Rua Lillgston escrita por SmileLove


Capítulo 7
Parte 2: S.O.S Cadê minhas roupas?


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey! Desculpe a demora! ♡



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Procurei Marina em todos os lugares, possíveis e impossíveis. Ela havia sido engolida pelo chão, só pode.

Minha cabeça estava começando a latejar, as pernas levemente bambas e o gosto ácido e amargo de álcool na boca.

Parecia ter se passado horas enquanto eu simplismente andava em círculos no meio daquele monte de gente bêbada, música alta e vômito.

Depois de dar o que deveria ser a décima nona volta pelo lugar, explodi. De raiva.

Ela havia evaporado, era isso!

Girei nos meus calcanhares, saindo de lá o mais rápido que consegui. Talvez Marina ficasse com raiva de mim amanhã, quando estivesse sóbria. Mas não me importava mais. A culpa não é minha se ela é abduzida por E.Ts e não fala nada!

Enquanto meus pés tentavam me guiar para fora do lugar, em algum momento esbarrei em algo quente e alto. Nossos ombros se bateram forte, fazendo com que eu desse passos desajeitados para trás. Alguma coisa me dizia que não era só por causa do impulso, e também por conta de certa substância alcoólica. Ouvi uma voz conhecida, que me fez estremecer:

— Desculpe! 

Olhei para cima, vendo ele. O garoto Rock Star estava do jeito de sempre. Calça jeans escura, touca vermelha e camiseta azul com alguma das imagens, vamos dizer assim, infantis - Não - tão - infantis que eu já estava acostumada a ver: um gato zumbi comendo uma pizza de cérebro. Me encarou com os olhos escuros, preocupado, como se esse leve empurrão pudesse me fazer quebrar o pescoço: -Você está bem?

Assenti com a cabeça, olhando ao redor para ver se achava minha " Arco-íris ambulante".

— Estou sim, não se preocupe. - sorri, sem mostrar os dentes.

Ele me avaliou por um instante, antes de dizer:

—Batatinhas! - o semblante preocupado se transformou em um divertido, acompanhado do quase invisível sorrisinho no canto dos lábios. Fez um barulho com a boca, soltando um: " ts, ts,ts" e balançou a cabeça, como se estivesse negando. Depois disse, brincando: - Não sabia que frequentava esse tipo de festas! Que coisa feia.....

Pensei por alguns segundos antes de responder. De acordo com o meu lado observador e gênio, mais ou menos uns oito segundos. Antes que ele achasse que eu era retardada ou algo do tipo, respondi, no mesmo tom que ele:

— Rock Star! - Ergui as sombrancelhas, cruzado os braços na frente do corpo com o sorrisinho mais provocativo que consegui. Fiz o mesmo jesto e barulho com a boca que ele fez, depois disse: - Não sabia que frequentava esse tipo de festa! Que coisa feia......

Seu sorriso se alargou no canto dos lábios. Os olhos negros me olharam de um jeito curioso enquanto uma leve e quase imperceptível covinha aparecia no canto da sua boca, perto da bochecha esquerda que, por acaso, ele havia pressionado internamente com a língua, de um jeito atraente.

— Rock Star? - perguntou, com as sombrancelhas erguidas. - Sério?

— Batatinhas? - fiz a mesma expressão. Quando uma risada super fofa saiu de seus lábios, me obriguei a continuar: - Acho que esse apelido não combina comigo.

Deu de ombros.

— Para mim combina perfeitamente! - baixou os olhos para meus sapatos- Falando nisso, ainda está usando as meias de batatinhas, batatinhas?

Semicerrei os olhos. Ele iria continuar tirando uma com a minha cara.

— Ainda está tocando sua guitarra vermelha, Rock Star?  - devolvi.

Riu mais uma vez:

— Por que só responde minhas perguntas com outras perguntas?

Soltei uma risada que, segundos depois me arrependi por ter saído completamente esganiçada. Entrei mais fundo ainda na brincadeira.

— Te pergunto o mesmo!

Abaixou a cabeça mais uma vez, balançando- a enquanto fazia aquela mesma coisa de pressionar a língua no interior da bochecha. Talvez fosse uma mania.

