O único que pode me derrotar sou eu! escrita por Pih Chan


Capítulo 2
Capitulo 2 - Me chame de Vitya.


Notas iniciais do capítulo

Yo õ/
Quase um mês para atualizar uma fic, que tipo de ser humano sou eu? Mas pelo menos eu trouxe um capitulo grande comigo, não é mesmo? O maior que eu já escrevi, diga-se de passagem e, aliás, ele sequer ficou completo, mas se eu terminasse onde eu queria, lá se iriam mais mil palavras, então achei melhor não.
O lado bom é que agora eu tenho um planejamento muito mais detalhado de como as coisas vão correr à partir de agora, então yay, provavelmente vou postar mais rápido (se eu continuar viva depois da escola XD).
Espero do fundo do meu coraçãozinho apertado que vocês gostem, essa fic têm me ajudado muito, porque essa é a primeira vez que eu escrevo num período de mais de um ano e isso me deixa imensamente feliz. Então espero que estejam gostando de ler tanto quando eu estou gostando de escrever, por favor me deixem saber a opinião de vocês nos comentários e obrigada desde já.



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Capitulo 2 – Me chame de Vitya

 

 

A pior parte de um sonho é tentar lembrar dele e não conseguir. Aquela sensação incomoda de estar tão mergulhado numa situação criada pela própria cabeça, então acordar e, de repente, tudo parecer apenas escuridão é um momento pelo qual todos passamos e, eventualmente, o esquecemos até a próxima vez que este se manifesta.

Para Yuuri, as vozes ao fundo, dizendo coisas que ele não compreendia, mas o acanhavam, isso era redescobrir a sensação horrível do vazio ao não se lembrar de algo que parece importante. Mas agora seu corpo e mente estavam acordados e nada mais poderia ajudá-lo a voltar para o que acontecia em sua cabeça antes.

A questão é que o sono é uma válvula de escape temporária, e quando seu tempo acaba, a realidade se faz presente. Com isso, não seria surpresa dizer que o primeiro sinal de consciência que Yuuri sentiu fora dor de cabeça, então o peso do próprio corpo, coisas que ilustravam óbvio: ele estava acordado.

E mesmo quando sua consciência resgatou o fato de haver outro corpo adormecido sobre o seu, Yuuri não se preocupou, pois uma fungada ou duas foram o suficiente para que o cheiro delatasse Viktor e sua estranha mania de tentar provar que o Princípio da Impenetrabilidade¹ está errado.

E como escrito em alguma letra de música romântica, Yuuri manteve seus olhos fechados, deixando que apenas sua audição trabalhasse captando a respiração calma de Viktor ao passo que seus dedos seguiram enroscando-se pelos fios pratas.

—Viktor. — Ele murmurou sonolento, algo entre uma saudação de bom dia e um simples pensamento alto.

Yuuri esticou os braços para cima. Movimento que se tornou um espreguiçar preguiçoso e acabou com um esfregar de olhos, para que finalmente pudesse se sentir capaz de abri-los, e fora exatamente quando sentiu a respiração de Viktor tomar um ritmo diferente, como um sinal claro de que este estava acordando também.

Viktor levantou a cabeça do peito do noivo, fazendo com que os dedos desse descessem fio abaixo por seu cabelo longo o suficiente para que Yuuri passasse a perceber que havia algo muito errado nisso tudo.

Então as pálpebras pesadas não eram mais um problema, logo Yuuri tinha os olhos bem abertos, e se deparava com aquela face angelical que confundia todos os seus sentidos. Estes que pareciam discordar entre si em relação quem — ou o que — estava a sua frente.

Todo seu corpo indicava que aquele era nada mais — mas talvez algo menos — que seu noivo, Viktor Nikiforov. Estava tudo ali, o jeito como ele se apoiava nos braços de modo que sua cabeça tinha que se inclinar para baixo ao fitar Yuuri; o ritmo de sua respiração; o modo terno como seus olhos cansados mantinham-se semicerrados ao passo que o mirava e até mesmo o modo como o corpo de Katsuki correspondia naturalmente ao da figura a cima de si. Sem nunca hesitar ou pressentir qualquer perigo, coisa rara para o super-ansioso-e-socialmente-tímido-demais Katsuki Yuuri.

E mesmo com tudo isso, a visão que seus olhos ofereciam era o suficiente para saber que este Viktor não era o seu. Este tinha o cabelo igualmente cinza, porém mais claro, mais comprido também. Desarrumado, caindo sobre os olhos azuis mais redondos que lhe davam um aspecto mais infantil e inocente.

