Uma Pequena Esperança escrita por becomingawriter


Capítulo 4
Ela me assustou... muito


Notas iniciais do capítulo

Ok gente vocês são incríveis!

Eu fiquei um tempo sem postar e quando voltei vi que tenho favoritos, seguidores e até comentários o.O

Eu não esperava um retorno tão bom, porque H50 não tem um fandom muito grande aqui no Nyah, mas mesmo assim eu arrisquei e estou feliz com o resultado.

Então vamos lá, desculpem-me pela demora em atualizar e vamos ver o que acontece com Hope e Steve agora.



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Danny correu pelos corredores conhecidos do Queens à procura de Steve. Ele saiu no Camaro logo atrás da ambulância porque ele sabia que o seu amigo seria uma bagunça, porque ele era uma bagunça quando ele trouxe Steve numa situação parecida há um ano. Então ele tinha que estar aqui para apoiá-lo, assim como Danny tinha recebido apoio de todos enquanto Steve lutava por sua vida depois de ser baleado. 

Logo avistou seu amigo sentado em uma das cadeiras da sala de espera cirúrgica e ele era a bagunça que Danny imaginava que ele seria. Por misericórdia ele tinha lavado o sangue das mãos e dos braços, mas sua camisa azul pálido estava manchada. Seus cabelos eram desgrenhados e ele poderia apostar que ele tinha corrido a mão por eles muitas vezes nesse curto espaço de tempo, ele estava com a cabeça baixa, os antebraços escorados nos joelhos, a típica posição de derrota. 

"Hey! Steve!" Danny gritou enquanto corria em direção à Steve. 

Ele sentou-se ao lado do amigo, colocou uma mão reconfortante em suas costas e o olhar perdido que ele viu em seus olhos disse que além da culpa e remorso por ter se distraído um momento e como consequência ter levado Hope à ser baleada, havia também algo mais e ele podia apostar que era um sentimento mais forte que amizade e camaradagem que estava escondido no coração de Steve. 

"Alguma notícia?"  

"Nada. Eles a levaram para cirurgia de emergência. Ela perdeu muito sangue e a pressão arterial era perigosamente baixa quando chegamos aqui. Danny ela não pode morrer." Com os olhos cheios de lágrimas represadas Steve olhou para Danny, que abriu os braços e recebeu o amigo apavorado enquanto tentava falar palavras otimistas.  

"Ela vai ficar bem amigo, você ficou e ela também vai. E nós vamos estar lá para ela, mesmo que a gente se conheça há tão pouco tempo, ela já é parte da nossa equipe e a gente cuida dos nossos." 

Steve ficou no abraço de Danny um longo momento, tentando recompor-se. Ele não era um cara fraco, pelo contrário ele era um cara forte, chamado de estoico por muita gente, ele enfrentou muitas perdas em sua vida, ele enfrentou o funeral do seu pai perfeitamente composto, sem derramar uma lágrima, mas agora ele estava aqui, apavorado no corredor de um hospital, rezando para uma pessoa que ele mal conhecia ficar bem. Hope realmente tinha feito uma impressão incrível nele. 

"Eu ia convidá-la para jantar depois que o caso terminasse. Eu não sei como, mas apesar de nos conhecermos há tão pouco tempo, eu me sinto bem ao lado dela e queria tentar algo entre nós dois porque eu senti que ela também gosta de mim." Steve suspirou e passou as mãos pelo rosto, continuando a falar enquanto Danny continuava próximo, apenas escutando. 

"E agora eu estou aqui apenas rezando pra ela ficar bem e sair dessa. Ela tem uma filha Danny. Como Ciara vai ficar se Hope não sair dessa?" Havia tanta angústia na voz de Steve que assustou Danny. O cara foi apaixonado por Catherine, durante um longo tempo, ele esperou por ela anos a fio, passou por muita coisa em nome desse amor, mas ele nunca o viu tão angustiado como agora.  

