A arte da sedução escrita por Meizo


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

adoro criar universos alternativos



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A água morna descia pelo seu corpo de modo tão agradável que ele fechou os olhos para curtir mais um pouco a sensação. Conversas aleatórias de seus colegas ao redor mencionavam o tal incêndio que precisaram controlar naquele início de tarde e que se estendeu até a noite. Tudo por causa de um curto de uma tomada próxima a uma pilha de roupas numa fábrica de tecidos há uns três quarteirões dali. Foi exaustivo, mas conseguiram conter as chamas sem que afetassem os prédios ao redor e com bastante maestria conseguiram evacuar todos os trabalhadores presentes na área do incêndio.

Um sonoro roncado ecoou pelo ambiente, silenciando toda e qualquer conversa que pudesse estar tendo ali. E quando perceberam que o som alto tinha saído do estômago vazio do mais novo integrante do grupo, gargalhadas explodiram. Completamente alheio as risadas dos colegas de trabalho, Luffy apenas coçou a nuca pensando no tamanho da fome que estava sentindo. Contudo a lembrança de ter um maravilhoso ensopado de carne o esperando em casa (sua avó enviara uma panela cheia naquela manhã) seu ânimo retornou em dobro e ele apressou-se em terminar o banho.

Desligando o chuveiro, Luffy seguiu para a área dos armários para vestir suas roupas casuais. Pouco tempo depois já estava vestido e pronto para ir embora, cada vez mais ansioso para devorar a culinária saborosa de sua avó.

— Já vai, Luffy? — um homem alto e ruivo apertou seu ombro para lhe chamar a atenção antes que ele saísse de perto dos armários. Havia um sorriso amigável cheio de expectativa no rosto do maior que Luffy não entendeu muito bem. — Não quer uma carona? Hoje vou passar perto do seu bairro porque vou buscar minha garota.

Logo o cérebro do jovem de cabelos negros tratou de lembrar que ainda precisava passar no supermercado para comprar alguns acompanhamentos para comer junto ao ensopado. Afinal, com a fome que estava sentindo precisaria comer o dobro do normal para ficar completamente saciado e para isso precisaria fazer uma pequena feira de abastecimentos.

— Hã? Não precisa. Vou de ônibus mesmo, mas valeu, cara. — finalizou com uma despedida rápida e partiu em direção a saída.

Assim que chegou a calçada o ar frio da noite bateu na pele exposta de seu rosto, causando-o um arrepio leve. Enfiou as mãos nos bolsos do casaco se preparando para tomar seu rumo quando uma voz familiar chamou por seu nome e ele virou o rosto a procura do dono da voz. Logo avistou uma cabeça coberta de fios amarelos sobressaindo-se da janela de um carro estacionado ali perto.

Era um de seus amigos de longa data, Sanji Vinsmoke.

— Sanji! — abriu um sorriso enquanto se aproximava do carro escuro. — O que faz por aqui?

Sanji saiu de dentro do carro e apoiou as costas na porta do mesmo depois de fechá-la. Em seu rosto um sorriso animado demais para não parecer minimamente suspeito. Luffy, todavia, era denso demais para perceber qualquer intenção duvidosa do seu amigo.

— Pensei em te fazer uma visita, faz um tempo que não nos vemos, não é?

Luffy anuiu despreocupadamente ainda sorrindo.

— A última vez que te vi foi há um mês e estava acompanhado daquela garota de cabelo enroladinho. Missy, né? Como ela está?

O sorriso de Sanji se desfez com uma velocidade impressionante e deu lugar a uma expressão desconfortável. Colocou as mãos no bolso sobretudo cinza que vestia, desviando o olhar para algum ponto qualquer na rua antes de voltar a encarar o moreno a sua frente.

— Ah, é. Era Missy sim. Acho que ela deve estar bem, não tenho certeza. Terminamos naquele mesmo dia, sabe? — pigarreou querendo afastar as lembranças desagradáveis. E elas envolviam uma gêmea irritada, um colega de trabalho avoado e um Zoro convencido que ganhou uma aposta. — Enfim, isso não importa. Vim aqui pra saber se você quer me acompanhar num clube hoje!

Luffy ergueu as sobrancelhas, surpreso. Ele, certamente, não era uma das primeiras opções entre os amigos de Sanji para ser convidado a ir a esses tipos de lugares, principalmente quando a mente de Luffy sempre dava mais atenção a comida do que qualquer outra coisa. E isso era de conhecimento comum entre todos os seus amigos. Aliás, o estômago aproveitou esse momento para expor sua insatisfação por estar vazio há muitas horas outra vez.

