State of Grace escrita por Edmayra McHale


Capítulo 4
Too much to ask


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores!
Como vocês estão? Se cuidando, espero.
Boa leitura!



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1 de janeiro de 2019

Não devia passar das oito da manhã quando Mackenzie começou a se preparar para partir. Estava no quarto guardando as coisas que usara no dia anterior quando ouviu uma batida na porta. Ao olhar sobre o ombro, encontrou sua avó parada lhe olhando.

— Bom dia — a morena desejou e sorriu, voltando sua atenção para a mochila.

— Você não pode ficar? — questionou e adentrou o quarto, se sentando ao lado da neta, pondo sua mão sobre a dela, impedindo-a de prosseguir. — Eu vou falar com o Jackson, ele não pode te expulsar daqui, essa também é a sua casa.

— Mas ele é o alfa, sabe disso, vovó. — Suspirou e se agachou, apoiado as mãos nos joelhos da mulher. — Eu não quero mais brigar com ele, essa família já foi despedaçada demais por brigas idiotas. Mas eu não vou sumir, vou procurar algum lugar na cidade, assim, você pode ir me visitar sempre que quiser, está bem? — Sorriu.

— Certo. — Um sorriso insatisfeito, porém, feliz, surgiu em seu rosto. Queria ter a neta por perto, mas entendia sua decisão. — Eu vou preparar algo para você levar.

— Não precisa, você levará amanhã. — Beijou o rosto da avó e se levantou, voltando à tarefa anterior.

— Não está velha para uma coisa dessas? — a mais velha brincou ao vê-la guardar o diário e ergueu seu olhar para a jovem.

— Talvez. — Mack riu baixo, dando de ombros. — Ele ficou guardado por um tempo, mas acho que finalmente encontrei o propósito dele de novo. — Sorriu e fechou a mochila, soltando um breve suspiro. — Têm sido tempos difíceis.

— E eu gostaria que ficasse e me contasse o porquê disso. — Um sorriso triste tomou conta do rosto da mulher de cabelos grisalhos, que assistiu sua neta pôr a bolsa nas costas.   

— Quem sabe, um dia, durante um café na Rua Bourbon. Eu preciso ir. — Viu Mary assentir e a abraçou fortemente.

Ao soltar a neta, a mais velha a acompanhou até a varanda da cabana. Mack desceu um dos degraus, já com o pé no próximo, mas sentiu a mão da avó tocar seu ombro e se virou, recebendo um breve carinho nos cabelos e um beijo em sua testa.

— Tome cuidado, querida — pediu, vendo-a assentir.

Mackenzie sorriu fraco e recuou um degrau, beijando a bochecha da avó enquanto a abraçava mais uma vez, mas logo a soltou e fez o caminho reverso do dia anterior. Não demorou a ouvir passos atrás de si, mas não olhou para ver quem era. Lembrava-se do irmão ter dito que alguém lhe acompanharia até a cidade. Não estava interessada. No entanto, parou de andar e se virou ao sentir uma mão tocar seu braço.

— Não ia mesmo se despedir de mim? — Hayley perguntou com um sorriso brincalhão.

— Desculpe, eu não sabia se deveria — justificou junto a um sorriso amarelo e suspirou, levando as mãos aos bolsos. — Ainda mais porque o seu marido meio que me odeia...

— Mas eu não sou o meu marido — garantiu, observando a mais velha. — Aceita companhia?

— Claro. — Mack sorriu levemente e voltou a caminhar.

— Então, o que faz na cidade?

A Kenner suspirou, era de se esperar que a outra estivesse curiosa, não poderia culpá-la. Ela pensou na resposta por alguns segundos e deu de ombros.

— Eu acho que precisava ver alguns rostos conhecidos e acolhedores — contou, erguendo seu olhar para a floresta. — Rever a família pareceu uma boa ideia na hora, mas acho que posso ter piorado um pouco as coisas aparecendo assim, sem dar as respostas que todos querem.

— Eu sei que não é da minha conta e que você está na família a muito mais tempo do que eu... — Hayley suspirou, atraindo o olhar da outra, e sorriu de lado. — Mas eu peço desculpas pelo Jack. Foi um ano difícil e ele ficou um pouco atordoado com a sua chegada de repente. — Mack apenas assentiu e voltou a olhar para nada. — Ele não é sempre assim, talvez só precise de um pouco de tempo para se acostumar a te ter de volta.

