Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 12
Capítulo 12 - Momentos Que Formulam Uma História.


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoas, voltei rápido não é?, mas, é que eu queria que vocês lessem esse capítulo logo, e que por gentileza o máximo de pessoas comentassem nele, para eu seguir para próxima fase da história com mais confiança.
Tenho algumas observações sobre o capítulo/história.

Nesse banner colocado no capítulo, estão os personagens e seus respectivos representantes, e sim, eu imagino o Alec como Nicholas Hoult, porque quando li os livros a imagem de um homem deslumbrante apareceu em minha mente para representar o Alec, então o ator do filme não se encaixa tão bem para mim, mas, vocês estão livres para vê-lo como quiserem.
No banner também temos a imagem do visual que eu imagino a Bella mais velha tendo!

Haverão passagens de tempo no capítulo!

Boa Leitura!



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Música do Capítulo.

Um tempo depois — New York.

Ponto de vista: Bella.

             Mostrei meu sorriso mais sincero quando ouvi a gargalhada da minha bebê, Carlie se divertia com pouco e sua fascinação da vez era um cavalo de pelúcia que Jasper havia dado a ela. Eu sabia de quem ela havia puxado aquela paixão, mas, resolvi não problematizar a situação. A garotinha de alguns anos soltava gritinhos animados enquanto balançava o brinquedo no ar, e eu sentada ao seu lado no tapete felpudo da sala só pude me sentir sortuda por ela existir.

 De repente me lembrei do parto dela, de como foi um momento mágico para mim, e acho que só foi tão especial assim porque Jasper se encontrava segurando minha mão durante todo o momento, ele chorou emocionado comigo quando vimos a menina de olhos verdes finalmente chegar a esse mundo. Carlie tinha os olhos dele. Tinha os cabelo dele e o sorriso dele. Ela era a prova do que tivemos, e nem isso era capaz de fazer o amor de Jasper por ela diminuir. Carlie tinha tudo de Edward, mas, ela era filha do Jasper, é como se ela tivesse nascido para ser filha dele.

         Nos primeiros dias, quando ela chorava com cólica, Jasper ficava comigo ao lado de seu berço esperando ela melhorar, quando eu me encontrava cansada, ele a  colocava para dormir cantando alguma canção suave. Quando ela riu para ele pela primeira vez, Jasper chorou, e quando ela engatinhou para perto dele enquanto o mesmo lia alguns relatórios nesse mesmo tapete, eu vi um pai orgulhoso abraçar a filha com muito amor. Eles tinham essa conexão fora de comum, toda vez que ele chega do trabalho ele a beija na testa e antes de dormir a diz que a ama. É muito mais do que pedi que ela tivesse. Minha filha tinha sorte de ter Jasper. Eu tinha sorte de ter os dois.

            Sim, éramos uma família. Uma família, que se moldou sob circunstâncias duvidosas, mas, uma família feliz. Isso porque quando Jasper se formou eu estava lá na primeira fila com Carlie, me mostrando mais do que orgulhosa dele, isso porque nós três assistíamos desenhos animados juntos, isso porque saiamos para ver a neve no Central Park quando o frio surgia, e quando o sol aparecia íamos a Hamptons juntos para ver o pôr-do-sol.

               Em meio ao meu momento mãe e filha, um das empregadas apareceu e anunciou dizendo que Vick estava aqui para me ver, e não demorou muito para a ruiva aparecer nas minhas vistas. Ela havia virado uma grande amiga aqui, nunca substituiria Rose obviamente, mas, se superava cada dia na tarefa de me ajudar. Seus olhos azuis logo se focaram na minha família e ela sorriu tão boba quanto eu.

—Carlie Biers é somente a menina mais linda do mundo. — ela disse segurando minha filha no colo e a girando, enquanto a mesma gargalhava mais.

—Não posso discordar. — brinco olhando para as duas. Vick me olha com deboche.

—Espero que um dia Owen te namore e você vire minha nora. — falou  com a voz infantil para minha filha que a ignorou com sucesso. — Até lá temos que treinar seu foco em mim. — comenta e eu reviro os olhos.