— Porque eu?

Sanji coçou a nuca, tendo a decência de parecer envergonhado.

— Usopp está ocupado com os gêmeos recém-nascidos, Nami está viajando a trabalho e Zoro tem me ignorado desde a última semana... Mas não ache que te considero menos, ok? Só sei que você não curte muito essas saídas.

O de cabelos negros riu da preocupação alheia. Sanji era tão tolo!

— Por que Zoro está com raiva dessa vez?

— Não tenho como saber visto que ele não me responde quando pergunto. Tenho a sincera impressão de que Zoro é bipolar. — agitou a cabeça decidido a não desperdiçar seu precioso dia com essas questões sem importância. — E aí, vai querer ir?

Unindo os lábios numa linha de insatisfação, Luffy estava prestes a negar (sua boca salivava só de pensar no cozido que continuava o esperando em casa) quando Sanji o agarrou pelos ombros com uma cara de dar pena até no gato de botas de Shrek.

— Por favor, cara! O dia de hoje é quando os solteiros precisam apoiar uns aos outros!

— Dia de hoje? — inclinou a cabeça para o lado num gesto familiarmente infantil.

Sanji o mirou com obviedade no olhar.

— Hoje é dia dos namorados, Luffy.

Luffy piscou uma, duas vezes. Então era por isso que seus companheiros de equipe estavam comentando sobre comemorar com suas esposas e namoradas?

— Ah.

— Sério, que você não notou as decorações rosas e vermelhas por todos os lugares? — suspirou rapidamente antes de olhar convicto para o mais novo, decidido a convencê-lo de qualquer modo. — Faz quanto tempo que não sai com alguém?

— Desde, huh, Vivi? – respondeu sem titubear, parando apenas para lembrar o nome da menina, e sem aparentar qualquer preocupação no rosto jovem.

Os olhos azuis arregalaram-se grandemente a medida que em sua cabeça contabilizava o tempo desde a última vez que ouvira alguém comentar sobre Vivi. Ela não tinha se mudado para os EUA? Há quanto tempo mesmo?

— Isso já faz o que... Três anos?!

— Hm, acho que sim. Porque?

Sanji deu um tapa na própria testa e arrastou o amigo até que ele estivesse na porta do carona. Em seguida abriu a porta e apontou pra cadeira vazia como que indicando que ele entrasse.

— Pois nenhum de nós irá passar o dia dos namorados sozinho, principalmente você que está sem alguém há tanto tempo! Então pode sentar essa bunda no banco e aproveitar a viagem! — demandou em sua melhor voz autoritária. Entretanto Luffy permaneceu parado segurando a alça da mochila com visível hesitação. — O que foi?

— Assim... Eu meio que estou com muita fome e tenho um belo ensopado em casa me esperando...

Sanji bufou. Sério mesmo que ele estava sendo vencido por um ensopado? Quão absurda era aquela situação?

— E se depois eu te der um especial combo de carne feito por mim? Com direito a uma grande quantidade e meu molho secreto caseiro?

Mal Sanji terminou a proposta e Luffy pulou no assento, apertando o cinto com os olhos brilhando. A felicidade se dava pela exímia habilidade do loiro na cozinha que superava, inclusive, a tradicional culinária da sua avó. Então era mais do que óbvio que a proposta foi aceita de prontidão.

— E pra onde vamos?

— Ganhei uns ingressos de uma cliente regular para uma apresentação especial. Você vai ver, vai ser legal!

Satisfeito com o término do impasse, Sanji fez uma rápida dancinha da vitória e apressou-se para ocupar seu lugar no volante. Saiu cantando pneu tamanha era sua felicidade. Arranjara uma companhia!

O trajeto foi cheio de conversas banais típica de amigos de longa data e o carro seguiu num ritmo tranquilo pelas ruas movimentadas do centro da cidade. Passaram por ruas e bairros que Luffy nunca tinha visto antes e depois de aproximadamente uns trinta minutos chegaram ao local desejado.

Havia uma grande fila de pessoas bem vestidas diante uma passagem ao lado de uma bilheteria semelhante aquelas de cinemas antigos. Acima disso um letreiro chamativo com luzes redondas piscavam o nome "Nova-lótus", e com letras menores e azuis havia o acréscimo de "Especial dia dos não-namorados". Tinha também uma segunda entrada na outra lateral da bilheteria, mas nessa não tinha fila e dois seguranças guardavam a entrada. Foi para essa que eles se dirigiram.

