To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 59
Capítulo 59 - Estamos Indo Para Casa


Notas iniciais do capítulo

Eu sugiro que vocês leiam esse capítulo escutando a música "Vance Joy - We're Going Home". E sim garera, esse é o fim de Prisioneiro de Azkaban!! ♥ Boa leitura!



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      Remus abriu os olhos e a primeira que viu foi o teto de seu quarto. Respirou e expirou devagar, seu corpo doía muito e sua cabeça também, a noite da lua-cheia ainda estava fresca em sua memória, tudo, desde do momento em que a lua apareceu, quando ele não mordeu Sophie, quando Aslan o atacou e os dois brigaram, quando Bicuço avançou nele para salvar Aslan, ele fugindo, sobrevivendo e por fim caindo em algum lugar da Floresta Proibida.

 

         Devagar, por conta de seu corpo dolorido ele se sentou na cama e percebeu que estava nu e apenas com um cobertor o-cobrindo, ao olhar ao redor do quarto, viu uma bandeja de café-da-manhã e remédios em cima de seu criado-mudo, e dormindo sentado na cadeira ao lado de sua cama estava Sirius.

          O Black dormia com a boca aberta e cabeça jogada para o lado, um leve ronco podia ser ouvido do animago e Remus percebeu que ele estava tomado banho, o cabelo longo e preto dele estava molhado e sua barba estava mais feita, e usava uma camisa branca e uma calça beje que era de Remus.

 

          - Merlim, por favor me diz que isso não é um sonho. - Murmurou Remus sorrindo para a forma adormecida do amigo.

 

         - Eu não sou o Merlim, mas eu posso dizer que com certeza não é um sonho. - Disse a voz rouca de Sirius que ainda estava com os olhos fechados mas agora com um sorriso no rosto.

         - Ótimo porque eu iria odiar se fosse. - Comentou Remus esticando os braços para se espreguiçar, mas isso causou um gemido dolorido. - Acho que eu não tenho força nem para me levantar.

          - E quem disse pra você se levantar? - Perguntou Sirius agora de olhos abertos e olhando preocupado para Remus. - Você está de repouso, e isto é uma ordem da Madame Pomfrey e minha.

           Remus resolveu não contrariar o amigo mas apenas porque estava muito cansado para discutir.

         - O que aconteceu depois... você sabe, o que aconteceu? - Perguntou Remus abaixando a cabeça. - E por favor me diga que Aslan está bem.

         - Ele está bem. - Respondeu Sirius acrescentando em seguida. - Falo a verdade, ele está bem. Ele ficou mancando durante três dias e o machucado no pescoço dele já é uma pequena cicatriz assim como a de seu rosto e...

       - Espera, espera, espera - Cortou Remus confuso. - Três dias? Eu machuquei ele ontem.

         - Moon, você está dormindo já faz seis dias. - Disse Sirius sério e pegando a mão de Remus. - Madame Pomfrey disse que por conta de tudo que aconteceu naquela noite e aqueles machucados deixaram você exausto, mentalmente e fisicamente.

        - Ah Deus... e a Sophie? Ela sempre fica preocupada quando fico muitos dias dormindo.

         - E ela realmente está. Ontem foi um sacrifício colocar ela para dormir. - Comentou Sirius. - Todos estão e Charles chorou duas vezes pensando que você não ia melhorar.

         - Charles sendo Charles. - Disse Remus sorrindo. - Mas então, o que houve? Você está aqui então significa que Pettigrew está preso?

         - Bem que eu queria mas não. - Respondeu Sirius fazendo bico. - Ele fugiu.

          Então o Black começou a explicar tudo que havia acontecido, desde do patrono de Harry até o momento em que o Ministro deixou Pettigrew fugir. Quando ele terminou de contar, Remus estava entre rir e gargalhar.

        - Eu realmente queria ter visto isso. - Comentou Remus por fim rindo. - É trágico mas... você mesmo tem que admitir que é engraçado.

