The Mermaid Tale escrita por Luhni


Capítulo 29
Uma ilha inóspita?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Voltei!
Desculpa o sumiço, já expliquei o que houve em outras redes sociais, mas para quem não segue a minha página "Luhni fanfiction" no facebook, ou não soube de nada, passei por uma barra esse ano. Perdi meu pai recentemente (não por covid) e com isso e a pandemia eu não tinha vontade de fazer nada, não conseguia abrir o word pra escrever nada e só aos poucos estou voltando à ativa.
A ideia era postar primeiro Reparação, mas como os capítulos lá são maiores, decidi começar com TMT logo que já estava pronto e só faltava revisar.
Então aqui estou.
Espero que gostem e muito obrigada a todos que foram falar comigo e me desejar melhoras... aos poucos espero que tudo se ajeite.

Boa leitura e nos vemos nas notas finais.



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No outro dia, Sakura estava impressionada com os irmãos Sabaaku. Eles agiam como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Como se não tivessem esvaziado barris de rum em sua pequena aposta. “Monstros!” pensou Sakura aterrorizada com aqueles humanos. Estavam na mesa, terminando de comer, quando alguém jogou um saco de moedas na sua frente, assustando-a.

— Aqui está a sua parte da aposta, garota – disse o pirata que fazia as apostas na noite anterior e foi embora emburrado por perder tanto dinheiro. Todos se viraram para a Grumete à espera de respostas.

— Bom, eu apostei na Temari na noite passada – e deu de ombros. Gaara arfou ao se sentir traído e Temari abriu um imenso sorriso pela confiança depositada.

— Como você pôde? E por que recebeu tudo isso? – Gaara bradou, raivoso.

— Muita gente estava apostando em você, Gaara, mas... algo me disse que você não ganharia – e olhou de esguelha para Shikamaru, o que não passou despercebido por Temari – Então, o meu lucro foi maior – e sorriu de forma inocente, enquanto Neji segurava com força o ombro do ruivo para que ele não matasse a Grumete ali mesmo.

— A culpa é sua por estar fraco para bebida, Gaara – debochou Temari, fazendo o irmão bufar – E pare com essa ladainha. Seja um bom perdedor – mandou, sem deixar de sorrir vitoriosa por nenhum momento.

— Humf! – virou o rosto para o lado, demonstrando como estava insatisfeito com tudo aquilo e todos riram do comportamento infantil do pirata.

— Agora que já acertamos tudo, acho que podemos falar do que realmente importa, não? – Shikamaru achou melhor desviar o assunto antes que notassem os seus bolsos cheios de moedas de ouro também ou inventassem mais alguma aposta.

—*-

                Sakura olhava aquele lugar sentindo um mau pressentimento. Desde quando ouvira a ideia de Temari, algo lhe dizia que aquilo não daria certo. Mas o que ela poderia dizer? Tinha que apostar suas fichas na loira e de que ela estaria certa.

— Oe, Sakura! – Neji a chamou – Vamos logo, saia do navio e ajude aqui! – mandou ao ver a Grumete sem se mexer e encarando a ilha com os olhos arregalados.

                Eles haviam navegado até uma ilha próxima de onde estavam. Temari havia comentado que perto do país das Águas Quentes havia essa ilha, praticamente abandonada. Lá era um lugar inóspito, mas que já haviam contado histórias sobre o lugar. Coisas estranhas aconteciam ali. O som de tambores sempre era ouvido ao anoitecer e tudo se iluminava como mágica. Diziam que as mais fantásticas criaturas surgiam à noite, por isso Temari afirmou que, se havia um lugar onde poderiam achar uma flor mágica, seria ali. Mesmo não crendo muito na palavra da pirata, ninguém ousou discordar, afinal eles já haviam enfrentado coisas demais para dizerem que algo não seria possível ou não era real.

                Depois disso todos foram para o Kurama e Temari se juntou à tripulação. O único problema foi o que causou a vinda dela à bordo. Suspirou ao lembrar.

— Até que o barco de vocês é bonitinho?

— Barco? Bonitinho? – Naruto estava indignado com a audácia da mulher. O navio dele era espetacular! Demorara muito tempo para conseguir adquiri-lo, não ia admitir que o insultassem dessa forma – O Kurama é o melhor navio dos sete mares!