                Falando nele, o gordinho de olhos azuis havia virado um dos meus xodós, adorava ficar com ele quando Vick tinha algum compromisso e nos entendíamos muito bem, e fora isso, Vick praticamente morava aqui, vindo nos visitar quase todos os dias, então a convivência era obrigatória.

—O que você está fazendo aqui as dez da manhã? Não devia estar no trabalho? — indaguei de pronto quando notei isso, observando Vick agora colocar minha filha novamente no tapete.

—Na verdade, eu vir aqui é meio que uma tarefa do meu trabalho. — menciona, se referindo a um assunto que eu estava cansada de tratar.

—Vick, de novo isso? — questiono sem acreditar e ela suspira.

—Sam quer o livro, Bella e você se recusa a reconhecer que  ele ser publicado seria ótimo. — argumenta, se referindo a o chefe que conseguiu há mais ou menos seis meses, quando conseguiu um emprego em uma editora famosa.

—Vick, você me aconselhou a escrever, eu comprei um diário, e relatei toda minha história com Edward Cullen; Nossos momentos, nossos segredos, como me senti no começo, no meio e no fim, disse como pessoas como ele são de verdade, e depois quebrando a regra dos diários te mostrei essas palavras, só que eu nunca achei que você fosse entregar para seu editor e ele quisesse transformar minha intimidade em algo público. Não quero isso. Nem para mim, nem para Carlie e muito menos para o Jasper, já pensou como ele ficaria se soubesse que escrevi uma longa história sobre como amo um homem que não quero amar? — quase grito isso.

—Feliz? Orgulhoso por você descobrir seu grande talento? Porque é isso, Bella, escrever é seu grande talento, Sam é o melhor dos melhores e eu o vi ficar completamente encantado pela dor que você colocou naquelas páginas, é um dom, que você não pode esconder. — continuou tentando me convencer.

—Eu não posso me expor assim. — digo sincera.

—Então não se exponha, mude os nomes dos personagens, a cidade da história...Melhor, crie um pseudônimo, ninguém precisa saber que é você que escreveu. — tenho que admitir que uma parte de mim talvez quisesse aquilo, quero dizer, passei minha vida querendo ser boa em algo, e quando descobri no que era, estava deixando a hesitação me dominar. — Você conhece o Jasper, ele vai te apoiar. — mordi os lábios, olhei para Carlie me recordando que a história que Victória queria que todos lessem era a história que me deu de presente ela, então conclui que se de alguma forma tinha a ver com a minha filha era bom. Então, revirei os olhos.

—I.B. — digo a sigla e ela franze as sobrancelhas. —  Meu pseudônimo é I. B de Isabella Biers, meu orgulho desse sobrenome mais do que qualquer coisa. — lhe conto e ela solta um grito animado tão agudo quanto o da minha filha.

—Esse só é o primeiro dos vários livros que você irá publicar. — me garante e eu mal posso esperar pela hora que Jasper voltará para casa do trabalho —agora ele comandava a empresa de seu pai por um tempo, depois que se formou. — em nosso almoço rotineiro. Tínhamos isso, uma rotina, éramos um casal normal, fora o fato de que dormíamos em camas separadas e que nos casamos sem eu amá-lo da mesma forma. Ele era tão bom comigo, todos os dias da minha vida agradeço por isso.

LONDRES .

Ponto de vista: Edward Cullen.

           Tinha grande olheiras abaixo das minhas orbes verdes, eu sabia, e para aumentar meu cansaço, me afundava em uma pilha de relatórios que precisavam ser revisados ainda nessa manhã, uma caneca de café me acompanhava e volta e meia  eu soltava suspiros exaustos enquanto fazia minhas anotações. Dado certo momento de seu trabalho, fitei o porta retrato em cima de minha mesa, encarando a imagem de uma loira vestida de noiva, sentada em um sofá ao lado de duas crianças de um ano. Minha mulher. Meus filhos.

