Mcandrew virou-se para o encarar. Uma das suas mãos torcia o braço de Rosalie enquanto a outra estava com uma adaga no pescoço dela.

— Quanto tempo! – disse Mcandrew exibindo o seu sorriso amarelado.

O homem parecia que estava cego de um olho, o lado esquerdo do seu rosto tinha cicatrizes profundas.

— Solte-a  Mcandrew! – ordenou Edward firmemente.

— Vejo que vocês são amiguinhos – Mcandrew apertou levemente a faca ao redor do pescoço de Rosalie.

— Você não ganha nada com isso! A solte agora!

— Engano seu!

— Você ainda tem esperanças que a gente vá levar você conosco para a viagem de volta?

Mcandrew deu um sorriso sem humor e balançou levemente a cabeça.

— Hum... não. Sabe o que eu realmente quero? Eu quero vingança – Mcandrew falou pausadamente – Aqueles imbecis tentaram me matar por causa de uma vadia que nunca tinham visto na vida – o ódio nos olhos de Mcandrew era latente – Me jogaram no mar para que eu morresse afogado, mas se esqueceram que eu sou um tubarão.

A pressão sanguínea de Edward subiu. Ele estava lidando com um louco que era capaz de tudo e que não tinha nada a perder. O forasteiro estava pensando em um jeito de se livrar daquele homem.

   – Se você prometer se comportar nós ainda podemos levar você conosco – Edward deu alguns passos lentos em direção à Mcandrew.

— Acha mesmo que eu caio nessa? – Mcandrew apertou um pouco mais a faca no pescoço de Rosalie – Foi tão fácil pegar essa manca. Depois que eu terminar com ela eu acabo com você. Pelo jeito que você e a aquela vadia dormiam juntos provavelmente vocês estão juntos. Vou apreciar muito ela te vê morto.

Os punhos de Edward se fecharam, mas ele tentou não perder o controle.

— Vai a merda seu cretino! – gritou Rosalie.

— Uma dama não deveria dizer esse tipo de coisa – debochou Mcandrew.

— Então, é isso tudo que você pretende? – perguntou Edward se aproximando cautelosamente – Aí acaba o seu plano? Você não pensou mais nada depois disso?

Mcandrew ficou em silêncio como se avaliasse as palavras de Edward.

— Não sou muito bom em planejar detalhes. Então, vou direto ao ponto – Mcandrew tirou a adaga do pescoço de Rosalie e enfiou na barriga da amazona.

Por meio segundo Edward entrou em choque, enquanto Rosalie parecia cair lentamente no chão. O forasteiro pulou em cima do seu rival que exibia um sorriso de satisfação. Os dois bolaram no chão.

Mcandrew ficou atônito pela reação inesperada de Edward que na sequência lhe deu dois socos na face. O marujo reagiu lhe socando em cima dos pontos que arrebentaram instantaneamente com o golpe fazendo jorrar sangue da região. O forasteiro perdeu o equilíbrio, o que foi tempo suficiente para que Mcandrew corresse em direção ao facão de Rosalie e o empunhando em mãos.

— Acho que você não tem chance! – sorriu Mcandrew.

Edward se pôs de pé. Ele avaliou a situação e foi se aproximando com cuidado. Os dois homens estavam atentos a cada mínimo movimento que o outro fazia. Eles ficaram praticamente girando em círculos. Mcandrew fazia movimentos curtos e rápidos para amedrontar o oponente.  

— Seria bom se você tentasse fugir – indagou Mcandrew se vangloriando.

Mcandrew desferiu um golpe com facão que pegou raspando no ombro de Edward. O marujo começou a avançar para cima do forasteiro que recuava sem saber o que fazer. Ele estava apenas desviando dos golpes, até que ele acabou caindo no chão.

— Ora, ora, acho que você não tem para onde fugir – riu Mcandrew.

Edward jogou areia nos olhos do marujo que mesmo não enxergando nada tentou o acertar. O forasteiro pulou em cima de Mcandrew fazendo o soltar o facão, mas ele ainda se debatia tentando se libertar. A única forma de parar aquele homem era mata-lo.  Edward pegou facão que tinha caído perto e o cravou no peito de seu inimigo.

— C-con-conseguiu! – disse Rosalie com esforço.

Edward estava ofegante. Ele se levantou e foi em direção a amazona e se ajoelhou perto dela.

— O que eu posso fazer? – perguntou Edward.

— Eu acho que eu vou morrer. S-se eu tirasse essa faca seria mais rápido.

— Tem que ter um jeito – Edward falou ainda ofegante.

— Se e-eu fosse... para a vila das amazonas – Rosalie fez uma pausa – Talvez... eu tivesse alguma chance.

— Então, vamos!

— Isso é loucura. Elas iriam te matar!

— Mas tem alguma chance de nós dois sairmos vivos dessa se formos para a vila das amazonas?

Rosalie afirmou com a cabeça.

— Ok! Você me guia!

— Não consigo andar!

— Isso não é um problema – Edward colocou Rosalie em seus baços.

— Vai ser uma caminhada difícil – Rosalie respirou fundo – Fica há uns cinco quilômetros daqui.

— Tudo bem!

***

Edward andava em meio a erva daninha alta. Ele suava muito e estava ofegante. Rosalie empalidecia aos poucos.

— Ainda falta muito? – perguntou Edward ofegante.

— Falta um ou dois quilôme... – a dor de Rosalie estava quase insuportável.

— Não, não desmaia!

Edward ajoelhou-se com Rosalie em seus braços.

— Me deixa aqui. Eu vou morrer ... eu sei que eu vou.

— Ainda temos uma chance. Vamos! – Edward levantou-se.

***

Bella chegou a praia cansada. Viu que não tinha ninguém a sua espera e achou estranho. A amazona decidiu voltar para a cabana onde havia alojado o forasteiro. Ao chegar lá percebeu que tudo estava do mesmo jeito que havia deixado na noite passada. Os anzóis continuavam no mesmo lugar. Ela decidiu caminhar até a margem do rio para encontrar Edward.

***

O suor pingava do corpo de Edward. Os raios de sol já estavam mais intensos. O estado de Rosalie não era dos melhores, ela havia perdido muito sangue. Os dois haviam chegado na plantação de arroz das amazonas. Uma garota de cabelos dourados brincava perto dali. O forasteiro à avistou e foi como se uma fagulha de esperança acendesse para ele.

— Ei! – gritou Edward. A garota se assustou com o chamado. Ela ficou de pé e depois ficou em choque ao ver a irmã nos braços do forasteiro – Chame alguém! Nós precisamos de ajuda!

A garotinha correu desesperadamente para chamar alguma das amazonas.

***

Bella procurou Edward quase que por toda a extensão do rio e seus arredores. Então, o esperou na cabana. Mas as horas se passaram e ele não havia voltado. A amazona estava aflita. Ela pensou que talvez ele pudesse ter sofrido um acidente e não tivesse meios de como voltar ou de algum jeito ele foi capturado pelas amazonas.