Capitulo 2

Atualmente

Hinata andava pelo saguão em busca de seu portão de embarque. Encontrando-o foi diretamente para a fila esperar sua vez. Alguns minutos depois de acomodar-se na primeira classe uma aeromoça surgiu perguntando se a mulher gostaria de algo, aceitando uma taça de vinho. Enquanto via as notícias do mundo em seu celular sentiu uma pequena movimentação ao seu lado, provavelmente era o outro passageiro que ficaria ao seu lado durante a viagem de alguns minutos.

Depois de alguns instantes sentiu-se sendo observada por alguém e, quando levantou o rosto tomou um pequeno susto. Parece que aquela viagem já estava começando ‘super bem’. Olhando ainda embasbacada para a pessoa ao seu lado, o aviso para atarem os cintos foi acesso tirando a mulher, assim do transe. Enquanto o avião começava a taxiar na pista a mulher resolveu quebrar o clima de surpresa.

— Hinata Hyuuga. – Disse a mulher com um sorriso. – Acho que acertei não é mesmo? Quanto tempo.

— É né... Sakura Haruno, quer dizer, Uchiha. Como vai, tudo bem? – Perguntou engolindo em seco.

— Eu to ótima e você também pelo visto. – A rosada riu de leve. – Você está indo pra Konoha também? A reunião? – Perguntou arrancando um pequeno aceno da mulher.

— Sim. – Falou limpando a garganta. Para não deixar um silencio desconfortável surgir, perguntou a primeira coisa que passou pela sua cabeça. – Então, casou com o Sasuke Uchiha hein?! – Hinata ganhou um pequeno levantar de sobrancelhas, provavelmente a mulher se perguntava como ela sabia. – Sou jornalista. – Disse como se justificasse o que sabia. – Pesquisei sobre algumas pessoas quando recebi o convite da Yamanaka.

— Pois é... quem casa com o amor de escola hoje em dia não é mesmo?! – A mulher disse com um sorriso. – Mas não foi só eu que fiz isso. Teve a Ino e o Sai, o Shikamaru e a Temari. – Abaixando cada dedo a mulher a olhou mais uma vez. - Ah, teve também seu primo que casou com a Tenten né?! – Disse fazendo a Hyuuga fazer uma pequena careta. – Falando neles eu não lembro de ter te visto no casamento dos dois.

— É porque eu não fui. – Disse assumindo uma postura seria. A postura de editora chefe. – Tive um imprevisto na época. – Disse mexendo o vinho em sua taça.

— Ah, que pena. Foi uma comemoração linda. – Disse soando em um tom nostálgico. – Enfim, como anda sua vida? Você disse que era jornalista, mas, não me disse o que faz realmente por lá.

— Sou editora chefe do Public News. – Revelou fazendo a mulher olhar para ela com surpresa.

— Isso é sério? Meu deus que coisa legal, sabe... É um dos maiores jornais do país. Uau. Poxa Hinata, parabéns. – Sakura ficou feliz pela garota que conheceu ter se tornado aquela grande mulher, mas algo ainda a incomodava. – Foi por isso que você saiu da escola no meio do segundo ano? Q-Quer dizer, só fiquei meio curiosa e tal e, você também não foi para o casamento do seu primo e da sua melhor amiga... você deve ser uma pessoa muito ocupada e agora está indo para uma reunião que... Ai, to fazendo muitas perguntas né?! Desculpa, só que faz tanto tempo que ninguém te ver e...

Hinata só olhava para a mulher que se embolava nas palavras. Realmente ela foi embora de Konoha quase sem explicação. Um dia ela estava na escola e no outro, puf, sumiu no ar e nunca mais apareceu.

— Relaxa Sakura, tudo bem. E respondendo as suas perguntas, sim, sai da escola porque ganhei uma bolsa por antecedência na Universidade de Suna e acabei aceitando. Eu fiz muitas provas, quase como um supletivo depois das férias e consegui passar em tudo. Depois fui pra Suna e fiz jornalismo. Fui contratada pelo Public ainda na faculdade e acabei sendo efetivada como repórter. Foi uma carreira bem corrida, devo dizer, mas é assim mesmo. – Falou com um sorriso ao lembrar de sua amada profissão. - E, em relação ao casamento do meu primo e da Tenten, bom, eu tive que ir numa convenção em Nova York e, além disso, aconteceram algumas coisas que também me impossibilitaram de ir. – Falou por fim. – Mas, acho que já falamos demais de mim, e você? O que anda fazendo?

— Eu sou médica. – Sakura riu e pegou uma água com a aeromoça que passava ao seu lado e que serviu a Hyuuga com um refrigerante. – Adoro salvar vidas, sou cirurgiã em Konoha no hospital geral e chefe do setor.

