Claire's Anatomy escrita por Clara Gomes


Capítulo 22
Capítulo 21 – Anything Could Happen.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde! Eu sei que já faz mais de um mês que postei o último capítulo, e perdão por isso. Estou meio que postando um por mês, porque com esse só tenho mais 3 capítulos prontos, e não quero ficar sem nenhum. Então tenham paciência, porque nas férias de dezembro eu pretendo me dedicar mais à fic. Não desistam de mim, afinal falta menos de um mês pro Enem e eu estou desesperada hahaha
Esse capítulo é um dos meus xodós, e eu creio que irá mudar sua perspectiva sobre a fanfic. Ele é um daqueles que eu insiro os personagens em um episódio específico da série, e no caso esse seria o episódio 08x13 "If/Then", mais especificamente aquele em que a Meredith imagina um mundo em que a mãe dela não tem Alzheimer. Muita gente não curte muito ele, mas eu particularmente amo, e escrevi esse capítulo com o mesmo amor.
A música de hoje refere-se mais à narração do começo e do fim do capítulo do que ao conteúdo em sim. Link: https://www.youtube.com/watch?v=5hzgS9s-tE8
Bom, já falei demais. Boa leitura para vocês, e espero que gostem tanto quanto eu.



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Você acredita em destino? Você acha que as coisas são destinadas a serem de certa forma? E se tudo fosse diferente? Às vezes, alguma pequena coisa que fosse mudada em nossa vida, a levaria a um rumo totalmente diferente. E se Akira nunca tivesse morrido? E se o tiroteio nunca tivesse acontecido? E se Rebecca e eu nunca fossemos amigas? E se?

Pousei o corpo da bebê cuidadosamente em seu berço, morrendo de medo de acordá-la. Apaguei a luz do quarto e encostei a porta, deixando apenas uma fresta aberta.

— Dormiu? – questionou minha mãe, sorrindo fraco.

— Graças a Deus! Estou exausta. – respondi, suspirando – Vou tomar um banho agora, e cair na cama.

— Vai sim, filha. Boa noite. – a mulher abraçou-me rapidamente.

— Boa noite. Te amo. – despedi-me e fui até meu quarto.

Peguei algumas coisas e caminhei até o banheiro. Tomei um banho rápido, pois não via a hora de me deitar. Voltei ao meu quarto, fechei a porta e apaguei a luz, antes de me aconchegar sozinha em minha cama de casal. Relaxei rapidamente, já pegando no sono.

Acordei com o barulho do choro de algum dos bebês, e bufei, apertando os olhos novamente. Eu estava tão cansada, e só de pensar em levantar, já me dava vontade de morrer.

— É sua vez... – disse a voz masculina ao meu lado, embargada de sono.

— Sempre é minha vez, vai você. – rebati, cobrindo minha cabeça com o edredom.

— Eu passei o dia todo numa SO com o Shepherd, tenha um pouco de compaixão. – retrucou, fazendo-me revirar os olhos. Era sempre aquela mesma desculpa, mas, para evitar confusões, eu fingia comprar.

— Eu vou agora, mas você que vai amanhã à noite, Akira. – afirmei e levantei-me. O jovem gemeu alguma coisa, e eu segui meu caminho até o quarto das crianças.

Ao adentrar o cômodo, notei que ambos estavam chorando desesperadamente. Dei um jeito de pegar os dois no colo, e chequei as fraldas para ver se aquele era o problema, mas não era. Ofereci o peito, mas nenhum quis também, então comecei a me desesperar. Assim ficava difícil saber o que eles queriam. Depois de alguns minutos chacoalhando-os, decidi coloca-los juntos no mesmo berço, para ver se paravam de chorar. Foi a solução perfeita: em pouquíssimo tempo, ambos calaram-se, e começaram a tentar “comunicar-se” entre si. Abri um sorriso largo, sentindo meu coração encher-se de alegria por tê-los. Às vezes era um pouco cansativo, mas aqueles bebês haviam sido as melhores coisas que aconteceram em minha vida.

Quando os dois pegaram no sono novamente, voltei para meu quarto, jogando-me na cama. Em questão de segundos depois, o despertador começou a apitar, deixando-me frustrada. Gemi inconformada, enfiando a cabeça debaixo do travesseiro.

— Bom dia, Raio de Sol. – falou Akira, e mesmo não o vendo, eu poderia dizer que ele estava sorrindo.

— Bom dia para quem? – retruquei, ainda com a cabeça sob o travesseiro.

— Vou tomar um banho, vê se não dorme de novo. – disse, e ouvi-lo deixar o quarto.

Suspirei e tomei coragem de sair da cama, seguindo para o quarto dos bebês. Chequei se estava mesmo tudo bem e desci para a cozinha. Comecei a preparar o café da manhã, até que senti alguém me abraçando por trás, e eu sabia muito bem quem era.

