Os últimos dias de Harry na casa dos Dursley não foram nada agradáveis, seu primo Duda agora tinha tanto medo de Harry que não permanecia por muito tempo no mesmo cômodo de Harry. Seus tios não falavam com Harry e nem gritavam com ele, permaneciam em silêncio como se todos os lugares em que Harry estava permanecesse vazio. Gostou disso no começo, porém com o tempo passou a ser deprimente. Harry permanecia em seu quarto tendo sua coruja Edwiges como companhia.

No último dia de agosto ele decidiu informar aos tios sobre sua a ida a escola no dia seguinte, quando viu sua presença ali Duda saiu correndo da sala aos berros, Harry deu todas as informações para o dia seguinte que sabia e seu tio contrariado confirmou a ida a estação e Harry subiu de volta para seu quarto.

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Mais tarde, no lugar misterioso de Harry e Gina...

— Olá. – Harry escreveu no chão ao sentar ao lado do vulto vermelho.

— Olá. – Gina escreveu sua resposta.

— Parece triste. O que houve? – Harry conversou escrevendo.

— A partir de amanhã eu ficarei mais um ano sem meus irmãos e dessa vez Rony também irá e eu ficarei sozinha. – Gina escreveu de volta.

— Entendi… mas, não se preocupe, será apenas por um ano. No próximo ano estarei com você. – Harry tentou conforta-la.

— Mal posso esperar por isso. – Gina confessou com um sorriso. Harry retribuiu quando o conseguiu enxergar. Eles continuaram a conversa até o dia amanhecer.

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Na toca...

Gina acordou com a voz de sua mãe despertando a todos, dizendo que fossem se arrumar para irem à estação na hora certa. Triste, Gina espreguiçou-se e se levantou e saiu de seu quarto. Fez suas higienes pessoais e desceu para tomar café da manhã. Todos os seus irmãos, sem nenhuma exceção, estavam lá em baixo, já tomando o café da manhã, pareciam empolgados e já estavam prontos.

— Sente-se, querida, não podemos nos atrasar. – Molly falou ao passar por ela apressada para servir a um de seus irmãos.

— Sim, mamãe. – Gina respondeu e se encaminhou para a cadeira ao lado de Rony.

Ela comeu seu café da manhã calma e estranhamente calada enquanto seus irmãos conversavam animados.

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Na rua dos Alfeneiros…

Harry acordou cedo na manhã seguinte como nunca havia acordado antes, estava bastante animado e nervoso para conseguir dormir mais um pouco. Ele se arrumou inteiro com roupas de trouxas e verificou se tudo estava em ordem com sua bagagem e coruja. Após checar tudo, sem ter o que fazer, Harry ficou andando de um lado para o outro do quarto esperando que os Dursley acordassem para que eles pudessem ir, porém foi apenas duas horas depois que eles colocaram tudo dentro do carro e convenceram Duda a sentar ao lado de Harry no banco de trás do carro.

Chegaram ao seu destino as 10:30, tio Valter, assim que desceram do carro, pegou a coruja e o malão de Harry e colocou-os em um carrinho e o empurrou-o até a estação. Harry achou aquele movimento suspeito e teve sua confirmação quando pararam entre a plataforma nove e dez e seu tio voltou-se para ele com um sorriso maldoso. Tio Valter, sua tia e seu primo lhe deixaram ali os três rindo de Harry.

Perdido, Harry pensou em perguntar a alguém, mas não funcionou. Ele continuou por ali até que escutou a voz de uma mulher em algum ponto atrás de si. Ela estava junto a quatro garotos e uma garota.

— Cheio de trouxas, é claro.

Harry, feliz e com o coração aos saltos, seguiu-os. Quando eles pararam, Harry também parou muito próximo deles e observou e ouviu o que falavam.

— Mãe, eu não posso...? – A menina pronunciou-se.

— Você ainda não tem idade, Gina, agora fique quieta. Vá junto com Percy. – A mulher respondeu firmemente para a filha.

O que parecia ser o filho mais velho se aproximou delas, a garota se sentou na mala do irmão que estava em um carrinho parecido com o de Harry, o garoto se dirigiu para a divisória entre a plataforma nove e dez, porém Harry não conseguiu ver o que aconteceu depois, pois um grupo de turistas passou tomando-lhe a visão. Quando todos os turistas passaram Harry não conseguiu mais ver o garoto e a garota. Logo em seguida, a mulher escolheu os garotos gêmeos para serem os próximos a passarem. Os gêmeos passaram e dessa vez Harry conseguiu ver e se aproximou deles.

Molly já o tinha visto de relance, reconheceu-o na mesma hora em que o viu. Não tinha como não reconhecer o garoto, ele era idêntico a James. Mas ela não se aproximou, deixou que ele se aproximasse e ficou nervosa quando ele o fez.

— Com licença. – Harry mostrou sua presença.