Luffy inclinou a cabeça mirando o letreiro com muita curiosidade, enquanto Sanji vasculhava todos os bolsos a procura dos ingressos.

— Isso é um prostíbulo, Sanji? — soltou de repente com um genuíno brilho de dúvida nas íris escuras.

O loiro arregalou os orbes ao virar o rosto para o amigo e constatar que várias pessoas olhavam na direção deles, pois Luffy não tivera a decência de sequer falar mais baixo. Até os seguranças pareciam estar prestando mais atenção aos dois. As orelhas de Sanji esquentaram de leve.

— Claro que não! É uma espécie de clube com apresentações temáticas. De onde tirou essa ideia?

— Ah, é que parece com as descrições que meu avô me contava dos prostíbulos que visitava na juventude. — deu de ombros, não parecendo se preocupar se outros tinham ou não lhe ouvido.

Respirando fundo Sanji entregou os benditos ingressos para um dos seguranças e passaram para o hall de entrada do lugar. Dali desceram por um pequeno lance de escadas que deu em uma sala espaçosa e bem climatizada. As luzes eram levemente fracas para ficar mais agradável, havia um bar sofisticado de um lado e na frente da sala tinha um palco não muito alto que tinha formato de semi-arena e avançava em direção a plateia. Várias pessoas já ocupavam muitas das mesinhas e Sanji já estava procurando uma mesa pelas laterais quando uma jovem atendente surgiu ao seu lado.

— Senhor Vinsmoke? — Sanji assentiu depois que conseguiu parar de ficar admirado com a beleza da moça. Ou melhor, Luffy precisou cutuca-lo para que saísse do transe. — A senhorita Nico pediu que o mostrasse sua mesa. Por favor me acompanhem.

Sanji piscou surpreso quando percebeu que a mesa destinada a eles era uma das mais próximas do palco.

— Puxa, Sanji. Essa cliente gosta mesmo de você, viu.  — o moreno comentou risonho enquanto puxava a cadeira para se sentar.

Nesse mesmo instante uma mulher morena usando um vestido longo violeta que enfatizava as curvas do seu corpo, apareceu no palco com um microfone em mãos. Aquela era Nico Robin, a tal cliente que Sanji mencionara mais cedo e que não fazia ideia que era a dona do Terra-lótus.

 — Boa noite, queridos. — a mulher sorriu ao lançar uma rápida olhadela para a mesa onde estava o amigo loiro. —  A apresentação de hoje, como bem sabem, é um especial para todos aqueles que iriam passar o dia dos namorados sozinhos. Sentem-se e aproveitem o musical burlesco dedicado a vocês.

E dito isso ela saiu do palco praticamente desfilando ao som de palmas leves. Poucos segundos depois as luzes na plateia foram consideravelmente abaixadas e a iluminação no palco tornou-se mais evidente. Só então Luffy percebeu que havia uma cadeira branca no meio do palco, mas antes que pudesse perguntar algo sobre aquilo um homem saiu das cortinas laterais do palco e roubou toda a sua atenção.

O homem possuía o cabelo espesso e negro, e estava usando roupa social com colete, sem paletó. As mangas brancas estavam dobradas na altura dos cotovelos revelando parte de uma tatuagem que despertou bastante o lado curioso de Luffy, que quis saber se havia mais para ser mostrado. Os olhos emoldurados por delineador o deixavam com um ar mais envolvente e sensual. Ele também usava um microfone daqueles que encaixam na orelha, aparentemente para poder cantar enquanto realizava outras funções.

Luffy não saberia dizer quando que a melodia começou a tocar, visto que não conseguia tirar o foco do homem sentado na cadeira no centro do palco. Ele, por sinal, deslizou o olhar pela plateia sem demorar-se muito em algum dos rostos, embora Luffy tivesse tido a ligeira impressão dele ter lhe dado uma piscada.

E então o homem começou a cantar e foi como se o encanto estivesse completo, pois a voz rouca e baixa deixou o jovem bombeiro com o corpo arrepiado por inteiro. Ele cantava uma paródia de alguma música pop das atualidades que Luffy não conseguiu lembrar o nome. A letra atual da música falava sobre estar tudo bem em ficar só no dia dos namorados, pois assim ele podia se divertir ainda mais por aí. Em certo momento enquanto ele listava uma série de vantagens em ficar sozinho, uma garota de vestidinho tomara-que-caia entrou no palco e começou a contrapor tudo que ele falava. Eles faziam passos sensuais juntos enquanto cantavam uma discussão sobre a importância do amor e durante isso outros três dançarinos homens entravam no palco usando nada mais do que um shortinho justo com desenhos de coração na frente e gravatas folgadas.

