POV Allison

Isto é surreal! Eu não sei o que é que a Malia vai fazer quando souber que a Acacia foi ao cofre, mas que para além disso há outro Hale na cidade. Durante a minha vida toda só ouvi falar de três Hale, o Peter, a Malia e o Derek. Agora, do nada aparece um novo Hale, um Derek Hale com outro nome no fim vindo de sabe-se lá onde!

O resto da manhã foram mais e mais apresentações com outros professores, nenhum de nós os três viu o Derek durante a manhã. Quando acabaram as aulas fomos todos para a clínica do meu pai.

—Pai! - assim que entro com os meus amigos deparo-me com quem não esperava encontrar. - Que estás aqui a fazer?

—Allison! - o meu pai adverte-me.

—Que estás aqui a fazer? - a Acacia passa para perto do Derek.

—Acacia, calma! - segura-a o meu pai.

—Calma? Scott, ele é um Hale, só há três Hales que sobreviveram ao incêndio, ou tanto quanto nós sabemos! Que raio se passa aqui que eu não sei sobre a minha família?! - ela está a começar a perder a calma.

—Da tua família... não sabes muito... - olho para a porta que já tinha deixado para trás e um homem aparece juntamente com uma mulher.

—Isaac? Cora? - o meu pai sabe alguma coisa. O homem passa e vai abraçar o meu pai. - Eu nunca mais ouvi falar nada de ti!

—Sabes que depois da Allison eu tive a necessidade de deixar tudo para trás... - explica e eles voltam a abraçar-se.

—Não superaste a morte dela, deixaste Beacon Hills para trás, não querias cá voltar, mas como algo de mau está a acontecer e vai abater toda a gente voltaste, não foi? - a Acacia intervém e ele olha para trás.

—A filha do Stiles e da Lydia? - pergunta ele e eu rio.

—Ela? Ela é só a outra Hale - respondo abraçada a ela.

—E tu és? - pergunta-me.

—Sou a Allison - ele fica chocado e olha para o meu pai.

—Homenagem? - o meu pai assente. - A Hale é filha do Stiles e da Malia correto?

—Sou eu. Acacia Hale Stilinski, todo o orgulho! - responde sarcástica.

—Antipática como a tua mãe, sarcástica como o teu pai! - nesse momento ela fá-lo sair projetado contra a porta. - Wow, muito mais forte que os dois juntos!

—Chega de espetáculo! - intervém a mulher. - Vamos para o prédio!

—Eu não vou a lado nenhum com vocês! - manifesta-se a Acacia.

—Querida, tu vais connosco, a bem com a mal! - ela mostra os olhos de coyote e eu revelo os meus de Beta, juntamente com o Thomas atrás dela. - Eu nunca pensei ver a coyote na liderança, um de vocês seria o Alpha, mas ela, apesar de não ser loba, é a Alpha.

Nesse momento sinto-me a levar um choque e caio ao chão, tudo ficou preto.

POV Acacia

Acordei num lugar desconhecido deitada numa cama juntamente com o Thomas e a Allison. Levantei-me e comecei a caminhar, porque é que me trouxeram para aqui? Porque é que eu estou aqui? Porque é que me deram o choque elétrico?

—És tal como os teus pais! Caminhas com cuidado, observas o lugar, tiras conclusões... - observa a mulher. - Mas há coisas sobre ti que não sabes...

—O que é que queres comigo? - pergunto firme.

—Contar-te o que não te contaram, e tu deves perguntar-te quem sou eu, quem era aquele na clínica e quem é o Derek, o problema é que tu não sabes quem és! - a mulher é estranha. - Senta-te! - fiz o que ela disse, mas não sei em que vai dar.

—Quem és tu? - indago.

—O meu nome é Cora Hale, como tu deves saber, houve um incêndio numa casa que em tempo existia na floresta e que era da minha família. Foi um fogo posto, gente não humana estava dentro daquela casa, toda a gente morreu exceto eu, o Derek, o Peter e a minha irmã mais velha, a Laura - respondeu-me à pergunta.

—Por isso tu és tipo minha prima mais afastada, certo? - ela assente. 

—O que tu fizeste hoje foi impressionante, eu nunca pensei que um coyote liderasse tão bem! E tu és bastante forte, o Isaac disse-me isso! - eu podia ouvir os batimentos dela, não estava a mentir.

—Acacia! - a minha mãe entra dentro do edifício e olha para a Cora. - Eu nunca pensei voltar a ouvir falar de ti de novo.