— Devem ser mares bem pequenos esses que você navega – debochou Temari mais uma vez. E Sasuke teve que interromper para evitar um problema maior por causa do orgulho do Capitão. – Agora, deixem comigo, levarei os cavalheiros até o destino – e andou em direção ao timão.

— Como é? – todos os homens bradaram ao mesmo tempo.

— Acho que quis dizer que irá dizer por onde iremos, não é, Temari? – Shikamaru tentou explicar e acalmar a tempestade que sobrevinha por ali.

— Não, eu quis dizer que eu mesma irei navegar o barc... quero dizer, o Kurama – e sorriu ladina, divertindo-se ao ver a cara de tacho daqueles piratas.

— Mas nem por cima do meu cadáver que você irá comandar o MEU navio! – o Uzumaki vociferou e fez menção de se aproximar de Temari, mas foi parado por alguns piratas que estavam sob o comando da loira.

— O que dizia, Capitão? – e sorriu ao ver diversas espadas apontadas para Naruto e os outros.

— Ele quis dizer para que você se sinta à vontade para mostrar o caminho – Sasuke tentou apaziguar e Sakura, que apenas observava a cena, foi capaz de ouvir o Capitão falar algo que, pela expressão dele, não devia ser um elogio para Temari.

— Ótimo! É assim que eu gosto! – e em seguida se virou para Shikamaru que segurava o Timão como se estivesse com medo de dá-lo para a loira a sua frente – Timoneiro? – e arqueou a sobrancelha como se o desafiasse a dizer algo.

— Problemática... – resmungou antes de se afastar do seu precioso timão.

                A pequena viagem foi regada de insultos por parte dos piratas do Kurama que reclamavam a todo momento por terem uma mulher comandando o navio, mas aquilo era a única coisa que fizeram durante todo o tempo: reclamar. Afinal, Temari era a única que sabia o caminho que deviam seguir e ela havia trazido piratas o suficiente para resguardá-la de qualquer eventual problema.

— Certo, e agora? – Neji indagou ao se reunir com os outros. Somente ela, Neji, Gaara, Naruto, Sasuke, Kiba, Shino, Shikamaru e Temari haviam saído do navio. Os outros ficaram no Kurama para qualquer emergência.

— Agora, iniciamos a busca – Temari disse como se fosse óbvio.

— É isso? Você não tem um plano? Não sabe nem por onde começar? – Gaara reclamou com a irmã.

— Acho que você não entendeu quando disse que essa é uma ilha inóspita, onde coisas estranhas acontecem, nós só temos histórias – explicou calmamente, como se falasse com uma criança. E Gaara sentiu sua sobrancelha tremer, como em um tique raivoso. Ela era a única que devia ser capaz de testar sua paciência daquela forma.

— Por que não nos separamos? – Kiba sugeriu e Akamaru, que estava ao seu lado, latiu, concordando.

— Acho que essa não é uma má ideia – Naruto concordou com o Inuzuka e Sakura gelou com aquelas palavras.

— Seremos capazes de percorrer uma área maior assim – Sasuke concordou e Sakura arregalou os olhos ao ver que o Imediato concordara com a ideia.

— Eu acho que não é uma boa ideia – tentou se manifestar, mas logo todos estavam bradando, concordando com a ideia de se separar – Oe! – chamou a atenção dos outros – Isso não é uma boa ideia! – disse novamente.

— Ora, Sakura... – Gaara disse balançando a mão, como se fizesse pouco caso da opinião da Grumete.

— Estou falando sério! – retrucou, parecendo irritada – Não sabemos o que vamos encontrar e...

— Você sempre tem medo de fazer isso, não é? – Naruto disse ao recordar a forma como a Grumete ficara em outra ocasião – Você também não queria se separar quando estivemos naquela caverna.

— E eu estava certa, visto o que encontramos lá – retrucou, recordando-se dos Sussurrantes.

— Não significa que a mesma coisa acontecerá aqui – Shikamaru disse para acalmá-la, mas de nada adiantou.

— Temari, você concorda comigo, não é? – Sakura pediu ajuda para a única outra mulher ali, afinal a pirata não se manifestara depois dessa ideia.