— Que legal. – Hinata ainda lembrava da garota nas aulas de biologia sempre respondendo as questões mais difíceis. – Combina com você. E o Sasuke?

— Ele é advogado, como todos da família dele. Ele e o Naruto trabalham na polícia de Konoha. Você não sabia? – Opa, ele foi nomeado. Será que ela deveria perguntar sobre ele? Talvez sim, Sakura havia citado o melhor amigo então não custava nada saber um pouco mais.

— Q-Quer dizer que o Naruto também se formou em direito? Meu pai não fala muito sobre trabalho comigo. – Tentou disfarçar o maldito interesse em saber mais sobre o loiro.

— Pois é, quem diria não?! Mas ele seguiu os passos de Kushina e Minato, que também se formaram em direito. Eles adoraram saber que o filho ia seguir a mesma carreira que eles e, ficaram ainda mais felizes em saber que ele ia trabalhar junto com o Sasu...

“Atenção senhores passageiros. Em torno de 5 minutos estaremos fazendo as manobras de pouso no Aeroporto Internacional de Konohagakure. Apertem seus cintos, travem suas mesinhas e abram as persianas para uma melhor vista da cidade. Obrigado. ”

— Uau, como passou rápido. – A rosada falou, esticando-se na cadeira. – Não vejo a hora de ver o Sasuke, to morrendo de saudades do meu moreno. Se o Naruto ouvisse isso, ia bagunçar com o Sasuke com toda a certeza. – Falou olhando pra Hyuuga e rindo.

— Pois é. – disse a Hyuuga olhando para a paisagem do lado de fora da cidade em que viveu grande parte da sua vida.

Enquanto Sakura ainda falava sobre o que ia fazer quando chegasse em terra, Hinata não deixou de mergulhar em uma serie de lembranças. Desde sua vida, a escola e sua família. Será que havia feito bem em vir mesmo para Konoha? Ela ainda não sabia realmente, o que ela tinha certeza era que muita coisa ia acontecer durante aquele fim de semana. Ela tinha quase 4 dias em Konoha e esses 4 dias iam render. Ô se iam, disso ela não tinha dúvida.

Sakura e Hinata desembarcaram, não sem antes a rosada pedir todos os meios de contato da Hyuuga. Não queria perder novamente contato com a jornalista, já que ela vivia indo a Suna também a trabalho e, elas deviam marcar alguma coisa quando ela estivesse na cidade. Hinata acabou aceitando, não sem antes receber um convite para um churrasco no domingo na casa da rosada, ela até havia ameaçado a Hyuuga caso ela não aparecesse.

O engraçado é que elas nunca foram próximas na escola, mas, segundo a rosada, agora elas iam compensar aquilo, já que ela confidenciou que muita gente sentiu a falta da menina na escola e bombardearam Tenten e Neji de perguntas que eles só responderam que ela havia se mudado. Sakura despediu-se de Hinata e foi direto para o saguão já que não tinha nenhuma bagagem, só uma grande bolsa de mão e saiu rumo as portas que dividiam os salões.

Hinata não pode deixar de ver quando a rosada viu o marido e correu ao seu encontro o beijando apaixonadamente, depois a viu tagarelar mais um pouco e o Uchiha dar um sorriso de canto e, por fim, olhar para onde a esposa estava apontando e vê-la. Respondendo ao olhar, só deu um aceno para o homem, recebendo um também em comprimento, e foi atrás de sua pequena mala de viagem.

Ligando o seu celular pela primeira vez desde que chegou em Konoha deparou-se com várias mensagens de seus amigos no grupo. Enquanto respondia as mensagens, não só de Chris e Kira, como de Yuri e Anne, deparou-se com uma mensagem de um numero desconhecido.

“Te espero na entrada do aeroporto. ”

Quem havia mandando aquela mensagem? Será que seu pai havia trocado de número e não sabia? Enquanto procurava o número dele na agenda do celular e esperava a chamada completar, levou um pequeno susto.

— Hinata. – Disse o homem a olhando com um perceptível sorriso no rosto. – Quanto tempo não?

Olhando embasbacada para a frente, seu primeiro pensamento foi que era o dia de rever Hinata Hyuuga. Se aquilo era carma ou algo de outra vida ela não sabia. Droga. Mil vezes droga. Agora ela descobrira de quem era o número dseconhecido. Desligando o celular e colocando dentro de sua bolsa, foi aproximando-se lentamente do homem que a esperava.

— Oi... Quanto tempo, Neji. – Disse a mulher em um fiapo de voz.