— Você está me atrapalhando. – afirmei, rindo fraco.

— Eu não me importo. – sussurrou ao pé do meu ouvido, e começou a beijar meu pescoço.

— Você deu uma olhada nas casas que eu deixei separadas? – indaguei, e Akira bufou, parando de me beijar e soltando minha cintura.

— Não... Eu já disse que não vejo motivo para nos mudarmos. Concordamos em ficar nesse apartamento, porque é perto do hospital. É perfeito para nós. – respondeu, pegando uma xícara no armário.

— Mas nós temos gêmeos, Akira. Precisamos de um lugar maior. Eles nem têm onde brincar. – rebati – Quantas vezes vou ter que explicar?

— Por mim, está perfeito assim. – deu de ombros, colocando café em sua xícara, ao meu lado. Respirei fundo para tentar evitar uma briga, engolindo as coisas que queria dizer.

— Vou tomar meu banho. – avisei, um pouco seca, e parti para o andar de cima novamente.

—-

 Adentramos o vestiário dos residentes juntos, onde se encontravam April Kepner e Jackson Avery. Acenamos e fomos até nossos respectivos armários, começando a nos trocar. De repente Meredith Webber também entrou na sala, apressadamente, com seu ar arrogante de sempre.

— Eu tenho algo para te contar. – disse, parando na frente de April. Apenas deteve-se a estender o braço para a jovem, mostrando-a sua mão, que carregava uma aliança com uma pedra consideravelmente grande. Não pude conter, mas ergui uma sobrancelha, surpresa com a situação.

— Meu Deus! Quando? – exclamou a ruiva, tão surpresa quanto nós.

— Ontem à noite. Quero dizer, eu achei que ele fosse fazer isso. Claro... – a loira deu de ombros, claramente se referindo a seu namorado, Alex Karev, e sua amiga pareceu sem graça – Você está bem? Porque eu sabia que seria difícil para você. Você vai achar alguém, April. Charles gosta muito de você.

— Eu sei, mas Charles é... – Kepner negou com a cabeça, mas foi interrompida por uma voz masculina.

— Oi... Oi April. Charles é o que? – o homem em questão cumprimentou e questionou, seguindo para seu armário.

— Nada. – respondeu a médica, se fazendo de boba – Não! Não, estou tão empolgada! Contou para mais alguém?

— Além dos meus pais? Não. Você é minha pessoa. – afirmou Webber.

— É lindo. Pessoal! Vocês vão ser os próximos Shepherd. – a ruiva pareceu animada.

— Que se dane! Vamos ser os próximos Webber. – riu-se a loira – Ontem à noite, saímos para jantar. E ele... – começou a contar, mas foi interrompida pela entrada de Cristina Yang na sala, com toda sua aura das trevas, e todos reviraram os olhos.

— Bom dia. – cumprimentou Jackson.

— Está falando comigo? – questionou a asiática, rudemente.

— Jackson, não alimente os animais. – provocou Meredith, negando com a cabeça.

— Todos vocês podem ir chupar... – Yang partiu para sair da sala, mas outra voz masculina cortou-a.

— Hey! Como estão hoje? Prontos para detonar? – falou Alex Karev, com sua típica animação, de certa forma artificial – Vamos repassar a programação. Avery?

— Cobrindo a Emergência. – respondeu o moreno dos olhos verdes.

— Um trabalho nobre. Yang? – Karev sorriu ironicamente.

— Aneurisma da aorta torácica solo. – afirmou a médica.

— Acho que isso significa que vou acompanhar o pós-operatório de Torres. – disse Meredith.

— Kepner?

— Vou trabalhar com Shepherd. O Shepherd bom. – assentiu.

— Eu também. – Akira revirou os olhos.

— Eu vou ficar com o Shepherd mau. Acho que nós seremos os próximos Shepherd... – disse Charles, e a ruiva revirou os olhos.

— Não seremos. – fez cara de nojo.

— E eu também estou com o Dr. Shepherd. – me pronunciei, agora pronta para o trabalho.

— Muito bem, pessoal. Nós é que fazemos o dia ser bom ou ruim. Vamos fazer com que este continue sendo o melhor hospital do país. – encorajou Alex – Vamos! Yang, sorria. Certo, vamos lá.

Akira e eu saímos do cômodo junto com os outros, deixando os pombinhos a sós.

— Hey, será que você não quer trocar comigo? Eu fico com o Shepherd mau, e você com o Shepherd bom... Por favor? – pediu o asiático, e eu hesitei um pouco antes de responder. Eu gostava de Neuro de uma certa forma, mas não era meu maior sonho, assim como era o dele. E como eu também gostava de Obstetrícia e Neonatal, aquela não seria uma troca horrível de se fazer.