— Eu acho que eles têm razão, Sakura. A ilha é muito grande, perderíamos muito tempo se fôssemos todos juntos, além do mais... dizem que a ilha só “acorda” à noite, então não temos com o que nos preocupar – e sorriu de forma apologética ao ver a cara de espanto e decepção da garota.

— Então está decidido, nos separaremos – Sasuke determinou, finalizando a discussão – Vamos nos dividir em quatro – e começou a apontar para os piratas – Shikamaru e Temari, vão por ali – e apontou para uma das entradas da ilha – Kiba, Akamaru e Shino, pelo outro lado – e indicou o local – Gaara e Neji, por lá – e finalizou dizendo – Eu, Sakura e Naruto vamos seguir por aqui.

— Por que você decide as duplas? – Temari chiou.

— Porque eu sou o Imediato, conheço melhor do que qualquer um aqui quem vai trabalhar melhor junto de quem – explicou sem titubear para a Sabaaku que sorriu ao retrucar.

— Então você acha que irá trabalhar melhor ao lado de Sakura? – alfinetou e todos ficaram em silêncio, como se esperassem uma resposta do Contramestre que parecia meio tenso. Sakura sentiu, estranhamente, o seu rosto esquentar, mas estava atenta à resposta.

— Sim, vai ser mais fácil evitar que ela nos coloque em confusão, se eu estiver por perto – explicou antes de virar-se, dando o caso por encerrado e evitando que alguém percebesse o rubor que subia por seu rosto.   

                Sakura fez um bico ao ouvir aquela resposta, mas não ousou discordar. Ela também queria que ele estivesse perto.

—*-

— Então, o que achou do Imediato? – Neji indagou a Gaara enquanto andavam pela beira da floresta, sempre de olho para não saírem muito da trilha que seguiam. Afinal, não sabiam onde estavam e nem sabiam onde procurar aquela flor mística, mas tinham certeza de que não podiam ficar perdidos por ali.

— Pensei que já tivéssemos compreendido a situação – Gaara respondeu antes de usar a espada para abrir caminho pela vegetação.

— Sim, mas acho que agora ele está tentando se aproximar – retrucou e o ruivo olhou por cima do ombro para o amigo.

— Prometemos não nos meter mais, não é mesmo? – Gaara o lembrou e Neji arqueou uma sobrancelha. Ele realmente falava sério? Geralmente, o Sabaaku não conseguia ficar longe de problemas – Tudo bem, apenas não quero ver a Grumete triste conosco de novo – desabafou e Neji arregalou ainda mais os olhos.

— Você? Preocupado com a Grumete? – indagou abismado e Gaara voltou a cortar o matagal a sua frente para evitar responder a pergunta do Hyuuga – Quem diria que ela conseguiria tal feito? Não fisgou só um coração, mas dois! – debochou e Gaara virou-se com a espada em punho.

— Claro que não! Não dessa forma, pelo menos! – bufou inconformado e depois abriu um sorriso malicioso – Você também anda muito receptivo com ela, bastou ela piscar os belos olhos e pedir para não contar sobre a história da sereia que você aceitou como um cachorrinho abanando o rabo para o dono – fez questão de recordar o amigo.

— Aquilo foi diferente! – Neji retrucou.

— Diferente por quê?

— Porque... – mas franziu o cenho sem saber ao certo como responder – Eu não sei, quando a olhei, foi como se estivesse quase em transe... – e refletiu pela primeira sobre aquilo.

Realmente havia sido uma experiência estranha, ele não parecia com ele mesmo, parecia que sua mente se perdera olhando nos olhos de Sakura e aquilo nunca havia acontecido, a sensação fora bem estranha. Nunca fora do feitio dele aceitar tudo sem nem ao menos questionar, mas bastou olhar para Sakura que tudo havia sumido e ele concordara com tudo sem pestanejar.

— Ah, não me diga que está apaixonado por ela também? – Gaara o trouxe para a realidade – Porque nós já a empurramos para o Contramestre, se você inventar que gosta dela, teremos muita dor de cabeça para fazê-la gostar de você e desistir do Uchiha.

— O quê? Não! Não gosto dela! – e Gaara sorriu debochado, não acreditando muito nas suas palavras. – Não assim, meu coração é de Tenten! – reclamou Neji mais uma vez.