          - Eu admito. - Concordou Sirius sorrindo. - Enfim, no dia seguinte, o Profeta Diário me inocentou para todos os bruxos e Dumbledore me mostrou para todos os alunos, explicando tudo que aconteceu. Claro, ocultando alguns detalhes desnecessários. Por fim, todos os alunos já estão me amando.

          - Você é alguém fácil de gostar, Sirius. - Disse Remus pegando a xícara de chá que estava em seu criado-mudo. - Você é tipo o Charles.

        - Hum.. e você seria o meu Erik? - Perguntou Sirius marotamente.

       - Eu não sou parecido com o Erik. - Respondeu Remus divertido.

       - É claro que você é! - Retrucou Sirius cruzando os braços. - Você tem esse seu jeito todo esperto e sério, gosta de ajudar os outros, não tolera preconceito com ninguém e é apaixonado por um moreno. Tudo bem que eu não tenho olhos azuis maaas, é a única diferença entre você e Erik. O dele tem olhos azuis.

       - E quem disse que estou apaixonado por você, Sirius? - Perguntou Remus erguendo uma sobrancelha.

       - As estrelas. - Respondeu Sirius seriamente. - Toda lua precisa de sua estrela, Moony.

       - Eu não acredito que você fez esse trocadilho comigo. - Resmungou Remus. - Limites, Sirius, limites.

        - O que é isso? É de comer? - Perguntou Sirius rindo. - De qualquer forma, depois iremos conversar sobre o nosso casamento e lua-de-mel. Agora, eu acho que nossos afilhados já ficaram tempo demais sem ter você por perto.

           - Você irá chamá-los?

          - Oh, não, não precisa. Os dois estão atrás da porta ouvindo nossa conversa. - Respondeu Sirius indo até a porta e a abrindo. Harry e Sophie caíram no chão com sorrisos no rosto. - Olha só a cara deles, é totalmente a cara dos pais.

      - Só a personalidade que é meio trocada. - Disse Remus sorrindo para os dois. - Vocês vieram ver seu padrinho favorito?

        - Não, Moon, eles vieram ver você. - Comentou Sirius. - Eles já me viram durante esses dias.

        - Ele realmente acredita que é nosso padrinho favorito. - Disse Sophie indo até Remus e abraçando o mesmo apertado.

         - E ele continua achando que ele é o líder da família. - Dessa vez foi Harry enquanto abraçava Remus.

        - Deixe ele sonhar. - Respondeu Remus olhando carinhosamente para os dois. - Ouvi que vocês dois fizeram coisas incríveis naquela noite. Estou orgulhoso.

 

        - Qual é, aquela noite foi totalmente do Harry! - Disse Sophie bagunçando o cabelo de Harry. - Ele salvou eu e o "líder" com um Patrono corpório.

         - Então, eu ouvi. - Respondeu Remus sorrindo para Harry. - Será que eu serei capaz de ver esse Patrono?

       - Com certeza! - Exclamou Harry alegre. - Assim que você quiser, Moon!

         - Mas não hoje. - Retrucou Sirius. - Hoje o sr.Moony, está acamado.

         - Essa palavra existe? - Perguntou Sophie confusa.

 

         - Claro que existe!

       - Fiquem quetos, pelo amor de Merlim! - Ordenou Remus revirando os olhos. - As notas já foram entregues?

        - Só no final desse mês. Esqueceu como Hogwarts funciona, Rems? - Perguntou Sophie irônica.

        - Eu nem sei que dia é hoje. - Resmungou Remus.

         - Hoje é dia 12 de Junho. - Respondeu Harry. - Falta pouco para o final. E parece que vamos ganhar a taça das casas novamente.

       - Terceira vez consecutiva. - Disse Sophie orgulhosamente para Sirius que também ficou orgulhoso.

        - Dois orgulhosos em uma casa. - Comentou Remus olhando entre Sirius e Sophie. - Eu não vou aguentar...