                    Esses últimos não tão literalmente. Eles só eram filhos gêmeos de minha esposa, que com o casamento passaram a ser considerados seus. Conheci Tânya quando estava acabando minha faculdade, fui a uma festa do ministro Denali e a encontrei, a mesma era filha dele; Educada, instruída, viúva precocemente de um senador qualquer e mãe de um casal de gêmeos de seis meses; Alec e Jane. Meus pais já tinham planejado nosso encontro, queriam a todo custo que eu me envolvesse com ela, por ter uma família rica e influente, admito que até gostei dela quando a vi pela primeira vez, mas, não foi o suficiente para dizer que me apaixonei por ela, no entanto isso não me impediu de começar a namorá-la e novamente meus pais me convenceram que eu lucraria muito me casando com ela e dando meu nome aos filhos dela, então cá estou eu; Marido e pai.

                         Não, não estou dizendo que não gosto da vida que tenho, que não gosto de  Tânya ou das crianças, mas, como sempre, não era o que planejava para mim,  cheguei a ponto que não sabia como recuperar o controle de minha vida, se é que o já o tive um dia. Me enfurnava nesse escritório e quando tinha que voltar para casa me forçava a fingir que era feliz com o que tinha.

            —Senhor Cullen, a sua esposa ligou para perguntar se participaria do jantar com seus pais hoje a noite. — minha secretária colocou sua  cabeça na porta para avisa isso. Uma jovem senhora muito competente e discreta. É, essa sabia o quanto eu amava meu trabalho.

—Não, por favor, diga a ela que trabalharei a noite toda, ver Esmee e Carlisle hoje seria uma tortura. — peço e ela assente, mostrando que me entende.

               Penso em ligar para James para espairecer, mas, desisto quando lembro que nesse horário o mesmo deve estar em uma reunião com seu advogado, resolvendo os problemas que deixa espalhado pelo mundo, esse especificamente em NY, onde tem um filho com uma garota das férias. Owen. Esse é o nome do filho dele. James está resolvendo todos trâmites da pensão e essas coisas, pelo menos nessa parte ele não foi canalha. Já que com todo resto tem se saído um belo pai ausente.

                   Não que eu seja um exemplo, longe disso, amo Alec e Jane por eles serem crianças espertas, mas, não estava preparado para ser pai quando eles chegaram a minha vida. Não era o momento certo. Não era a mulher certa. É cruel como só me vejo tendo filhos com Isabella Swan. Todos os dias desde que a deixei penso nela.  Às vezes fantasio ela me perdoando e nós dois construindo uma vida feliz juntos.

                Nunca liguei para fazenda para pedir informações sobre ela e me sinto forte sobre isso. Acho que se desistir de tentar, um dia ela sairá da minha vida sem que eu perceba. Então, quase posso ouvir ela dizer que nunca chegou a fazer parte dela.

[...]

                 Mais tempo depois.

NEW YORK .

Ponto de vista: Bella.

               Estamos exaustos e a essa altura Carlie já está capotada de sono em seu quarto, na sala de estar, observo a lareira acesa naquela noite fria de setembro e dou um sorriso mais do que feliz. Minha filha havia completado dois anos naquela noite, e a comemoração que a mesma teve foi mais do que linda, e ela estava tão radiante, se divertiu muito com Owen e seus amiguinhos vizinhos do prédio.

             Havíamos feito a pequena festa em nossa cobertura mesmo e agora o que restava era uma bagunça que eu instruí que só fosse arrumada amanhã, afinal todos precisavam de descanso. Jasper surge na sala, arregaçando as mangas de sua camisa social e sorri para mim, cuidadoso como era tinha ido dar uma olhada em Carlie e agora voltava demonstrando sua própria exaustão.

—É uma pena que seus pais e Rose não possam ter vindo, Carlie adoraria a presença deles. — comenta se colocando ao meu lado em frente a lareira. Assinto e isso faz com meu rabo de cavalo balance.