—Eu nunca pensei conhecer-te - ok, a minha mãe e a Cora não se conhecem mas sabem da existência uma da outra. - Não sabia que tu tinhas casado com Stiles, muito menos que tinham uma filha...

—Nunca pensei que tu e o Isaac tivessem acabado juntos, tivessem tido um filho e recriado o Derek - a minha mãe fez aquela expressão facial como quem tenta dizer "arrumei-te", mas sinceramente, não me parece que a Cora tenha ligado importância.

—Porque é que não contaste tudo à tua filha? Tens a noção do potencial que ela tem? - a minha mãe respirou fundo.

—Eu não quero que a Acacia acabe como nós, não quero que se magoe a sério, não quero que corra perigo, por isso é melhor ela não saber de nada - explica.

—Mas ela tem que saber a verdade, e tu não fazes a mínima ideia do poder da tua filha! Ela liderou dois Betas e ela nem é Alpha, nem loba é! A tua filha é muito mais forte que o que imaginas! - a minha mãe não me pareceu surpreendida. - Diz-lhe a verdade, porque ela vai ter que a saber, ele voltou.

—Como assim ele voltou? Quem voltou? - pergunto eu.

—Malia, o Deucalion está a chegar e desta vez não podemos ser nós a combater sozinhos! Malia, o Scott pode ser o Alpha, a Lydia a banshee, tu podes ser coyote, eu também sou Alpha e o Isaac também, mas três alphas, uma kitsune e uma coyote não vão ajudar na luta, lembra-te que já não temos a Allison Argent aqui! Eles precisam de ir lá, aliás, o Deucalion está a vir por eles! - eu estou confusa com isto tudo. Eu não sei quem é aquele mas parece que isto vai correr-nos mal.

—O Deucalion está de volta? O Scott sabe disto? - a Cora assente. - O Deucalion está a vir pelos miúdos?

—ALGUÉM ME EXPLIQUE QUEM É QUE RAIO É O DEUCALION! - berro eu.

—Exato, expliquem-nos quem é o Deucalion - aparecem a Allison e o Thomas.

—Nós explicamo-vos quem é o Deucalion, mas para isso preciso que chamem o Stiles, o Scott, a Lydia, a Kira e o Liam - dispõe-se a minha mãe.

—E até lá? - pergunta a o Thomas.

—Mostrem-me o que são capazes porque é bom que sejam bem treinados para o que aí vem! - a Cora levanta-se e começa a tentar bater no Thomas, em menos de dois minutos ele está no chão. Em seguida vai à Allison, que acaba por ter o mesmo destino e já sei que se vai virar a mim.

Ela dirige-se a mim para me acertar mas eu defendo-me e evito que ela o faça, e o processo foi-se repetindo vezes sem conta. Comecei a ser eu a atacar agarro-a e tento atirá-la, mas ela atira-me ao chão. Eu levanto-me e dou-lhe bastante pancada, chegando ao ponto de subir para cima dela e fazê-la ficar com a cabeça entre as minhas pernas, já sabia que ela se ia atirar para eu me aleijar, mas eu fui mais esperta e saltei logo para mais longe, sendo assim ela ficou no chão sem se levantar mais.

O Isaac está à porta da sala e vem para me atacar mas eu defendo-me e dou-lhe uma cabeçada, fazendo-o perder os sentidos e atirando-o contra a parede, que abriu um buraco. Sinto outra força que vem tentar atacar-me por trás, vem dar-me um soco mas eu limito-me a agarrar-lhe o punho e torcer-lhe o braço, é a Cora. Os momentos seguintes são vagos para mim, lutar com eles os dois e ouvir gritarem o meu nome, a minha mãe chega a rugir-me, mas eu faço-o de volta e atiro-a contra uma parede. É nesse momento que ouço um rugido superior, é do Scott paro de dar pancada e caio ao chão, sozinha, sem nem sequer me tocarem. Tudo ficou preto.

Acordo no meu quarto. Olho em volta e vejo o Thomas, ele levanta-se da cadeira onde está e ajoelha-se ao lado da minha cama.

—Como te sentes? - pergunta-me e eu tento mexer-me, só aí reparo que estou amarrada e começo a debater-me e a fazer força para me libertar. - Calma! Acacia, calma! Calma! ACACIA! TEM CALMA! - ele acabou por gritar e eu acalmei-me um pouco ao ver que ele me segurava para me soltar. Assim que me vejo livre das correntes que me prendiam, olho para os meus pulsos, estão marcados, mas de certeza que depressa vão curar-se. Desço as escadas a correr e estão todos a olhar para mim, o meu pai tem o taco de baseball na mão apontado a mim. Eu juro que não compreendo o meu pai, em adolescente o taco de baseball já era ridículo, mas agora que é adulto e ainda por cima xerife, ainda se tornou mais ridículo! Vá lá! Ele tem uma arma todos os dias, podia antes apontá-la a mim!