"Steve, ela vai sair dessa e você vai ter sua chance de levá-la para sair. E eu tenho certeza que ela gosta de você também cara, todos nós vemos a forma como ela te olha. Você fez bem, com ela e com a filha dela. Você já tem metade do coração dela somente por ser tão incrível com Ciara." Danny disse sorrindo, tentando aliviar o clima. Logo em seguida o restante dos Five-0 chegaram e com eles Mark, o parceiro de Hope. Ele não estava participando dessa operação, mas logicamente tinha ficado sabendo que ela tinha sido ferida. Ele era um cara alto, loiro, olhos castanhos e uma cara brava. O rosto que Danny gostava de chamar de rosto aneurisma quando Steve tinha em sua própria face. 

"Steve McGarrett? Quem é?" O cara perguntou e o tom dele fez os cabelos da nuca de Danny eriçarem. Involuntariamente todos os Five-0 estavam ao redor de Steve prontos para protegê-lo de qualquer coisa. Steve, que não era um cara de fugir de nada, levantou-se e Danny ficou surpreso com sua capacidade de se recompor, há meros dois minutos o cara estava destruído no abraço de Danny e agora o Steve de sempre estava de volta, arrogância e tudo para responder Mark. 

"Sou eu. Mas para você é Comandante McGarrett." Ele estendeu a mão para Mark que levou, mas continuava com seu rosto impassível e nenhum sinal de se abalar com a repreensão de Steve e óbvia carteirada. 

"Eu quero saber o que deu errado nessa operação que levou minha parceira a ser baleada?" O tom de voz do cara era claramente de desafio e Danny tinha medo de onde eles iriam chegar, porque Steve não ia ceder e Mark claramente também não. 

"Foi um imprevisto de última hora. Os bandidos estavam todos em algemas com HPD mas um deles conseguiu se soltar e roubar a arma do policial. Ele atirou a esmo e ela foi atingida no fogo cruzado. Não houve falha na operação, o que aconteceu poderia ter acontecido com qualquer um de nós, mas infelizmente aconteceu com ela." Steve respondeu no seu tom profissional, um pouco mais áspero que o normal, mas ainda cordial. Mas Mark parecia ignorar completamente qualquer possível tentativa de cordialidade. 

"Ah não houve uma falha? Como não houve nenhuma falha e agora uma ótima agente, capacitada e mãe de uma criança de três anos está lutando por sua vida? Obviamente nossas percepções de uma operação de sucesso são bem diferentes comandante."  Steve apertou os olhos e olhou para Mark. O cara era petulante, ele queria jogar a culpa do incidente em Steve. Ele sabia que não era culpa dele, embora era difícil dizer isso ao coração, que se sentia apertado por não poder ter evitado isso. 

Mas antes que eles pudessem continuar a competição de testosterona, um médico saiu das portas duplas do centro cirúrgico e pediu por Steve, que em dois passos estava ao lado querendo saber tudo sobre Hope e seu estado: 

"Comandante, Agente Brooks está em cirurgia no momento, a bala atingiu o lado direito do tórax quebrando duas costelas, a cirurgia vai reparar todas as lesões e retirar a bala. Ela estava consciente no momento em que estávamos realizando todo o preparo e ela pediu que eu dissesse que você precisa buscar a filha dela, ela me deu esse telefone." O médico disse estendendo a mão e entregando um número de telefone para Steve que não sabia se estava mais em pânico ao saber como ferida Hope estava ou que ela tinha confiado nele para cuidar de Ciara. 

"Ela pediu para ele buscar Ciara?" Mark perguntou apontando para Steve sem acreditar que Hope estava pedindo para um estranho cuidar de sua filha. Porque não ele? Afinal ele era seu parceiro, não McGarrett. 

"Sim, foi o que ela pediu, que o comandante buscasse sua filha. Eu imagino que o Comandante McGarrett saiba do que se trata." O médico reafirmou olhando incisivamente para Steve que continuava tentando absorver esse pedaço da informação, Hope claramente confiava nele com o que era mais importante em sua vida, sua filha. 

