu andava desprovido de sapatos sobre a grama macia. Apesar de estar noite, não era um lugar intimidante, era até cômodo. De repente tropecei em uma raiz de árvore, não tive tempo para pensar e me vi caindo, mas não foi uma simples queda. Parecia que nunca acabava! Logo, a grama verde foi substituída por um grande buraco negro onde caí. A escuridão me engoliu, e me provocou uma situação de puro pavor, onde eu tentava me mexer e meu corpo não respondia, onde eu tentava gritar, mas tudo saía inaudível. Acordei... No fim foi tudo um sonho. Senti-me profundamente aliviado ao ser liberado de todo aquele sufoco. Olhei em volta, a árvore na janela provocava uma sombra, que se mexia a comando do vento. Deitei-me novamente, fechando os olhos procurando o sono. Ao fechá-los, senti uma sensação estranha, tensão, nervosismo, medo e horror, tudo ao mesmo tempo, senti uma presença no quarto. Estava sendo observado! Não pude ver o que era, mas sua presença era tão plausível que quase podia ver. Não me mexi, com medo que 'a coisa' fizesse o mesmo. Eu normalmente me acomodava de lado na cama, e naquela noite não fiz diferente. Meus sentidos logo conseguiram deduzir que ‘a coisa’ estava atrás de mim. Não tinha a mínima ideia do que fazer, então fiquei parado, talvez se fizesse isso meu observador fosse embora, sem sucesso. Paralisado pelo medo reduzi o ritmo de minha respiração. Há um ditado que diz "nossa imaginação pode ser nosso melhor amigo, e nosso pior inimigo.” É verdadeiro. Minha mente começou a criar todo o tipo de demônio, um mais aterrorizante que o outro. Um era baixo e curvado, tão magro que seus ossos saltavam para fora. Outro era alto e não tinha rosto, o que tinha no lugar dele era um grande borrão negro, entre muitos outros demônios que minhas palavras não são capazes de expor. Tentei dormir, mas a sensação de ter algo ou alguém na minha casa sendo que moro sozinho, me apavorava. Apenas fiquei parado, estático, esperando, que por um milagre 'a coisa' saísse dali. Não sei quantas horas apenas fiquei ali, parado, esperando alguma ação do ser maligno. Não podia fazer nada, ‘a coisa’ poderia me matar a hora que quisesse, estava completamente vulnerável. O sol já quase nascia quando consegui dormir. 
            A partir daquele dia, nunca mais teria uma noite de sono tranquila. Como previsto, depois deste dia, não dormia mais de duas horas por noite, e nestas poucas horas meu sono não era tranquilo, tinha os piores pesadelos, onde a escuridão, trazida pelo medo e pela solidão, tomava conta de mim. Minhas olheiras eram fundas e meu rosto poderia se confundir com o rosto de um morto. Ficava deitado na cama, sem me mexer, com medo de fazer barulho, não fechava os olhos, com medo que 'a coisa' aparecesse. 

Porém não conseguia ficar sem dormir, sempre havia uma hora em que o sono me possuía e eu não tinha forças suficientes para lutar contra ele. Mais uma noite havia chegado, deitei-me à cama, virei-me de lado e fiquei a fitar a parede, atento a todo tipo de barulho, sensação ou até mesmo cheiro que meu corpo pudesse detectar. Por uns minutos fechei meus olhos, crente que não iria dormir, e novamente enganado me envolvi em mais um sonho conturbado onde me achava em um cemitério. Notei o estado das lápides, devia ser um lugar abandonado e muito velho. O sol dormia abaixo do horizonte aquela hora e a lua cheia se mantinha prostrada no alto do céu, logo acima de minha cabeça. A luz proveniente do grande astro no céu fazia terríveis sombras nas lápides, tomado por um medo brutal, corria por entre dezenas de lápides. Morte, morte! MORTE!  Era a única coisa que se podia ver neste lugar amaldiçoado, corria, corria, corria... Nunca parando, incansável. Logo vi uma lápide diferente, corri até ela. Parei ao ver um grande buraco a frente do pedaço de pedra. Um buraco grande e fundo, no seu chão pude ver claramente um caixão aberto, como se esperasse pelo corpo que guardaria. Subi meus olhos até a lápide, onde pude ler claramente o meu nome! Aquela lápide era pra mim! Fiquei tão apavorado que comecei a andar para trás, sem tirar os olhos do meu nome escrito na pedra. Tropecei em um pequeno pedregulho e caí de costas no chão de terra. Senti algo agarrar meu pé, olhei e não vi nada. Essa ‘força’ começou a me puxar para o caixão, gritei, esperneei, agarrei-me ao chão com toda a força, fincando as unhas na terra. Não consegui me segurar e caí dentro do caixão, que logo foi fechado. Batia com toda a força na tampa, que não abria. O ar começou a me faltar e meu desespero só crescia. Batia na tampa do caixão e gritava ‘é só um sonho! Um sonho! UM SONHO!  

