-seu idiota sai daqui.Eu berrei jogando um sabonete na testa de Mark,aquilo não foi uma boa idéia ele caiu duro no chão.

Desliguei o chuveiro e sai correndo,não estava nada rasgado mas o sabonete bateu na parte sensível da cabeça,eu o balançado e gritava para ele acordar,do nada ele foi abrindo os olhos lentamente.

-eu morri?,estou no paraíso?.Ele sussurrou com um sorriso atrapalhado,parecia grogue e não sabia o que estava dizendo.-eu vejo seios em minha direção,essa é a luz do paraíso?

 Ai meu Deus eu estava pelada,levantei deixando-o no chão e peguei minha toalha pendurada.

-esse é o paraíso vejo uma bunda.Ele falava confuso no chão,eu me enrolei na toalha e o ajudei  andar até minha cama.

-você está bem?.Eu perguntei depois de cinco minutos que haviam se passado,coloquei sua cabeça em meu colo e colocava um compressa em cima do roxo no canto da testa.

-o que está rolando?.Ele perguntou levantando com a mão na testa.-merda,minha cabeça está doendo pra caramba,o que você fez comigo sua maluca...pelada?.

Ele me olhou apenas de toalha e soltou um sorriso malicioso.

-você estava me espiando e eu taquei um sabonete na sua testa,e ai se caiu duro no chão.

Tentei não entrar em detalhes do que ele dizia quando estava grogue,e o que ele viu.

-me lembro....me lembro muito bem de peitos e bunda.Ele sorriu pegando a compressa da minha mãe e colocando na cabeça,dei um soco no braço dele e andei até a porta.

-sai logo,preciso me vestir.Eu apontei para fora do quarto,ele levantou ainda sorrindo e segurando a compressa.

-tá legal,peladona.Ele fez uma gracinha ao passar por mim,o empurrei e fechei a porta.

Aquilo sim era constrangedor o primeiro menino que me vê inteiramente nua,que droga,logo ele,fui até o guarda roupa e peguei uma calça de frio e uma camiseta de pijama bonitinha,sequei o cabelo na toalha que continuou úmido e desci para tomar café da manhã,Mark estava na cozinha esquentando água no microondas,será que ele não sabe usar o fogão?,abri o armário e peguei saches de chá,coloquei nas xícaras e enchi de água que ele havia esquentado.

-vou tentar esquecer os seus peitos,mas a bunda vai ser meio difícil.Ele sorriu pegando a xícara com chá,sentou no banco da bancada e começou a rir da minha cara.

-como você é idiota,parece ter quatorze anos e não dezessete.Eu sentei na frente dele e dei um gole no chá.

-ai irmãzinha num fica nervosinha não.Ele passou a mão no meu cabelo molhado e sorriu.

-cala a boca.Resmunguei colocando minhas pantufas e marchei até a sala,a força já havia voltado mas ainda nevava bastante.

-podemos jogar alguma coisa.Ele abriu uma gaveta da sala e pegou baralho e outros jogos.

-truco,se eu ganhar você vai ter que parar de falar sobre meu seio e minha bunda e se você ganhar eu te agüento.Eu sentei no chão trazendo o cobertor comigo,enrolei no corpo e Mark sentou ao meu lado.

-se eu ganhar vai ter que fazer uma dança sensual para mim sem nenhuma peça de roupa,mas se você ganhar você nem precisa olhar mais para mim até nossos pais chegar.

-feito.Eu apertei a mão dele e o jogo começou.

Primeira rodada eu ganhei,segunda rodada ele ganhou,e terceira e última eu ganhei,liguei a TV e sentei novamente no sofá.

-agora não me enche.Eu falei deixando meu corpo relaxar naquele sofá macio e com jeito de antigo,escutei o telefone tocando e Mark atendeu.

-uma tal de Marjorie.Ele jogou o telefone no sofá e subiu a escada para seu quarto.

Pulei do sofá e coloquei o telefone no ouvido,estava com tanta saudades de minhas amigas.

-ai Marjorie me tira daqui,me leva para o Brooklin novamente.Eu sussurrei no telefone,escutando a respiração de duas pessoas a outra deveria ser Giulia.

-ai amiga se eu pudesse.Ela parecia triste como eu.

-estamos com saudades.Berrou Giulia.

-vocês viram no dia do casamento da minha mãe né?.Perguntei indo para meu quarto,passei pelo quarto de Mark e ele assistia TV.

-vamos sim,sua madrinha vai vir nos buscar.Agora as vozes se misturavam e eu não sabia quem era.

-e o campeonato de esquete,já marcaram o dia da competição?.Eu perguntei sentando na cama, olhando para teto.

-ainda não.Agora era a voz de Giulia.-vamos todos os dias nas pistas para saber o dia,mas ainda ninguém sabe.

-espera ai mãe.Escutei Marjorie berrando.

-eu estou louca para ver vocês.Eu sorri,estava com tanta saudade delas,não nos separamos desde os cinco anos de idade.

-estamos também,e vamos todas tentar entrar na mesma faculdade,para ficarmos juntas sempre,mas agora vou ter que desligar,minha mãe fica berrando que passou de cinco minutos.

-então tchal,nos vemos no sábado,beijos.Eu disse enquanto elas berravam dizendo tchal.

-tchal amiga,te amamos.Disse as duas juntas e depois desligaram.

Deitei na cama e fiquei pensando nas duas,em tudo que aprontamos,as competições de esquete elas sempre estavam comigo mesmo não gostando de esquete mas estavam lá,as festinhas de pijama que fazíamos e ficávamos conversando sobre garotos e sexo a noite toda,mesmo nenhuma ter experiência alguma nesse assunto,até Marjorie começar a namorar.Era tão divertido passar as tardes com elas,ir no cinema e tomar sorvete nos dias de frio,tomar café com creme e usar roupas rasgadas e velhas,fofocar sobre a bunda dos garotos da escola,ou reclamar das aulas de latim que não entendíamos nada.Isso é bom,ter amigas para contar,era a melhor coisa do mundo saber que você não está sozinha nesse mundo gigante.Levantei e olhei para frente Mark estava me encarando na soleira da porta.

-quem era?.Ele perguntou ainda encostado na soleira da porta,eu levantei e o encarei.

-você é tão curioso.