— Ah, mas você gosta de Sakura de alguma maneira, então – e Neji percebeu que a conversa se desviara totalmente do ponto de início quando ele debochava de Gaara e voltou-se para si. Sorriu, o seu amigo realmente conseguia manipular os outros muito bem.

— Esqueça, vamos continuar ou não sairemos daqui nunca – e tirou a própria espada para abrir caminho.

                Não demorou muito e perceberam a entrada de uma caverna, entreolharam-se para decidir se entrariam ou não, mas não havia muitas escolhas a serem feitas e nem eles quiseram pensar demais, apenas se deixaram levar e entraram para investigar se havia algo por ali que valesse a pena.

—*-

— Acha que foi uma boa ideia nos dividirmos? – Temari questionou para Shikamaru. Eles andavam por uma trilha que haviam achado, o que facilitava o caminho.

— Não precisa ficar preocupada com o seu irmão, ele sabe se cuidar – o Timoneiro respondeu, lendo nas entrelinhas o que preocupava a Sabaaku.

— Eu não estou preocupada com ele! – rebateu rapidamente e cruzou os braços. – Não ache que sabe tudo sobre mim só por causa de ontem – reclamou e Shikamaru parou para encará-la, deixando-a envergonhada.

— Dizem que as pessoas se mostram de verdade quando estão bêbadas – foi a sua resposta, deixando a pirata ainda mais sem graça. Mas o Nara resolveu não forçar muito ou poderia perder a cabeça se a irritasse demais.

                Temari blasfemou baixinho, odiando-se ao relembrar mais uma vez aquela noite.

                Temari já havia perdido a conta de quantas taças de rum havia tomado e seu irmão continuava a beber também sem se importar com a quantidade. E, apesar de começar a se sentir embriagada, a ver as coisas rodarem e sua fala pesar, ela decidiu que não perderia para Gaara. Queria mostrar para ele que, além de líder, também havia aprendido a beber. Não que ela não soubesse antes, mas eram raras as vezes que ganhara do irmão no passado, mas agora os tempos eram outros e ela havia se tornado uma temível pirata, capaz de derrotar seu irmãozinho naquele jogo infantil.

                E assim o fez.

                Quando viu Gaara deixar a caneca de rum cair no chão soube que havia vencido. Riu alto com a vitória e virou a sua caneca para mostrar sua superioridade e brindar a derrota de Gaara. Em seguida viu o companheiro de Gaara, Neji, aparecer para segurar o irmão que balbuciava algo de forma desconexa e ela riu ainda mais, sem entender exatamente o motivo. Só estava feliz.

— Acho que já chega para você também – ouviu uma voz falar perto de si e teve que forçar a vista para conseguir focar em quem falava. Era o pirata que viera junto do irmão, o que tinha cabelo espetado, amarrado no alto da cabeça e um olhar cansado.

— Ora e o que você sabe? – falou de forma arrastada e viu o olhar sério dele, como se a reprovasse e em desafio bebeu mais uma caneca para deixar um aviso bem claro: ninguém mandava nela.

— Problemática... – murmurou o pirata, mas Temari foi capaz de ouvir e levantou-se rapidamente na tentativa de brigar com ele, mas desequilibrou-se e caiu nos braços do pirata.

— Acho que você realmente não está bem – ele disse perto de si e Temari sentiu-se acolhida naqueles braços fortes por algum motivo.

— Qual o seu nome mesmo? Shika... – e forçou-se a recordar o nome do rapaz que suspirou e a ajeitou melhor, tentando fazê-la ficar de pé sozinha, o que não conseguiu. Ela parecia ter amolecido em seus braços.

— Nara Shikamaru, sou o Timoneiro do Kurama – apresentou-se e viu um lampejo de reconhecimento no rosto da loira.

— Ah... do navio que eu pretendo tomar do meu irmão – e riu como se fosse uma grande piada, enquanto Shikamaru tentava avaliar se as palavras dela eram verdade ou apenas a brincadeira de uma bêbada.

— Primeiro é melhor descansar um pouco – tentou novamente – Neji! – chamou o outro indicando que ele devia ajudar Gaara também. Nenhum dos irmãos estava em condições de continuar ali – Vamos, Temari – e passou um dos braços dela pelo seu ombro a fim de que pudesse apoiá-la.

