Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 11
Andrew novamente me surpreendendo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/71876/chapter/11

Acordei mais cedo que o normal, para não precisar aturar mais Andrew. Já estava farta daquilo tudo. Mas o guri era uma peste. Chegou mais cedo que eu e estava me esperando naquela esquina. Quando o vi, dei meia volta e pensei em dar a volta no quarteirão, mas ele me viu antes.

-Sasá!

-Não me chama de Sasá! – Eu disse, continuando a andar.

-Porque não? – Ele começou a me seguir.

-Porque eu não quero mais nada vindo de você!

-Como assim?

-Cansei de aturar você falando sem parar, falando coisas que me deixam brava ou que são tão estúpidas que nem a pessoa com a maior paciência do mundo agüentaria.

-Nossa Sasá, como você ta cruel hoje...

-Não é crueldade, é simplesmente que eu não te agüento mais!

-Tpm?

-Aii, seu... – Eu me virei para ele, me segurando para não espancá-lo. – Só não te quebro porque isso não faz o meu tipo. – E continuei meu caminho.

-Por favor, Larissa, não seja assim comigo.

Resolvi ignorá-lo.

-Sasá, eu sei que você tem razão, me perdoa, por favor.

Minha resposta foi o silêncio.

-Não me ignora, por favor Larissinha.

....

-Sasá, por favor!

Foi assim até a metade do caminho. Andrew cansou de pedir, miar, chorar, espernear, rolar, gritar, bater com os pés, tudo. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas ele tentou de tudo mesmo. Mas, vendo que eu só tinha meu silêncio para ele, Andrew parou de falar e seguiu ao meu lado quieto, apenas me olhando vez que outra.

-JENNY, MEU AMOR!

Sim, eu gritei ao ver que minha melhor amiga finalmente se recuperara e voltara a escola.

-Graças a Deus, se escapou de uma morte trágica e cruel, minha vida não seria mais a mesma sem você, eu precisaria ir até o inferno buscar por você, minha melhor amiga!

-Pare de exageros, Larissa. – Jenny disse, saindo de meu abraço de urso, rindo da minha cara.

Eu estava muito feliz de ter Jenny de volta. Mas estava mal por Andrew. Por pouco não dei o braço a torcer no caminho pra escola, tamanha pena que eu senti quando ele ficou em silêncio, arrependido. Mas eu sabia que foi tudo armação, para mim cair na armadilha de gatinho inocente e acabar fazendo exatamente como ele queria.

Não falei com ele até o final da aula. Passei o intervalo com Jenny, e quando ele veio em minha direção, eu segui para o banheiro feminino. Lá contei tudo que aconteceu para ela. Não vou repetir porque vocês já sabem de tudo, com exceção das interrupções dela.

-E você vai ignorá-lo até ele perceber que é um idiota?

-É essa a intenção.

-Você não vai conseguir agüentar por muito tempo, não é?

-Preciso agüentar!

-Larissa, você tem um coração bom demais pra deixar o coitado esperando uma resposta sua.

-E seeeiii. Eu não queria ser assim. Droga!

-Relaxa amiga. Você vai conseguir.

Nem tanto.

Quando terminou a aula, me apressei para sair antes que Andrew. Mas não adiantou muito. Quando estava a meio quarteirão da escola, vi o garoto correndo em minha direção, pedindo para esperar. Eu, como sou uma menina muito comportada e educada, aguardei. Na verdade eu sei que não faria diferença nenhuma, ele é obviamente mais rápido que eu, então seria perda de tempo fugir.

Ele chegou, sem fôlego, me olhou com determinação e simplesmente se AJOELHOU na minha frente!!!

-Andrew, que ta fazendo???

-Tô me ajoelhando ué! E é Dedé, por favor.

-Ta, ok, Dedé. Agora levanta daí!

-Não! Deixa eu terminar!

Ele segurou minha mão nas duas dele e disse:

-Larissinha, Sasá, amor da minha vida. Eu sei que estou sendo um completo idiota, agindo como um idiota e sendo como um idiota. Mas, como agora eu sei de tudo isso, eu prometo mudar, pela sua amizade e seu carinho, mas, por favor, pare de me ignorar, eu te peço, ajoelhado, que me perdoe por todos os erros que cometi, por todas as besteiras que fiz, por todos os momentos que te fiz ter ódio de mim. Por favor, me perdoa?

-Te perdôo só se você levantar agora!

-Tá bem! – Ele se levantou em um pulo. – E agora, me perdoa?

-Que seja.

-Sasá...

-Tá bem, eu te perdôo. Agora vamos embora.

Eu não acreditava no que tinha visto. Só sabia que tinha novamente Andrew, tagarelando em meus ouvidos. E que nunca mais iria perdê-lo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!