Ele se parecia exatamente como nos pôsteres, talvez até mais angelical, quase como aqueles elfos daqueles jogos que o povo do país de Yuuri tanto adora. Sua pele era branca, como a mais fina porcelana, e, mesmo assim, as bochechas gordinhas e os lábios finos eram perfeitamente coloridos por um tom de rosa natural.

Tudo na mais harmônica combinação com o cabelo e os olhos claros, basicamente, nele só faltavam as orelhas pontudas para ser confundido com um personagem de RPG².

E, infelizmente para Yuuri, aquela coisinha era adorável e estava atualmente a centímetros de seu rosto, com apenas o tronco erguido pelos braços finos e o resto do corpo inteiro colado ao seu, inclusive as pernas que se entrelaçavam nas suas.  Então tudo era como conhecer Viktor de novo, mas desta vez seu ídolo não estava desnudo em uma banheira, mas sim acabando de acordar de um doce cochilo em seu peito.

—Bom dia, Yuuri! —Ele exclamou animado, quase como se tivesse varrido todo o sono do rosto naquele meio segundo. A voz era a de Viktor, embora levemente mais fina e com um toque feminino que não estava lá antes.

—O que...? — Yuuri murmurou abafado em resposta, enquanto balbuciava qualquer coisa sem sentido em sua mente. E as bochechas coraram quando o outro se aproximou mais para repreendê-lo.

—Vamos lá, Yuuri, não é educado não responder o bom dia das pessoas. — Aquele Viktor inflou as bochechas, fingindo estar com raiva, mas apenas o brilho em seus olhos azuis era o suficiente para dizer que ele parecia estar se divertindo com tudo isso. — Vamos, repita comigo: B-o-m d-i-a! — Ele falava em russo, bem devagar como se achasse que o outro não estava compreendendo sua língua.

Yuuri, por sua vez, apertou os olhos bem fechados como uma tentativa falha de manter a calma. E, infelizmente para ele, usar a técnica “tente imaginá-lo apenas de roupas intimas, isso o deixa menos assustador” não era uma boa ideia quando se tratava de Viktor e sua mania de invadir seu espaço pessoal... Bom, para nenhum dos Viktors, diga-se de passagem.

—B-bom dia. — A voz de Yuuri rasgou no caminho, trazendo consigo um sotaque que não costumava ter. Depois de um ano morando naquele país, era óbvio que Yuuri sabia como se virar, era apenas o nervosismo o atacando por todos os lados, mas aquele Viktor parecia achar graça nisso.

—Wow! — Viktor riu gostosamente às custas do outro. — Seu russo é péssimo!

E Yuuri apenas podia sentir vergonha do vexame.

[...]

—Certo, hora de juntarmos o que sabemos. — Yuri Plisetsky assumiu a frente com tom autoritário que se estendia até sua linguagem corporal, ao passo que ele colocou uma das pernas sobre a mesa com força.

—Yurio, tome cuidado com a minha mesa. — Repreendeu o Viktor de cabelos curtos.

—Calado, velhote, isso é culpa sua! — E Yuri rebateu com um sinal obsceno lançado na direção do outro. — Yakov, você trouxe aquela coisa para cá, você começa.

—Ei! — Ouviram a versão mais nova de Viktor resmungar baixinho, sendo aparado por Yuuri que o impediu de continuar com qualquer reclamação.

Yuri se sentou novamente sobre o tapete para completar novamente a roda que formaram no meio da sala.

A cena lembrava levemente a uma sala do jardim de infância brincando de algum jogo bobo e, se esse fosse o caso, Yakov seria a professora que faz com que todos fiquem no chão enquanto ela mesma está perfeitamente confortável numa cadeira. Com a pequena diferença de que ele estava desfrutando de um sofá, invés disso.

—Certo, foi um pouco antes de eu vir para cá, eu estava fechando a pista quando ele apareceu. — Yakov disse pensativo, como se analisasse a própria fala, mas logo a retomou juntando o máximo de detalhes que sua mente anciã conseguia recordar.

Falou do tempo frio que fazia naquela tarde quando o único que insistira por treinos extras mesmo com o dia de folga fora Georgi. Contou que ao término do treino esse se fora tão rápido quanto viera e, logo, Yakov estava sozinho de novo quando decidira fechar a pista pelo resto do dia e voltar para a casa da ex-esposa com quem agora morava a contragosto.