— Olá, querido, é a primeira vez que está indo a Hogwarts? É a primeira vez de Rony também. – Molly falou com a voz doce e bondosa e apontou para o último garoto da mesma idade de Harry, contudo era maior que ele, magro e desengonçado, cheio de sardas, mãos e nariz compridos.

Harry explicou a Molly que não sabia o que fazer para chegar a plataforma nove e meia, gentil, Molly lhe explicou como era e pediu para ir antes de Rony. Harry correu em direção a barreira esperando uma dolorosa colisão com a parede, mas isso não aconteceu. Ao invés disso, ao atravessar a barreira, Harry sentira uma dor, como se algo estivesse se chocando com ele, Harry foi ao chão e foi quando percebeu, que além de cair de repente, ele também atropelara alguém com o carrinho, e igual a ele, estava caído no chão. Harry se aproximou da pessoa e percebeu que era uma garota, a mesma que passara junto ao filho mais velho da mulher que o ajudou.

— Você está bem? – Harry perguntou ajudando-a a se levantar.

— Estou. – Ela respondeu e algo estranho aconteceu quando se tocaram e olharam nos olhos um do outro.

Harry ficou com os olhos castanhos e um grande arrepio percorreu o seu corpo. Um cheiro floral que ele conhecia invadiu sua respiração. Gina ficou com os olhos muito verdes o mesmo arrepio lhe percorreu o corpo. Eles não se mexiam, apenas se encaravam. O “efeito magico” passou quando a mãe da garota apareceu junto ao filho mais novo.

— Me desculpe. – Harry falou quebrado o silêncio.

— Tudo bem… – Gina respondeu. – Eu estou bem.

— Gina, querida, você está bem? – Molly perguntou se aproximando deles preocupada.

— Estou sim, mamãe. – Gina falou, confusa com o que acontecera.

Enquanto a mãe cuidava da garota, Harry decidiu se afastar ainda zonzo e confuso com o que havia acontecido a pouco. O cheiro floral… será que era ela? Ele pensou e quase voltara, porém, achou que seria bem estranho perguntar a uma desconhecida se ela tinha sonhos com um vulto parecido com ele, então seguiu seu caminho deixando uma Gina confusa para trás.

— Você está bem mesmo, querida? – Molly voltou a perguntar.

— Estou, mãe. – Gina respondeu conseguindo voltar ao normal.

— O que aconteceu? – Percy indagou chegando perto delas e Rony.

— Gina sofreu um acidente. – Molly respondeu.

— Acidente!? – Percy exclamou olhando para a irmã preocupando-se enquanto procurava por algum machucado.

— Mamãe está exagerando, não foi nada. – Gina disse se desvencilhando dos braços deles.

— O que aconteceu? – Percy voltou a perguntar.

— Alguém atropelou Gina com um carrinho. – Rony explicou.

— E eu já disse que não foi nada. Vamos? – Gina falou e entrou na multidão com a esperança de que ainda pudesse alcançar o garoto que a atropelara, ela sentiu algo diferente e confuso quando o tocou.

Com o coração batendo a mil, Gina imaginou se não seria o vulto que aparecia em seus sonhos.

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Mais à frente....

Harry estava enfiado na plataforma cheia de gente, existia crianças, adultos, animais como gatos, corujas zangadas por estarem trancadas, sapos e ratos por toda a parte da estação.

Harry agora procurava uma cabine onde pudesse ficar e foi apenas no último vagão que Harry achou uma vaga para ele, foi fácil colocar Edwiges para dentro, o difícil foi colocar seu malão que, com suas tentativas falhas, caiu sobre o seu pé umas duas vezes até que enfim chegou ajuda e Harry quase suspirara de alivio, eram os gêmeos filhos da mulher que lhe ajudara mais cedo. Eles lhe ajudaram a colocar o malão para dentro com facilidade, porém, ao perceberem a cicatriz de Harry ficaram maravilhados e Harry sem graça, sem saber como reagir direito àquilo. Pelo visto ainda toparia com muita gente que teria essa mesma reação ao o ver.

Ao saírem do trem e deixarem um Harry sem graça e corado para trás, os gêmeos logo correram para contar para a mãe que haviam conhecido Harry Potter. Harry escutou a conversa toda.

Molly fingiu-se de inocente diante a revelação e ela teve que conter Gina que queria ver Harry novamente. Molly também sabia que havia sido Harry que atropelara Gina, ela escutava o que os gêmeos e Gina falavam sobre Harry e fazia comentários vez ou outra. Porém, ela “acordou” quando ouviu a palavra “você-sabe-quem”.

— Eu proíbo qualquer um de vocês de perguntarem a Harry qualquer coisa que seja sobre você-sabe-quem, ouviram? – Molly declarou de modo severo para os filhos.

— Sim, mamãe. – Responderam juntos os gêmeos e Rony.