         - Claro que vai, você é o super-lobo. - Disse Sirius orgulhoso de sua piada.

         - Chega de piadas sobre as fases da lua. - Rosnou Remus.

 

         Harry estava encantado com aquele momento. Estar ali, com Sirius, Sophie e Remus era como estar em casa, era quente, acolhedor, feliz. E isso só fazia ele pensar mais ainda sobre ir morar realmente com eles, juntos e felizes. E já não se aguentando de curiosidade, resolveu perguntar o que ele estava guardando desde do momento em que Sirius o-chamou para morar com eles.

            - Quando vou morar com vocês? - Perguntou Harry sentindo as bochechas esquentarem. - Quer dizer... eu já vou poder ir direto para o Largo ou terei que esperar por algum tipo de... não sei, contrato?

           - Irei conversar com Dumbledore sobre isso, Harry. - Respondeu Remus gentilmente. - Eu acredito que você já poderá ir direto para o Largo, não precisa voltar para os Dursley's mas vou falar com Dumbledore para ter certeza. Tenho que falar com ele de qualquer maneira sobre algo.

         - Não se preocupe Harry. Você irá morar com a gente. - Disse Sirius realmente sério. - E isso é uma promessa.

          Harry sorriu. Seu coração se esquentando de uma maneira boa.

          Os resultados dos exames foram divulgados nos últimos dias do ano letivo. Harry, Rony e Hermione tinham passado em todas as matérias. Harry se admirou de ter se dado bem em Poções. Suspeitava, muito perspicazmente, que Dumbledore talvez tivesse interferido para impedir Snape de reprová-lo de propósito. O comportamento de Snape com relação a Harry na última semana tinha sido alarmante. O garoto não teria achado possível que a aversão do professor por ele pudesse aumentar, mas sem dúvida isto acontecera. Um músculo tremia incomodamente no canto da boca fina de Snape toda vez que ele olhava para Harry, e o bruxo flexionava os dedos todo o tempo, como se eles comichassem para apertar o pescoço de Harry.

           O motivo de tanta raiva era bem simples. Sirius Black andando pelos corredores de Hogwarts orgulhosamente e claro, passando várias vezes nas masmorras para passar em frente a Snape. Quando Sirius não estava seguindo Remus para cima e para baixo, ou atrapalhando o namoro de Sophie com Fred, ou deixando Erik irritado, ele ia atormentar a vida de Snape. Algo que deixava Harry muito feliz.

          - Ele é uma criança em forma adulta, Harry. - Comentou Remus sentado na grama em um dia ensolarado e com Aslan ao lado dele. - Gosta de pirraçar.

           Aslan havia melhorado muito e Remus também. Ambos continuavam amigos, algo que deixou Sophie e o próprio Remus muito alegres.

            Enfim, as notas dos N.I.E.M's e os N.O.M's haviam chegado também. Percy conseguira excelentes notas nos exames de N.I.E.M.s; Fred e Jorge passaram raspando nos exames para obter seus N.O.M.s; Sophie e Erik passaram com "Excede as Expectativas" em todos os exames e Charles e Harriet tiraram "Ótimo" e "Excede as Expectativas"; o grupo simplesmente estava completamente feliz com as notas. Principalmente quando viram as notas em Defesa Contra as Artes das Trevas; os seis pularam em cima de Remus que havia caído no chão de tamanha surpresa e peso. Para piorar, Sirius havia chegado bem naquele momento em que o grupo estava em cima de Remus, e achando ser uma brincadeira, também havia pulado em cima do lupino - o que resultou em um Remus irritado e sem falar com Sirius durante três dias -.

           No último dia, Remus havia ido conversar com Harry no dormitório masculino.

           - Conversei com Dumbledore, sobre você viver comigo e com aqueles dois cabeçudos. - Começou Remus se sentando ao lado de Harry na cama. - Ele disse que você simplesmente já pode ir morar lá. Ele já havia conversado com o Ministro sobre isso e... está liberado.