— Me expulsar me parece um jeito engraçado de me ter por perto — brincou, mas a Marshall pôde sentir certa angústia em sua voz.

— Tenho certeza de que sua avó e eu podemos ajudar com isso — garantiu e sorriu.

Suas palavras e seu sorriso pareciam sinceros para a loba, porém, ela conhecia seu irmão. Suas esperanças já estavam baixas quando fora para a cidade atrás de refúgio, mas se tornaram nulas quando ele a expulsara.

— Obrigada, mas acho que não será preciso. — Forçou um sorriso.

— Mesmo assim. — Hayley chamou sua atenção ao segurar seu pulso, fazendo a outra parar para olhá-la. — Ainda pode contar comigo se precisar de alguma coisa. Sou a esposa do seu irmão que você acha que te odeia, mas não quer dizer que não posso ser a sua amiga. — Sorriu.

Apesar de parecer receosa, Mackenzie observou atentamente a dona dos olhos verdes. Tirando Dan, Oliver ou sua avó, Hayley era a única pessoa que não lhe causava um desconforto desconfiado. A Kenner mordeu o lábio e assentiu.

— Obrigada — disse num tom baixo, esboçando um pequeno sorriso. — Também pode contar comigo, farei o que estiver ao meu alcance.

— Eu sei. — Hayley sorriu e a puxou para um forte abraço.

A mais velha estranhou um pouco, mas retribuiu o gesto e soltou um longo suspiro de alívio ao apertá-la, fechando seus olhos por longos segundos. Era como se parte do peso deixasse seus ombros. Embora ela soubesse que ainda estava lá, conseguia não pensar nos problemas o tempo todo.

Quando se soltaram do abraço, elas voltaram a andar. Mack explicara que havia deixado seu carro no celeiro da velha fazenda Barnes, então, não tiveram que andar muito. Assim que assumiu o volante do Mustang, Mackenzie o tirou do esconderijo e seguiu pela estrada de terra.

— Conhece algum hotel, pousada ou apartamentos confiáveis na cidade? — perguntou ao olhar para a mulher de cabelos compridos ao seu lado.

— Bem, eu conheço um lugar — respondeu, pensativa. — Os vizinhos são um pouco briguentos, mas são legais. — Sorriu.

— Me ganhou com “vizinhos briguentos” — brincou.

 

Em poucos minutos, alcançaram o centro da cidade. Nova Orleans era animada e festiva em qualquer época do ano, mesmo quando não havia feriados, os moradores davam um jeito de celebrar. Precisaram estacionar o carro numa rua antes do lugar que Hayley falara devido a um desfile de Ano Novo, mas cortaram caminho pela praça e entraram no prédio da esquina, que Mackenzie logo identificou como um bar.

— Vejam quem voltou! — uma mulher de cabelos loiros e ondulados anunciou ao ver Hayley e sorriu, aproximando-se da dupla pela passagem na lateral do balcão.

— Cami, esta é Mackenzie, uma amiga — a Marshall as apresentou, vendo-as se cumprimentar brevemente. — Ela está procurando um lugar para ficar, eu logo lembrei daqui.

— Ainda tenho aquele que era seu, vou pegar as chaves. — Sorriu e seguiu por um pequeno corredor ao lado do balcão, onde entrou no escritório.

— Então, você morava em cima de um bar? — Mack olhou para a cunhada e sorriu divertida, vendo-a dar de ombros.

— O seu irmão também — contou, rindo, e passou uma das mãos pelos cabelos, logo apontando com ela para o balcão. — Quer algo? — Sorriu ao vê-la negar com a cabeça.

A loira não demorou a voltar, mostrando um pequeno chaveiro em sua mão, e viu Hayley guiar a outra para fora do estabelecimento. O trio entrou num portão de grades ao lado do bar, onde Mack pôde notar um pequeno jardim nos fundos antes de subir as escadas na frente de Hayley.

