Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 17
Capítulo 17 - Cullen.


Notas iniciais do capítulo

Ei voltei com mais um capítulo, mas, antes de lê-lo quero dizer umas coisas a vocês;
Li um comentário sobre a personalidade da Carlie que me chamou a atenção, nele dizia basicamente que a mesma é um tanto fútil e mimada, e já deixo claro que não me ofendi, na verdade até gostei do ponto de vista dela. Porque sim, a Carlie é mimada, egoísta, fútil, e às vezes um tanto arrogante, mas, ela também é a melhor irmã de todas, a defensora de animais que você respeita e a filha amorosa da Bella e do Jasper. Porque gente, ela é uma mistura do Edward e da Bella, e nesse contexto ela herdou características das suas duas famílias. Se eu colocasse aqui uma garotinha inocente, que acredita em contos de fadas e essas coisas, eu estaria colocando uma mini Bella, e a Carlie não é isso, ela ainda está se descobrindo, e tanto o Edward quanto o Alec a ajudarão nisso, o Edward por ela ver o quanto o egoísmo dele e a futilidade o custarão, e Alec porque ele vai ensiná-la a ser uma pessoa melhor, ao passo que ela também vai mudá-lo. Ah, e a leitora que disse isso também falou algo que eu adorei; Carlie é uma daquelas personagens que você ama e odeia ao mesmo tempo. Sim, isso é verdade.

Ah, e para quem ainda não sabia Alec e Carlie são o casal Reneslec tão falado nas fanfics, porque sim, o nome dela é Renesmee Carlie, e a razão dela não ser chamada pelo primeiro nome será destacada em algum capítulo mais para frente.

Ah, e estejam preparados para sofrimento em Chances, quem me conhece de Totalmente Por Acaso sabe que eu não poupo ninguém para passar a mensagem que quero.

Boa Leitura!



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Ponto de vista: Alec Cullen.

Minha família é um caos. Esse é resumo mais real que posso ditar sobre minha vida. Não nasci sendo um Cullen, mas, tive de me adaptar a eles ao longo do tempo, isso porque minha mãe decidiu se interessar por Edward e se casar com ele. Não reclamo da parte que diz respeito a ele, Edward Cullen é um bom pai, está disponível quando preciso de alguém para conversar e de vez em quando tem bons conselhos, e pelo que sei através dos outros meu pai biológico não era lá o melhor dos homens.

O caso é que o resto deles apresenta uma tendência quase odiosa em relação ao controle;  Carlisle quer ser o que sempre manda sim, mas, o poder dele é facilmente rebaixado o de Esmee, que apresenta uma necessidade obscura em mandar e manipular a vida daqueles que estão próximos a ela. Minha avó acha que o mundo gira de acordo com seus desejos. Tal característica dela sempre causou repulsa em mim, mas, sempre me limitei a me afastar e fingir não ver suas tentativas de me tornar um de seus súditos.

Não sou inocente, sei que minha mãe é tão dissimulada quanto eles, a mesma está sempre disposta a julgar a todos, e achar inferiores aqueles que não tem tanto dinheiro como ela. É assustador ver que a mesma passou toda sua ambição e excesso de egoísmo para Jane, que a cada dia soa mais mesquinha.

Eu não parecia com nenhum deles, e no fim tinha medo de me tornar um deles, por isso sempre preferi me isolar, manter-me calado em relações as suas ações reprováveis, e de vez em quando só para não ser incomodado na falsa paz que criei, fingia para as pessoas de fora que era feliz vivendo com tal família.

A paz não existia, não por eles brigarem demais, mas, sim por nunca brigarem. Digo, todos de alguma forma só pareciam agir de acordo com as aparências, quando algum problema surgia simplesmente deixavam que Esmee o eliminasse, e volta e meia jogavam a sujeira em baixo do tapete.

Quando cresci decidi que meu objetivo de vida era fugir daquilo, foi por isso que iniciei meu relacionamento com Bree, apesar dela ser filha de um ministro e ser extremamente rica, sua ideologia de vida era como a minha; Ela só queria ter uma vida normal, problemas normais, queria parar de se preocupar com vinganças sobre vaidade, ou escândalos fúteis, só queria ter um lar tranquilo para voltar no fim do dia.

Fazíamos faculdade de direito juntos, e por sermos parecidos nossa relação só se tornava saudável cada dia mais. Todos os Cullen a aprovavam — acredito que por seu status — não que eu me importasse com isso. Se Bree era minha salvação, nada importava.

