Apenas Amigos escrita por Nicolly Prazeres


Capítulo 11
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E é chegado o momento da despedida...



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Acordei na manhã seguinte e o sol entrava pela fresta da cortina. O dia estava fresco, como típico naquela época do ano. Havíamos deixado o vidro meio aberto, então até mesmo uma leve brisa soprava e deixava o quarto arejado. Sorri ao perceber que eu não estava só. Sobre meu braço, um anjo estava plenamente adormecido. Parecia mais um sonho. Mas, pensando bem, nem em meus melhores sonhos eu acordaria ao lado de Eve.

Tão bom. Eu poderia ficar daquele jeito para sempre. Eu e ela junto era tão bom. Do início ao fim. Sempre foi bom. Desde o colégio nos dávamos muito bem e seu repentino retorno havia me mostrado que nada havia mudado entre nós. Apesar de tantos anos terem passado, nós estávamos em perfeita sintonia.

Aquele momento superava qualquer conquista que eu tivesse alcançado na vida. É como se um desejo muito antigo estivesse finalmente se concretizando. Eu e Eve. Eu não cansava de repetir. Era viciante. Como uma droga e eu estava pronto para me entorpecer com o perfume dela e perder o rumo nas curvas do seu corpo.

Da  mesma forma, eu queria me embriagar com seu riso e encontrar alívio no seu abraço. Queria afastar dos olhos dela toda lágrima e garantir que os dias fossem mais felizes a partir de agora. Faria com que ela esquecesse David, Jason, ou qualquer outro desafortunado que não houvesse lhe dado o devido valor. Seríamos só eu e ela contra o mundo.

De repente, Eve foi se mexendo e abriu os olhos com certa preguiça. Demorou alguns segundos até que ela se desse conta de que estava em meu quarto. Lentamente ela levantou o queixo e me encarou de perto.

— Bom dia, Eric.

— Bom dia, Eve.

Nossas expectativas refletiam nos olhos um do outro. A partir daquele momento, ambos soubemos que as coisas mudariam. Mas enquanto eu queria fazer a diferença, Eve era quem me surpreendia mais uma vez.

Nós ficamos nos enrolando na cama por um tempo e quando criamos coragem para levantar, dei a ela uma de minhas camisetas e nós descemos para tomar o café da manhã. Em meio a tanta bagunça que havia ficado da festa, ficamos felizes em encontrar uma tigela limpa, a caixa de cereal e uma única colher. Quando fui até a geladeira para procurar a caixa de leite, vi um bilhete de Abby que dizia que Ricky a levaria até a casa de seus pais. Tranquilos com o paradeiro de Abby, sentamos no deck que ficava na parte de trás da casa e rimos de algumas lembranças da infância.

Logo, mesmo após vários protestos meus, Eve me ajudou a organizar a casa. Recolhemos o lixo, organizamos os cômodos, lavamos a louça e colocamos tudo em seu devido lugar. Sempre sem deixarmos de nos divertir com aquilo.

Eve parecia ter abstraído a situação com o ex e seu humor estava leve. Aquilo me deixava feliz. Ver que aquela viagem havia lhe feito algum bem me deixava confiante de que algo mudaria entre nós. Eu esperava que para melhor.

Após toda a arrumação, acompanhei Eve até a casa de seus pais e, depois, me cobrou a visita a meus pais que eu havia citado na noite anterior. Então, seguimos até minha antiga casa, onde meu pai e minha mãe nos receberam na varanda e nos convidaram para o almoço. A tarde fora agradável, como esperado, cheia de lembranças e de alegria. No entanto… Teve de chegar ao fim.

O pôr-do-sol se aproximava e, com ele, a despedida. Mas desta vez era diferente… Tínhamos uma promessa de retorno. Na esquina de minha casa, dentro da cabine da picape, eu e ela decidimos que precisávamos de um tempo para concluirmos o que iria acontecer em seguida.

— Temos alguns… Obstáculos… Tipo a distância… — Eve dizia, hesitante.

— Relaxa, Eve. — Tranquilizei-a. — Temos todo o tempo do mundo.

Me aproximei de Eve uma última vez, segurei seu rosto e a olhei de perto.

— Eu aguento esperar mais um pouco… — brinquei.

Eve me deu um daqueles risos contagiantes, expondo as covinhas em suas bochechas. Em seguida, eu a beijei, demonstrando todo sentimento que ainda estava guardado para ela.

— Cuide-se, tampinha. — Eu quase que ordenei.

— Pode deixar. — Eve respondeu. — Te dou notícias assim que chegar em casa.

E, assim, Eve se foi. Mais adiante ela pararia na residência dos Carter para apanhar Abby e, então, elas pegariam a rodovia rumo a Denver. Fiquei ali, observando a picape ficar cada vez menor no horizonte e dentro de mim aumentar a esperança de que seguiríamos juntos e deixaríamos de ser apenas amigos…


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem a história até aqui!
Bom ver que torceram (ou não) por Everic haha e que esperaram o desfecho da história...
Graças à algumas lindas leitoras, estou desenvolvendo o projeto de uma espécie de continuação para Eve e Eric e, talvez, um pouco da história de Abby como personagem principal... Se puder, dê pelo menos um "up" dizendo se apoia ou não essa ideia... Ia ser muito bom!
Beijo ♥