"Sim, eu conheço Ciara e sei do que se trata. Eu vou fazer o que ela pediu. Quanto tempo ela deve ficar em operação?" Steve no modo resolução de problemas tinha assumido nesse momento, enquanto Mark continuava enfurecido por ter sido preterido por sua parceira em nome de alguém que Hope sequer conhecia. 

"Nós estimamos que em uma hora e meia ela deve estar em recuperação anestésica. Assim que ela estiver fora do centro cirúrgico alguém virá avisá-los."  

"Obrigado Dr." Steve cumprimentou o médico que virou-se e voltou para dentro das portas duplas. Steve olhou mais uma vez para o papel nas mãos e então para sua equipe e disse: 

"Eu preciso resolver isso, alguém precisa ficar aqui para o caso dos médicos apareçam com alguma informação antes que eu esteja de volta." Ele estava ignorando Mark completamente, que à essa altura parecia pronto a arrancar a cabeça de Steve fora. 

"Eu posso fazer isso. Eu conheço Ciara a mais tempo que você, eu sei onde ela a deixa todos os dias. Você pode ficar aqui enquanto isso." Mark disse, apenas para ganhar um olhar de morte de Steve. 

"De jeito nenhum. Ela pediu explicitamente por mim. E eu também conheço Ciara, não se preocupe com isso." 

"Ela não é uma criança fácil. Provavelmente ela não aceitará vir com você. Ela nunca aceitou vir comigo, mesmo depois de seis meses de estar diariamente com sua mãe." Mark disse e ficou sem entender o sorriso idiota que enfeitava o rosto de Steve e de todos os Five-0 presentes. 

"Eu sinto muito por ouvir que ela não gosta de você, mas ela já esteve comigo e no meu colo, nós podemos nos comunicar e eu tenho certeza que ela não terá medo de mim. E só para constar, ela não é uma criança difícil, ela é adorável, só é preciso calma e compreensão com ela." Ao terminar a frase, Steve sequer esperou uma resposta de Mark, ele simplesmente girou em seus calcanhares e saiu da sala. Ele sabia que sua equipe ficaria lá até ele poder voltar. 

Mark ficou olhando para o homem alto, arrogante e presunçoso que ele tinha acabado de conhecer virar as costas e ir embora sem dar-lhe a mínima importância. 

*** 

Ao sair do hospital Steve ligou para o número que Hope entregou ao médico e descobriu que se tratava da babá de Ciara. Ela lhe deu seu endereço para o qual Steve dirigiu, para encontrar a mulher e a menina na sala de estar assistindo a desenhos. Ciara estava absorvida na TV, a doce ignorância do mundo exterior tão característica das crianças. Steve era grato por isso, a inocência de Ciara era uma coisa boa nesse momento. 

O nome da mulher era Mae e ela se tornou muito preocupada quando Steve disse o que estava acontecendo com Hope. Ela garantiu a ele que ninguém precisava de preocupar com Ciara, que ela cuidaria da menina enquanto sua mãe estivesse incapacitada. Ela apenas pediu que Steve desse notícias de Hope e verificasse com os médicos quando Ciara poderia visitar a mãe. Ambas eram muito próximas e ela sabia que a criança seria angustiada pela falta de Hope. Ele prometeu entrar em contato assim que ele soubesse de algo e também organizar a visita de Ciara. Steve se despediu de Mae e voltou para o hospital para continuar sua espera por notícias de Hope. 

O que Steve não viu ao sair, foi o sorriso doce de Mae, que entendeu apenas com uma conversa que Steve era muito interessado na mãe de Ciara. 

*** 

De volta ao hospital Steve encontrou sua equipe ainda esperando na sala de espera do centro cirúrgico e Mark sentado distante deles. Era claro que ele não queria nenhum negócio com ninguém de Five-0. Se por ciúme das novas amizades de Hope, Steve ou apenas preocupação com a parceira ele não sabia, mas também não tinha intenção de perturbar ainda mais o homem. Então ele dirigiu-se para os seus amigos, aqui agora eles eram apenas isso, amigos, sua família e ele esperava em breve também família de Hope e Ciara. 