— Por mim, está tudo bem. – dei de ombros, sorrindo para tentar disfarçar que por um segundo, eu pensei em recusar.

— Eu sabia que você não recusaria! – beijou-me no rosto, animado – Que se danem eles, nós definitivamente seremos os novos Shepherd, eu um conceituado neurocirurgião, e você uma cirurgiã obstetra milagrosa. – sorriu largo, e seus olhos até brilharam. Forcei um sorriso para acompanha-lo, mas esse era um assunto que não me deixava muito confortável, pois eu não sabia se era isso mesmo que eu queria – Vejo você mais tarde?

— Claro. – assenti, e o mesmo me deu um selinho rapidamente como despedida, virando as costas para mim e seguindo pelo corredor.

Suspirei e avistei Rebecca e Diego desfilando juntos. Infelizmente, os dois se aproximaram de mim, com sorrisos debochados no rosto.

— Que putaria em pleno corredor... Deveria ter vergonha, Scofield. – ironizou Cooper, rindo-se.

— Putaria? Eu? Olha quem fala, a dupla que já pegou o hospital praticamente todo! – rebati, cruzando os braços.

— Pelo menos a gente está transando, você está? – provocou Gomes, e os dois gargalharam, deixando-me para trás.

Revirei os olhos e respirei fundo, para não os xingar de nomes piores. Tomei meu caminho, e cheguei um pouco atrasada, pegando Kepner já no meio de um parto.

— Bipe Shepherd! Agora! – ordenou a ruiva ao me ver adentrando a sala.

— O que aconteceu? – questionei, já fazendo o que ela mandou.

— Eu não vou explicar para você. – negou com a cabeça – Não empurre! Theresa, não empurre! – disse à paciente.

— Kepner, o que está acontecendo? – perguntou Addison Shepherd, colocando as luvas e aproximando-se.

— Está dilatada e com apagamento. O bebê começou a coroar e depois parou. – explicou.

— Okay, afaste-se. – mandou, e assumiu o lugar da jovem, checando o bebê, que estava preso – Theresa, você está indo muito bem. Peçam um ultrassom 3D agora e preparem uma SO para uma cesárea de emergência. E bipe meu marido. Agora mesmo. – continuou, e April e eu nos movemos rapidamente.

— Eu vou atrás do ultrassom e do outro Shepherd, e você cuida da SO. – sugeri, e a ruiva apenas assentiu.

Bipei Derek e Akira, e pedi o aparelho solicitado às enfermeiras do balcão. Levei-o até Addison, que o utilizou rapidamente, e analisou as imagens.

— Vamos logo para a SO. – afirmou, e uma equipe começou a mover a maca – Seja discreta. Não queremos assustar a mãe, mesmo que é grave. – sussurrou para mim, e eu apenas concordei com cabeça.

Seguimos para a Sala de Operações, e logo depois, Derek, Charles e Akira juntaram-se a nós.

— Chamou? – perguntou o neurocirurgião, adentrando a sala.

— Dê uma olhada no ultrassom. – ordenou sua esposa.

— Que tumor enorme. – disse Charles, mexendo no computador, olhando para as imagens.

— O quê?! – exclamou a mãe, olhando-o preocupada.

— Cale-se. – o médico mais velho repreendeu-o, dando um tapa leve em seu braço – Está pressionando o pescoço. Protegeu as vias aéreas? – virou-se para a obstetra.

— Fiz um EXIT e traqueotomia, protegi o melhor possível. – respondeu, e seu marido assentiu.

— Por que não posso ver meu bebê? O que houve? – indagou a mãe da criança, confusa.

— Theresa, seu bebê tem um tumor, mas o Dr. Shepherd está aqui e vai cuidar bem dela. – explicou Addison.

— Os Shepherd são o melhor que você e seu bebê podem ter, okay? Eles são incríveis. – April tentou acalmá-la.

— Tudo bem. – falou Dra. Shepherd, entregando a criança às enfermeiras.

— O que há de errado com ela? – questionou Theresa, acompanhando sua filha com o olhar, e caindo num choro desesperado.

— Okay, podem fechar, eu preciso conversar com meu marido. – afirmou a cirurgiã, e eu assumi rapidamente, não querendo perder para Kepner.

— Fio 4-0. – pedi, e comecei a fazer a sutura.

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Encontrava-nos sentados em uma mesa do refeitório, junto com os residentes de mais cedo no vestiário. Todos nós observávamos Cristina, que suturava uma banana, sentada em outra mesa, completamente sozinha.

— Quantos aneurismas de aorta ela realmente fez? – questionou Meredith, virando-se para seu noivo.

— Dois, no hospital. – respondeu o rapaz – Deve ter feito mais em casa, em gatos. – caçoou, arrancando risos de todos.

