O Cervo e a Ventania escrita por XxSAYURIxX
Notas iniciais do capítulo
Essa fanfiction foi escrita em resposta ao Amigo Secreto do grupo ShikaTema BR do Facebook.
Eu tirei a Gabriela Mondo (Hikari Mondo aqui no Nyah!).
Flor, eu ando meio - muito, caham... - em hiato, então não repare...é uma "drabble", simples...mas de coração. ♥
Espero que goste do presente. Feliz Natal! ^-^
Agradecimentos especiais à minha cobaia Lulyts (Gabriela Torres), a Akemihime aqui do site. :3
“Era uma vez, numa floresta, um pequeno cervo.
Num dia de tempestade, o esperto cervo acabara de despistar um caçador.
Porém, dessa luta pela vida, restou-lhe a ferida na perna direita, rasgada pela flecha que passara de raspão.
Exausto e tomado pela dor, o pobre cervo se deitou em meio à relva de uma clareira. Mal conseguiu tomar fôlego quando ouviu o farfalhar das folhas na moita à sua frente. Uma pantera se revelou pela luz brilhante e amarela de seus olhos famintos, atraída pelo cheiro de sangue.
O cervo tentou fugir pelas sombras das árvores, mas parecia em vão.
O vento soprava forte; ele - então – decidiu entregar sua vida nas mãos da ventania, se usando da força da mesma para impulsionar seus passos pela corrente de ar.
Correu o quanto pôde, até que suas forças se esvaíram, levando-o ao chão.
Se viu encurralado, contra o pé de um enorme barranco de pedra.
O vento ainda soprava – árduo – mal podia abrir os olhos para fitar o felino que se aproximava, agora vagaroso, se deliciando com o pavor de sua presa.
O pequeno cervo apenas aceitou seu destino, fechando os olhos, quando – de repente – sentiu a ventania soprar mais forte.
Um tufão de vento tão forte que derrubou cerca de três árvores – ele podia dizer pelos sons que feriram seus ouvidos aguçados.
Após os estrondos, o vento foi cessando, junto com a chuva.
Um arco-íris se formava no céu ainda parcialmente nublado.
Temeroso, o cervo só sentiu segurança em abrir os olhos, quando a ouviu.
— Mas é um fracote mesmo. – soprou em suas orelhas.
— Você?...por que me salvou? – perguntou, surpreso, ao ver seu algoz desfalecido sob os troncos.
— Eu é que quero saber...foi muito astuto da sua parte, correr na direção que eu soprava. Contudo, eu poderia ter simplesmente mudado de rumo. Me diga...por que confiou em mim?
— Eu...eu só...obrigado. – sussurrou, em extrema gratidão.
— ... – mesmo sem ter sua pergunta respondida, a ventania se viu sem palavras; logo ela.
— Você...vai voltar? – fitou o ar iluminado pelos feixes de luz que adentravam o lugar, admirado com a força de sua salvadora.
— Eu sempre volto, bebê chorão. – e se foi, sorrindo em firulas pelas folhas.
Depois disso, como prometido, a ventania o visitava quase todos os dias.
Em um desses, o cervo descansava em meio ao verde da campina, fitando as nuvens, como de costume (seu passatempo favorito).
A grama esmeralda resplandecia a luz dourada do sol realçando o tom de seus pêlos, aquecendo sua pele.
Eis que sua atenção toma outro foco.
O cheiro úmido e fresco; é sua boa e velha amiga – a ventania – vestida de brisa, que chega e lhe acaricia a face, o corpo, tocando-lhe a alma.
Ah, ventania amiga...dentre todos, a que mais se assemelha consigo.
Assemelha, pois completa.
Ventania das mil faces.
Da brisa doce e suave que refresca.
Da tormenta em fúria, em sua força.
Ventania indomável, imprevisível.
Aguçava a mente inquieta do sábio cervo, mais e mais, a cada encontro.
Era um pouco assustadora, às vezes...mas era justamente essa inconstância que o encantava.
Ele queria compreendê-la, suas mudanças repentinas; seus mistérios e segredos.
O tempo passou e o pequeno cervo cresceu.
A ventania, sempre a seu lado; ecoando seus risos, secando suas lágrimas.
Ela acabou por se encantar por ele; tão sereno, pacífico, mas ao mesmo tempo, tão astuto e imponente.