A plateia se animava à medida que o show ia avançando como se soubessem o que estava por vir. Logicamente Luffy nada sabia sobre aquele estilo de apresentação e por isso ficou bem surpreso quando num giro que o homem deu na mulher, o vestido foi tirado e ela ficou apenas de calcinha e sutiã rendados, além da meia-arrastão. A mulher abriu a boca numa expressão de surpresa falsa enquanto a música prosseguia e os dançarinos homens circulavam-na como que a seduzindo para cair na tentação. Sanji era puro elogios e galanteios a mulher seminua, mas não que nada disso tenha sido percebido pelo amigo ao lado. Luffy estava muito mais concentrado na cena que se desenvolvia mais à frente.

O dançarino de cabelos negros pegou a cadeira esquecida no canto e puxou-a até a ponta do palco que ficava mais perto das mesas, fazendo passos lânguidos ao mesmo tempo que exaltava como era bom ser livre das correntes do compromisso. Depois ele começou a retirar peça por peça com tanta lascívia que Luffy respirou fundo inconscientemente e ficou imóvel, como se qualquer movimento seu pudesse fazê-lo perder algo da incrível apresentação. Os dedos moveram-se com destreza no ato de desabotoar o colete. Logo em seguida a camisa fora jogada em algum lugar ao lado revelando mais da pele levemente bronzeada, e ao notar que realmente havia mais tatuagens marcando o dorso desnudo do dançarino, uma fisgada no baixo ventre foi sentida por Luffy.

A calça, que ao que dava a entender devia ser feita especialmente para aquele fim, foi arrancada num único puxão pela mulher que havia se livrado dos outros três homens e agora cantava algo sobre ele ter que se conter. O homem sorriu libidinosamente, agora estando apenas com uma cueca similar a dos outros três homens que dançavam mais atrás no palco, e fez um gesto de desdém para a mulher após assobiar para chamar uma outra pessoa. Nesse momento a música dava uma súbita pausa e da extremidade do palco surgia um homem consideravelmente forte usando uma toga curtíssima e com o cabelo espetado familiarmente verde.

Obviamente ver Zoro no palco fez com que Sanji caísse com cadeira e tudo, tamanho foi seu choque. Novamente esse acontecimento passou despercebido pelo outro, pois Luffy atentava apenas ao final do show. O homem de cabelos negros foi se aproximando de Zoro que estava parara ao fundo do palco e quando chegou perto o suficiente dele, apoiou as costas no peito do outro cantando algo sobre dormir com o cupido naquela noite para não deixar que ele flechasse mais ninguém. Zoro ostentava um sorriso tão lascivo quanto o do outro e deslizou os dedos pela cintura alheia até chegar na barra da cueca para arrancá-la com um puxão.

As pessoas que assistiam ficaram ainda mais alvoroçadas e lançando assobios agora que o homem que Luffy não tirava os olhos não usava nada mais do que um tapa sexo com a imagem de um coração rosa gravado. Os homens fizeram um gesto com o dedo, convidando a moça a se juntar a eles. Com a frase final cantada (uma versão alternativa de “se não vencê-los, junte-se a eles”) o show se encerrou com a mulher correndo para os braços do homem moreno.

Um mar de aplausos começou imediatamente assim que a música cessou. Luffy, ao contrário da maioria, apenas piscou aturdido quando o tal homem olhou fixamente para ele e dedicou-lhe um sorriso típico de menino travesso. A parte depois disso era um grande borrão em suas memórias, como se tivesse entrado em estado de torpor. Lembrava vagamente de ouvir Sanji reclamando o trajeto inteiro a caminho de sua casa e também de ter comido algo antes de, por fim, se jogar na cama e ter sonhos sobre dança envolvendo o moreno tatuado.

No dia seguinte acordou assustado com o nível realista do sonho que tivera. No início resolveu deixar pra lá, mas depois de três semanas tendo sonhos do mesmo estilo acabou pedindo o endereço do tal clube para Sanji. Precisava saciar o desejo de ver o dançarino novamente antes que ficasse louco. Comida já nem era sua preocupação principal e isso era assustador para quem via de longe e não sabia a causa para aquilo.