Estávamos algum tempo nesse namoro, e volta e meia mostrávamos nossa inclinação em ir além, foi por isso que antes de vir para essas férias, as quais minha avó insistiu tanto em ter, decidi que a hora de dar um passo a mais chegou. Comprei uma bela aliança, e a trouxe junto comigo, para pedi-la em casamento antes que voltássemos a Forks.

Pensei em pedi-la naquela manhã ensolarada, na qual Alice Cullen a cuidadora dos cavalos da fazenda tentava ensinar minha namorada a montar em um cavalo. Bree parecia tão feliz com aquela experiência, e com aquele sorriso tive a confirmação que seria mais do que feliz ao passar toda minha vida ao lado dela. Mas, também sabia que por mais que não precisasse da aprovação de ninguém, queria a de uma pessoa, então me contive.

Procurei meu pai pelo estábulo, e estranhei quando não o encontrei, afinal pouco tempo antes, ele estava aqui junto com mamãe e meus avós. Suspirei, não me dando trabalho de questionar nenhum desses sobre a presença do mesmo e decidi que o procuraria.

Sibilei um “volto logo” para Bree, e a deixei com Jane, que debochava da ideia de Alice dela também tentar montar.

Sai do estábulo de forma calmo, esperando que ele tivesse voltado para casa principal, pois fora ela, eu não conhecia nenhum lugar em Forks. Estava distraído em minha caminha, por isso nem reparei que uma pessoa vinha em minha direção, o que acarretou uma colisão incômoda. Segurei o braço da mulher em que esbarrei, para que ela se equilibrasse e a vi respirar.

—Eu sinto muito. — pedi de forma sincera e morena de pele pálida que aparentava ter a idade da minha mãe me mostrou um meio sorriso quase gentil.

—Tudo bem. Eu também estava distraída. Tem sido um dia estranho. — comenta ajeitando seus cabelos curtos e se colocando em pé sem minha ajuda.

—Sou Alec Cullen. — vi que seria educado me apresentar, e a mulher me avaliou com certa surpresa.

—Você é filho de Edward Cullen? — indagou mostrando conhecer meu pai.

—Sim. — resumo e ela ri com certo escárnio.

— Espero que tenha puxado a sua mãe no quesito simpatia, a dos Cullen nunca é sincera. —esclarece, mostrando que realmente conhece meu pai e a família Cullen.

—Ela é pior que eles. — confidencio para a mulher que nem chegou a se apresentar, e essa fez uma careta.

—Sendo assim, torço para que você seja melhor que eles. — brinca se mostrando carismática. — Sou Bella, espero que goste de sua estadia em Forks. E dica; esteja preparado para ver esse lugar te mudar. Ele sempre muda. — fala um tanto enigmática. — E então sorri de novo. — Tenho que continuar aqui, foi bom te conhecer, Alec. — comunica, antes de apertar meu ombro e se afastar.

Dou um sorriso para ela quando se afasta e concluo que gostei dela.

Volto a minha procura e em questão de poucos minutos adentro a casa Cullen. Franzo as sobrancelhas quando escuto um barulho suspeito soar da biblioteca, vou até lá quase correndo e arregalo os olhos ao me deparar com a imagem do meu pai jogando garrafas de bebida contra as estantes de vidro. Uma de suas mãos sangra, o que evidencia que em algum momento um daqueles vidros entrou em contato com sua pele. Ele grita, ao mesmo tempo que soluça chorando.

Estou chocado demais para falar algo, me limito a ficar parado na porta, observando ele desmoronar. Nunca havia o visto tão vulnerável, e odiei aquela sua versão.

Tomou um longo gole da garrafa ainda intacta de whisky na sua mão direita, e em seguida a deu o mesmo destino que as outras.

Sem mais nada nas mãos, o mesmo começou a socar a mesa de mogno do escritório, enquanto murmurava coisas irracionais. Quando vi mais sangue saindo de suas mãos, finalmente acordei e me aproximei dele, segurando seus braços com firmeza o impedindo de continuar a tortura.

—Pai! Pai! — gritei tentando fazer com que ele parasse de se remexer de forma furiosa, querendo fugir do meu apoio. — O que aconteceu com você? — questionei no auge da preocupação.

Edward ofegou e seus olhos verdes se viraram para mim, estavam marejados e apresentavam certa dor.