            Harry não podia explicar a felicidade que havia sentido naquele momento. Ele realmente poderia fazer o melhor a maior patrono do mundo só por conta daquela notícia. Animado, ele abraçou Remus apertado, uma enorme emoção tomando conta de todo o seu corpo, seu coração estava mais quente do que nunca; e isso fez ele abraçar Remus mais forte e mais apertado.

        - Nós vamos para casa, Prongslet. - Murmurou Remus com carinho. - Estamos indo para casa.

          Foi então que ele percebeu que estava chorando.

          Depois daquele momento, que Harry sempre iria se lembrar, ele havia ido visitar Dumbledore. Quando havia chegado na sala do diretor, o encontrou acariciando Fawkes.

          - Olá Harry! - Disse Dumbledore alegremente para o garoto. - Fico feliz por sua visita. Não nos falamos muito este ano, não é mesmo?

           - Sim. - Disse Harry se aproximando do diretor. - Como você está, senhor?

          - Estou ótimo! - Respondeu Dumbledore se sentando em sua habitual cadeira. - Está um dia lindo lá fora, e Fawkes está em ótima saúde. Mas e você? Você está bem, Harry?

          Aqueles olhos pareciam saber o que Harry estava sentindo. Era uma sensação estranha, porém boa.

         - Estou bem, senhor. Muito feliz com ir morar com Remus, Sirius e Sophie e feliz com a copa de quadribol e agora a copa das caças. - Respondeu Harry sorrindo. - Minhas notas também. Foi um bom ano. Estranho, mas bom.

        - As coisas estranhas são sempre melhores, Harry. - Respondeu Dumbledore sorrindo. - Mas eu sinto que tem algo lhe incomodando.

          - E tem. Eu... ProfºDumbledore, um dia antes de toda a confusão com Pettigrew e Sirius, quando eu estava fazendo o exame de Adivinhação, a Profª Trelawney ficou muito... muito estranha. - Disse Harry olhando para o chão.

           - Verdade? - Disse o diretor. - Hum... mais estranha do que de costume, você quer dizer?

            - É... a voz dela engrossou e os olhos giraram e ela falou... que o servo de Voldemort ia se juntar a ele antes da meia-noite... Disse que o servo ia ajudá-lo a voltar ao poder. - Harry ergueu os olhos para Dumbledore. - E então ela meio que voltou ao normal, mas não conseguiu se lembrar de nada que tinha falado. Era... ela estava fazendo uma predição de verdade?

           Dumbledore pareceu levemente impressionado.

           - Sabe, Harry, acho que talvez estivesse. - Disse pensativo. - Quem teria imaginado? Isso eleva para duas o total de predições verdadeiras que ela já fez. Eu devia dar à professora um aumento de salário...

           - Mas... - Harry olhou, perplexo, para o diretor.

         Como é que Dumbledore podia ouvir uma notícia dessas com tanta calma?

         - Mas... eu impedi Sirius de matar Pettigrew! Assim vai ser minha culpa se Voldemort voltar!

          - Não vai, não. - Disse Dumbledore em voz baixa. - As consequências de nossos atos são sempre tão complexas, tão diversas, que predizer o futuro é uma tarefa realmente difícil... A Profª Trelawney, abençoada seja, é a prova viva disso... Você, e devo lhe lembrar, Remus, Sophie e Erik, tiveram um gesto muito nobre salvando a vida de Pettigrew...

 

           - Mas se ele ajudar Voldemort a voltar ao poder...!

          - Pettigrew lhe deve a vida. Ele deve a vida para você, Sophie, Remus e Erik. Você mandou a Voldemort um emissário que está em dívida com você... Quando um bruxo salva a vida de outro, formase um certo vínculo entre os dois...nesse caso, entre ele e vocês... e estarei muito enganado se Voldemort aceitar um servo em dívida com Harry Potter e Sophie Potter. Apesar que, bem, Pettigrew já se provou um bom mentiroso.