—Sim, mas, eles garantiram que virão na próxima semana e podemos comemorar de novo. — lhe digo e então suspiro fitando o homem com quem estou casada há considerável tempo. O mesmo homem que ama minha filha intensamente, que ficou do meu lado quando publiquei  meu livro sobre outro, e que abriu um vinho para mim a cada novo livro publicado, no caso já estávamos no terceiro, mas, Chances, continuava sendo o de mais sucesso. O homem para quem Carlie disse sua primeira palavra; Papai. O homem que me levava para jantar em um restaurante diferente a cada semana, que esperava por mim por tanto tempo. O melhor homem.

—Você deve estar exausta, precisa ir dormir, vou fazer o mesmo. — me comunica quando o silêncio se torna nosso companheiro. Mordo os lábios e passo a mão por meu vestido branco, lembrando da decisão que tomei no início da semana.

—Na verdade, eu estava pensando se você não queria...Dormir na sua cama hoje. — comento quase hesitante, e Jasper me olha confuso. — Na nossa cama. — específico, mal conseguindo conter o sorriso aliviado.

            O Biers fica estático, tentando entender se eu disse mesmo aquilo.

—Se passou tanto tempo desde o dia que eu falei que tentaria estar pronta para você e então essa semana, quando te vi contando uma história para Carlie antes de dormir, a olhando com tanto amor, eu notei, eu estou pronta Jasper, eu estive pronta desde o momento que te dei um sim naquele altar, eu estou completamente apaixonada por você e você tem me feito a mulher mais feliz do mundo desde que esse casamento se iniciou,  você é muito mais do que eu ousei pedir e eu quero ser sua esposa, Jasper Biers, em todos os sentidos da palavra, e em todas circunstâncias que ela englobe, quero que você enxergue em mim o porto seguro que eu enxergo em você e que confie no meu amor tanto quando confio no seu. — lhe conto, a essa altura já em lágrimas. — Chega de esperar. — decreto.

—Bella, você tem certeza? — ele pergunto de um jeito calmo.

—Que quero ser sua esposa de verdade? Sim, com toda certeza que sim. — anuncio e sem que eu possa falar qualquer outra coisa, ele me puxa para si e me presenteia com um beijo apaixonado que dessa  vez é retribuído.

                 Jasper me ergue no ar enquanto gargalho e me sinto somente a mais sortuda das mulheres, pela felicidade que conquistei. Um sentimento tão forte transbordava de mim agora e eu ali só confirmei, não queria um final feliz com Jasper, queria toda uma jornada. Ele era meu para sempre.

LONDRES.

Ponto de vista: Edward Cullen.

                      Com um copo de whisky na mão, observava com atenção minha mãe conversando com Tânya. A festa estava animada, e todos os convidavam davam um jeito de volta e meia se aproximarem das duas e elogiar algo envolvendo o evento. Todos tão fúteis, fingindo que realmente gostam de nós. Era meu aniversário de casamento, e nem mesmo eu, conseguia forçar uma expressão que demonstrasse felicidade por isso.

                      Senti alguém abraçar minhas pernas e pela primeira vez na noite abri um sorriso verdadeiro. Isso por se tratar de Alec, o filho da minha esposa com quem eu tinha mais afinidade. O mesmo me fitava com seus inacreditáveis olhos azuis e pedia por colo, o segurei sem o menor esforço colocando o copo de cristal em um dos aparadores da sala da minha casa.

              Ele tinha quatro anos e poderia considerado tão mimado quanto a irmã por ter brinquedos caros, as melhores festas de aniversário e uma infinidade de outras coisas, mas, toda vez que eu olhava para aquele menino tinha uma sensação. Eu simplesmente sabia que ele salvaria um Cullen a qualquer momento.

—Ei garotão, está achando essa festa tão chata quanto eu? — questionei o encarando com diversão.

—Sim e os amigos da Jane são chatos, todos são muito ego...ístas. — resmungou aquilo com a voz infantil, e eu ri tanto pela reclamação, quanto pelo esforço dele em dizer a última palavra. — A Jane também é ego...ísta, pai. — me perguntei ali se ele ao menos sabia o que ser egoísta significava.

—Alec, não devia falar mal da sua irmã, ela se parece com a sua mãe, então só podemos esperar coisas boas vindo dela. — tentei resolver a situação, e ele me encarou com uma seriedade que um menino de quatro anos não devia ter.

