Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 1
Inicio do meu pesadelo




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Ok, deixa eu esclarecer uma coisa, ta bem? Eu sou uma pessoa normal, não tenho nenhuma característica marcante, não sou especial, e não quero ser assim. Me chamem de neutra, se quiserem.

Mas não, ele não entendeu. Veio se achando dono da verdade, querendo que eu aceitasse isso na boa, e que eu ainda fizesse tudo que ele queria. Só pode ser brincadeira, não é?

Vou explicar a história um pouco melhor. Na minha escola, existe 3 tipos de garotas: as que gostam de preto, as que gostam de rosa e as que gostam de colorido. Dentro disto há dois subgrupos, no caso, as excluídas e as populares. O que eu realmente acho a coisa mais engraçada que existe, pois as populares se dizem conversar com todo mundo, quando não conversam com as excluídas, e as excluídas dizem que não tem amigos, sendo que sempre andam agrupados. Dá pra entender?

Bem, se eu fosse querer me encaixar nestes “pseudo-grupos”, eu sinceramente não saberia no que me colocar. Afinal, eu não me visto apenas de preto, não sou muito fã de rosa, e não sou um pássaro pra me vestir de tudo quanto é cor. Não falo com todo mundo, não ando em bando. Sou amigável com quem conversa comigo, mas tenho apenas uma melhor amiga, Jenny. Os garotos são seres completamente estranho para mim, pois os que querem conversar comigo me trovam, e os que não querem fazem piada da minha cara e jogam papelzinho no meu cabelo. Bem, jogavam, até eu meter um soco lindo na cara de um deles.

Falando em garotos, esqueci de explicar os grupos deles. Claro que são mais simples, afinal, coisa de homem é sempre mais simples. Existem os que pegam mulheres, e os que não pegam. Tem aqueles que tentam pegar também, mas essa já é outra história. Todo homem quer uma mulher.

Agora que eu já expliquei tudo que ocorre a minha volta, vou explicar a minha vida.

Sou simples, me visto com as roupas que eu tenho, nunca fui de me importar com isso, meus pais são um dos casais mais loucos que eu já vi, só perdem para os pais de alguns seriados que passam na TV. Amo assistir TV, mas só presto atenção em seriados. Todo mundo fica falando sobre novela, mas eu não gosto de novela, eu gosto de seriado. Tem diferença sim. Meu cabelo é de uma cor... castanha, meio claro, meio escuro, não sei dizer. Meio caramelo, algo do tipo. É liso e escorrido, eu queria que tivesse alguns cachos, mas nãão, é igual ao de todo mundo, liso e escorrido. Estava pensando em cortá-lo, mas a única menina da minha turma que tem o cabelo parecido com o meu cortou o dela a pouco tempo, e se ela já ficava dizendo pros outros que o meu é pintado só por causa do dela, aí sim que vai ser motivo pra falar. Não que eu me importe com fofocas, mas detesto quando essas pessoas me incomodam. Sou simples e feliz assim. Como eu disse, sou neutra.

Agoora que eu irei contar o que aconteceu.

Minha vida ia bem, bem de verdade. Ta, mentira, tava a mesma bosta de sempre. Nenhuma novidade. Já estávamos no terceiro mês de aula, e eu estava indo para casa, até que um garotinho se atravessou na minha frente e não deixou eu continuar.

“Garotinho” é mania minha, pois deveria ter a minha idade. Ele correu ao meu lado e parou na minha frente, sério. Quando eu parei de andar, ele sorriu para mim.

-Oie!

‘-‘ Como assim “Oie”? Quem é esse garoto pra me fazer parar no meio do caminho pra casa pra me dar oi?

-Oi...

-Você é a...Laura, Luisa...

-Larissa. – Eu detesto meu nome, e ainda tenho que repetir pra essa criatura!

-Isso! Sabe quem eu sou?

Pensei ser alguém que eu esbarrei na rua, algo do tipo, mas ele já foi me respondendo:

-O Andy!

Fiquei pensando na Wendy de Peter pan, mas ela era uma garota.

-Nos conhecemos? – Perguntei, meio apreensiva.

-Sou da tua turma garota! Andrew!

-Ah, desculpa. Não sei ainda o nome de todas as pessoas da minha turma.

-Nossa, você é bem desinformada, hein!

-Não sou amiga de todo mundo, perdoe-me.

-Sem desculpas, por favor. Prazer em conhecê-la, Larissa.

Ele ergueu sua mão para mim. Eu o cumprimentei, tentando ser educada, mas estava com uma pulga atrás da orelha.

-Vai para aquela direção? – Perguntou ele.

Eu estava indo, até o senhor me interromper.

-Sim.

-Então vamos juntos! A minha casa também é naquela direção!

Não gostei muito da idéia de ele saber onde fica a minha casa, mas deixei. Afinal, o que um menininho desses poderia fazer? Se ele encostar um dedo em mim, eu o destruo com meus golpes super fodas de karatê! Yyyyaaah! (mentira, nem sei lutar karatê)

Andávamos em silêncio. Não, eu andava em silêncio. Ele não calava a boca. Eu nem estava mais escutando o que ele dizia, até que dobrei na esquina e vi que ele parou.

-Minha casa segue reto, a sua é pra esse lado? – Disse ele, apontando na minha direção.

-Sim, é por isso que estou indo para cá.

-A ta. Se vemos amanhã então! – Ele abanou para mim e continuou andando.

Eu apenas sacudi meus ombros e continuei meu caminho.

No dia seguinte, ele fez questão de me dar oi quando chegou na sala. Sim, me deu beijinho na bochecha e sorriu. Eu deixei, afinal, qual seria o motivo para recusar? Ele seguiu para sua mesa, que ficava na fileira ao lado da minha, duas mesas mais para trás. Jenny não pode deixar passar.

-Porque diabos o Andrew veio te dar bom-dia?

-Ontem ele inventou de ir para casa comigo. A casa dele é na mesma direção que a minha.

-Ele foi na tua casa??

-Nãão! Ele só foi até a esquina, depois seguiu em frente.

-Ah bom.

A aula começou, e não deu mais tempo de conversar. Durou uma eternidade, com o intervalo minúsculo no meio, e finalmente terminou. E, mais uma surpresa. Ou não, depende do que você acha. Andrew veio atrás de mim, e fez questão de seguir até a mesma esquina comigo.

-Tchau tchau minha linda – E novamente aquele beijinho na bochecha. Não falei nada sobre o elogio, eu ouvia os garotos chamarem as garotas assim o tempo todo. Dei tchau também e segui meu caminho.


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Notas finais do capítulo

Meio comprida, mas o inicio é sempre foda xD