Ele tinha o dedos grossos lutando contra o enroscas das correntes do cadeado, praguejando contra o objeto inanimado com todas as palavras que Lilia o proibira de proferir na frente de Yuri, quando uma voz fina viera de trás de suas costas o pegando de surpresa.

“Com licença, eu preciso entrar, meu treinador está me esperando. ”, Yakov olhou rapidamente sobre os próprios ombros, não reconhecendo a figura feminina inerte que repousava atrás de si com uma expressão num tanto confusa, como se estranhasse sua presença ali. Uma arruaceira?

“Vá para casa garota!”, Yakov resmungou com tom autoritário, então voltou a dar as costas a ela, como um convite para que se retirasse já que aquela conversa estava acabada. “Não há ninguém lá dentro, estamos fechados.”, ele completou apontando para as correntes que finalmente fora capaz de fechar entorno da porta.

"Ehh?", Ela exclamou em descrença ao levar as duas mãos ao próprio rosto como forma de ilustrar sua preocupação. "Eu sempre treino essa hora, Yakov vai me matar se eu não aparecer no treino de novo."

O velho russo agora estava intrigado com a menção do próprio nome, ele rapidamente virava o corpo em direção a ela, preparando-se para repreendê-la dizendo que ele era único Yakov ali e não fazia a menor ideia de quem ela poderia ser, mas a descrença fora o suficiente para calá-lo quando seus olhos se encontraram com os dela.

Não era uma garota.

"Vitya?", O rosto de Yakov contorceu-se com a loucura que estava falando, esperando que aquele garoto o corrigisse, mas ele, por sua vez, apenas desatou a rir da situação. Não qualquer riso, um gargalhar que poderia muito bem leva-lo a ficar ar.

"Yakov?!" Ele tinha que segurar o estômago que doía com ritmo de sua risada. "Desde quando você é careca?! Hahahahaha, céus, você engordou também.”

“Isso não tem graça, Vitya”, Yakov o repreendeu, tentando não se sentir particularmente ofendido pela língua solta do próprio aluno que agora segurava o riso.

“Haha, me desculpe!”, ele começou limpando as lágrimas dos cantos dos olhos. “Mas você precisa se cuidar mais, parece que envelheceu uns 10 anos de ontem para hoje”, então, no cúmulo de atrevimento, Viktor se aproximou cutucando o treinador em tom brincalhão quando murmurou um: “Tome cuidado, assim a Lilia vai acabar te dando um pé na bunda” e riu.

A terceira alfinetada do minuto fora o suficiente para que Yakov perdesse a paciência com Viktor, que não parecia ter a menor ideia do que havia dito de errado naquele tempo todo. Então antes que a situação irritante se prolongasse, Yakov tinha um celular em mãos discando um número que decorara depois de tantas ligações de repreensão por faltas no treino.

“Yakov!”, ouviu a voz alegre de Viktor cantarolar seu nome pelo celular, “Oh, eu esqueci do treino de novo?”.

Os olhos do velho russo estavam cravados no rostinho angelical a sua frente quando a voz de Viktor saía alegremente pelo telefone, gerando um misto de descrença em, confusão e raiva generalizada em Yakov que sequer ele entedia.

“Não, nada disso. Não tem treino hoje.” Ele corrigiu irritadiço com a conversa sem finalidade quando havia outras coisas mais importantes para serem tratadas, mas como chegar até elas? Então fez uma pausa em sua fala, não sabendo ao certo como escolher suas palavras, “Onde você está?” Yakov disse com exigência na voz.

“Bom... Eu e o dois Yuris acordamos cedo hoje, então achamos que seria uma boa ideia dar uma passada na Nevsky Prospekt³ para adaptar o guarda-roupa do Yuuri para o inverno, mas ele acabou lembrando daquela gravata horrorosa dele e eu tive que contar que eu a dei pro Makkachin comer, porque eu odeio aquela coisa feia” Viktor começou com ânimo, mas sua voz adquiria certo tom de indignação ao longo de seu monólogo desnecessário, “Então ele ficou um pouco bravo e o Yurio começou a dizer que se fossemos ter uma DR no meio da loja, ele ia embora, então eu tive que comprar outra gravata feia para ele...”

“Viktor...” Yakov tentou interromper, mas o outro continuou divagando sobre a gravata.

“Eu falei para ele que a vermelha era mais bonita, mas ele não quis me ouvir, ele queria a gravata azul feia.” Viktor bufou, “Acho que vou ter que dar um jeito de me livrar dela de novo sem que ele perceba”.

“Viktor” Yakov disse mais uma vez.