Mais algum tempo se passou até que um residente saiu das portas do centro cirúrgico procurando por Steve. Ele agora estava curioso. Será que Hope tinha dito especificamente para os médicos irem até ele sobre ela ou era apenas o fato de que ele era o chefe de Five-0 e um comandante da Marinha? De qualquer forma isso não importava agora ele apenas queria saber como ela estava e se ela ia ficar bem. Então o residente começou a falar: 

"Comandante McGarrett, a cirurgia de Agente Brooks foi um sucesso. Os médicos conseguiram extrair a bala, parar a hemorragia interna, reposicionar as costelas quebradas e reparar os músculos danificados. Ela está em recuperação agora e deve estar em um quarto privativo em até uma hora. Assim que ela for instalada uma enfermeira virá levá-lo até lá. Alguma dúvida?" O jovem médico que parecia novo demais para já ter saído da faculdade perguntou, com uma atitude firme que fez Steve sentir segurança no seu trabalho. 

"Ela não vai precisar ficar na UTI?" Steve queria saber. 

"Não. Pelo menos não por enquanto. Embora o ferimento seja grave, com uma boa perda de sangue, seus sinais vitais são todos bons, ela é muito forte e em boa forma física, salvo alguma complicação como infecção ela não precisa estar na UTI por enquanto, embora ela vai ser monitorada de perto de qualquer maneira." 

"Sim, certo. Obrigada Dr." Steve disse sorrindo para o médico. Assim que ele saiu, ele virou-se para seus companheiros de equipe e todos tinham sorrisos aliviados no rosto.  

"Não te falei? Ela é durona, ela vai ficar bem." Danny disse sorrindo e dando um tapinha no ombro do seu chefe e melhor amigo. 

"Sim, ainda bem. Ciara ainda tem sua mãe." Todos os outros se aproximaram entregando palavras de conforto e otimismo. Todos seguiram para HQ de Five-0 para finalizar a papelada sobre o caso e garantir todos os bandidos na cadeia, apenas Danny continuou no hospital para fazer companhia a Steve. Mark, que observava toda a troca de longe continuou sentando do outro lado da sala, sem dirigir uma única palavra à eles. 

*** 

Meia hora mais tarde uma enfermeira veio procurando por Steve novamente. Ele pensou que ter sido dado a responsabilidade de cuidar de Ciara era uma surpresa, mas ele ficou ainda mais estupefato quando a enfermeira disse que Ciara tinha pedido para que ele fosse seu contato médico temporário.  

A enfermeira disse que Hope estava acordada e que queria falar com ele. Sentindo-se aliviado Steve sorriu para Danny que sorriu de volta e acompanhou a enfermeira até o quarto de Hope. Conforme foram se aproximando do quarto, Steve foi se sentindo mais e mais ansioso, ele não era estranho a hospitais, absolutamente, ele próprio tinha passado uma boa cota neles como paciente e também como acompanhante de seus amigos tanto na Marinha como em Five-0. Mas de alguma forma olhar para Hope tão debilitada naquela cama o fez sentir toda uma miríade de sentimentos que ele não conhecia. Ele de repente estava preocupado, apavorado, protetor, culpado. Tudo junto. 

Hope parecia péssima. Muito pálida na enorme cama com lençóis brancos. A cabeceira estava inclinada num ângulo de 45 graus e ela tinha os olhos fechados. Ao seu redor eram vários monitores. Havia um IV em sua mão direita, um monitor de pulso na esquerda e várias bolsas que corriam medicamentos e uma transfusão de sangue. Ela tinha um lençol cobrindo a metade inferior do seu corpo e um vestido branco com bolinhas azuis que Steve odiava usar quando estava no hospital. Ela parecia tranquila pelo menos e ele esperava que sem dor. 