Eles ouviram um apito anunciando que o trem estava prestes a partir, fazendo com que Gina ficasse triste de repente pela partida dos irmãos, eles deram o último beijo e abraço na mãe e entraram no trem acenaram para Gina e os gêmeos lhe prometeram um estranho presente para animar a irmã, uma privada de um dos banheiros de Hogwarts fazendo com que a menina risse. Harry observava a menina que atropelara e seu sorriso. Ele tinha a impressão de que lhe era conhecido, mesmo que achasse que o sorriso da menina fosse mais nítido do que o da pessoa que achava ser parecido. Ele tinha essa impressão.

O trem começou a se mexer e a menina seguiu o trem correndo e acenando, meio risonha meio chorosa, Harry continuou a observa-la até que o trem acelerou e a garota desapareceu de sua vista.

— Logo o natal chegará, querida. – Molly disse colocando uma das mãos no ombro de Gina tentando consola-la. Gina apenas acenou com a cabeça.

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No trem...

Harry relaxou na cadeira e curtiu a viagem, até que alguém entrou sua cabine. Era Rony, o filho da mulher que lhe ajudara. Ele perguntou se havia lugar para sentar-se ali, Harry respondeu que sim e o garoto sentou-se em frente a Harry. Harry reparou que o garoto lhe olhava com curiosidade e tentava disfarçar.

Depois de uma rápida passada dos gêmeos na cabine, eles se apresentarem como Fred e Jorge, e apresentarem o seu irmão em frente a Harry como Rony, Rony começou uma conversa hesitante que foi bem recebida por Harry.

Eles conversaram sobre muitas coisas, o primeiro assunto que falaram foi sobre o assunto que Molly Weasley havia proibido para que falassem com Harry. Você-sabe-quem. Harry respondeu às perguntas feitas por Rony, mas logo o assunto mudou quando Harry, todo interessado na vida bruxa de Rony, perguntou sobre sua família. Rony falou sobre seus irmãos, falou os nomes e o que faziam, mas Rony não mencionara a irmã. Harry, curioso para saber sobre ela, perguntou.

— E sua irmã? Qual o nome dela?

— Ginevra, mas todos nós a chamamos de Gina. – Rony disse meio que dando de ombros.

— Gina. – Harry repetiu baixinho como se quisesse memorizar.

Rony lhe apresentou perebas, seu rato velho e preguiçoso e de repente Rony pareceu triste e desapontado. Percebendo o motivo, Harry contou a Rony como era a sua vida e como se sentia antes de Hagrid aparecer e lhe contar a verdade.

A conversa parara e num momento em que os dois permaneceram calados, uma mulher passou por ali com o carrinho de comida e doces. Harry se levantou e pegou tudo que podia e despejou no banco. Dividiu tudo com um Rony sem graça que logo se soltara.

Eram vários doces que Harry desconhecia, mas que gostou bastante. Eles continuaram a comer até que receberam a visita de um menino perguntando por um sapo, ao dizer que não viram sapo algum o menino saiu dali meio choroso. Não demorou muito e receberam uma outra visita, dessa vez era uma garota com postura de mandona e cabelos cheios.

Ela começou a tagarelar um monte de coisas e entre elas perguntou sobre o sapo do garoto, até que se apresentou a eles como Hermione Granger. Harry e Rony se apresentam a ela, e como todos os outros, mesmo sendo uma nascida trouxa, ela se admirou com Harry e citou todos os livros que leu que tinha o nome do garoto, admirou-se também por Harry não saber de nada sobre os livros. Ela falou sobre as casas e em qual queria ficar, falou para se trocarem pois já chegariam na escola e saiu dali em seguida junto do menino sem sapo em uma rapidez tão grande que chegou a deixar Rony e Harry aturdidos. Logo continuaram a conversa de antes, dessa vez Harry perguntou o que um bruxo fazia depois que terminava a escola e Rony falou o que sabia. Harry também soube do assalto ao cofre que ele e Hagrid visitaram, ficando abismado com aquilo já que sabia que era impossível alguém roubar àquele banco. Falaram também em Quadribol, Rony explicou para ele todos as táticas, jogos famosos, as posições dos jogadores, falava tudo que sabia sobre Quadribol.

De repente, três garotos entraram na cabine e Harry reconheceu um deles, era o garoto que lhe lembrou Duda. Ele também reconheceu Harry e se apresentou como Draco Malfoy, seus companheiros se chamavam Goyle e Crabbe. O encontro não deu muito certo, eles se provocaram e houve um pequeno confronto. Malfoy e seus amigos mal saíram dali e Hermione voltou, encontrando a bagunça feita, portanto não se demorou a reclamar. Rony foi grosso com ela e a menina se retirou dali chorosa.

O trem não demorou muito mais a chegar, já vestidos desceram do trem e foram encaminhados por Hagrid para um pequeno barco.

— Só Quatro em cada barco! – Anunciou ele.

Com todos os alunos nos barcos eles se encaminharam para o grande e magnifico castelo que era Hogwarts.