— Alguma vez ela comeu acompanhada? – perguntou Jackson.

— Não. – Kepner negou com a cabeça – É isso que acontece quando se transa com um Atendente. Vira um pátria.

— Ao contrário de sua abordagem de nunca transar com ninguém? – brincou o moreno.

— Sem piadas de virgens – repreendeu Webber.

— Obrigada. – agradeceu April.

— Ela e Preston Burke? Sério? – indagou Avery.

— E parece que foi tão assustador que ele precisou sair do estado. – disse Mer, rindo-se.

— Algumas pessoas precisam usar sexo para subir na vida, não é o caso de gente talentosa como nós, certo Dra. Webber? – falou Akira, com cara de babão, fazendo-me franzir o cenho.

— Sempre digo para não mexer com as malucas. – afirmou Alex – Um dia ela vai dar uma de Izzie e sair atirando no hospital.

— O que é “Izzie”? – perguntou Jackson, rindo aparentemente sem entender.

— Quer dizer “maluca”. – respondeu Karev.

— Era uma garota da nossa classe que estava dormindo com um paciente e roubou um coração de transplante para ele. – explicou a loira.

— Até que a Meredith a dedurou e ela foi demitida. – o noivo dela complementou, sorrindo orgulhoso.

— Nossa, Mer, como você é corajosa. – April pareceu surpresa, e o casal trocou um beijo rápido.

— Espere um pouco. Quantas pessoas do seu ano falharam? – questionou Avery, confuso.

— Duas, ela e O’Malley. – afirmou Alex – Ele não passou na prova do estágio e nunca mais foi visto.

— Isso me lembra da sua namorada esquisita, que reprovou por sua causa, Jackson. – falou a ruiva, rindo maliciosamente.

— Nem me lembre daquela louca. – o moreno revirou os olhos, dando um gole em sua bebida.

— Como era o nome dela mesmo? – indagou Webber, também rindo.

— Anastasia. Ugh! – o moço repudiou, fazendo uma careta.

— Não falem assim dela! Vocês nem a conheciam. Ela é uma boa garota. – retruquei, finalmente me pronunciando. Aquele assunto estava me irritando, porque eu detestava o jeito arrogante com que eles se referiam aos outros médicos.

— Acredite em mim, eu a conhecia muito bem. Ela é uma garotinha mimada, que acha que só porque o pai dela é político, ela pode deitar e rolar por aí. Achei é pouco que ela falhou na prova. – rebateu Avery, dando de ombros no final.

— Ela só falhou na prova, porque você a deixou em pedaços! – falei, inconformada – E talvez se você fosse um melhor professor, Jackson, ela teria passado. Você como nosso residente, só sabia reclamar e dar ordens inúteis! – complementei, desafiadoramente.

— Se ela não consegue separar o pessoal do profissional, ela realmente não merecia passar na prova. – afirmou Meredith – É como seu marido disse, tem gente que precisa usar sexo para subir na vida. No caso dela, não deu muito certo, né. – riu, olhando para Akira, que pareceu derreter ao meu lado.

Revirei os olhos e me segurei para não dar uma resposta à altura. Aquele não era o homem com o qual eu tinha me casado, um baba ovo de uma loira filha da Chefe da Cirurgia do hospital.

Os risos de todos foram interrompidos, quando Diego e Rebecca passaram por nossa mesa, e ambos sorriram maliciosamente, mandaram beijos e fizeram poses “sexy” para Karev, provavelmente apenas para irritar sua noiva. Cooper virou sua bunda na direção do rapaz e deu um tapa, e continuou seu caminho com Gomes, ambos gargalhando. Enquanto isso, Meredith tampou os olhos de Alex, fazendo cara feia para a dupla.

— Esses dois são uma peste para esse hospital. Não sei porque minha mãe ainda não os demitiu. – a loira bufou, fuzilando-os com o olhar.

— E o pior de tudo, é que aquela Rebecca vai se juntar a sua mãe e eu na cirurgia hoje. – Alex fez cara de nojo.

— Ah não, eu não vou aceitar! Vou reclamar com minha mãe! – exclamou Meredith, inconformada.

— Não adianta, a Chefe parece gostar muito dela. Não sei o que ela vê nela. – o rapaz ergueu uma sobrancelha.

— Cuidado Alex, do jeito que são rodados, é capaz de começarem uma epidemia de Aids aqui, só pelo ar mesmo! – brincou Jackson, fazendo-os rirem.

Eu não ia com a cara daquela dupla, mas o jeito que eles falavam dos dois também não me agradava. E a piadinha da Aids foi a gota d’água.