Steve aproximou-se da cama e suavemente passou a mão pelos cabelos indisciplinados. Ele sorriu para os cachos rebeldes. Cabelo sempre era algo que ficava completamente fora de controle no hospital. Mas ela era linda de qualquer forma. Se não fosse sua palidez doentia e seus lábios sem cor, ela pareceria com um anjo. De repente ele sentiu Hope inclinar-se ao seu toque e dar um longo suspiro. Seus olhos começaram a vibrar e ela acordou suavemente. Ao olhar exatamente dentro dos olhos de Steve que agora eram um tom suave de azul, Hope sorriu. Um sorriso pequeno e que Steve podia ver, era muito difícil, mas era a coisa mais bonita do mundo naquele exato momento. Ainda mais depois de toda a angústia de pensar que ele poderia tê-la perdido sem ter uma oportunidade de conhecê-la melhor. 

"Hey como você se sente?" Steve perguntou, sorrindo e ainda acariciando seus cabelos suavemente. 

"Dormente. Meio alta. Mas bem. Muito bem." Hope respondeu dando a Steve o que ele pensava que era a sua própria versão de sorriso pateta induzido por analgésicos. Era adorável. 

"Muito bom saber que você não está sofrendo." Ele sorriu de volta para ela. 

"Não, eu não estou." Outro sorriso bobo enfeitou seu rosto. Deus, ele poderia se acostumar com isso. Menos todo o drama do tiro e do hospital é claro. Então Steve retirou a mão do cabelo dela e sentou-se na cadeira ao lado da sua cama e Hope soltou um gemido doloroso. Meio nanosegundo depois Steve estava em pé novamente ao lado dela, olhar preocupado. 

"O que foi? Você está com dor? Fale comigo Hope!" 

"Não pare." Ela disse com a testa franzida. 

"Não pare o quê?" 

"O quê diabos você estava fazendo no meu cabelo, é uma sensação boa." Ela olhou para ele com a versão adulta dos olhos de cachorrinho de Grace e Charlie. Steve soltou um bufo e uma risada e voltou a acariciar os cachos dourados. 

"Assim é melhor?" Ele perguntou, divertido. 

"Muito. Obrigada." 

"Você não precisa me agradecer." 

"Sim, eu preciso, você está aqui comigo, fazendo carinho na minha cabeça enquanto eu estou mais alta que uma pipa e você buscou Ciara... espere! Ciara! Onde está minha filha? Você esqueceu dela Steven?" De repente ela entrou em pânico e tentou sentar-se o que apenas causou dor no local da cirurgia. 

"Hey, calma lá! Você vai se machucar! Sim, eu fui buscá-la mas Mae disse que vai cuidar dela até você estar melhor. Assim que o médico liberar nós vamos trazê-la até você. Agora deite-se e fique calma por favor."  

"Ok, me desculpe. Eu entrei em pânico por um momento." 

"Eu percebi." 

Hope engoliu com dificuldade e recostou-se de volta nos travesseiros fechando os olhos no processo. Ela tentava respirar contra a dor no estômago. Ela precisava lembrar-se de não fazer isso novamente. Steve começou a acariciar seu rosto e segurou sua mão sem IV com a mão livre. O contato se sentia bem, ambos estavam apreciando a sensação de pele contra pele. Mesmo nesse ambiente nada romântico. 

Steve sentou-se, mas continuou segurando a mão de Hope até que ela caiu no sono. Ele sorriu para ela e sentiu mais uma vez um sentimento de proteção por essa mulher. Talvez ele fosse do tipo de amor e família afinal.  

Talvez Hope valesse mais uma tentativa. Talvez não. Com toda certeza. 

*** 

Algum tempo depois as enfermeiras voltaram para verificar Hope. Steve aproveitou para voltar até a sala de espera e dispensar Danny. Ele tinha decidido passar a noite com Hope. De modo algum ele estava indo embora e deixando-a sozinha. Seu status Five-0 o tinha permitido negociar com seus médicos e depois de alguma insistência ele conseguiu a permissão para ficar. 