“Mas eu já sei o que eu vou fazer, eu vou esperar ele...” e o patinador foi interrompido de novo pela pronúncia do próprio nome por parte do outro.

“Onde. você. está?”, o velho reforçou a pergunta com um tom autoritário.

“Ah... Isso”, ele repetiu num tanto hesitante, “Bem, o Yurio ficou um pouco mal-humorado depois de tudo, então nós decidimos adiantar o lanche, eu queria leva-los num restaurante legal, mas eles estavam irritados comigo e insistiram para que fossemos no...”, Viktor fez uma pausa pensando se deveria dizer, então, ignorando o fato de estar tornando extremamente óbvio o fato de estar escondendo algo, disse: “em outro lugar”.

“Viktor!” Yakov o repreendeu chamando-o pelo nome pela quarta vez naquele curto período de tempo. “Vocês estão no Mc Donnald’s, não estão?”, disse rangendo os dentes para a própria fala.

“Eu sei que você disse para mantermos a dieta mesmo durante os dias de férias, desculpa, eu prometo que não deixo o Yurio tomar muita Coca-Cola e vou fazer o Yuuri queimar todos os hambúrgueres que ele comer, mas eles estavam muito bravos, eu não pude fazer nada!”, Viktor explicava-se como se fosse um adolescente com medo do pai.

“Eu não ia...”

“Amanhã resolvemos isso, mas agora eu tenho que ir, o Yuuri está me chamando”

“Viktor...!”, Yakov queria jogar o celular no chão quando o som de chamada encerrada se fez presente, então ele lançou o olhar furioso em direção à figura mais jovem de Viktor Nikiforov que o encarava com curiosidade depois de ouvir o próprio nome sendo proferido durante a ligação.

A próxima coisa que aquela versão mais nova sabia era que estava sendo arrastado pelo braço por um Yakov furioso, este cuspindo todo tipo de insultos amargurados durante todo o caminho até um local desconhecido.

 

—Então eu o trouxe para o apartamento e expliquei tudo enquanto esperávamos vocês chegarem. — Yakov concluiu sua história, sem esboçar qualquer emoção.

Yuuri então voltou sua cabeça para baixo, pondo os dedos flexionados contra a testa em sinal desapontamento.

—Viktor, — Ele disse sombriamente ao passo que se virava em direção ao noivo. — Por que não avisou que o Yakov havia ligado?

—E ainda nos entregou? — Yuri Plisetsky rosnou. — Cuzão.

—Tch. — Agora fora a vez de Yakov grunhir em desaprovação ao lançar sua ameaça. — Falaremos sobre isso mais tarde. Vocês três.

Suspirar foi uma ação comum entre o trio, que sentiam o peso do olhar frio do treinador sobre eles, sabendo que pagariam com muitos quádruplos.

—M-mas — Yuuri começou, levemente envergonhado pela dura que não estava acostumado a levar. — ainda não chegamos a nenhuma conclusão do que aconteceu. É estranho dizer isso, mas acho não há dúvidas que ele é o Viktor.

—Isso não é possível. — O platinado mais velho começou manhoso. — Eu sou o Viktor, Yuuri.

—Não. — O outro bufou com as bochechas rosadas. — Eu sou o Viktor, mesmo que eu não saiba exatamente o que está acontecendo, eu sou o único Viktor Nikiforov e vocês estão atrapalhando o horário do meu treino. — Ele disse com determinação.

Então fora a vez de Yuri Plisetsky tomar a frente pela segunda vez naquele dia, antes que aquilo virasse uma discussão desnecessária sobre quem era mais Viktor do que quem.

—Corta essa. — Ele disse, enquanto seus olhos fulminavam a figura mais jovem de Viktor. — É muito fácil que algum fã lunático queira se passar por esse idiota, não podemos cair num truque tão velho como esse! Eles sequer têm a mesma idade! Eles podem ser parecidos e falar do mesmo jeito, mas tudo isso pode ser fingimento.

Todos se voltaram para a versão mais nova que parecia cada vez mais indignada com a história toda, menos Yuuri que tinha o olhar caído ao chão, como se ponderasse suas palavras antes de proferi-las.

—Eles respiram igual também... — O japonês murmurou incerto. — Isso ele não pode fingir.

—O quê? — Agora estavam todos confusos, com a afirmação e isso se devia aos mais diversos motivos.

—Olha, eu conheço o Viktor, ok? — A coragem começava a encher os pulmões de Yuuri ao passo que as palavras deixavam sua boca. — E algo me diz que os dois são ele... Eu só... Eu só não sei como isso pode ser possível.

