Preço do Amanhã escrita por Cristabel Fraser, Sany


Capítulo 39
Surrender


Notas iniciais do capítulo

Boa noite tributos ebaaaa consegui voltar dentro de quinze dias!!!! Gente adorei os comentários e desde já agradeço, vcs arrasam!!!!!!! Foi uma verdadeira injeção de ânimo dada a semana que tive. Fui fazer um exame e descobri que não estou bem, chorei muito no início da semana, mas recebi tantas boas energias que estou conseguindo lidar um pouco, agora vou torcer pra ter um bom tratamento e sarar. Torçam aí por mim galera e enquanto isso espero de coração que curtam o novo capítulo no pov do Peeta eeeeeh e consegui escrever um pouco a mais. Sugiro que escutem a música que linkei antes da letra, essa música SURRENDER em azul, como todas claro, me inspiraram a escrever e é intensa pra este capítulo. No final tem uma surpresinha... boa leitura!



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Surrender

 

Verificando meu coração novamente

Ainda está batendo

Mais cinzento do que dias de inverno

As nuvens na minha cabeça

 

Toda a minha vida

Mudando de faixa

Estou tão entediado de correr o risco

De cometer erros

 

Agora eu preciso me render

Oh, eu quero me render

(Surrender - IAMX)

 

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Pov. Peeta

 

 

Hope?

É tudo que consigo entender. Esse nome me é familiar. Sim, bem familiar. No entanto, a raiva que me consome faz com que eu aperte ainda mais meus dedos em seu pescoço. Seus olhos estão estáticos e tudo o que mais desejo é matá-la.

— Comandante Mellark, solte-a! – É a voz de Barth que ecoa no ar. Sinto um aperto em meus ombros e, é isso que me faz afastar dela. — Não acha melhor leva-la para o Centro dos Tributos e a usarmos como isca?

A chuva continua a cair intensamente. Ainda sinto por toda a extensão do meu corpo a adrenalina e com isso acabo por esmurrar uma parede.

— Não! – Mal reconheço a voz que sai dos meus lábios. — Vou levá-la para outro lugar – declaro.

— Mas o senhor não acha melhor nós...

— Acho melhor o quê, soldado? – digo o segurando pelo pescoço e o encurralando contra a parede. — Está mesmo questionando uma ordem de seu superior?

— Não, senhor. Sinto muito.

Os outros soldados se aproximam.

— Lipp, procure imediatamente um local vazio. – Olho para o lado e a vejo tossir e esfregar as mãos sobre o pescoço. Me aproximo dela tentando não a estrangular novamente. — Nós ainda não terminamos. – Ela não responde, mas noto as lágrimas escorrerem livremente por suas bochechas. Por um segundo tenho vontade de segurá-la em meus braços. Porém, seguro pelas algemas e começo a caminhar para fora do beco.

— Comandante encontrei um apartamento desocupado, a três metros ao leste daqui – diz Lipp, olhando para o painel projetado em seu comunipulso.

— Vamos para lá imediatamente. – Caminho a puxando. Logo atrás de Lipp estão Barth, Gray, Diggs e o Baird.

Chegamos ao prédio, pegamos o elevador e subimos até o sétimo andar. Assim que nos deparamos com o apartamento 75, Lipp digita alguns códigos em seu tablet e a porta se abre.

— Desativei o alarme e a fechadura – informa Lipp.

— Gray e Diggs chequem os cômodos. – Os dois começam a vasculhar enquanto o resto de nós adentramos a sala principal que fica logo na entrada.

— Podemos nos divertir com ela... – Baird se aproxima puxando o capuz da cabeça dela e como um mecanismo de defesa imobilizo seu braço traiçoeiro atrás de suas costas.

— Não toque nela, está me entendendo? – O som que solto é como um rugido.

— E o que o comandante Mellark pretende com ela? – Ele me encara com descrença.

— Não é da sua conta. – Ele vem para cima de mim e saco minha arma apontando diretamente para sua cabeça. — Acha que sou idiota, Baird? – ele nega com um leve balanço de cabeça. — Apenas acate minhas ordens. Seu trabalho é me obedecer e não questionar o que faço ou deixo de fazer.

— Quais são suas ordens, comandante? – pergunta Barth.