—Pai, estás a fazer uma figura ridícula! Primeiro porque eu posso facilmente partir o taco e segundo porque tu és xerife e tens uma arma! - observo e toda a gente relaxa, assim como o meu pai que baixa a "arma" de defesa dele.

—ACACIA! Não chames ridículo ao teu pai! STILES! Não sejas ridículo! - toda a gente se ri.

—O que aconteceu enquanto eu estive inconsciente? - pergunto.

—Queres dizer o espaço de cinco horas depois de teres deixado a Cora e o Isaac num estado complicado, de teres agredido a tua mãe, de te teres transformado e continuado a bater no pessoal até o Scott rugir, tu voltares à forma humana e ter caído para o lado? - o Thomas está sarcástico atrás de mim e eu dou-lhe um soco. - EI! Para que é que foi isso?

—Tu sabes porque é que foi isso! - manifesto-me e o Liam levanta-se e vem abraçar-me.

—A minha coyote favorita voltou ao normal! Não sei se alguém algum dia te disse, mas tu és tão Hale... - faço-lhe uma cara de irritada. - Exato, é essa cara, a típica cara Hale!

—Eu não sei se ela te vai bater, mas se não te calares, eu mesma trato dessa tarefa! - ameaça a Malia.

—Podemos focar-nos no assunto? - o Scott traz as atenções para ele. - Eu não sei se mais alguém tem consciências que podemos mesmo todos morrer!

—Quem é esse Deucalion? - pergunto eu.

—O Deucalion é o alfa dos alfas, antes o Deucalion era cego, há uns anos atrás ele trouxe a sua alcateia toda para Beacon Hills de forma a matar um ser que fazia sacríficios a virgens, guerreiros, curandeiros, filósofos e guardiões, mas também de recrutar o Derek, mas principalmente o Scott, que ainda não era Alpha na altura, mas que veio a atingir esse poder devido ao crescimento do seu poder. O tal ser esquisito que sacrificava pessoas deu-lhe a capacidade de ver de novo e nunca mais se ouviu falar de Deucalion, até agora - explica tudo o Thomas e toda a gente fica de boca aberta. - Desculpa Stiles, mas eu tinha que saber mais sobre este assunto, mexi nas tuas coisas e nas da minha mãe...

—Eu não vou comentar... - diz o meu pai.

—Nem podes, eras igual! - argumenta o Scott.

—Agora resta saber porque é que volta... - eu começo a pensar. - O COFRE! É o cofre! Está lá o que ele quer!

—Como assim? - pergunta a Allison.

—Pensem todos comigo, ele pode querer recrutar ou pode querer vingar-se, é certo. Ele sabe onde é o cofre, de certeza absoluta que sabe! Ele pode querer algo lá dentro! E mesmo que não queira ele vai deixar claro que chegou e o que pretende porque ele sabe que nós vamos ver! - explico. Nesse momento olho para a Lydia e ela está muito séria. - Vês alguma coisa Lydia?

—Morte, ele quer a morte de todos os que aqui estão - olho para todos.

Depois desta fala a casa acabou por se esvaziar e eu fui de volta ao meu quarto, eu sei que algo vai acontecer, o Deucalion quer morte mas ninguém sabe ao certo quem traz e porque quer a morte de todos nós, criaturas sobrenaturais e não sobrenaturais de Beacon Hills.

No dia seguinte...

Levantei-me, vesti-me e desci. Lá em baixo estavam os meus pais, o meu pai a beber café e a minha mãe a barrar manteiga nas torradas, um silêncio absurdo.

—Bom-dia - cumprimento-os.

—Bom-dia - fazem-no de volta. O silêncio volta a reinar, torna-se incomodativo para mim, especialmente porque posso ouvir os batimentos cardíacos elevadíssimos dos dois, os pensamentos deles gritam, eles querem falar sobre o que se sucedeu ontem, nenhum tem coragem em ir direto ao assunto.

—Eu sei que querem falar sobre o que aconteceu ontem - eles olham para mim.

—Como é que fizeste aquilo? Tu arrumaste dois alfas e um beta, conseguiste ferir-me, estavas descontrolada e de repente caíste para o lado sem ninguém te ter tocado! Tu nunca estiveste assim, nem numa lua cheia, ou num eclipse ou qualquer outro tipo de evento como este! - a minha mãe transparece preocupação.