           - Eu não quero ter nenhum vínculo com Pettigrew! - Exclamou Harry. - Ele traiu os meus pais!

           - Assim é a magia no que ela tem de mais profundo e impenetrável, Harry. Mas confie em mim... quem sabe um dia você se alegrará por ter salvado a vida de Pettigrew

           Harry não conseguiu imaginar quando seria isso. Dumbledore parecia ter adivinhado o que o garoto estava pensando.

          - Conheci seu pai muito bem, tanto em Hogwarts quanto depois, Harry. - Disse o diretor com carinho. - James teria salvado Pettigrew também, tenho certeza.

 

 

          A noite chegou, a mesa da Grifinória já estava festejando assim como os Lufanos e os Corvinos. Mesmo alguns Sonserinos estavam festejando - alguns —. Sirius e Remus estavam sentados na mesa da Grifinória, Sirius conversava animadamente com Simas Finnigan e Dino Thomas sobre sua fuga de Azkaban e Remus conversava calmamente com Hermione e Erik.

          Sophie estava brincando com o cabelo de Charles junto com Harriet; e Fred e Jorge estavam brincando com Aslan e Bichento.

          Nesse momento, de alegria e agitação, Dumbledore se levantou. Todos se calaram.

            - Mais um ano se passou. - Começou ele sorrindo. - E que ano, meus caros alunos e professores. Tenho que comentar que claramente foi um ano de emoções atrás de emoções. Algumas felizes, outras tristes. Mas ainda sim, foi um ano que será lembrado. - Todos pareciam concordar com as palavras do diretor. - Reencontros, vitórias, brigas entre muitas outras coisas boas. Espero que vocês tenham aprendido novas lições, não apenas das aulas - que eu bem sei que a maioria já se esqueceu o que estudou este ano -, mas também lições de vida e essas eu realmente espero que vocês levem pela vida inteira.

          "E antes de eu dizer as pontuações e a casa que ganhou a taça das casas, tenho uma notícia triste para fazer. Eu preferiria não ter que dar essa notícia, realmente dessa vez eu estava me sentindo esperançoso mas, predizer o futuro é um tarefa difícil como eu disse uma vez. E é com o coração triste que digo que o nosso querido e com certeza amado, ProfºRemus J. Lupin, não estará conosco no próximo ano letivo."

           Na mesma hora várias cabeças se viraram na direção do professor. O Grupo, Rony, Harry, Hermione estavam completamente em choque e tristes com aquela notícia. Vários alunos começaram a murmurar: "Por que ele vai embora?" "Ele é melhor professor que já tivemos." "Por que coisas ruins acontecem com pessoas boas??"

          Remus por sua vez apenas olhava para a própria refeição. Ele também estava triste por deixar aquele cargo, ele realmente queria continuar mas os eventos daquela noite confusa fizeram ele refletir. Ele podia ter machucado alguém, ele estava livre por aquela floresta, esteve perto de alunos e alguém podia ter ferido e ele nunca se perdoaria por ter deixado isso acontecer. Esse era o maior motivo por ele pedir demissão.

 

          Mas o que de fato o deixou surpreso e muito tocado, foi o fato de vários braços, alunos da Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e até Sonserina o abraçando em um abraço enorme porém estranho. Ele podia ouvir vários daqueles alunos falando para ele não ir, para ele ficar, que ele era o melhor professor da escola. E de fato era uma tentação mas ele sabia, mesmo sendo algo que ele não queria de fato, que ele tinha que ir embora.

             Enfim, depois daquele enorme abraço, ao voltarem a atenção para a mesa dos professores, vários dos mesmos estavam com os olhos lacrimejados. McGonagall estava segurando um paninho e limpava as lágrimas com o rosto sério, Hagrid estava chorando alto e o professor Flitwick havia escondido o rosto dentro da enorme casaca de Hagrid. O único ali que estava feliz era, claro, Severus Snape.