Foi numa sexta a noite que ele resolveu ir outra vez ao clube. Dessa vez, no entanto, enfrentou a fileira de gente para poder comprar um ingresso e entrar para ver a apresentação do dia. Acomodou-se numa das mesas centrais, — embora não tão perto do palco, pois aquelas eram reservadas para entradas vips – e esperou o show começar. Os dançarinos principais eram o moreno e a mesma garota da outra vez, o que fez Luffy cogitar a possibilidade de um relacionamento entre eles. O misterioso, todavia, foi o aperto no estômago que sentiu ao pensar nisso.

O musical do dia foi outro dueto com paródia de uma música famosa, assim como se imaginava. Contava a história de um casal que brigava por que a mulher se revoltara ao ter o namorando pedindo que ela dançasse sensualmente pela centésima vez. Então com muita impetuosidade ela trouxe uma cadeira, se sentou confortavelmente no objeto e mandou que o namorado dançasse para ela. O moreno deu de ombros e começou a dançar sugestivamente ao redor da cadeira em que ela estava.

E que dança, viu!

Sem falar que vez ou outra o dançarino rebolava olhando diretamente para Luffy, como se houvesse uma grande seta em sua cabeça indicando onde estava. O estímulo da dança foi tanto, que no meio da apresentação ele precisou se retirar porque uma parte especial sua estava animada demais para estar em público. Após esse dia os sonhos tornaram-se ainda mais realísticos e nem um pouco puritanos. Luffy perdeu a conta de quantos dias ele acordava com uma super ereção nas calças por causa de um sonho com o dançarino.

Obviamente ele parou de ir no clube. Estava com medo do ritmo que as fantasias estavam tomando e temendo se tornar um pervertido como os das histórias que sua mãe contava quando era menor, tentava a todo custo esquecer aquela presença tão marcante. Além de ser assustador toda essa fixação por um homem, visto que nunca tinha sentido isso em sua vida.

Com o passar dos dias o calor foi diminuindo gradualmente e Luffy ficou bem mais calmo. Se continuasse naquele ritmo em pouco tempo superaria aquele desejo irracional e voltaria a ser como era antes: apenas preocupado com quantia de carne que conseguiria comer após os expedientes.

Numa certa noite, após um dia intenso cheio de pequenas chamadas, ele preparava-se para ir para casa quando uma voz pronunciou-se parecendo lhe chamar. Logo percebeu que havia um homem encostado a uma moto no ponto mais distante do estacionamento do prédio. Franziu as sobrancelhas achando estranho, mas acabou indo mesmo assim em direção ao desconhecido. Contudo, quando percebeu quem era se arrependeu de ter feito isso.

— Olá. — cumprimentou o dançarino do clube que tanto frequentara seus sonhos.

Luffy mordeu o lábio inferior quando se sentiu inquieto de tê-lo falando ali tão próximo a si. As mãos foram parar nos bolsos da calça enquanto fazia um esforço enorme em parar de fitar os olhos dourados que tanto lhe chamavam a atenção.

— Como me encontrou? — perguntou simplesmente depois de alguns segundos em silêncio mirando o asfalto.

O homem deu um sorriso de canto, dando de ombros.

— Tenho uns contatos aqui e ali.

Outro momento de silêncio se passou.

— E o que faz aqui?

O dançarino não respondeu de imediato, preferindo primeiro puxar um cigarro do bolso para acender. Deu uma boa tragada e soltou a fumaça para o lado antes de sorrir de novo.

— Parece que eu o assustei um pouco da última vez, desculpe por isso. — deu mais uma tragada enquanto o analisava de cima a baixo descaradamente. E por mais surpreendente que possa parecer Luffy não se sentiu ofendido e, sim, com o corpo ainda mais inquieto. O peso daquelas írises parecia incendiá-lo internamente. — Que tal recomeçarmos? Meu nome é Law, prazer em conhece-lo. — falou estendendo a mão coberta por tatuagens.

Luffy intercalou o olhar entre a mão e o rosto do outro sem saber o que fazer. E antes que pudesse, de fato, perceber o que fazia apertou a mão alheia num ímpeto.

— O meu é Luffy. — respondeu inflando as bochechas de um modo que Law achou bem adorável para um homem adulto.

E foi assim que eles finalmente se apresentaram. Ficaram algum tempo ainda ali, com as mãos dadas, aproveitando o contato das peles que parecia ser bem agradável para ambos. Eles ainda não sabiam, mas teriam um relacionamento bastante longo e meio louco pela frente.

 

 


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Notas finais do capítulo

É, eu gosto de enfiar zosan em tudo mesmo adsoijoadofah



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