— Vou interrogá-la. Sei que ela sabe sobre o plano rebelde e onde estão localizados. – Enquanto falo caminho ao redor dela. Seus olhos me vigiam apreensivos.

— Tudo certo, comandante. – Gray e Diggs retornam. — O apartamento está abastecido. Os civis que moravam aqui se foram deixando tudo para trás.

— Barth, Gray e Diggs podem retornar para a base. – Eles se entreolham rapidamente, em seguida acenam deixando o local. Encaro o restante que ficou e digo: — Lipp revista ela e tire tudo o que puder ser usado contra nós. Baird, venha comigo, vamos fazer uma ronda. – Ele hesita no primeiro instante, mas logo me segue. — Lipp de forma alguma a deixe escapar – ordeno antes de sair.

— Não entendo suas atitudes, Mellark.

— Logo, logo, irá entender. – Ao invés de apertar o botão do térreo pressiono o subsolo. Assim que as portas metálicas se abrem imobilizo os braços de Baird que fica sem ação por ter sido surpreendido. — Acha que não percebi seu olhar depravado em minha mulher?

— Mas que merda você... – Dou uma chave de braço em seu pescoço, ele se mexe e tenta revidar, mas sou mais ágil.

— Ninguém toca nela— falo ríspido, quebrando o pescoço dele que cai morto no chão.

Alongo meu corpo, subo pelas escadas de emergência até alcançar a saída e corro em direção às ruas. A chuva cessou um pouco, apesar disso, puxo o capuz do meu traje militar. Corro o quanto consigo até alcançar os três soldados que acabei de dispensar. Antes que percebam minha presença, atiro simultaneamente na direção do córtex dos três que caem no chão.

 

 

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Retorno para o apartamento e encontro Lipp de pé com a arma apontada para Katniss que está sentada em uma cadeira aveludada em vermelho.

— Eu não ia atirar nela sem sua ordem, comandante – diz com certo temor na voz.

— Você é o único que confio nessa unidade. – Afasto o capuz da cabeça e passo as mãos em meus cabelos molhados. — Pode descansar, soldado. – Ele parece relaxar. — Procure um estojo de primeiros socorros. Geralmente ficam nos armários do banheiro – ele assenti e vai em busca do que pedi. Me aproximo dela e com as mãos afasto a capa que usa. Ela tenta se afastar do meu toque, no entanto, a encaro profundamente nos olhos. — Não compreendo o que está acontecendo comigo, mas só quero ver o que eu fiz. – Sua respiração está ofegante, mas inclina a cabeça para que eu veja as marcas avermelhadas que com certeza estarão roxas pela manhã. — Sinto muito.

— Aqui está, comandante. – Lipp me estende a caixa de primeiros socorros.

— Pode me chamar pelo meu nome, Lipp. Você é um bom rapaz. – Lipp parece um garoto, porém, tem vinte anos. Quando nos conhecemos me disse que a família residia no Distrito 3 e seu avô nunca foi a favor da violência que se instalou entre a Capital e os distritos. — Preciso da sua ajuda.

— No que precisar – assegura.

— Sou péssimo com ferimentos. Será que você pode...

— Claro. – Ele entende e já dá uma analisada no pescoço da Katniss. — Por favor, tente falar algo – pede para ela.

— O que está acontecendo, Peeta? – Apenas a pronúncia do meu nome sair de seus lábios me estremece. Sua voz, um pouco fraca, soa rouca.

— Vou até a cozinha preparar uma compressa. – Lipp se levanta nos deixando a sós.

Me aproximo dela e fico de joelhos. Seguro seu queixo e seus olhos são preenchidos por lágrimas.

— Nem eu sei exatamente o que está acontecendo – desabafo, me sentindo exausto por tudo isso. Deixo Lipp cuidar dela e logo mais conto para ele o que eu fiz. — Eles podiam relatar meu comportamento à base e preciso saber Lipp... – indago ao prosseguir. — Preciso que acesse meus dados. Mas antes, entre nas câmeras de segurança do prédio e das ruas e delete as imagens em que eu apareço. – Lipp é especialista em tecnologia. É o mais próximo que tenho como amigo. Depois de nós três bebermos água e comermos o que eu e o Lipp encontramos nos armários e geladeira retiro as algemas de Katniss e nos encaminho até o quarto, enquanto Lipp entra no sistema de vigilância e faz o que pedi. — É melhor descansar um pouco. Vou montar guarda com o Lipp.