—Ela é ego...ísta, porque parece com a mamãe. — não acreditei quando ouvi aquilo vindo de Alec. — Um dia, eu escutei uma das empregadas dizer que uma pessoa ego...ísta, é uma pessoa que só se preocupa com ela mesma, e a mamãe é assim, não é? — não soube o que responder. Ali notei que precisava conversar com Tânya sobre sua ausência na vida dos próprios filhos. Afinal ir buscá-los na escola ao menos uma vez na semana devia ser mais importante que ir a um SPA.

—Um dia, você vai entender que...Egoísmo é uma característica do Cullen, Alec. — disse afinal Tânya era uma de nós agora.

—Então, eu vou ter que tornar como vocês? — parecia assustado.

—Não, tudo que eu peço é que você não se torne um de nós, Alec. — falo em um sussurro, antes de beijar seus cabelos. Logo noto Tânya nos observando com as sobrancelhas franzidas e suspiro, me perguntando no que aquelas crianças passariam se continuassem sendo criados por nós. Dois pais incompetentes e problemáticos. Duas pessoas infelizes.

[...]

           NEW YORK.

Ponto de vista: Jasper Biers.

                           Meu pai sempre passou para mim teorias sobre o amor, sobre as memórias certas, os lugares certos e principalmente sobre a mulher certa. Eu encontrei a minha mulher certa na fazenda dele. Eu estava em uma das primeiras férias da faculdade quando a vi pela primeira vez;  Isabella Swan, essa era a mulher certa. Nos conhecemos, quando a mesma foi levar um edredom limpo para o meu quarto logo que cheguei, ela era só uma adolescente, a garota com o sorriso mais lindo que já vi em minha vida. Ela sorria com os olhos também, era incrível, o jeito como passei a sentir algo por ela foi instantâneo, começou com aquele olhar e só aumentou quando começamos a conversar, apesar de ter um conhecimento limitado, a mesma sempre mostrou uma ideologia invejável, nunca a vi reclamar de nada ou pedir mais do que tinha, ela tinha algo puro, que eu prometi mesmo em silêncio manter e cuidar para que ela não perdesse.

                       O tempo passou e mesmo que ficasse claro para qualquer cego que eu amava, Isabella parecia se recusar a acreditar em algo que estava em frente aos seus olhos  e eu tampouco a quis forçar a aceitar isso. A vi crescer, se envolver com outros, e deixei evidente que sempre iria cuidar da mesma. Eu esperei por ela como venho fazendo desde que a conheci. Poderia parecer tolice, um homem que poderia ter qualquer mulher se apaixonar logo pela aquela que não o quer, só que isso é amor, é ir além da razão, da lógica e até do destino, é ter fé em um sentimento acima de qualquer coisa.

                        Quando Edward Cullen se aproximou dela, de alguma forma eu soube que seria diferente daquela vez, Bella nunca deu seu coração a mim e com isso eu já estava quase conformado, pois no fim, ela nunca tinha dado a mais ninguém, então ela o entregou ao Cullen, e ele partiu, havia uma parte de mim que dizia; Pare Jasper, nunca foi sua função a consertar, siga sua vida e a deixe. Mas, havia a mais forte, aquela que sentia seu coração se acelerar cada vez que via a Swan, foi essa parte que me convenceu a pedi-la em casamento quando descobri que ela estava grávida de outro.

                       Naquele instante notei que de alguma forma, mesmo sem que o idiota tivesse sequer conhecimento disso, havia conseguido o amor da vida dele, eu estava certo no fim, mas, não do jeito que achava que estava, digo eu achava que Bella seria meu grande amor, então eu conheci uma garotinha de olhos verdes; Carlie Biers. Minha filha.

                    Não sei como explicar, o que senti ao pegá-la no colo pela primeira vez, sim, eu sabia que por sangue era não era minha, mas, céus, por coração ela era sim. Aquela menina que cheirava a morango nascera para ser minha filha, eu podia sentir em cada poro do meu corpo. Estávamos destinados um ao outro. Eu só queria cuidar dela, lhe mostrar as partes bonitas do mundo, e a consolar quando as partes feias aparecessem.