— Eu vou ver se a Shepherd não está precisando de mim. – afirmei, levantando-me bruscamente da mesa e me afastando, levando minha bandeja comigo. Pude sentir os olhares irônicos em minhas costas, e ouvi alguns cochichos e o som de alguém me seguindo, que deduzi que era Akira.

— Você está brava? – perguntou, parando em minha frente.

— Não, imagina, é coisa da sua cabeça. Agora pode voltar lá, e lamber um pouco mais a Webber. Eu sei que é divertido para você, Sr. “Nós não precisamos de sexo para subir na vida, né Dra. Webber?”. – ironizei, demonstrando minha irritação na voz.

— Eu não estava puxando o saco dela, Claire. – revirou os olhos.

— Você diz amar tanto o Shepherd, mas só quer uma oportunidade para dar uma rasteira nele e tomar a liderança da Neuro. Quer saber? Faça como quiser. Mas ficar lambendo a Meredith só porque ela é filha da Chefe, não é muito diferente de usar sexo para subir na vida. – rebati, negando com a cabeça, incrédula – Eu vejo você na SO. – virei as costas e segui meu caminho, torcendo para ele não me seguir.

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Estávamos finalmente na SO, tendo os dois Shepherd operando ao mesmo tempo no bebê, e nós quatro assistindo.

— Está vazando LCR. Preciso de sucção aqui, Percy. – afirmou Derek, focado em seu trabalho.

— Preciso que almoce com o presidente do comitê da escola Bryson. – disse Addison, também concentrada no que fazia.

— Por que estamos falando disso agora? – questionou o homem, parecendo não estar muito a fim de falar sobre aquele assunto.

— Porque, Derek, você nunca está em casa, sempre passa a noite naquele trailer idiota, naquele terreno idiota, planejando a casa idiota que nunca vai construir. – retrucou sua esposa, e nós, residentes, trocamos olhares surpresos, ficando um pouco desconfortáveis.

O momento tenso foi interrompido pelo barulho das máquinas, anunciando que havia algo de errado.

— Oxigenação caindo. O que você fez? – indagou o Shepherd, observando o monitor dos aparelhos.

— Não fiz nada, está invadindo a parede da traqueia. – respondeu a Shepherd, um pouco hostil.

— Pinça! – pediu o médico – Proteja as vias aéreas.

— Estou dando o máximo, Derek. Preste atenção no que você está fazendo. – rebateu, fazendo-nos nos entreolharmos novamente, chocados com a hostilidade que os dois se tratavam.

Algum tempo se passou, e finalmente a cirurgia acabara. Retirei as roupas cirúrgicas e suspirei aliviada, um pouco cansada da longa operação. Enquanto tirávamos nossas roupas, o casal de cirurgiões lavava as mãos lado a lado, e podíamos vê-los através do vidro. Os dois conversavam sobre alguma coisa, que não era possível ouvir, mas suas vozes foram alterando-se, até que ambos estavam gritando, tornando possível para nós, que ainda estávamos dentro da SO, ouvirmos tudo o que diziam.

— Certo. Tudo vai ser diferente quando o bebê chegar. – ironizou o homem.

— Posso sonhar. – retrucou a mulher, jogando a toalha com que secava as mãos sobre a pia.

— Nada vai mudar. – falou Derek – O que você acha que vai mudar?

— Você queria um bebê? – questionou a ruiva, franzindo o cenho.

— Eu não disse isso. Eu quero um bebê. – afirmou o médico, tentando consertar o que dissera.

— Não estou falando de um bebê. Este bebê. Comigo. – revidou a obstetra – Você me ama? – houve um silêncio da parte de seu marido, que pareceu não saber o que dizer – Ama?

— É claro que amo você. – respondeu por fim, não parecendo muito sincero.

— Consegue dizer isso sem olhar para o chão? – indagou, e não obteve resposta novamente. Riu ironicamente e virou as costas, deixando seu marido sozinho.

— Talvez nós somos mesmo os próximos Shepherd, apesar de tudo. – afirmei olhando para Akira, e me juntei ao neurocirurgião para lavar minhas mãos.

Ao acabar ali, segui pelo corredor, sem ter exatamente um rumo. Até que meu bipe disparou, e vi que era Ronan me chamando. Sorri involuntariamente, sentindo-me um pouco melhor. Tomei meu caminho até seu quarto e estufei o peito ao adentrá-lo.

— Boa tarde, Sr. O’Kelleher. Precisa de mim? – cumprimentei, sorrindo educadamente.

— Você perdeu nosso jogo de damas de hoje. Fiquei preocupado. – afirmou, apontando para o tabuleiro sobre a mesa.

— Desculpe-me. – suspirei – Longo dia. – sentei-me na poltrona ao seu lado e ajeitei o tabuleiro, de forma que pudéssemos jogar.