— Não quero dormir. – Ela se aproxima de mim e segura minha mão. — Você está diferente e teve uma outra reação quando eu disse o nome da nossa filha?

— Nossa filha? – repito angustiado.

— Sim, nossa filha... Ela pergunta por você todos os dias. – Katniss começa a soluçar. — Deixei de inventar desculpas sobre sua ausência.

— Eu fui deixado pra trás, se esqueceu?

— Nunca permiti que isso acontecesse – diz ela entredentes. — Eu odiei todos eles. Odiei cada dia naquele lugar sem você.

— Mas você tinha os braços do Gale, não tinha? – Me afasto dela, porque tenho receio de avançar, já que, só em pensar nela com aquele babaca me causa repulsa.

— Jamais! – Ela se coloca de frente para mim e olha profundamente em meus olhos. — Nunca deixei de te amar... Estava me sentindo morta sem você. Por isso vim te buscar. Eu e os nossos filhos precisamos de você... eu preciso de você... eu preciso...— Ela chora compulsivamente. Tudo que consigo é tomá-la em meus braços e abraçá-la com força.

A primeira atitude que tive ao reconhecê-la foi matá-la. Nunca havia sentido algo como isso antes. Durante todo o processo que passei aqui na Capital me preparando para enfrentar os rebeldes, pensei em diversas formas de matá-la. No entanto, algo fez com que escondesse em minha memória mais profunda que ela sempre foi alguém especial e importante.

— Espere, você disse, nossos filhos? - A afasto de mim e nos encaramos enquanto a seguro pelos ombros.

— Você não se lembra que eu estava grávida no Legendary Quell?

— Eu já não sei mais o que é real e o que não é – confesso.

— Bem, passei por muita coisa, mas conseguiram salvar nosso filho. É um menino... um lindo menino o qual chamei por Benjem. – É muita informação pra eu processar, mas meu coração dispara ao escutar seu relato.

— Be-bejem? – gaguejo me afastando dela. Sinto meu corpo começar a tremer. Ela tenta se aproximar. — Por favor... não, não... Tenho medo de te machucar mais.

— Você não vai me machucar... – insiste ela.

— Eu não tenho controle sobre mim, Katniss! – grito com ela. — Fizeram alguma coisa comigo. Me transformaram em um monstro... Um bestante e a Capital me controla. – Sinto meus olhos molhados pelas insistentes lágrimas. — Eu matei pessoas, Katniss... eu-eu... quase matei você. – Ela continua tentando se aproximar de mim e me esquivo do seu toque e acabo por esmurrar a parede atrás de mim e com isso, consigo passar a tempo pela porta e pedir ajuda para o Lipp. — Sedativo... sedativo... por favor!

Ele parece entender e junto ao kit de socorros encontra morfináceo.

— Tente se acalmar, Peeta. – Sinto a picada da agulha em meu ombro direito e as ondas morfináceas vêm de encontro comigo.

 

 

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Quando acordo o dia está quase amanhecendo pergunto ao Lipp sobre a Katniss e ele diz que se encontra dormindo. Caminho em direção ao quarto e me aproximo dela e começo a observar seu rosto. Acabo por afastar uma mecha de seu cabelo e ela se sobressalta.

— Não quero machucá-la – sussurro com meu rosto próximo ao seu. Consigo identificar algo em seu olhar, mas não sei ao certo o que significa até ela beijar meus lábios. Tento me afastar, todavia, ela puxa meu rosto e acabo por deitar sobre seu corpo. Faço mais uma tentativa de me retirar, mas agora faz com que eu caia sobre a cama e ela fica por cima de mim.

— O que temos é mais forte – afirma ela, sua voz me causa um forte arrepio e temendo algo, consigo tirá-la de cima e saio do cômodo.

— Lipp, alguma novidade? – Reúno forças para disfarçar meu desconforto.

— Consegui apagar qualquer vestígio da noite passada.

— Algo mais?

— Bem, consegui derrubar alguns firewalls e acessei a pasta confidencial do projeto secreto, ao qual foi submetido.

— E o que descobriu?