—Eu sou uma porcaria de pessoa. Eu abri mão dela por covardia. Eu abri mão da minha única chance de felicidade, Alec. Ela era minha melhor chance, entende? E eu a machuquei, e a deixei ir...E agora, ela...Agora ela é feliz sem mim, e toda alegria e satisfação que poderiam ser minhas foram dadas a outro homem. — começou a discursar sem fazer o mínimo sentido, e com angústia, eu tentei ajudá-lo.

—Você não é uma porcaria de pessoa, é meu pai, e eu te amo mais do que a qualquer um, então nem tudo está perdido para você.  — foi a coisa mais sincera que consegui e em resposta a isso, Edward me fitou com seriedade.

—Você parece ela, tentando achar alguma coisa boa em mim. Você é bom, não é? O que ainda está fazendo aqui garoto? Os Cullen ainda vão acabar com você. — percebi ali que sua voz estava um pouco alterada, o que denunciava que aquele gole de whisky não foi o primeiro.

—Pai, me ajuda a te ajudar, você precisa de um banho e curativos, então só se apoie em mim, e eu te levarei até seu quarto. — mais calmo, ele assentiu e passou a mão por seu rosto parecendo exausto.

—Por que não pergunta quem é ela? Não tem raiva por eu aparentar amar outra mulher mais do que sua mãe? — murmurou, falhando na sua tentativa de me ajudar a ajudá-lo ao se jogar em um dos sofás do escritório.

—Você ama mais seu carro do que a minha mãe. Acho que fico até feliz de um dia você ter amado alguém aparentemente de verdade. E não quero saber quem é ela, porque posso adivinhar que os Cullen não foram gentis com a mesma, e se eu souber o que você fez posso deixar de acreditar na dignidade que ainda penso existir em você, e você é a única pessoa nessa maldita família da qual ainda não estou disposto a desistir.  — falo de modo calmo e em um impulso o ergo do sofá, e coloco uma de suas mãos em volta do meu pescoço.

—Obrigado, por não ser uma decepção. — agradece de modo embargado e eu saio da biblioteca com ele, o puxando até as escadas e pedindo mentalmente que minha mãe não apareça e faça um de seus chiliques pelo estado do marido.

Chegamos ao seu quarto sem interrupções, e eu o joguei na banheira da suíte, esperando que ele faça o trabalho de recompor e tirar aquele sangue de si por conta própria.

Quando estava me afastando, pronto para sair dali, o mesmo me chamou com a voz entrecortada.

—Sim?. — questiono após um suspiro.

—Essa sensação de sufoco que você sente quando está conosco, esse medo de ser tão ruim quanto nós, quando eu tinha sua idade havia momentos que eu me sentia assim, então ela apareceu em minha vida e eu senti outras coisas, tão boas que substituíram esses sentimentos ruins, daria qualquer coisa no mundo para ter ficado com ela. — me revela, se apoiando de um jeito estranho na banheira.

—Por que está me dizendo isso? — indago sem entender.

—Bree não é a solução para a confusão passar, vejo como você olha para ela; Há carinho, respeito, cumplicidade, mas, não há paixão nem amor de verdade, se ficar com ela por precisar de uma fuga nunca será feliz de verdade. Seja melhor que eu, Alec. Seja feliz. — fico atordoado com aquelas palavras, afinal era para falar justamente que queria me juntar para sempre a Bree que eu estava procurando ele.

No fim, a única pessoa da qual eu esperava apoio estava me desmotivando.

Me retirei dali e fechei a porta com certa fúria. Enquanto observava minhas mãos que haviam se sujado com o sangue dele. O sangue Cullen. O meu carma.

Foi minha vez de socar a porta.

Angustiado, decidi que precisava tomar um ar longe dali.

[...]

Havia verde por ali, e mais verde, e mais verde. Caminhava há algum tempo pelos campos da fazenda Cullen tentando organizar minha mente, mas, comecei a achar que estava perdido. Isso porque para onde eu andava só via a mesma coisa. Me arrependi do exato momento que recusei as aulas de equitação que meu pai sugeriu que eu fizesse na infância, afinal se estivesse em um cavalo me moveria muito mais rápido.

Estranhei, com as sobrancelhas franzidas quando avistei um lago mais para frente. O mesmo se destaca em meio aos verdes, e de forma rápida minhas pernas chegaram até lá.