           Dumbledore continuou seu discurso e todos puderam ver que mesmo o diretor estava com os olhos brilhando muito. A Taça das Casas havia ido para Grifinória novamente e houve uma enorme festança que se estendeu até a sala comunal. 

 

            Para o infelicidade de Erik, Charles havia conseguido arrumar várias garrafas de Firewhisky e junto com Sophie, beberam até estarem pulando em cima de uma mesa com Angelina e Kátia enquanto Harriet incentivava-os a continuar pulando. Jorge, Fred e Sirius estavam sentados juntos com alguns amigos e conversando enquanto bebiam cerveja amanteigada, Remus e Erik jogavam um tenso jogo de xadrez e Harry, Rony e Mione apenas conversavam.

         - Então você esteve usando um Vira-Tempo! - Exclamou Rony depois que a amiga havia explicado como ia a todas aqueles aulas. - Por que não nos disse? Pensei que fossemos seus amigos!

           - Eu prometi para a ProfªMcGonagall que não contaria, Ronald! - Retrucou Mione irritada. - De qualquer forma, não irei usar no próximo ano. Desisti de Transfiguração e Estudo dos Trouxas. Não posso continuar do jeito que estava.

          - Eu concordo. - Disse Harry sorrindo. - Do jeito que você estava, ia acabar ficando velha muito cedo.

           - Sim. - Concordou Hermione rindo. - Mas eu realmente desisti por algo que você disse Harry. Você tinha razão, tem razão. Eu não preciso provar nada para ninguém.

         - Não precisa mesmo. - Disse Rony. - Você é mais inteligente do que todos aqui, Mione.

          Hermione sorriu e corou. Harry apenas observava seus dois melhores amigos.

 

         - Então.. - Começou Erik olhando para Remus. - Você tem certeza sobre essa decisão? Todos sabem o quanto você gostou de ser professor, Remus.

          - Não posso arriscar mais ninguém, Erik. - Respondeu Remus com um suspiro. - É uma maldição e eu já me acostumei a viver com ela.

           - Vou sentir falta das suas aulas, professor. - Disse Erik sorrrindo.

          - E eu irei sentir falta de ser seu professor. - Retrucou Remus amigável.

 

            Havia sido uma noite divertida. E no dia seguinte, eles estavam se preparando para irem embora. Enquanto tomavam café-da-manhã antes da partida, Remus e Sirius andavam juntos pelos gramados da escola.

           - Ano vai e ano vem, Hogwarts nunca muda. - Comentou Sirius sorrindo com carinho para a escola.

           - E que nunca mude. - Disse Remus pensativo. - Se James estivesse aqui, ele simplesmente ia ficar se gabando dos filhos que tem.

           - E Lily estaria entre matar ele e bater nele. - Respondeu Sirius sorrindo. - Sinto tanta falta deles, Remus. Se eu pudesse voltar no tempo...

           - Eu sei. Eu faria o mesmo.

            Os dois ficaram em silêncio olhando para o lago com o sol da manhã refletindo sobre a água.

 

          - Lembra daquele nosso casamento? Na praia? - Perguntou Sirius sorrindo e ainda olhando para o lago. - Eu guardei o anel, que você me deu.

           - Não tiraram de você? - Perguntou Remus olhando surpreso para Sirius.

           - Não. Esteve no bolso da minha calça durante todo esse tempo. - Respondeu Sirius colocando a mão no bolso e tirando o anel que Remus havia lhe dado. - Esse anel me deu tanta força, tanta esperança...

          - Eu dei o meu. - Disse Remus olhando com carinho para o anel no dedo do amigo. - Dei para Sophie... eu senti que era o certo a se fazer.

          - Então nada mais justo que eu dê o meu para Harry. - Disse Sirius sorrindo e agora olhando para Remus. - Vamos proteger eles, Remus. Nada vai afastar nossa família novamente.