— A maioria dos inquilinos nem se importa com essa área — Camille avisou ao alcançar o topo da escada e olhar para as duas sobre o ombro, mas logo continuou o caminho até o apartamento no final do pequeno corredor aberto. — Tem ferramentas no galpão. Se quiser, pode descer e ler um livro, plantar alguma coisa, até mesmo chamar a família para o almoço de domingo depois da igreja, eu só peço para limparem tudo depois — brincou, fazendo Mackenzie olhar para a cunhada, que apenas deu de ombros, e destrancou o apartamento.

Camille segurou a porta ao entrar, fechando-a após a passagem das outras duas. Mackenzie olhou ao redor, notando uma meia parede com pequenos vitrais bloquear a vista que a porta teria da cozinha. Em frente à porta, ficava a sala e o conjunto de jantar estava posicionado bem atrás do sofá.

Ela passou lentamente os dedos pelo encosto do móvel ao se aproximar das portas francesas, que iluminavam todo o apartamento e levavam à varanda. Seu rosto estampou um leve sorriso ao apoiar-se no parapeito, admirando o desfile da Rua Bourbon logo abaixo de sua sacada.

— Você tem dois quartos e um banheiro — Cami avisou quando a morena olhou para elas e indicou a parede atrás da cozinha, que era um pouco mais longa do que a detrás da mesa de jantar, mas ainda levava a um pequeno corredor.

— É um pouco grande para uma pessoa só — comentou ao olhar para Hayley.

— Mas vai ter bastante espaço para receber a sua avó. — Sorriu, tentando tranquilizá-la, o que pareceu ter funcionado, já que a viu suspirar e seguir os passos da loira.

A Marshall deu uma breve olhada em seu celular ao senti-lo vibrar e mordeu o lábio, guardando-o novamente.

— Eu preciso ir — avisou, atraindo o olhar da cunhada à porta de um dos quartos. — Não disse ao Jack que viria aqui, volto depois para ver como está.

— Claro, diga à vovó que estou bem — pediu, sorrindo ao vê-la assentir.

Hayley deixou o apartamento e atravessou a rua logo à frente, entrando no maior prédio do quarteirão. Logo foi recepcionada pela filha, que pulou em seus braços.

— Oi, mamãe! — Hope sorriu ao abraçá-la fortemente.

Havia passado a queima de fogos com os Crescentes no pântano, mas o pai havia lhe buscado assim que terminou, já que passara o Natal no acampamento com a mãe e o padrasto, mas adorava os fogos.

— Oi, querida. — Hayley sorriu abertamente, depositando um beijo em seu rosto, e logo a pôs no chão. — O seu pai está?

— À que devemos a honra de sua visita? — O híbrido surgiu no alto da escada, descendo com calma enquanto as observava, com uma das mãos no bolso da calça. — Não me diga que já está com saudades. — Assumiu um sorriso sarcástico.

— Na verdade, eu gostaria de pedir um favor. — Ela encarou a feição pensativa dele por alguns instantes, cruzando os braços para apressá-lo.

— Tudo bem, eu acho que podemos falar sobre isso — brincou, mas sorriu e terminou de descer as escadas. — Querida, pode me deixar conversar com a mamãe? — pediu à filha, que assentiu e saiu correndo em direção à cozinha após receber uma breve carícia nos cabelos. — Em que posso lhe ser útil?

— Eu tenho uma amiga na cidade... — ela começou, mas ele a interrompeu.

— Se refere à Camille? — Ele tirou uma das mãos dos bolsos e começou a contar, sem tirar a expressão divertida de seu rosto. — Porque nós a conhecemos bem. Davina, talvez? Porque também a conhecemos — implicou, inclinando um pouco sua cabeça, mas riu baixo ao receber um tapa na mão.

— Não, é uma nova amiga — contou, balançando a cabeça em negação, e suspirou. — O nome dela é Mackenzie, ela se mudou para o prédio da Cami...

— Deixe-me adivinhar — interrompeu-a novamente. — Você quer que nós vigiemos a sua amiga que mora em frente à nossa casa? — Estreitou levemente os olhos na direção dela.

— Falando desse jeito, parece uma coisa horrível, mas, acredite, você já fez pior. — Ela forçou um sorriso. — Lá ela terá o seu espaço, eu só quero que, caso ouçam alguma coisa, me avisem.