Ela ainda resmungou um pouco, dizendo que poderia andar sozinha, mas em nenhum momento realmente o afastou. Andaram meio cambaleantes rumo as escadas. Volta e meia Temari e Gaara riam de alguma bobagem, fazendo Shikamaru e Neji revirarem os olhos com os bêbados. E qual foi a surpresa do Nara quando viu a presença do Contramestre e da Grumete no andar de cima. Eles estavam muito próximos e parecia que algo estava prestes a acontecer ali... se Temari não tivesse os interrompido.

A surpresa e vergonha passou rapidamente pelo rosto do Contramestre, o que foi uma surpresa para Shikamaru. Temari nem acreditava no que via, sorriu ainda mais e não pode deixar de murmurar para Sakura:

— Parece que já tem a sua resposta, não é? Agora só falta saber como vai domá-lo de uma vez, se quiser, posso ajudar, conheço uns bons truques – e piscou para a jovem que corou, fazendo Temari olhar de forma maliciosa para o casal.

                Sakura, é claro, mudou de assunto, e Shikamaru agradeceu internamente por ter dado certo. Não estava querendo ouvir os truques de Temari, apesar dela ter atiçado a sua curiosidade. Temari começou a se movimentar demais e Sakura resolveu ajudar o Nara a levar a pirata para o quarto, enquanto Sasuke ia em direção a Gaara e Neji para ajudá-los. E foi com a ajuda de Sakura e Shikamaru que eles levaram a Sabaaku, insistindo que se deitasse um pouco.

— Não! – balbuciou, irritada. Não gostava de receber ordens e aqueles dois estavam a irritando – Estou beeem! – e riu sem conseguir se controlar.

— É claro que está – ironizou Shikamaru e Sakura sorriu sem graça.

— Oe, não me confunda com você, preguiçoso! – retrucou, tentando ficar de pé, mas sentiu o quarto girar e voltou a sentar na cama, sendo amparada pelo Nara.

— Certo, talvez... só talvez... – e riu um pouco, jogando-se na cama – Eu não esteja totalmente sóbria...

— Só talvez... – novamente Shikamaru comentou e tratou de tirar as botas da pirata, sendo observado por Sakura. Ela não quis sair do lado da pirata até vê-la ressonando e ver que ficaria bem.

                Shikamaru também estava prestes a sair do quarto, indo atrás de Sakura, quando uma mão agarrou o seu colete e o puxou para perto.

— Finalmente a sós! – Temari sorriu de forma maliciosa e o Nara arregalou os olhos – Não achou que seria tão fácil me derrubar, né? – e riu.

— Não sei o que planeja, mas é melhor parar – avisou e como resposta ouviu outra risada da loira.

— Tente me impedir... – desafiou e antes que ele pudesse contestar, ela juntou os lábios com os dele. O beijo foi rápido e, por um momento, Shikamaru teve vontade de jogar tudo para o alto ao sentir o corpo dela sendo pressionado contra o seu, mas sabia que era errado e por isso se afastou.

— Temari... é melhor não continuarmos – disse sério e viu o olhar dela mudar. A malícia havia dado lugar à ofensa e depois à tristeza. E ele quase teve uma síncope ao ver que ela estava prestes a chorar. Pelos deuses, aquela mulher ficava ainda mais volúvel quando estava bêbada!

— Por que me nega? Acha que não sou o suficiente para você, preguiçoso? – e afastou-se dele, voltando a deitar na cama, virando para o lado oposto em que ele estava. Não permitiria que ele a visse daquela forma.

— Não sou homem de me aproveitar de mulheres bêbadas – Shikamaru respondeu, encarando as costas delgadas da pirata que não se mexeu. Ela era realmente uma mulher muito problemática, mas o instigava demais aquele jeito impetuoso dela, além disso ela também tinha um jeito tão... - ...meigo.

                Temari estranhou a palavra proferida pelo pirata e o encarou por cima do ombro, apenas para vê-lo se aproximar de si perigosamente.

— Você é incrível, Sabaaku no Temari – ele sussurrou para si e de alguma forma aquilo a acalentou, como se fosse exatamente isso que quisesse ouvir – Se ainda quiser algo, quiser continuar com isso amanhã... – ele disse praticamente encostando o rosto no seu, mexendo-o lentamente como em uma suave carícia – Eu estarei à sua disposição.