—Eu não sei como o fiz, eu só o fiz. Ela atacou os meus amigos, deixou-os no chão e veio atacar-me e eu fiquei furiosa, entretanto a certo ponto o Isaac meteu-se e ia atacar-me e eu claro que me defendi e o ataquei, e depois tu rugiste e eu não sei fiz outra vez, mas para mim é tudo muito vago, eu não sei metade do que fiz! - explico.

—Tu não agiste como coyote... - observa o meu pai. - Isso foi atitude de Alpha, não de coyote, o coyote teria fugido mal conseguisse a menos que eles fossem mesmo muito importantes, numa forma mais forte, não de amizade. Tu gostas da Allison de outra forma?

—NÃO! A Allison é a minha melhor amiga, como o Scott é o teu melhor amigo, a Allison é como minha irmã! - neguei.

—Ela gosta do Thomas... - diz o meu pai. - Por isso é que ela atacou, ela passou-se porque ela nunca iria embora sem o Thomas!

—Eu nunca deixaria um amigo para trás, não importa quem, a Allison, o Thomas, não me importa, nunca deixaria um deles para trás! - defendo-me. - Agora, com licença, mas eu tenho umas aulas para ir!

Saí sem dizer nada, eu sei que os meus comportamentos não são de coyote, um coyote viraria as costas para se salvar, mas eu não o fiz porque não quis. Eu tenho que ajudar os meus amigos, se for preciso tenho que os proteger, foi o que fiz e vou continuar a fazer!

—Entra aí! - um carro espera-me em frente a minha casa, o vidro aberto revela o Derek lá dentro.

—Não preciso de ir de carro para as aulas, tenho pernas e o meu pai sempre me ensinou a não falar com estranhos - digo.

—O que te ensinou a tua mãe? - pergunta-me e eu sou sarcástica.

—A minha mãe ensinou-me que se um estranho me oferecer boleia, eu recusar e ele insistir lhe devo rasgar a garganta... com os meus dentes! - ele ri.

—Tu podes ser muito forte e ter muito poder, isso pode ser inconveniente e fazer de ti o alvo principal, e neste momento não penses ser a predadora quando te tratas da presa! - com aquele argumento entro dentro do carro. Vejo que nos estamos a afastar do caminho para a escola e paramos à porta de um edifício que nunca vi na vida.

—Que estamos aqui a fazer? - questiono com dúvidas.

—Tem calma, ninguém vai lutar, ninguém vai por ninguém a dormir, ninguém vai matar ninguém, nada! Nós vamos simplesmente ter com alguém que nos vai poder ajudar a saber mais sobre o que tu és, porque não és apenas coyote! - resolvo confiar nele e entro no edifício. Estamos a subir no elevador e chegamos a um apartamento, está lá escrito na porta "Argent".

—Que estamos aqui a fazer? - pergunto-lhe e ele toca à campainha. A porta abre-se e um homem está por trás dela, ele abraça-me. 

—Olá Acacia! O meu nome é Chris Argent e eu sou... - não o deixo acabar.

—Eu sei quem você é, toda a gente fala do quão você e a sua filha ajudaram os meus pais e todos os outros, eu agradeço-vos imenso e sei que a sua filha está connosco aqui! - ele sorri.

—Chris, temos um problema aqui e precisamos de ajuda para o resolver - intervém o Derek.

—Que se passa? - ele diz quando estamos no escritório dele.

—A Acacia é uma coyote, mas ela age como outra criatura, como um lobisomem, como alpha... - ele franze o cenho. - Ontem ela arrumou dois alphas, feriu a mãe dela e do nada, o Scott rugiu-lhe ela parou e caiu para o lado. Ela parece saber de coisas e ter uma lógica que ninguém percebe e isso é confuso para todos nós!

—Nunca ouvi falar em nada disso, vai para lá da minha experiência, não sei que se passa com ela! - diz ele. - Posso tentar descobrir alguma coisa, preciso de ir sabendo mais comportamentos estranhos, qualquer coisa liga-me Derek. Por agora, o que têm que fazer é ir para a escola!

Saímos do tal prédio sem qualquer tipo de resposta e fomos para a escola, quando entrei dentro da sala o professor ainda não tinha entrado, a aula era no laboratório e por isso arranjei lugar à beira da Allison. 

—Onde é que estiveste? - pergunta-me.

—Eu e o Derek fomos a casa do Argent tentar perceber o que eu sou, visto que vejo as coisas de uma forma que ninguém percebe, que ajo como alpha e sou uma coyote - expliquei.