Ao sair na área de espera ele encontrou Danny falando ao celular, ele acenou quando viu Steve. Mark também estava lá e ele claramente não estava feliz. Steve não podia culpar o cara, ele era parceiro de Hope e tinha sido claramente deixado de escanteio durante toda essa situação. Ele não seria tão paciente se algo parecido tivesse acontecido com Danny. Dadas as circunstâncias ele podia até simpatizar com o cara, talvez ele não era um completo idiota como pareceu no início e estava somente sendo um bom parceiro para Hope. 

Mark ergueu os olhos de onde ele estava sentado e viu Steve dirigir-se até ele. O cara era intimidante, mas ele também poderia ser se quisesse. Ele não ia dar o braço a torcer assim tão facilmente. Ele ama Hope, ele não vai deixar um ex qualquer coisa das forças armadas ficar no seu caminho. 

"Hey cara. Tudo bem?" Steve perguntou, tentando aliviar o clima que foi criado mais cedo. 

"Sim. Como ela está?" Steve podia ver que sua pergunta era sincera. Ele realmente estava preocupado com Hope, não importa se ele tinha sentimentos além da amizade por ela, o cara estava apenas fazendo seu papel de parceiro, certificando-se que ela estava bem. 

"Ela está bem. A cirurgia correu bem, ela está descansando tranquilamente agora." 

"Isso é bom. Eu gostaria de vê-la antes de ir para casa."  

"É claro, ela está no quarto 243, é só falar com a enfermeira na estação do lado de fora." Steve disse colocando um braço no ombro de Mark. Todos tinham estado nervosos mais cedo, talvez agora fosse a hora de ceder e ser compassivo.  

Mark virou-se e foi em direção ao quarto de Hope. Danny então se aproximou de Steve e sorriu para o amigo que agora parecia muito mais calmo. 

"Imagino que ela esteja bem. Pela expressão em seu rosto." Danny disse, apontando para o sorriso bobo que enfeitava o rosto de seu parceiro agora. 

"Para alguém que levou um tiro, passou por uma cirurgia arriscada, sim, ela está indo bem." Steve retornou sorrindo com os olhos ligeiramente marejados. 

"Ok, agora que você teve a chamada de perto com a dona morte, do meu lado da coisa para variar um pouco muito obrigado, o que você vai fazer sobre isso?"  

"O quê?" Algumas vezes Danny era realmente confuso. 

"Ah vamos lá Steve. Você gosta dela, qualquer idiota pode ver. Ela gosta de você, todas as provas foram dadas hoje. Ela confiou o bem estar da filha dela à você enquanto estava impossibilitada, ela te fez contato de emergência temporário dela, mesmo sabendo que o parceiro estaria aqui assim que soubesse do incidente, o que mais você precisa para tomar uma maldita decisão?" 

Steve suspirou. Ele queria muito dar esse passo, mas ele ainda tem medo. Tudo o que aconteceu com Catherine ainda o faz ter medo de entregar o coração e sair machucado novamente. Pode parecer que ele não tem sentimentos, ou não tem coragem de assumir um compromisso, mas ele só tem medo de entregar a vida a alguém novamente e ser usado e descartado quando não convém.  

"Ok amigo eu sei que parece assustador, acredite em mim, eu sei. Eu ainda estou em choque por ter colocado um anel de noivado no dedo de Melissa e estar considerando seriamente casar outra vez depois de toda a experiência que eu tive com Rachel, mas eu faria tudo de novo e é sério. Eu amo ter Grace e Charlie e apesar de reclamar o tempo todo eu tive bons momentos no meu casamento com Rachel. Eu amo Melissa e estou feliz por ter finalmente dado o passo que eu precisava e você meu caro, precisa fazer algo sobre isso também. Afinal, ninguém está ficando mais jovem aqui." Quando Danny acabou seu discurso Steve estava sorrindo pra ele. Nada como um Danny Williams em modo reclamação para colocar as coisas sob uma nova perspectiva. 