— Foi por causa daquele seu marido chato que recusou meu caso só porque não tinha nada de errado com meu cérebro? – riu sarcasticamente, e eu o acompanhei, sem graça.

— É, principalmente por causa dele. – respondi, distribuindo as peças pelos quadrados.

— Aquele cara não te merece. Só dizendo. – afirmou, fazendo-me revirar os olhos.

— E quem merece? – questionei, fazendo cara de tédio. Formou-se um clima estranho entre nós, acompanhado de um silêncio sugestivo e olhares um pouco suspeitos. Desviei os olhos dos dele e limpei a garganta, retomando a postura – Pode começar.

O homem abaixou a cabeça e mexeu sua peça, ainda mantendo o climão. Continuamos jogando em silêncio por um tempo, até que eu decidi quebra-lo, pois já estava me irritando.

— Sua esposa já conseguiu arranjar alguma casa? – perguntei, tentando puxar assunto. Apesar de não ser um dos melhores, foi a única coisa que me veio na cabeça.

— Ainda não. Nem sei se quero que ela arranje. Eu gosto desse hospital. – respondeu, dando de ombros, e deixando possíveis segundas interpretações.

Não respondi nada, apenas assenti e continuei a jogar. Ninguém falou mais nada por mais um tempo, até que foi a vez dele de puxar assunto.

— Com quem você trabalhou hoje? – questionou, ainda olhando para o tabuleiro.

— Shepherd. O Shepherd bom. – afirmei, rindo fraco.

— Já ia dizer que era um milagre alguém além de seu marido estar trabalhando com o Shepherd, mas não foi com ele que você ficou, então. – ironizou.

— Bom, originalmente eu trabalharia para o Derek hoje, mas Akira pediu para trocar, então eu cedi... É o sonho dele, sabe? – falei, dando de ombros.

— Mas e os seus sonhos? Você não gosta mesmo de Neurocirurgia? E outra, vocês estão aqui para aprender um pouco de tudo. Isso que vocês fazem, de deixar somente aquele asiático metido trabalhar com cérebros, não está certo. – rebateu, parecendo indignado.

— Você não sabe como funciona... – neguei com a cabeça, evitando o assunto.

— Você deveria começar a pensar um pouco mais em si mesma, porque o que você quer também importa. – disse, olhando diretamente em meu rosto, como se quisesse me convencer.

— Eu penso em mim mesma, obrigada pela preocupação. – retruquei, um pouco hostil. Ele tinha razão, de certa forma, mas eu não daria o braço a torcer, principalmente para ele – Agora concentre-se em seu jogo, porque eu estou te dando uma surra. – tentei aliviar um pouco.

Ele riu inconformado e negou a cabeça, voltando a encarar suas peças. Continuamos jogando por mais um tempo, até que terminamos nossa terceira partida de sempre.

— Pronto, está feliz? Você ganhou duas hoje. – falei, levantando-me da poltrona e pegando meu jaleco, que eu havia deixado sobre a cama.

— Você já vai? – indagou, aparentemente desapontado.

— Já jogamos nossas três partidas, chega por hoje. – afirmei, vestindo o jaleco e arrumando-o.

— Você vem amanhã? – perguntou, analisando-me com o olhar.

— Talvez. – respondi, fingindo estar incerta. Ambos sabíamos que eu iria.

— Até amanhã, então. – despediu-se, arrumando as peças.

— Até mais. – acenei, trocando prolongados olhares com ele, e virei as costas, seguindo pelo corredor.

Decidi ir até o Neonatal, para conferir a bebê que havíamos acabado de operar. Caminhei até lá, e, ao chegar, avistei Addison fazendo algumas anotações no prontuário.

— Hey, vim checar nossa pequena guerreira de hoje. – disse ao me aproximar dela, e dei uma olhada na bebê.

— Ela está ótima, para alguém na situação dela. – afirmou, sorrindo fraco.

— Que bom... O Dr. Shepherd tirou o tumor todo, não é? Ele é incrível mesmo. – falei, observando a criança.

— É. – respondeu seca, deixando um clima um pouco estranho. Distrai-me com o nenê, sorrindo boba. Nem percebi que a médica me observava, e só saí do transe quando ela começou a falar – Eu sinto muito. Eu sei que deve ser delicado para você, já que não poderá mais ter filhos. – demonstrou pena na voz.

— É... Mas eu acredito que Akira tomou a decisão certa. Afinal, se alguma coisa tivesse acontecido comigo, ele teria que cuidar dos gêmeos sozinho, e seria demais para qualquer pessoa. – respondi, tentando disfarçar o quanto eu o ressentia por aquilo.

— Eu conseguiria ter embolizado os vasos, e você sairia viva e fértil daquela mesa. – afirmou, e eu suspirei.