— Além do soro que injetaram em você, implantaram um microchip frontal que rastreia sua localização e também é explosiva.

Sua última fala faz meu coração disparar.

— Isso não pode ser verdade? Tire isso dele agora! – Katniss grita e vejo o pavor tomar conta dela. Nem tinha percebido sua presença. — Nada de ruim pode acontecer com ele, entendeu? – Ela segura Lipp pelo colarinho e ele assustado com a reação direciona os olhos para mim.

— O que eu consigo fazer é continuar invadindo o sistema deles com vírus, mas não posso garantir mais nada.

— Pode remover esse chip de mim, Lipp? – pergunto.

— Eu teria que saber a localização exata dele, Peeta.

Somos surpreendidos quando a TV é ligada e a insígnia da Capital surge na abertura do noticiário.

— Olá, muito bom dia— saúda Caesar mais seriamente. — Trago as últimas notícias vindas diretamente da fronteira da Capital com o Distrito 1.— Me aproximo da tela atentando para o que ele diz. — As câmeras de vigilância capturaram imagens de um grupo peculiar de rebeldes.

— Finnick... – sussurra Katniss se aproximando também da tela.

O grupo veste um tipo de uniforme padrão de combate. Conto treze soldados. E então, quando um deles, segurando o arco composto, se vira, reconheço o rosto. Como se fosse um ato normal, pego o primeiro objeto que encontro (um jarro com flores artificiais) e lanço em direção a TV. Katniss se assusta e se afasta de mim. Felizmente o jarro atravessou o holograma das imagens e se estilhaçou na parede.

— Lipp, tente localizar esse grupo. Preciso de um tempo sozinho... – Antes de ouvir sua resposta, saio caminhando em direção ao quarto.

Me sinto exausto e com dor nas minhas mãos. Retiro as luvas de couro e vejo que estão machucadas. Arranco as roupas que parecem pesar uma tonelada e me dirijo ao banheiro. Regulo a ducha e deixo a água fria cair sobre meu corpo. De repente, imagens desconexas começam a invadir meus pensamentos. Posso ver Gale se apoderando de Katniss com beijos quentes e indecentes. Meus dedos tremem insistentemente. Logo cerro os punhos e esmurro as paredes do banheiro várias vezes até escutá-la.

— Peeta... – Nem lembro que tinha os olhos fechados até abri-los e notar o seu olhar encontrar o meu. Ela caminha lentamente e passeia seus olhos em mim.

— Não devia estar aqui... – Minha voz não sai tão firme como gostaria.

— E onde acha que eu devia estar, Peeta? – Ela está bem perto e sua mão direita vem em direção ao meu rosto.

— Eu-eu me sinto uma bomba de dor reprimida.

— Você é meu, Peeta Mellark – fala aproximando seu rosto do meu.

Seus lábios quentes cobrem os meus em um beijo que me arde por dentro. Sinto uma mistura de enlouquecido desejo por ela.

— O Snow me disse que tudo que sai da sua boca é mentira.

— Ele não sabe nem a metade do que passamos. O que temos tornou-se verdadeiro.

— Estou me deteriorando... – Tento me afastar, mas ela se impulsiona para frente e acabo por ficar debaixo da ducha. A vejo retirar rapidamente as roupas.

— Não os deixem que te controlem. Você é meu.

É então que sou tomado pelo desejo de seu toque. Ela está nua e seu corpo, mesmo magro, é firme. A ergo e ela rodeia as pernas em minha cintura. Sinto um choque quando nossas virilhas se encontram, mas é incontrolável o que estou prestes a fazer. Seus dedos se enroscam em meus cabelos enquanto meus lábios mordiscam seu queixo e boca.

Cometi graves erros e mesmo não estando totalmente no controle dos meus atos, preciso me render. Sei que não resisti ao que quer que a Capital obrigou minha mente a fazer contra ela. A redenção que sinto enquanto estamos conectados é inigualável a qualquer soro que esteja correndo em minhas veias.

 


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado do capítulo apesar do Peeta estar bem bipolar rss... me digam nos comentários o que estão achando do Peeta assim e as devidas mudanças quanto a invasão da Capital e o que esperam dos próximos capítulos. Quero fazer um milagre de natal, então comentem e façam seus pedidos!!! Beijos meus amores e até o próximo capítulo.



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