 O ambiente ao meu redor estava tão calmo, que me dei ao direito de sorrir. Mas, tal ação se desfez, sendo substituída por surpresa e confusão quando vi um corpo se mover dentro da água cristalina. Se mexia com maestria, tal como um peixe, o que demonstrava que já estava acostumado com aquilo.

Então, para meu espanto o corpo emergiu. Era uma garota. Que naquele momento mais se assemelhou com uma sereia. Seus longos cabelos cobres molhados naquela situação colavam em sua pele bronzeada, a pele bronzeada de um corpo pequeno porém curvilíneo, me forcei a me focar no seu rosto, e encontrei uma expressão quase selvagem, e lábios avermelhados, e olhos verdes atrevidos, que me fitavam com certa intensidade e diversão.

Engoli a seco quando percebi o quão estranha estava aquela situação; ela de lingerie se banhando em um rio e eu a observando como um pervertido. Pude supor que ela estava com vergonha, então me virei frustrado, para dar lhe alguma privacidade para se vestir.

—Desculpa, eu não sabia que você estaria ai...Nessa situação. — tentei me explicar, usando de todo meu bom sendo e para minha total indignação recebi uma risada vinda dela. E parecia de zombaria.

—Okay. Você só me viu de peças intimas, não é um grande problema,  pode se virar. — fiz isso, imaginando que a essa altura ela já estava coberta, mas, não, ela continuava do mesmo jeito e pior me olhava como se eu fosse alguma piada ambulante. Ao notar que eu estava incomodado ela voltou a rir. Ela parecia rir fácil, e era um riso leve e acolhedor. — Sério! Não é um problema realmente! Já nadei até nua aqui, e com uma plateia maior. — debocha, cruzando os braços.

Não me preocupo em pensar em quão imprudente ela foi.

—Acho que sua plateia estava mais disposta e alegre em ver essa cena do que eu. — falo respeitosamente.

Ela estala sua língua.

—Por que? A visão não te agrada? Isso é meio ofensivo. — brinca ainda rindo.

—Não. Não me interessa porque sou um homem muito bem comprometido. — deixo isso claro, pensando que talvez com essa deixa ela finalmente se cubra, mas, não, isso faz com que ela se aproxime.

—Uau. Então é fiel o suficiente para não se mostrar satisfeito com o que viu, mas, não para deixar de querer voltar a olhar. — diz como se tivesse me pegado no flagra. 

—Ouviu a parte do comprometido? Isso engloba não entrar em joguinhos com desconhecidas, agora se me der licença vou voltar para minha namorada, e você deveria tomar cuidado com o modo que se comporta perante a estranhos, talvez eles não te respeitem tanto quanto eu. — a instruo a isso, e ela morde os lábios me olhando de um jeito sério.

—É incrível. Ainda existem homens dignos no mundo. — fala de modo calmo, e eu sinto um arrepio estranho quando ela chega mais perto de mim, de modo que quase encosta seu corpo no meu. — Obrigada por você sabe, não me atacar...Aliás...Talvez eu não queira agradecer de verdade. Você é quente. — comunica em um murmúrio.

—E você descarada. — acuso.

—Por quê? Por admitir que te acho quente? Acho que sou sincera, não descarada, diferente de você. — me diz provocativa, e eu sinto minha boca ficar seca.

—Eu já disse; Não disponível, e não afim de flertes. — reafirmo e ela sorri.

—Não seja por isso; Também não estou disponível. — conta e eu a olho chocado.  — Mas, sabe o que acho sobre flertes? São saudáveis, e divertidos, e se você não tiver um pouco de diversão na vida, o que está fazendo com ela? — me questiona.

—O que diria se visse seu parceiro flertando com alguém como está fazendo comigo agora? — retruco, mas, isso não parece afetá-la.

—Ele não flertaria. — me parece convicta disso.

—Por que não? — indago arqueando uma sobrancelha.

—Olhe para mim; Quem que tem isso, buscaria algo mais? — zomba, e em um movimento rápido chega mais perto de mim, e encosta seus lábios na minha bochecha de modo leve. — Foi um prazer te conhecer estranho fiel.  — brinca e captura um vestido branco em uma cerca, que eu não havia prestado atenção. Logo em seguia me dá as costas.

Não se preocupou com meu nome. Com meus status. Com meu relacionamento. Simplesmente agiu como se nada mais fosse importante.

Vim para Forks pensando que me livraria do caos.

Acabei de encontrar a personificação dele.


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Notas finais do capítulo

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