"Você está certo." Steve suspirou, aquele suspiro exagerado que ele dá toda vez que admite que Danny tem razão sobre algo. "Eu preciso deixar de ter medo e tomar uma decisão a respeito. Eu adoro Hope e Ciara e me dói o coração pensar em ficar longe delas. Dessa vez eu não vou estragar tudo." 

"É isso aí cara, você pode fazer isso. E nós vamos estar aqui, sempre que vocês precisarem." 

Steve sorriu, Danny era um bom amigo mesmo que às vezes o irritasse à ponto de querer atirar nele para ver se o cara calaria a boca um pouco. 

"Você vai passar a noite aqui com ela?" Danny perguntou, sabendo muito bem a resposta. 

"Eu não tenho nenhum outro lugar que eu poderia estar." 

*** 

Algum tempo depois Mark saiu do quarto de Hope que não tinha acordado novamente. Ele despediu-se de Steve e foi para casa. Ele ainda precisava organizar as ideias e pensar em uma forma de tirar o ex-SEAL da jogada. Mas não seria hoje. Ele precisava orquestrar um plano. Mas não no calor do momento. Mas doeu muito, ver o cara que Hope tinha acabado de conhecer passar a noite com ela no hospital. Ele deveria ser o único a estar lá com ela. A ter resolvido as coisas com Ciara. Não o chefe da maldita força-tarefa super poderosa do Havaí. 

Mas ele vai dar um jeito. 

Ah ele vai. 

*** 

Steve voltou para o quarto de Hope e ela ainda estava dormindo. Ele tinha um travesseiro e um cobertor leve nos braços, cortesia da enfermeira de Hope. Ele colocou seus suprimentos da noite na poltrona ao lado da cama e foi até a cabeceira, novamente ele acariciou os cabelos da mulher que ele quer que esteja ao seu lado em breve. Ele sorriu novamente ao perceber que ela se inclina inconscientemente ao seu toque, isso está se tornando rapidamente seu gesto favorito. Mais uma vez Hope abre os olhos e olha dentro dos olhos de Steve e ele sente que ela é capaz de enxergar sua alma, sem nenhuma restrição. 

"Você voltou..." 

"Claro que eu voltei e vou ficar aqui com você tudo bem?" 

Isso ganhou um olhar confuso de Hope. 

"Steve, você precisa ir para casa descansar. Eu vou ficar bem." 

"Eu sei que você vai, mas eu não posso te deixar longe da minha visão tão cedo." 

Ela agora estava bem acordada. Ela não esperava que Steve ficaria com ela. Porquê? Ela não se lembra a última vez que alguém se preocupou tanto com ela. 

"Hey, eu sei o que é estar no hospital sozinho. Sei como a gente diz que está tudo bem mas no fundo a gente quer alguém conosco, alguém que esteja preocupado com o nosso bem estar de verdade. Eu quero estar aqui, não somente porque eu acho que você tem que ter uma companhia, mas porque eu quero ficar com você." 

Hope tinha os olhos marejados e estava tentando esconder o olhar de Steve. Ela sentia falta sim de alguém que realmente se preocupasse com ela. Que quisesse estar ao seu lado o tempo todo. Será que esse alguém tinha chegado? 

"Olhe para mim Hope, por favor." 

Ela ergueu os olhos e uma lágrima escorreu pela bochecha, antes que ela pudesse chegar e limpá-la ela mesma, Steve passou o polegar por ela e sorriu, aquele sorriso que transformava seu cérebro em gelatina. 

"Posso ficar aqui com você essa noite?" 

"Sim... e... obrigada." 

"Você não precisa me agradecer, você só precisa ficar bem e sair daqui logo para que eu possa colocar meu plano em prática e te levar para jantar." 

Hope bufou e deu um sorriso. Talvez o destino estava realmente sendo generoso com ela dessa vez. 


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