—O quê?! Tu e o Derek foram juntos a casa do Argent? - ela estava mesmo surpreendida.

—Ele fez-me entrar dentro do carro quando saí de casa - defendi-me.

—Pronto, mas sabem alguma coisa? - pergunta-me.

—Não temos ideia - nego e ela bufa. O professor entra e começa a aula dele, eu pus-me a desenhar no caderno, ou melhor, a rabiscar porque não tinha muita concentração, para ser honesta.

—STILINSKI! - o treinador apita. - Estás a dormir? Eu perguntei pelo Derek, disseram-me que é teu primo. Sabes onde está?

—O Derek? Ah sim, o Derek! Então o Derek... eu não vejo o Derek desde a última vez que o vi! - enrolo.

—E quando é que isso foi? - pergunta-me.

—Quando foi a última vez que vi o Derek? - ele fica a olhar para mim como quem pensa "Não, a última vez que viste a minha avó!". - Pois, ah... a ultima vez que vi o Derek foi seguramente quando o vi da última vez!

—E onde o viste a última vez? - encravei.

—Aonde vi o Derek pela última vez? Definitivamente vi o Derek no lugar que o vi! - eu pareço muito estúpida.

—Que foi... - ele quer que eu responda.

—O lugar em que o vi? Pois, então... foi por aí... - respondo e ele apita.

—STILINSKI! FORA DA MINHA SALA AGORA! FALAR PARA TI É O MESMO QUE FALAR PARA O TEU PAI! - ele atira-me com lápis e eu pego nas minhas coisas e saio da sala toda desajeitada a correr, agora senti o que o meu pai sente todos os dias.

Eu vou pelo corredor a correr até que escorrego e já sei que vou cair, não há de ser muito mau, até que sinto duas mãos a ampararem-me a queda.

—Estás bem? - pergunta-me o rapaz que me apanhou.

—Sim - confirmo.

—Sou o Darius - apresenta-se e eu fico a olhar para ele com cara de "Será que alguém te perguntou quem eras?". - E tu és...

—Ah, eu sou a Acacia - levanto-me logo em seguida.

—Olá Acacia - ele sorri, deve achar que me deixo levar por um sorrisinho bonitinho.

—Olá - digo normal.

—Eu estive a pensar se não estavas interessada em... - já sei que vai sair daquela boca.

—Não - respondo.

—Vir sair - interrompo de novo.

—Não - recuso de novo.

—Comigo e com os meus amigos - finaliza.

—Não - insisto em recusar a insistência dele em me convidar para sair.

—Porque tenho coisas mais interessantes que fazer - sou curta e direta.

—Como por exemplo... - o rapaz não percebe o que é não?

—Sair com o meu namorado - invento, não lhe ia dizer que tinha que proteger Beacon Hills porque um lobisomem malvado queria matar-me a mim, aos meus e a todos os que se metessem no seu caminho!

—Ah, tens namorado... Sendo assim fica sem efeito não quero confusões com ninguém! - ele levanta os braços em rendição e eu continuo o meu caminho para o gabinete do diretor. Ele recebe-me de imediato e eu sento-me.

—Acacia Hale Stilinski, filha de Stiles Stilinski e Malia Hale, correto? - eu acho aquele homem suspeito. - Diz-me mais sobre a tua família Hale.

—Não sei muito, apenas sei da minha mãe e do meu falecido avô, o resto da família morreu toda num incêndio - minto.

—Engraçado, temos outro aluno com Hale no nome - diz-me.

—Há muitos Hale por aí - defendo-me.

—Tens razão. Mas já que és filha do Stiles sabes quem é o Scott McCall - este homem quase de certeza que sabe alguma coisa de quem eu sou.

—Sim, o veterinário! Ele e os meus pais são amigos - sorrio como se não soubesse de nada.

—Sabes, eu já fui cego em tempos, mas graças ao diabo eu ganhei os meus olhos de volta e vejo melhor nunca. Acreditas que nem quando eu era cego me deixava enganar pelo que eu não via? Achas mesmo que se em cego nunca o fiz, o faria agora que vejo melhor que nunca? - aquele homem é o... Deucalion.

—Ainda bem que recuperou os seus olhos, fico muito feliz com isso - sorrio forçado.

—Eu estou sempre a ver-te a ti e aos teus amiguinhos sobrenaturais, lembra-te disso e podes sair! - o meu sorriso desmanchou-se e eu fui embora.

Eu só me meto em problemas, agora o Deucalion é diretor de Beacon Hills, ou seja, eu não estou mesmo em segurança, mesmo nunca!

Continua...