                        Era esse punhado de emoções que eu sentia, enquanto abraçado a minha esposa, agora oficialmente, já que em algum ponto Isabella decidiu que podíamos tentar de verdade, eu observava nossa filha de três anos brincar com Owen de cinco. Os dois estavam sempre grudados um no outro. Melhores amigos. Era o que Vick — que havia o deixado aqui hoje. — dizia.

—Ainda não sei se concordo com essa ideia de a colocarmos em uma escolinha, ela é tão pequena Bels. — comento, olhando de forma protetora para minha garotinha. Minha esposa sorri para mim de forma feliz e acaricia meu rosto, enquanto tenta destruir a vincas que se formam em minha testa. Tudo isso de preocupação.

                       Só posso notar então o quão linda Bella estava agora, com aqueles cabelos curtos, na altura dos ombros e aquele olhar maduro.

—Ela precisa se acostumar com outras crianças, amor. E além do mais, Carlie é esperta, ela saberá se virá sem nós. — garante com toda aquela postura de mãe responsável.

—Ela não precisa se acostumar com mais crianças, Owen já está de bom tamanho. — resmungo, ainda odiando a história de a colocar em um lugar distante de casa.

—Na verdade...Eu acho que esse é o momento perfeito para ela se acostumar com outras crianças. —  minha esposa conta se desvencilhando de mim, de modo que se senta no sofá de nossa casa, me arrumo ao seu lado.

            Seus olhos brilham de um modo suspeito.

—O que? Isso tem a ver com a novidade que disse que precisava me contar? Não me diga que decidiu escrever outro livro e quer manter nossa filha um pouco longe para se concentrar. — acuso um tanto incrédulo, e Bella ri de modo leve.

—Deixa de ser paranoico Jasper, eu já disse que só volto a escrever quando Carlie tiver ao menos uns cinco anos. — comentou, antes de me dar um selinho. — É só que...Ela precisa se acostumar com mais crianças, porque...Logo mais haverá mais um pequeno Biers aqui. — ela anuncia ainda sorridente. Franzo as sobrancelhas e ela ri da minha confusão.

                                    Então, de repente, sinto lágrimas se formam em meus olhos e nos dela também.

—Nós...Nós vamos ter outro filho? — indago, implorando para que fosse um sim.

—Sim. — céus! — Nós vamos ter outro filho, Jasper. — me confirma e eu olho para a barriga dela, trêmulo.

—Bella....Eu...Obrigado. — só o que posso fazer é agradecer, então a mesma se aproxima e com o rosto molhado me dá um beijo carinhoso.

                   Ela era a mulher certa. Carlie é a filha certa. Esse bebê é o filho certo, e essa é a vida certa.

LONDRES.

Ponto de vista: Edward Cullen.

                       O hall da minha casa está repleto de malas, e meu estomago embrulhado de agonia antes mesmo que cheguemos a nosso destino. Foram anos. Dezenove para ser mais específico. Dezenove anos fugindo de Forks, e tentando esquecer o que perdi lá, para então um dia Tânya junto com a minha mãe decidirem que nossas férias de família seriam lá. Uma parte de mim só queria que Carlisle tivesse vendido aquela droga de fazenda e nós fossemos visitar a Itália esse ano de novo. Mas, a outra agia como um adolescente inexperiente ficando ansiosa por saber que veria ela após tanto tempo. Essa parte de mim, só queria voltar a ser o cara que fui naquelas férias, que ajudou Isabella a subir no Leal e que se apaixonou por ela com todas forças.                  