                E saiu do quarto, deixando uma Temari bêbada bastante atordoada.

                Sentiu as faces esquentarem ainda mais ao recordar como ficara com aquela leve carícia dele. Nenhum homem com quem já esteve havia a tratado com tanto respeito. Nunca ninguém havia a chamado de meiga ou a olhado daquela forma tão profunda. Mas aquilo não significava que ele estava certo. Ela não era meiga. Ela não demonstrou uma atenção especial a ele. Aquilo não significara nada. Ela estava bêbada, provavelmente teria se jogado nos braços de qualquer pirata... o pensamento a fez franzir o cenho imediatamente, não... isso era uma mentira, ela sabia. Não importava o quanto bebesse, ela nunca se deitaria com alguém por quem não se sentisse atraída, ela só não acreditava que havia ficado atraída por aquele pirata que sempre parecia estar cansado. Bufou e o viu continuar andando a sua frente, como se fosse inatingível, decidiu esquecer aquilo no momento e segui-lo de uma vez.  

—*-

                Naruto andava na frente, abrindo caminho, mas atento ao que acontecia atrás dele, principalmente aos outros dois companheiros que andavam lado a lado. Estava curioso com a situação dos dois, mas ao mesmo tempo estava nervoso porque a única coisa que acontecia era: nada. Ninguém falava nada, nem ao menos se encaravam direito, mas ele tinha certeza de que ambos estavam atentos ao que acontecia com o outro e isso ficou claro quando Sakura tropeçou em uma raiz e Sasuke prontamente a segurou para evitar que caísse. Aquela cena havia chamado a atenção de Naruto.

                A forma como se olhavam, era quase íntima demais e por causa disso ele decidira ficar a frente do suposto casal para não presenciar nada daquela forma novamente, mesmo que continuasse ansioso para ver qual seria o próximo passo. Estava realmente intrigado. Nunca vira o amigo se comportar dessa forma com ninguém e, mesmo que Sasuke não lhe dissesse nada, sabia que algo havia acontecido entre ele e a Grumete, todos no navio percebiam isso. Sasuke parecia rondar Sakura, sempre tentando falar com ela, apesar de que nas últimas vezes eles tivessem brigado, pelo o que se lembrava. Mas agora... agora eles pareciam ter feito as pazes, no entanto algo continuava estranho entre eles.

— Muita tensão sexual – murmurou para si certo de que se tratava daquilo, mas Sasuke foi capaz de ouvir e bateu na cabeça do Capitão que resmungou enquanto Sakura olhava confusa os dois iniciarem uma discussão. – Oe, Sasuke!

— Cale-se! – mandou e o Uzumaki começou a reclamar mais dizendo que ele era o capitão ali, mas Sasuke novamente mandou-o se calar – Ouça! Não estão ouvindo?

                E somente quando Naruto fechou a boca foi possível perceber o batuque de tambores mais ao longe. Sakura sentiu um arrepio percorrer a espinha. “Por Tritão” pensou alamarda.

— Parece que essa ilha não é tão inóspita assim – Naruto disse ao voltar a andar e Sasuke o seguiu, deixando Sakura sem entender o que eles pretendiam.

— O que estão fazendo? Os sons estão vindo daí! – reclamou atrás de Sasuke.

— Exatamente, temos que descobrir quem vive aqui – disse para a garota que revirou os olhos, claramente discordando da ideia – Quem sabe eles podem nos ajudar?

— Não acho que isso vá acontecer – resmungou de volta, mas continuava a seguir os piratas. Não era como se tivesse muitas alternativas.

                Andaram por dez minutos enquanto o som dos tambores aumentava gradativamente, indicando que se aproximavam. Sasuke a puxou para trás de si e mandou que se abaixasse, o movimento foi repetido por Naruto que observava por entre as folhagens. Ela podia estar com medo, mas também estava curiosa com quem seriam aqueles moradores da ilha, por isso também espiou e viu diversas pessoas, homens e mulheres em volta de uma fogueira.