            - Já vou lhe avisando que cuidar dos Potter's é uma tarefa complicada. Cada ano eles se metem em uma loucura diferente e a cada ano você sente uma falha no coração por causa dos jogos de quadribol deles. - Comentou Remus fazendo Sirius rir baixo. - É sério! O segundo ano do Harry e o quarto ano de Sophie foi o pior!

         - Então eu soube. - Disse Sirius rindo. - Não se preocupe, Moony. Você não está mais sozinho, você me tem agora. E de agora em diante, eu sempre irei segurar sua mão nesses pequenos momentos.

           - Está tentando me conquistar? - Perguntou Remus erguendo uma sobrancelha com um meio sorriso no rosto.

     - Oh meu querido Remus, eu já te conquistei a muito tempo atrás. - Respondeu Sirius piscando para o lupino. - O que estou fazendo agora é apenas reacendendo a chama dessa conquista.

        - Cala a boca, Pads. - Disse Remus dando as costas para o moreno. - Vamos para casa.

        - Todo lugar que estiver você, Sophie e Harry é a minha casa, Remus.

        - Tá bom, Sirius, já chega! - Resmungou Remus fazendo Sirius rir alto parecendo um cachorro latindo.

 

          Os alunos agora estavam entrando no trem. O Grupo, Sirius, Remus, Harry, Rony e Hermione estavam juntos conversando com Hagrid que não para de lhes agradecer por ter salvo Bicuço.

          - Eu realmente não sei como agradecer, é demais para esse meu coração! - Disse Hagrid com a voz rouca.

          - Apenas mantenha ele na floresta quando o próximo ano começar. - Disse Sophie sorrindo. - Eu disse que não deixaria ele morrer, Hagrid.

         - Abençoado vocês todos, sejam! - Bradou Hagrid alegre. - Mesmo você Sirius, espero que me perdoe por ter achado que você era um assassino.

        - Águas passadas meu caro, Hagrid. - Respondeu Sirius calmo. - Não te culpo por isso.

         - Abençoados sejam! - Bradou Hagrid novamente.

          Eles entraram no trem, dessa vez, Sirius teve que usar um feitiço para fazer a cabine ficar maior para que todos coubessem. Sirius se sentou ao lado de Remus, Harry ao lado de Rony e Hermione, Fred com Sophie, Harriet com Jorge, e Charles com Erik. Gina e Luna estavam na cabine ao lado com Neville.

         Os onze ficaram conversando e jogando juntos. Quando eles estavam quase próximos da estação King's Cross, Harry havia recebido uma notícia muito feliz de seu novo padrinho.

          - Harry. - Chamou-o Hermione de repente, espiando por cima do seu ombro. – Que é essa coisa do lado de fora da sua janela?

             Harry se virou para olhar. Havia uma coisa muito pequena e cinzenta que aparecia e desaparecia de vista do lado de fora da janela. Ele se levantou para ver melhor e concluiu que era uma coruja minúscula, carregando uma carta demasiado grande para o seu tamanho. A coruja era tão pequena, na realidade, que não parava de dar cambalhotas no ar, impelida para cá e para lá pelo deslocamento de ar do trem. Harry baixou depressa a janela, esticou o braço e recolheu-a. Ao tato, ela lembrava um pomo de ouro muito fofo. O garoto recolheu a coruja cuidadosamente para dentro.

          - Aha! Finalmente! - Exclamou Sirius alegre e pegando a coruja da mão de Harry. - Ele respondeu rápido.

          - Ele? - Perguntou Jorge confuso.

           - Dumbledore. - Respondeu Sirius pegando a carta da coruja. - Eu mandei para ele uma pequena autorização para que meu querido afilhado, possa ir para Hogsmeade no próximo ano. - Disse Sirius dando um sorriso para Harry e abrindo a carta. - E... de acordo com nosso adorado diretor: "Que você se divirta muito". - Leu a carta.

        - EYE! - Exclamou Harry muito animado. - Obrigado Sirius!