O silêncio rondou a sala tal como andava fazendo com certa frequência desde que toda aquela situação se estendera por suas vidas nas últimas horas.

—Aaah Yuuri! — Um par de braços se envolveram entorno do pescoço do japonês e, antes que qualquer outra pessoa da sala pudesse se pronunciar, o jovem Viktor estava agarrado a Yuuri, esfregando seus rostos em um abraço excessivamente carinhoso. — Eu sabia que você ia acreditar em mim!

Yuuri não podia impedir o próprio sentimento de estar conhecendo Viktor novamente. Confuso e contrariado era como se sentia, quase como da primeira vez, então a reação mais óbvia fora a que viera na sequência: ele não pode evitar corar com a proximidade.

Então, segundos depois, a segunda reação veio na forma de dor de cabeça quando, em meio do abraço apertado, Yuuri pode vislumbrar o rosto de seu noivo curvado em um sorriso cravado, que, apesar de aparentemente calmo e feliz, reluzia uma aura sombria.

E isso era o suficiente para Yuuri soubesse que fora capaz de deixar Viktor puto... Por estar abraçando ele mesmo... Ou outro Viktor... Ou um Viktor menor... Ou seja lá o que ele estava abraçando...

—Viktor. — Ele disse com cautela, assim confirmando que os dois respondiam ao chamado, então um suspiro fora tudo que deixara seus lábios antes de tudo. — Certo, isso vai ser um problema.

—O que você quer dizer, Yuuri? — O Viktor mais velho fora o primeiro a dizer, aproximando-se da mão de seu noivo, como se quisesse marcar território contra o outro.

—Precisamos de um jeito de diferenciar vocês na hora de falar. — Yuuri concluiu. — Isso vai ser muito confuso se os dois forem Viktors.

Yuri Plisetsky sorriu. Um curvar de lábios torcidos em maldade se estendera por sua face, como se arquitetasse um plano de vingança perfeito.

—Realmente vai ser muito confuso, não é? — Ele disse em tom perigoso, quase cínico ao analisar a situação. — Talvez devêssemos dar um apelido a um deles, não? — Então seu dedo voou na direção da versão mais velha, apontando-o. — VOCÊ VAI SER VIKTORIO!

—Esse apelido é péssimo! — O mais novo estourou em risos. — Ainda bem que não foi para mim!

—Eh? Por que eu ganho o apelido? Eu cheguei primeiro! — O Viktor mais velho protestou infantilmente.

—Pois é, né? — Yuri retrucou, inferindo seu próprio aborrecimento.

—Que tal o chamarmos de Vitya? — Yuuri apontava para o mais novo, tendo um sorriso gentil no próprio rosto enquanto exercia seu papel de pilar de paz daquela casa. — O Viktor é um adulto, não pegaria bem se começássemos a chama-lo por um apelido assim agora.

—Diz isso porque não foi você que ficou com o apelido. — Yuri murmurou cuspido com clara amargura em sua fala.

—Mas Yuuri — Viktor começou manhoso, quase ofendido com a proposta. — Vitya é como você me chama quando nós...

Yuuri rapidamente tapou a boca do outro com suas duas mãos.

—V-VIKTOR! — Ele exclamou com as bochechas carmesim queimando em vergonha.

Vitya então os encarou com curiosidade, quando um sorriso se instalou em seu rosto em compreensão com o que eles queriam dizer. 

—Certo! — Ele exclamou animado. — Me chamem de Vitya.


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Notas finais do capítulo

¹ Princípio da Impenetrabilidade - 'Na física, impenetrabilidade é o nome dado à qualidade da matéria pela qual dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo" (definição by: Wikipédia)
² RPG - Role-playing game, é um jogo de interpretação de papeis, pode ser de mesa ou virtual, desde você seja um personagem que está em evolução durante a história. Muitas vezes, esses jogos contam com personagens mistícos como magos, elfos e etc.
³ Nevsky Prospekt - É a avenida principal de St Petersburgo. Eu não nunca fui para a Rússia (AINDA, me aguende, Rússia, um dia eu apareço ai, um dia!), a informação foi tirada de um site na internet que disse que era um bom lugar para compras, espero que estejam certos XD
⁴ DR - "Discussão de Relacionamento", é basicamente aquele "Amor, precisamos conversar" que todo mundo teme.

Gente, é isso, espero que tenham gostado. Teremos algumas cenas mais ~interessantes~ nos próximos capítulos, espero que continuem a acompanhar e, por favor, deixem comentários.
Beijos de chocolate ♥



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