Perigo!! Atentado ao Jaburukage! escrita por Jaburukage


Capítulo 1
Karma Chameleon - Cap 1




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Ela passeava em sua bicicleta. De longe, ele a observava. Nunca imaginou que iria perder tanto. Sentada num canto, Marcela jogava LoL muito concentrada. Ele tirou seus olhos da beldade que pedalava e perguntou para a esposa se o jantar já estava pronto.
— Nossa senhora, perdi meu Pentakill. Sim, Michel, ordenei isso para nossas colaboradoras há 3 horas. O jantar deve estar pronto.

Michel olhou as horas. Seu Rolex brilhava. 17 horas. Seu jantar e o passeio de sua antiga companheira coincidiam em horário. Talvez fosse karma. Mas pensar em karma não ajudava. Quando Michel subiu ao poder, abdicou de seus dois maiores amores: o satanismo e Dilma. Era karma. Mas agora Michel vestia o ceticismo cristão em seu discurso. Adorava a Deus e fingia que seus atos não iriam trazer nenhuma consequência para a sua vida. Admitir isso seria admitir o karma. E karma é coisa de pagão.

Dilma olha para a janela. É noite. Seu netinho come um pedaço de panetone enquanto assiste um filme ruim de um diretor Pernambuco. Pela cabeça da ex-presidenta, muitas memórias caminham. O abraço de lula (ela pôde sentir a Bijuu dentro da barriga do metalúrgico, suas nove caudas escorrendo pelos nove dedos do homem), o leve beijo no rosto que Michel Miguel lhe deu quando do dia de sua posse do cargo máximo de chefia do país. Certamente eu era uma outra mulher. Temendo ficar sentimental, Dilma saiu de seu posto na janela. Olhou para o neto e imaginou que um dia aquele menino iria vingá-la. Sim, seu clã não ficaria impune.

Michel sonha. Milhares de coxinhas voadoras imploram para que ele as coma. O homem e sua gastrite imploram para que os salgados desapareçam. Não desaparecem. Cansado de correr, Michel se rende. Vira-se para seu destino culinário e é surpreendido. Uma amazona em armadura brilhante chuta todas as coxinhas para longe. É a tempestade vermelha búlgara. Ele sente isso. Ela olha em seus olhos e diz algo: Nemo me impune lacessit. Assustado, ele recua. A amazona encara os cadáveres mortos das coxinhas no chão. Ela cospe de lado e desaparece. "Ninguém toca no meu menino. Sou eu quem deverá matá-lo". Essas palavras jamais são pronunciadas, mas Michel sabe que em algum lugar no íntimo de Dilma elas foram forjadas. O homem acorda suado. Olha para Marcela, que balbucia enquanto sonha com o campeonato mundial de Dota.

Michel levanta-se e vai para a cozinha. Fizera um pacto com gente pior que lorde Lúcifer, isto é, pior do que o coisa ruim. E agora era assombrado. Enquanto bebia água, pensava no quanto havia trabalhado para chegar até ali. A vila oculta do Jaburu era seu sonho. Ser jaburukage (em português, presidente interino) era seu sonho de menino. Mas seu sonho de menino não era maior que o seu sonho de homem. Dilma não era uma mulher bela, recatada e do lar, mas uma mistura disso com fuzis, comunismo e DNA europeu. Marcela era uma boa pessoa e eficaz, mas Dilma tinha o encanto de quem sabe elaborar metáforas nos piores momentos.

Seguindo para seu quarto, Michel ouviu ruídos. Quis correr para o quarto, mas sua alma dizia para ir para a cozinha novamente. Não pode ser, não agora, não aqui! De pé ao lado da geladeira, um japonês todo sujo de lama e com uma nota de 5 reias cobrindo-lhe o pênis. "Chegou sua hora, Michel-san". Eu pensei que não fosse ser tão cedo, lamenta, mas o japonês já se aproxima. "Vamos, pague meu dinheiro". Michel fica confuso. Então não eram seus antigos amigos da época de matança de animais e orgias canibais. Ah, você quer dinheiro? Michel abre a gaveta de talheres e tira de lá cerca de 150.000 dólares. Nervoso, o japonês aceita o dinheiro e desaparece em uma nuvem. De onde esse japonês saiu?

Michel resolve deixar o assunto para depois, enquanto observa a sujeira ao lado da geladeira. Vou pedir para a Marcela falar com nossas colaboradoras do lar. Michel sobe novamente para seu quarto. Quando abre a porta, encontra um notebook aberto em sua cama. Na tela, Marcela está presa em um quarto do Habbo hotel. Ela pede gentilmente para que alguém a salve. Que bobba!, grita Michel. Ao lado do notebook, um pergaminho selado com uma cartinha de Magic emana uma energia sinistra. Ele hesita em abrir, mas sabe que o destino de Marcela pode residir naquele papel enrolado.

Retirando a carta de Magic, Michel finalmente lê o que tem escrito. Verba Volant, ele diz em voz alta, e para sua surpresa ele ouve uma voz sinistra:

"Eu vou vingar nosso Clã. Lula senpai não será preso amanhã e Dilma-sama retornará aos seus dias de glória. A vila oculta do Jaburu perecerá. Sua mulher ficará presa em meu genjutsu até que você realize certas tarefas para mim. Até lá, mantenha-se calado. Enviei dois de meus ninjas renegados para observar você. Minha voz sumirá brevemente. Até logo e durma bem, doce príncipe. Em breve você conhecerá aquele que se tornará o próximo jaburukage."

Michel caiu de joelhos. Outro jaburukage? Um que finalmente levaria a vila do Jaburu à destruição... Completamente cagado, Michel deitou no chão e começou a chorar. A tempestade vermelha búlgara sequer falou com ele. Um subordinado dela capturou minha esposa. Quem irá falar com nossas colaboradoras para limpar a sujeira da cozinha? Angustiado por essa pergunta, Michel levanta de sua derrota e fechoa a tampa do notebook. Ele descobriria quem era aquele homem que dizia ser do clã desonrado de Dilma e Lula. Eu devo fazer isso de maneira eficiente e limpa. Antes que derrubem a vila do Jaburu de vez. Farei o que for preciso, usarei aquela técnica se for necessário. Restaurarei meu orgulho. Quem sabe consigo trazer Dilma novamente para perto de mim... mas primeiro devo falar com minha secretária. A cozinha não se limpará sozinha.

Determinado, Michel sai do quarto. Ele não nota o homem de vermelho que o espreita atrás do armário.

Companheira, diz a voz rouca, ele caiu na nossa armadilha. Vou embora daqui, é possível que ele volte; tchau querida!


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Notas finais do capítulo

O conceito de bela, recatada e do lar não é de minha autoria.



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