         - Que isso! Até parece que eu deixaria meu afilhado não se divertir em Hogsmeade. - Comentou Sirius orgulhoso. - A propósito Rony, essa coruja é para você. - Entregou para o ruivo cujo os olhos brilharam. - Já que é meio minha culpa você ter perdido seu animal de estimação e... o que está fazendo?

         Rony esticou a coruja na direção de Bichento para o gato cheirar.

         - Qual é a sua avaliação? - Perguntou Rony ao gato. - Isto é decididamente uma coruja?

          Bichento ronronou.

          - Para mim é o suficiente! - Disse Rony feliz. - É minha.

           Todos da cabine riram. Enfim eles chegaram na estação e quando passaram a barreira 9 ³/4, eles avistaram o Sr. e Sra.Weasley ao lado da Sra. e Sr. Granger, que estavam ao lado do pai de Harriet e Luna, que estava ao lado da mãe de Erik e da senhoria que cuidava de Charles. Era até legal de se ver mas ai Harry avistou o tio Válter que estava bem afastado dos outros.

           - Deus do céu, o que aquela criatura odiosa está fazendo aqui? - Perguntou Sophie irritada.

          - Se acalme e vá cumprimentar os outros. Eu irei falar com ele. - Disse Remus calmo já indo na direção de Válter quando percebeu que Sirius o-seguia. - O que você está fazendo?

          - O que? Eu e você iremos fazer isso juntos. - Respondeu Sirius sério. - Estou sendo um padrinho responsável. E eu sou o líder da família.

         - Depois iremos conversar sobre esse negócio de "líder da família". - Retrucou Remus feliz por ter Sirius ao lado dele.

       Todos cumprimentaram os adultos e quando chegou na vez da mãe de Erik...

          - Oi mama! - Disse o garoto sorrindo feliz para a mulher que o abraçou forte. - Está bem, está bem, eu também senti sua falta... mama está bagunçando o meu cabelo!

        - Mama!! - Exclamaram Sophie, Fred, Jorge, Harriet e Charles alegres e empurrando Erik para longe para poderem abraçar a mulher que riu alegre.

          - Mas que palhaçada é essa? - Perguntou Erik abismado. - Ela é minha mama!

          Harry riu e olhou na direção de Sirius e Remus que conversavam com Válter. E sem tem algo que ele realmente não se surpreendeu foi quando viu o tio abrir um longo sorriso - que era raro - e sair da estação quase dançando de felicidade.

          - Acho que ele ficou feliz. - Comentou Charles fazendo Harry rir mais. - Você está livre, caro amigo.

          - Sim Charles, eu estou livre. - Disse Harry sorrindo.

          - Até que foi fácil! - Disse Sirius sorrindo para todos. - Eu até cheguei a pensar que ele iria me abraçar.

           - Já está querendo um milagre, Sirius. - Disse Harriet rindo.

         - Verdade. - Concordou Sophie que estava abraçada com Fred. - Ei, o que acham de irmos comemorar isso?

          - Maravilhosa ideia! - Exclamou Sra.Weasley animada. - Na minha casa, eu insisto. Convido todos!

         Ali mesmo eles começaram a planejar a festa de comemoração e depois cada um foi para suas casas para se arrumarem e se encontrarem depois na casa dos Weasley's.

         Sirius se sentia o homem mais feliz do mundo ao sair da estação com Sophie, Harry e Remus. Sophie finalmente sentia sua família completa e isso lhe trazia uma incrível sensação de paz. Harry sentia um enorme calor no peito e estava tão feliz quanto Sirius. E Remus, ele finalmente se sentia em casa.

 

           "We're going home

If we make it or we don't, we won't be alone

When I see your light shine, I know I'm home

If you're waiting all your life, you will never go

When I see your light shine, I know I'm home

When I see your light shine, I know I'm home

When I see your light shine."


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Notas finais do capítulo

Que venha Cálice de Fogo? ♥ Deixe suas opiniões nos comentários, bjs e até o próximo