                      Havia uma bagunça ali, tão grande quanto a do meu coração; Jane brigava com uma das empregadas que esqueceu de colocar uma sandália sua em uma de suas cincos malas, minha mãe contava para  Tânya quão atrasada Forks era. As duas eram como melhores amigas. Carlisle conversava com Alice por telefone, avisando sobre nossa ida e meu filho, Alec se encontrava lendo um livro no sofá não se incluindo em toda agitação. Sua namorada Bree, que também vinha conosco, estava abraçada a ele, com a cabeça encostada em seu ombro. Sorri para isso. Aquele garoto sim era motivo de alguma alegria minha, além de ser a melhor pessoa que conheci depois de Isabella Swan, o mesmo entrara na faculdade de direito que sempre sonhou, sem que eu precisasse o incitar a isso, ele sabia o que queria da vida e lutava por isso. Quem o visse de fora, diria que ele era tão ruim quanto nós, o garoto sabia fingir, mas, por dentro, ele não havia puxado nenhum Denali ou Cullen, ele simplesmente uma versão melhor de todos nós.

                         Não havia tido outros filhos além dos gêmeos, pois Tânya se recusava a estragar novamente o corpo que recuperou depois da gestação deles, no fim até agradeço por isso, não sei como seria ter filhos de sangue com uma mulher por quem não sou apaixonado, aliás, por uma mulher que nunca fui.

—Alice disse que tudo estará pronto quando chegarmos lá, já podemos ir até o aeroporto. — Carlisle comunica quando desliga a ligação.

—Está animado para a viagem, amor? — Tânya indaga me abraçando de lado. Esmee olha para mim me desafiando, e eu suspiro.

—Sim, nossa família precisa de um tempo junta, e Forks é o melhor lugar para se conseguir união. — uso um tom de deboche ao dizer.

—Não se preocupe querido, essas serão as melhores férias de nossa vida. — minha mãe comunica.

                 Mal sabíamos que seriam as férias mais definitivas que poderíamos ter. Ninguém ali voltaria ileso das mudanças e das descobertas.

New York.

Ponto de vista: Bella.

             Solto um xingamento quando esbarro em um brinquedo no último andar da escada e Jasper ri da minha situação, enquanto me limito a revirar os olhos para meu marido, me agacho e pego o carrinho no chão, finalmente saindo da escada.

—Thomas Biers o que eu te disse sobre deixar seus brinquedos espalhados? — grito para meu filho mais novo escutar onde quer que esteja, e Jasper nem ao menos ousa interferir nisso, ele se limita a ajudar Froy a descer  nossas últimas malas.

                     Tommy não aparece com seus olhos claros pidões, pois com certeza não está preparado para a bronca, quem surge carregando o celular nas mãos e totalmente concentrado nele é Liam, meu então filho do meio. Seus olhos também claros, herdados do pai  se erguem para mim, e ao notar minha expressão de fúria, suspira.

—Onde está seu irmão? — indago, colocando o carrinho em uma das malas.

—Fugindo das suas garras? — arrisca, se dando ao direito de brincar, e eu o olho com deboche maternal.

—Não ouse ser atrevido comigo, senhor aborrecente. — a fase dos dezesseis anos é realmente brilhante.

—Qual é mãe! Ainda estou irritado, por que temos que sair do conforto de Manhattan e ir morar em Forks? Aquele lugar é inimigo da tecnologia. — reclama como da fase é comum fazer e eu suspiro.

—Não acredito que vou ter que repetir; William, seu pai cursou administração única e exclusivamente para cuidar dos negócios da fazenda Biers, o trabalho aqui foi uma parada no meio do caminho, e agora temos de voltar ao plano inicial e fazer algo que seu pai sempre sonhou em fazer. E além do mais, eu sei que no fim você adora aquele lugar, sempre gostou das nossas férias lá, com os cavalos, os lagos e tudo aquilo. — tento o convencer e Liam faz uma careta.

—Está se confundindo, quem adora aquele lugar; Os cavalos, os lagos, e tudo aquilo é sua filha mais velha, sabe aquela resmungona de olhos verdes? — continua com deboche, e em resposta a isso, jogo uma almofada na direção dele, que desvia rindo.

—Em vez de estar me irritando, devia conferir se colocou tudo necessário na sua mala. — aconselho e dou um sorriso amarelo, quando um jovenzinho vulgo Tommy Biers aparece no colo do pai, que o segura com carinho e diversão. O mesmo era esperto, sabia que eu não brigaria com ele,  estando tão perto de Jasper, eu sempre cedia aqueles dois, principalmente aos olhos carinhosos do meu marido.