— Eu acredito na sua capacidade, Dra. Shepherd, mas agora já foi, não há nada que podemos fazer para mudar o passado. Talvez foi melhor assim mesmo. Eu deveria agradecer por ter o Akira como marido, porque ninguém mais poderia tomar melhores decisões por mim quando eu estiver incapaz, quanto ele. – forcei um sorriso, querendo terminar o assunto.

— É claro, eu entendo... – assentiu, parecendo sem graça – A mãe dela estava dormindo quando eu fui falar com ela, as enfermeiras deram um calmante, porque ela ficou muito estressada... Mas fique de olho nela, e assim que ela acordar, encontre-me para que eu possa conversar com ela, por favor. Hoje foi um longo dia, preciso descansar, pelo bem do meu bebê. – mudou de assunto, e eu apenas concordei com a cabeça, e a mesma afastou-se dali, segurando as costas, aparentemente com dor.

Fiquei rodeando o quarto de Theresa, esperando a mesma acordar. Enquanto a observava, pensava em minha vida. No rumo em que estava tomando. Eu não era mais a mesma, talvez eu tivesse amolecido um pouco. Talvez até perdido um pouco o foco. Mas não podia reclamar, afinal eu tinha uma vida invejada pela maioria dos outros médicos ali: casada com um bom rapaz, com dois filhos lindos, minha carreira indo de vento em popa... Contudo, alguma coisa ainda parecia fora do lugar.

Despertei de meu transe por uma enfermeira, avisando que a mulher havia acordado. Parti atrás de Addison, e acabei encontrando-a na Sala dos Atendentes, sentada num sofá e limpando o rosto com um papel, provavelmente chorando. Dei algumas batinhas na porta e entrei.

— Com licença, me desculpe. – falei, parando à sua frente – Theresa acordou.

— Eu irei vê-la em um minuto. – assentiu, e fomos interrompidas pela entrada de Derek na sala, que estava com cara de culpado.

— Eu deveria ir... – afirmei, ameaçando sair dali.

— Não, pode esperar. Não pretendo me prolongar aqui. – ordenou a médica, encarando seu marido friamente.

— Eu não sei o que há de errado comigo. – disse o neurocirurgião, e eu desejei que a Terra me engolisse. Não queria presenciar mais uma briga de casal – Sei que o bebê está chegando, e eu o quero. Pode mudar as coisas. Você ficará mais feliz. Vamos dar um passo de cada vez. Quero que dê certo. – houve um silêncio da parte da mulher, que olhou para ele com culpa no olhar.

— Nos dê licença Claire, por favor. Eu tomo conta da paciente sozinha, obrigada. – pediu, e eu assenti aliviada, deixando o cômodo. Antes de fechar a porta completamente, pude ouvir uma última frase – O bebê não é seu.

Bati a porta e coloquei a mão na boca, chocada com a informação. Tentei disfarçar a cara de choque, ao ver que algumas enfermeiras me olhavam curiosas, e segui até o vestiário, quase explodindo por dentro. Adentrei o local, encontrando todos os residentes de mais cedo, inclusive Diego e Rebecca. Fui até meu armário e fingi estar mexendo em alguma coisa, porque não sabia muito bem o que fazer, depois de ouvir aquilo sobre o bebê de Addison.

— Acreditem, vocês não querem ser os próximos Shepherd. – afirmou Charles, entrando na sala.

— Então eu comecei a fazer o reparo... – Meredith continuou a contar sua história aos outros, e foi interrompida por Karev.

— E ela colocou a mão lá dentro? – questionou o médico, inconformado.

— Sim! – exclamou, aparentemente brava.

— Espere. O que aconteceu? – indagou o último residente a chegar.

— Yang é maníaca. – respondeu Avery.

— Ela é perigosa. – disse Kepner.

Foi quando a pessoa em questão entrou no vestiário, e pela sua cara, pegou no ar que ela era o assunto.

— Meu paciente está bem. Acordou. Sinais vitais ótimos, só para saberem. – informou, com uma pitada de ironia.

— Ótimo, e a garota da overdose sumiu. – retrucou Jackson.

— Você não tinha que ter colocado a mão! – Webber repreendeu-a.

— Você não tinha que estar naquela SO. Eu não ia deixar o cara morrer, vendo você brincar com o enxerto interno. – rebateu a asiática.

— Era a técnica correta. – a loira revidou – A Dra. Torres disse...

— A Dra. Torres só ficou do seu lado porque você é a filha da Chefe. Ela é uma bajuladora. – Cristina cortou-a, revirando os olhos.

— Bem, o Dr. Preston Burke seria nosso Chefe agora, mas você acabou com essa oportunidade. – Meredith provocou, tentando parecer por cima – O que exatamente fez com ele? Porque ele saiu do estado para fugir de você.