— E você virá correndo do pântano até aqui? — Ele cruzou os braços, tentando entender o plano. — Em menos de trinta segundos? Sabe que ela pode morrer em menos do que isso, não é?

— Eu quero que vocês cuidem dela para mim se puderem, eu não vou poder ficar aqui o tempo inteiro e vocês moram bem aqui na frente... — ela pediu, mantendo seus olhos no loiro, e respirou fundo. — Por favor, Niklaus.

— Faremos isso — Elijah respondeu, entrando no pátio, e parou de frente para os dois. — Mas, se me permite a pergunta: por quê?

— Vamos dizer que eu reconheço uma garota em fuga e com orgulho e teimosia tão grandes quanto seus problemas. — Forçou um sorriso de lado e suspirou. — Algo me diz que os problemas dela não devem demorar a chegar. Eu só quero garantir que ela fique segura.

— Por que não a levou para o pântano? — O moreno pareceu confuso, cruzando os braços.

— Ela... — começou, mas foi interrompida por Niklaus novamente.

— É a tia Mack — o loiro anunciou, recebendo o olhar de Hayley, que acabou por confirmar sua teoria.

— Hope falou bastante sobre ela, mesmo sem saber nada — Elijah comentou, suspirando ao entender, e pareceu suavizar sua postura. — E a julgar que não sabíamos da existência dela, imagino que o relacionamento dos irmãos Kenner não seja dos melhores.

— Tão bom quanto o de vocês, eu diria. — A híbrida dividiu seu olhar entre a dupla, que se entreolhou. — É, ruim assim. — Respirou fundo. — Talvez um pouco pior.

— Então, por que não a trouxe diretamente para nós? — o híbrido original tornou a perguntar.

— Porque ela é irmã do Jack, o temperamento me parece quase igual, ela poderia não aceitar e ele não gostaria tanto quanto parece não ter gostado da volta dela — enumerou. Klaus fez uma breve careta pensativa, como se dissesse que fazia sentido.

— Parece que temos um irmão do ano tão bom quanto você, Niklaus — o vampiro provocou e viu o outro sorrir. — Vamos nos apresentar à nova vizinha depois.

— Obrigada. — A mulher sorriu e olhou para o loiro. — Acabaram as aulas? Posso falar com a minha filha?

— Claro, podemos remarcar — ele brincou e indicou a cozinha para ela com ambas as mãos, num gesto exagerado que a fez revirar os olhos. Assim que ela saiu, virou-se para o irmão e cruzou os braços. — Então, seremos babás?

— É apenas um favor, Niklaus, pense nisso como uma distração. — Elijah o olhou com um pequeno sorriso e deu um tapinha em seu braço. — Você já não faz nada, admita, ficaria entediado.

O moreno se retirou, deixando seu irmão mais novo a pensar. Seus passos serviram de trilha sonora para os pensamentos aleatórios de Niklaus, que logo subiu para seu ateliê. Estava de frente para sua tela e prestes a pegar o pincel, mas decidiu olhar pela janela, avistando a nova vizinha a observar a rua pela sacada.

Sentindo-se observada, ela desviou seu olhar do desfile e acenou ao avistá-lo, mantendo um tímido sorriso no rosto. Ele sorriu e retribuiu o gesto, num silencioso desejo de boas-vindas.

Do outro lado da Rua Bourbon, Mackenzie se sentou numa cadeira de sua varanda e pegou o diário sobre a pequena mesa. Após rabiscar algo no topo da folha, ela finalmente pôs seus pensamentos em ordem, dando um destino à ponta de sua caneta.

 

Já faz muito tempo, mas a verdade é que não me sinto uma estranha na cidade. Apesar de algumas fachadas mais modernas ou reformadas, Nova Orleans parece a mesma de sempre. Seu espírito festivo continua. Acho que pode ser adicionada à lista de cidades que nunca dormem, espero não ter tantos problemas quanto imagino que terei com a Rua Bourbon.

Cheguei ao ponto onde não sei o que fazer, mas sumir novamente — definitivamente — não é uma opção. Ontem conheci Hayley, um amor de pessoa, e hoje me fez companhia até a cidade. Talvez se torne uma grande amiga, algo me diz que precisarei. Também conheci Hope, um anjo de menina; não sei do pai, mas acredito que tenha puxado à mãe. Não entendo como Jackson ficou tão rabugento com uma esposa e uma enteada como elas.