Eles dançavam de forma diferente dos outros humanos que conhecera, também usavam menos roupas do que Hinata consideraria adequado. Os cabelos de todos eram longos e de uma tonalidade esbranquiçada, mesmo que não fossem velhos. Eles entoavam alguma coisa enquanto dançavam, atrás deles haviam os que tocavam o tambor e mais ao fundo algumas pessoas se prostavam ao chão como se estivessem louvando a algo. Um deles, o que parecia ser mais velho, se aproximou da fogueira onde os outros dançavam e todos imediatamente pararam. A música cessou, todos estranhamente concentrados no ancião que segurava uma vasilha de palha.

O velho começou a entoar algo, as palavras eram estranhas para Sakura, mas algumas delas... não sabia dizer o porquê, mas parecia que as reconhecia. De repente o batuque voltou junto das palavras do ancião e Sakura soube que alguma coisa estava errada. Seu coração parecia bater na mesma frequência dos tambores e ela não conseguia desviar o olhar, era quase como se eles estivessem a chamando. O que era aquilo? Mas somente quando o velho jogou algo na fogueira foi que sentiu o ar deixar os seus pulmões. Ela não sabia o que era aquilo que foi jogado no fogo, mas as partículas com o cheiro estranho a acertaram em cheio. Por um momento ela não via mais nada, parecia em transe e seu corpo não a obedecia. Levantou-se no automático e começou a andar, apesar de ouvir Sasuke e Naruto chamarem por si, parecia que suas vozes estavam muito distantes. Mas o tambor e as palavras do ancião reverberavam dentro de si. Deu alguns passos para frente inconscientemente.

Sasuke arregalou os olhos ao ver Sakura se levantar, tentou chamá-la, mas parecia não lhe ouvir. Naruto também chamou pela Grumete que continuava com o olhar fixo no estranho ritual feito a sua frente. Mas os desespero dos dois aumentou ao vê-la andar em direção àquelas estranhas pessoas. Chamou mais uma vez e ao ver que não seria respondido, decidiu parar a garota de qualquer jeito.

— Sakura, o que está fazendo? – Sasuke indagou, segurando o seu braço e impedindo que ela fosse até aquelas pessoas estranhas. Olhou para ela que parecia em transe e a chamou de novo, estalando os dedos na frente do rosto dela – Sakura! Está me ouvindo? – e, aos poucos, os olhos verdes pareciam voltar a vida. Deu um suspiro de alívio.

— O quê?... Eu...

— Pessoal, acho melhor nós sairmos daqui – Naruto disse, chamando a atenção dos dois, levantando-se rapidamente do esconderijo onde estava, um pouco mais atrás – Acho que temos companhia – e sorriu nervoso, apontando para os outros humanos que observavam com curiosidade os invasores.

                O ancião observou as três pessoas que invadiam o seu território, seus olhos pousando em Sakura e como se algo gritasse dentro de si, disse palavras que não foram compreendidas, mas logo outras pessoas também se levantaram, começando a cercar o trio.

— Merda! – murmurou Sasuke, segurando o braço de Sakura.

— Vocês acham que eles são amigos? – Sakura indagou baixinho. Mas ao ver que alguns deles começaram a pegar bastões e lanças sua esperança foi para o fundo do mar.

— Acho que não vamos ficar aqui para descobrir – disse Sasuke e olhou para Naruto que aquiesceu – Vamos! – e puxou Sakura para que começassem a correr.

                Ela ainda foi capaz de ouvir os brados de irritação do povo e logo se embrenharam na mata, ouvindo os silvos dos inimigos que pareciam estar atrás deles.

— Eu disse que isso era uma má ideia! – bradou Sakura enquanto corria junto dos piratas.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Como podem ver, agora eu não escrevo mais "flashback", apenas estarei deixando as cenas que são memórias em itálico (o que já era feito), não colocando mais a palavra de forma desnecessária.
Esse capítulo foi uma transição para o que está por vir e coloquei uma interação ShikaTema de leve aí, porque eu adoro essa personalidade da Temari de TMT. O que será que os rapazes vão encontrar nessa caverna? Alguma teoria?
E o que aconteceu para a Sakura agir de forma estranha? Uma coisa eu digo: ela realmente estava certa ao achar que havia sido uma má ideia ir atrás dos sons dos tambores kkkk

Bom, é isso...
Beijos e até a próxima!



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