— Boa. Se quiser levar para o lado pessoal, por que não pergunta o que o Príncipe Encantado e a Virgem Maria gostam de fazer na sala dele? – Yang sorriu sarcasticamente, e todos voltaram seus olhares para os mencionados, arregalando os olhos.

— O que? Do que está falando? – questionou Webber, e a asiática deteve-se em erguer as sobrancelhas, ainda com um sorriso vitorioso no rosto – Do que ela está falando? – virou-se para os dois, incrédula.

— Ela é louca. – afirmou Alex, fingindo não ser culpado, e soltando um riso de nervoso – Não pode acreditar no que ela diz! Ela só... Ora!

— April? – indagou a loira, olhando para sua amiga. A ruiva chorava desesperadamente, entregando-se. Todos abriram as bocas, chocados com a informação.

— Sinto muito. Desculpe. – implorou a jovem, em meio às lágrimas, e Meredith apenas deixou o vestiário, em prantos.

— Quero morrer. – disse Charles, fazendo cara de nojo.

— É por isso que eu não confio em gente que “não transa”. – Rebecca pronunciou-se, fazendo aspas com os dedos – Esse dia não podia ficar melhor. Eu achei que você fosse acabar traindo a princesa ali comigo, mas a Imaculada ganhou, parabéns. – riu-se, fazendo a ruiva chorar ainda mais, e deixando Karev com cara de desolado.

—-

Observava o céu estrelado, deitada no heliporto do hospital. Era raro ter estrelas no céu de Seattle, já que estava sempre chovendo, então eu gostava de aproveitar os momentos livres para apreciar aquela bela imagem, e de quebra pensar sobre a vida. Eu havia recebido uma grande carga de informações naquele dia, e estava tentando digerir tudo. Se os casais mais adorados do hospital sofriam por traição, o que seria de Akira e eu? Não fazia nem um ano que nós estávamos casados, e já discutíamos o tempo todo. Quem dirá depois de vários anos?

— O que você está fazendo aqui? – indagou uma voz feminina, que eu reconheci por ser a de Rebecca.

— Pensando sobre a vida. – respondi, desviando o olhar rapidamente para ela – O céu está estrelado, o que é raridade, e eu preciso dar uma aliviada na mente.

— Não quer ir para casa ser a boa esposa? – riu sarcasticamente, e sentou-se ao meu lado – Não é que é bonito mesmo ver o céu daqui? – ergueu as sobrancelhas, surpresa.

— Eu gosto da minha vida, só preciso de um tempo sozinha. – rebati, na defensiva. A presença dela sempre me deixava assim.

— Ninguém disse o contrário. – fez cara de desentendida – Você que está dizendo, então eu vou fingir que acredito. – continuou, e eu revirei os olhos.

— E você, o que faz aqui? – mudei de assunto, realmente curiosa.

— Eu estou de plantão, e recebemos uma chamada de que um paciente vai pousar aqui daqui a pouco. Estou aqui para ser a primeira e recebe-lo, para não correr o risco de perde-lo para algum outro residente inútil. – afirmou, agora também deitando-se ao meu lado.

— Quem me dera, estar de plantão... – falei sem pensar, suspirando.

— Quer dividir esse caso? – ofereceu, e eu olhei-a bruscamente, surpresa pela oferta – Aceite logo, aproveita que eu estou boazinha.

— Não sei se eu devo... Tenho que cuidar dos meus filhos. – disse um pouco relutante.

— Eles têm pai para isso. – retrucou, como se fosse óbvio.

— Eu não sei o que seria de mim sem ele. – ri fraco, mas logo fiquei séria novamente, pensativa – Só um dia, né? – tentei me convencer de que não teria problema.

— É, só um dia. – riu fraco, encorajando-me.

Sorri e peguei meu celular, enviando uma mensagem curta e grossa a ele. Guardei o celular no bolso do uniforme novamente e me aconcheguei no chão, voltando a focar no céu. Talvez as coisas não estivessem tão erradas assim.

E se? Talvez destino realmente exista. Talvez, algumas coisas realmente têm que acontecer, de um jeito ou de outro. Talvez, aquilo que achamos que só nos trouxe prejuízo, não nos prejudicou tanto assim. Ou talvez, seja tudo aleatório mesmo. Nunca saberemos. Mas você já imaginou se fosse tudo diferente? Seria melhor, ou pior?


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Notas finais do capítulo

E aí, eu estava certa quanto ao meu palpite de que mudaria a perspectiva de vocês, quanto à fanfic? Estão com ódio do Akira? Acham que se ele não tivesse morrido, as coisas seriam mesmo assim? E o que acharam da Claire mais sonsa do que nunca? Me contem tudo nos comentários. Espero que tenham gostado!
Beijos e até mais!



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