Não tentei enganar meu irmão, mas não sei como fazê-lo confiar em mim. Ela disse que me ajudaria, porém, nos conhecemos há menos de dois dias e ela me ajudou a encontrar um apartamento legal — embora seja na rua mais movimentada da cidade; ajuda para amansar o Jack seria pedir demais. Espero que ele me perdoe pelo que fiz e disse.

Eu acho que só queria uma família completa novamente.

 

 

Um pouco antes de se recolher, como já havia se tornado seu costume, Daniel ligou o celular que tirou da gaveta trancada de sua mesa e suspirou. Uniu as mãos sobre o tampão de carvalho e olhou para a porta aberta. Esperou mais alguns instantes e ouviu o aparelho vibrar, indicando que havia recebido uma mensagem.

Olhou as horas, ela enviara à tarde. Ele esboçou um leve sorriso pelo conteúdo, já que a mulher avisara novamente que estava bem e que havia encontrado um lugar. Ele estranhou, já que sabia da família dela, e respondeu que tudo estava tranquilo, apesar de não ter visto Trevor após sua discussão. Mack também havia perguntado sobre os remédios, então, o homem garantiu que estava tomando corretamente.

Pensou em ligar, talvez ela tivesse deixado o aparelho ativo, mas desistiu quando se lembrou de algum lacaio do filho poderia escutar e contar. Já estavam em pé de guerra daquele jeito, imagine se ele soubesse de sua participação na fuga da mulher. Respirou fundo e finalizou dizendo que estava com saudades.

Guardou o celular novamente, trancando com a chave pendurava em seu cordão antes de colocá-lo de volta. Tirou os óculos do rosto, pendurando no bolso de sua camisa, e se levantou, vestindo o casaco antes de deixar o escritório, trancando a porta.

Daniel levou as mãos aos bolsos, caminhando para fora do prédio, e assentiu levemente para Oliver. Poderia ser apenas um cumprimento, mas o loiro entendera o recado. Continuou seu caminho até chegar em casa e se jogou ao sofá após colocar a chaleira no fogo, pegando um pequeno bloco de anotações por ali. Pôs os óculos de volta ao rosto, esfregando levemente as têmporas ao encarar a folha, e fez uma pequena lista de compras. Ou tentou, já que era Mackenzie quem sempre lembrava o que precisavam comprar. Ele deitou a cabeça no encosto do sofá e fechou os olhos, mas acabou adormecendo.

Poucos minutos se passaram e uma brisa forte passou pela janela, fazendo-a bater de forma violenta. O alfa acordou no susto, tanto pela batida quanto pelo apito da chaleira, sentindo sua respiração descompassada, e levou uma das mãos ao pescoço, olhando ao redor para ter certeza de que estava sozinho. Um longo suspiro aliviado escapou de seus lábios. O homem se levantou e caminhou devagar até a cozinha, desligando o fogo. Enquanto colocava o saquinho do chá de molho na água em sua caneca, ele olhou ao redor mais uma vez ao se sentir observado, mas esfregou o rosto e balançou a cabeça em negação.

Ótimo”, pensou. “Além de velho, também estou ficando paranoico”.

Pegou seu chá e seguiu para o quarto, tomando um gole no caminho. Pôs a caneca sobre o criado-mudo e pegou o porta-retratos com a fotografia que ele e a esposa haviam tirado com Trevor, Mackenzie e Oliver alguns meses depois da chegada da jovem. Um sorriso tristonho assumiu seu rosto, o homem suspirou e se deitou. Tirou os óculos, fechando os olhos mais uma vez, e inspirou profundamente antes de sucumbir ao sono.

 


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Notas finais do capítulo

Então, eu peço desculpas pelo atraso, mas eu estou com um problema MUITO irritante com o outro site que onde eu posto ~spirit~ e eu não consigo postar lá pelo notebook, o que me desanimou um pouco, mas eu não vou desistir!
Eu espero que tenham gostado do capítulo, já estou quase terminando o próximo! :3
Obrigada por lerem, beijos da tia May e lavem as mãos! ♥



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