Ele era forte – pensava ela – afinal, foi o único ser que conheceu a não se curvar perante sua força. Ao contrário, por mais difícil que fosse, para ela – a grande ventania –, admitir, perdera as contas de quantas vezes se viu dobrada pela mansidão dele.
O sábio cervo – por sua vez – aprendera, a cada dia, que não se pode domar o vento. Se o aprecia e o quer como aliado, deve, muitas vezes, se curvar à ele. Seguir seu ritmo, seu fluxo; moldando a vontade dele à sua própria vontade. Em algum momento, o vento cede...e muda de direção. Guiando e sendo guiado.
Pois isso é a harmonia. Eis o equilíbrio.
E quando as partes do quebra-cabeça encontram a outra que lhe completa, nasce o amor.
Do encaixe dessas duas peças – que propicia o espaço para o encaixe de outras – nasce a família.
Essa é a história do Cervo que se apaixonou pela Ventania.
E viveram felizes para sempre.”
— Shikadai! – Temari bradou, do corredor, antes de sair à porta da varanda, onde o pequeno Nara estava sentado num colchonete, ainda terminando de escrever no caderno sobre a mesa – Shikadai! Não me ouviu chamando lá de dentro?! Devo ter te chamado umas mil vezes!
— Gomen nee, Kaa-san... – respondeu de prontidão, suando frio com medo da bronca que levaria se não arrumasse alguma justificativa plausível – ...é que eu estava tão concentrado terminando meu dever de casa...não ouvi.
— Hum! – a loira cruzou os braços, franzindo o cenho; mas logo em seguida soltou um gracejo, tentando disfarçar a risada que queria dar ao ver a cara do pobre menino – Vamos comer. O jantar já está na mesa! Fiz seu prato favorito! – sorriu, bagunçando o cabelo dele com um cafuné.
— Hai! – o garoto se levantou e foi correndo em direção à cozinha.
Temari também já ia entrar quando percebeu o caderno sobre a mesa.
— Mas é a cara do pai mesmo...depois perde as coisas e não sabe o porquê. – resmungou, apanhando o objeto – Uhm... “Dever de casa das férias...fale sobre sua família”...
Por curiosidade, como mãe zelosa que era, pensou em revisar superficialmente o texto de Shikadai; mesmo sabendo ser totalmente desnecessário.
Contudo, o que seria apenas uma leitura rápida, acabou por surpreender a matriarca, que se perdeu no tempo.
— Temari? – Shikamaru apareceu na porta, procurando por ela – O que houve?! – questionou assustado, se aproximando, ao ver sua esposa com os olhos marejados, vertendo lágrimas.
— Olha, Shikamaru... – emocionada, estendeu o caderno aberto um pouco para o lado, para que seu marido pudesse ler melhor; o Nara já estava a seu lado, preocupado com aquela cena incomum, enlaçando o ombro da loira em um abraço.
Ao ler o texto de seu pequeno garoto, Shikamaru também não conseguiu conter o pranto. Temari sorriu, sentindo o moreno acariciar seu rosto, devolvendo-lhe o sorriso e lhe beijando a testa.
— “E viveremos felizes para sempre...” – Temari sussurrou.
— “Para sempre...” – completou Shikamaru.
E a promessa foi selada novamente com um beijo. Os pés descalços no piso de madeira. Os feixes tênues de luz do final da tarde abrilhantavam o momento...em que o som do vento se encontrou com o canto dos cervos ao longe, dançando em meio à areia e às folhas, celebrando o verdadeiro amor.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, pessoal...é isso. Eu andei muito - tipo MUITO (anos) - afastada da escrita; praticamente parei (dramas de uma ficwritter "aposentada" xD). Tentei relembrar o meu estilo de escrita e colocá-lo aqui...no início tive medo de não conseguir escrever (cumprir com isso, entregar a fic), mas decidi participar do evento do grupo mesmo assim, por incentivo da Lulyts . Então eu espero que vocês tenham gostado. ç_ç
Quanto à mensagem da fic (como podem ver da sinopse), eu quis celebrar/ressaltar o amor - verdadeiro - do único ship de Naruto que, para mim, é coerente. O único que me parece ter realmente o legítimo, autêntico, verídico: amor de verdade.
Enfim, se puderem/quiserem, me deixem um recadinho ali nos reviews (saudades deles, da época que eu escrevia mais...kkkk).
Kissus no kokorô de todos vocês e um FELIZ NATAL!