— Bom, já que não vai responder minhas outras perguntas - pegou um copo de cerveja na mão de um rapaz que passava. Ele sorriu, acho que eram amigos. -Posso ao menos saber seu nome? - fez um gesto com a bebida, como se perguntasse se queria um pouco. Neguei. Já tinha bebido demais.

Pensei por alguns segundos mais uma vez.

Talvez fosse efeito do álcool, ou meu lado ousado tinha se manifestado.

— Talvez. - sorri.

— Talvez? - perguntou.

Assenti. - Talvez. - Antes que ele falasse mais alguma coisa, acrescentei. - Se você disser o seu, eu digo o meu. Então, como se chama?

Ele pensou um pouco, e respondeu, travesso:

— Talvez eu diga. - Me imitou.

Ergui as sombrancelhas.

— Talvez?

Ele assentiu.

— Talvez. - seu sorriso cresceu, mesmo ele tentando esconder.

Desviei os olhos. Ficamos uns instantes sem dizer nada, até que falamos ao mesmo tempo, enquanto nossas gargalhadas se misturavam no ar.

— Scott. - sorriu.

—Lia.

— Ainda prefiro batatinhas.

— Está querendo dizer que meu nome é feio? - alfinetei. 

Ele bebeu um gole da cereja antes de continuar, com as sombrancelhas erguidas.
— Eu não disse isso!

Dei de ombros, pegando a cerveja da sua mão e dando um longo gole. Não sei porque fiz isso.

— De qualquer forma, prefiro Rock Star!

— Estão estamos quites! - Me pegou pela mão. Antes mesmo que pudesse sequer pensar em ficar confusa, continuou:

— Vem, quero que conheça algumas pessoas.

Arrastou meu corpo tonto e deslocado por aquele monte de gente, chegando a um grupo de pessoas que estavam do lado de fora, no campus.

— Ei, pessoal! - percebi que talvez ele tivesse algum tipo de obsessão com a palavra " Ei". - Essa é Lia, mas podem chama-la de batatinhas! - Sorriu, e eu o fuzilei com os olhos. Continuou: - Na verdade, chamem só de Lia mesmo. Eu dou conta do apelido. Ela é muita Batata pro paladar de vocês!

Pensei em revirar os lhos por conta da piada idiota, mas os mesmos focaram nos outros olhares virados para mim. Um garoto de cabelos claros, quase loiros, uma menina de olhos azul - esverdeados e outro olhar que eu já conhecia bastante.

— Lia, cara de Pia! - Marina pulou em meus braços, de um jeito esmagador.

Pensei em todas as palavras perjurativas e em lições de moral que eu podia dar nela, mas fugiram todas num piscar de olhos.

— Olá, moça bonita! - comprimentou o loirinho. Respondi com um sorriso.

— Esse é Greg....- Falou Scott, tirando a touca da cabeça e passando a mão pelos cabelos, depois colocando - a de novo.

A menina dos olhos bonitos sorriu pra mim, com os olhos focados na minha cabeça:

— Bonitos cabelos!

Que gente estranha com comprimentos. Respondi com um singelo " Obrigada" seguido de um sorriso amigável.

— Essa é Brenda. - Bebeu mais um gole da cereja.

Marina estão se pronunciou, mais uma vez:

— Vamos ao banheiro comigo? - e antes que eu respondesse ela já estava me arrastando de lá.

Mas nós não fomos ao banheiro.

No meio do caminho, encontrei com o demônio em pessoa.

Kaitellyn Muller me encarou com os olhos escuros e venenosos, parada bem na minha frente.

— Lia! - Sorriu, mexendo no cabelo ruivo artificial. Falsa. - Estava te procurando! Onde se meteu?

— Como soube que eu tinha vindo? - desconfiei.

— Te vi quando chegou. - Ela estava aprontando alguma. Ao contrário de todo clichê, Kaitellyn não era metida e vadia. Era uma típica garota versão garoto valentão. E me perseguia deis de..... bom, sempre. - Que tal jogar Verdade ou consequência? É infantil, eu sei! - riu sozinha. - Mas várias pessoas vão brincar! Vai ser legal! Você vem?

Quis gritar um "NÃO, KAITELLYN MULA! " - entendeu a referência? -

— Acho melhor nã...- Comecei, pensando em uma desculpa.

— SIM! - Marina me agarrou pelo cotovelo.