            Tommy é somente o menino mais fofo do universo, com seus sete anos a cada dia aprontava uma nova travessura, e era o completo xodó de Carlie, não que Liam não fosse, afinal nunca vi irmãos tão unidos, mas, era uma conexão diferente. Meu caçula tinha olhos azuis claros como os de Jasper, e cabelos em uma tonalidade parecida com a minha, diferente de Liam que era alto, pálido, de olhos castanhos e cabelos loiros escuros. Resumo da ópera; Coloquei três pessoas no mundo que não se parecem nada comigo.

                    No fim, justificamos a aparência diferente de Carlie como sendo uma herança de algum familiar antigo de Jasper, mas, eu podia apostar que de alguma forma, quando minha mãe encarava aqueles olhos expressivos verdes ela sabia sobre minha mentira. Não só por isso, as características físicas eram o de menos, o que assemelhava Carlie a qualquer Cullen era sua personalidade.

—Me desculpa mamãe. — ouço a voz fofa de Tommy pedir e me limito a suspirar, antes de correr até ele e encher aquele rostinho lindo de beijos.

—Que bom que eu cresci, isso é tão brega. — ouço Liam resmungar e o irmão envia língua para ele, nem me preocupo em repreende-lo dessa vez, pois faria o mesmo no lugar dele.

                 Jasper finge morder a bochecha de Tommy, enquanto eu dou uma risada e em sincronia nos olhamos.

—E o papai entrou na sessão cafona. — Liam cantarola.

—Se não parar de ser tão chato te deixo aqui e não volto para te buscar. — Jasper ameaça e ele finge ficar chocado.

—Oh então vou começar a ser insuportável para ficar. — brinca.

—E então ficar longe da sua irmã? Dos abraços carinhosos, das piadas, do sorriso, dos planos e das loucuras dela? — indago sabiamente e ele suspira, antes de revirar os olhos.

—Tudo culpa de vocês, quem mandou deixarem com que eu nasça em uma família com a melhor irmã de todas, agora não consigo me manter longe dela e estou condenado a Forks. — dramatiza.

—Na faculdade você pode voltar para cá, resmungão, assim como sua irmã virá no próximo semestre. — tento lhe tranquilizar e em resposta a isso, o mesmo se aproxima e finalmente se mostra sendo o filho amoroso que eu criei me abraçando.

—Eu só não odeio Forks mais porque você saiu de lá, mas, é sério mãe, aquele lugar é horrível. — diz em meu ouvido e eu o aperto contra mim.

—Também amo você, meu amor. — respondo sabendo que sua última frase é uma forma de dizer que me ama. Então, olho em volta, para o lugar  que tive as melhores lembranças da minha vida e me despeço em silêncio. Sentiria falta dali.

              Com Tommy ainda no colo, e com Liam ainda agarrado a mim, Jasper apertou meu ombro e sorriu, foi ali que notei que aquilo era só uma casa, o meu lar, é minha família e essa estava bem ali — não completa. — me abraçando.

               Sempre tive medo de voltar a Forks, mas, finalmente entendi que a garota que devia temer algo de lá se foi; eu era uma nova Isabella, e meu futuro estava naquela pacata cidade.

—Carlie irá nos buscar no aeroporto? — indago para Jasper, que assente.

—Ainda não acredito no que ela está fazendo. — admito em tom baixo e meu marido sorri para mim.

—Ela sabe o que faz, Bels....Melhor do que nós, lembre-se que foi ela que nos ensinou a sermos pais, a sermos uma família. — sussurra.

—Ela foi nossa melhor chance. — concordo.


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Notas finais do capítulo

Como vocês acham que é a personalidade da Carlie?
Quem vocês acham que Edward verá primeiro? A filha ou Bella?

P.s: Me dói assinalar o nome do Owen como Owen Connor, porque para mim o garotinho da Vick sempre será Owen Black hahaha, enfim, só quem já leu minha fanfic Totalmente Por Acaso vai entender.

Comentem!