 Acordei de supetão na minha cama, suando frio. Passei as mãos nos cabelos, enquanto suor escorria da minha face. Deitei-me de novo e cerca de umas duas horas depois pude sentir a mesma presença no quarto. Minha noite novamente não foi tranquila.

Mais um dia se passou, tentando fingir a todos que tudo estava bem, pois se contasse a eles o que se passava comigo iriam me chamar de louco.  Logo a noite chegou novamente, deitei-me na cama, e fiquei apenas esperando o dia raiar para poder ficar mais tranquilo. Lutava contra o sono, o dia havia sido novamente muito exaustivo. Minhas pálpebras pesavam uma tonelada, completamente contra a minha vontade cedi ao sono. Acordei novamente com a mesma sensação, estava sendo observado novamente. Só que desta vez, estava na minha frente, não atrás de mim. Tentei me controlar, simulei ainda estar dormindo. Muito vagarosamente, senti 'a coisa' se agachar e ficar cara a cara comigo, manti os olhos fechados, mas não pude evitar que minha respiração acelerasse. Uma onda de horror se apossou do meu ser ao sentir a respiração do monstro em meu rosto. O animal, se é que pode ser chamado disso, era grande, e provavelmente teria sangue quente, porém surpreendentemente tinha respiração fria como gelo. Desta vez não pude reprimir o desespero. Pulei da cama, e pude vê-lo de relance, era muito alto, mais que dois metros, se não fosse tão corcunda não conseguiria entrar em minha casa sem se agachar, andava tão curvado que suas garras do tamanho de um dedo humano quase arrastavam no chão. Seus olhos, tão negros como as profundezas do oceano, davam impressão de vazio, eram mais aterrorizantes do que qualquer homem possa calcular. E sua boca, nem sei se podia chamar aquilo de boca, era mais uma fenda no seu rosto. Nesta hora, meu coração parou de bater por um segundo. Não era tão magro, nem quis pensar em que tipo de alimentação este bicho se sustentava, sua pele não era escamosa, mas podia-se ver que era tão dura como um escudo de ferro. Parecia se divertir com meu desespero. Agarrei um facão que guardava na gaveta da minha mesa de cabeceira, afinal, assaltos são frequentes na minha região. Apontei a arma para o bicho, que não teve nenhuma reação de amedrontamento, pelo contrário, apenas continuou avançando, um pouco mais rápido. Logo, me vi encurralado no canto do quarto, não teria tempo de correr à porta e abri-la antes de ser pego, me vi sem saída, 'a coisa' começou a achegar-se lentamente, flexionando suas longas pernas.  Meu perseguidor continuou se aproximando, vagarosamente, parecia estar me analisando com seus olhos sem fundo, ao perceber meu medo, horror e desespero, 'a coisa' pareceu se divertir, deveria estar caçoando de mim. Quando seu nariz adunco chegou a cerca de um palmo da minha testa, 'a coisa' me apontou uma de suas garras. Paralisado pelo medo, não pude fazer nada, tentei golpear o animal com meu facão, mas foi logo segurado pela mão da ‘coisa’. O ser descomunal fez, por um segundo, uma pequena flexão com a boca, que pareceu um sorriso maldoso. Dirigiu sua garra ao meu estômago e o rasgou. Meu corpo todo queimou de dor, uma onda de eletricidade passou pela minha coluna, o sangue escorria pelas minhas roupas em grandes quantidades. Caí no chão, vendo 'a coisa' sair agilmente pela janela. A última coisa que vi, antes de tudo ficar escuro era eu, sendo engolido por um caixão em um cemitério abandonado, banhado pela luz fria da lua cheia.

Policiais encontram esta manhã o corpo do grande dono do jornal, Country News, Tomas Wright. Na Rua Norwitch 143. Depois de poucas investigações os detetives da polícia, não demoraram a declarar a causa da morte como suicídio, os motivos do empresário ter executado este ato ainda estão sendo averiguados.


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Notas finais do capítulo

obrigada aos que leram até aqui!
mereço comentários?



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