— Que ótimo! - Kaitellyn sorriu, e pude ver a maldade refletida em seus dentes brancos.
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Uma gota fria de suor escorreu pela minha testa, enquanto a garrafa era girada pela terceira vez. Estávamos no quartinho onde o tio da limpeza guardava os produtos, todo o bolinho de gente agachada no chão.

Já me sentia mole demais, risonha demais. Para piorar, percebi que estava realmente meio bêbada quando um garoto da rodinha, Vitor, se safou de ter que cantar " Baby" do Justin Bieber e, eu, disse as fatídicas palavras:

— Nossa, Vitor! Como você foi Vitorioso!

Pelo menos as pessoas riram.

Mas meu fim realmente foi quanto Kaitellyn girou a garrafa e ela virou pra mim. Aí eu achei que fosse morrer. Literalmente.

— Lia.....- sorriu, maldosa. - Como nessa rodada ninguém pode pedir verdade, já vamos diretor para o desafio..... - Várias maneiras de como fugir dali me vieram a mente, mas não consegui colocar nenhuma em prática. - Te desafio a pular na piscina.

Por um momento não acreditei. Esperava algo bem pior, afinal, se tratava da Kaitellyn! Porém, não ousei negar.

— Tudo bem! - disse, me levantando do chão e saindo pra fora do quartinho, andando até a área da piscina com aquele monte de gente atrás.

Parei na borda, encarando minha imagem na água. Estava frio, muito frio.

— Vamos logo com isso. - Kaitellyn empurrou meus ombros e, antes que conseguisse sequer gritar, já estava embaixo da água.

Cuspi uma quantidade inacreditável. Percebi que água com álcool era o antídoto perfeito para o sono, quando sai da piscina com as roupas pingando.

Meu resfriado com certeza havia piorado mais.

E foi então que eu me julguei uma anta. Como é que eu iria ficar agora? Com as roupas molhadas?

Como se estivesse pressentindo, Kaitellyn se pronunciou:

— Ah! Eu trouxe uma muda de roupas! - fez sinal para uma garota, que correu pra dentro da escola atrás da sua bolsa.

Aquilo não estava nada certo. A não ser que Kaitellyn estivesse abduzida pelo Papa, nunca seria tão boa. Mas eu não tinha nenhuma escolha! Ou aceitava, ou ficava encharcada. Afinal, também não poderia piorar........ poderia?

A garota voltou, trazendo a bolsa. Kaitellyn tirou de lá uma sacola, afirmando ter uma muda de roupas. Dei uma olhada suspeita, para ver se na verdade não eram ratos. Me senti mais confortável quando vi o amaranhado de tecido.

Agradeci ainda meio desconfiada e segui para o banheiro, que estava simplismente lotado. Por fim, entrei no quartinho do tio da limpeza, agora vazio.

Assim que tirei minhas roupas, ficando apenas de Langerie, senti um frio perturbador na barriga. No instante seguinte as luzes se apagaram, e no outro, quando finalmente se acenderam, minha muda de roupas molhadas não estava mais no chão.

Olhei ao redor, tentado entender alguma coisa. Foi aí que vi a porta entre - aberta, e ouvi as risadas ao longe. Quis me socar. E a sensação só piorou quando abri a sacola e encontrei um monte de trapos rasgados.

Entrei em pânico.

Tirei os trapos da sacola, cobrindo o máximo possível meu corpo.

Sai, tentando me esgueirar pelos cantos. Minha meta agora era: Encontrar Marina. Dar um tapa nela por ter aceitado participar do verdade ou consequência. Bater mais uma vez por não estar ali na hora que eu precisei. Bater mais sem motivo algum e por último ir embora.

Enquanto tentava me esconder cada vez mais, ouvi o Flash de uma câmera, seguido de mais risadas.

Avistei Marina ao longe, num canto com um grupo de pessoas. Onde eu estava era mais afastado, e quando olhei ao redor, não havia mais ninguém. Gritei por ela, o que foi inútil. Ouvi passos ao redor, e me desesperei mais.

Escorei meu corpo num vaso ali perto, enquanto os passos ficam cada vez mais próximos.

— Batatinhas?

Por favor, por favor, que não seja quem eu estou pensando que é......

— Você tá......pelada?


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Notas finais do capítulo

Bye bye



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