Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 39
Ésquilo


Notas iniciais do capítulo

Mayura se encontra com Hesíodo, que possui a pequena Alma. Os cavaleiros de ouro se desesperam, enquanto Shaina acorda dentro de um ritual provocado por Ésquilo. Enquanto isso, Marin segue em direção a um castelo entre as sombras.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718720/chapter/39

A passos rápidos, Mayura passa pelas tochas que iluminam o obscuro caminho, que se afunila a cada instante. Gotas e mais gotas de sangue trilham no chão, deixando o tom sombrio do local ainda pior. Pouco a pouco, ela se aproxima do imenso templo tomado por uma energia vermelha. Era como se fosse a própria entrada para o inferno.

A amazona de pavão segue inabalável, subindo as escadarias do palácio. Ela inclina sua cabeça para cima, tentando enxergar a entrada do local.

Longos cabelos negros dançam em um vulto avermelhado, enquanto uma brilhante armadura negra - mais precisamente na cor de uma pedra ônix - ofusca todo aquele ambiente. As várias tochas espalhadas pela entrada do local são refletidas pela lustradíssima armadura, tornando o ambiente extremamente poético: Um vil e perigoso homem aguarda com um leve sorriso a chegada de uma mulher já exausta.

— Senhor Hesíodo, o senhor pode por favor me matar?  - Questiona um pequeno vulto que saía das sombras do local, revelando-se ser a pequena Alma, a garotinha que Mayura conhecera há algum tempo em suas viagens. Coberta de sangue, a pequena parecia estar sofrendo muito, como se houvessem cordas afiadas apertando todos seus membros e pescoço.

— Venha até aqui, Alma. Observe aquela mulher que sobe tão abruptamente as escadarias. Não sou eu que irei lhe matar, mas ela. - Diz o homem, reforçando o sorriso enquanto faz um gesto com a mão. O gesto faz com que as cordas invisíveis em Alma se apertem mais, causando ainda mais ferimentos na pequena, que agoniza no chão.

Enquanto os cosmos de ambos ainda não se chocavam, o céu continuava escuro. No santuário, podia-se ver o desespero de todos os soldados, que não entendiam absolutamente nada que estava acontecendo:

— Este eclipse… Hades não deveria estar nos atacando agora?

— Poisé… Estou preocupado, será que os cavaleiros de ouro já estão lutando? O que devemos fazer?

Nas escadarias entre as casas do zodíaco, podia-se notar um clima de inquietação. Começando por Aldebaran, o cavaleiro que guardava a casa de Áries. Solitário, ele reflete:

— A chama de câncer já se esgotou… Isso quer dizer que Hades já despertou há cerca de três horas… Será que os cavaleiros de bronze e prata estão tendo sucesso com os espectros? Estranho que não sinto nenhum cosmo hostil em quilômetros… O que de fato estará acontecendo? O que nós cavaleiros de ouro devemos fazer?

Algumas casas acima, Milo o cavaleiro de ouro de escorpião chega à casa de Leão:

— Aiolia, não acha que devíamos fazer algo? Tenho um pressentimento que as amazonas não estão bem.

— Milo, não temos uma posição do Grande Mestre. Ele sequer pode saber que saímos das 12 casas e ajudamos no treinamento destes cavaleiros. Se precisassem da nossa ajuda, certamente nosso Mestre nos enviaria para ajudá-los.

— Sobre isto, já faz algum tempo que o mestre não é visto por aqui… Camus me disse que é provável que ele esteja em Star Hill. Acha que devemos apenas esperar?

— Certamente sim, meu caro amigo. Confie em nossos amigos de armadura. É possível que esta batalha seja aquela a que estão predestinados a lutar. Se tomarmos alguma postura abrupta, poderíamos até mesmo atrapalhar. Vamos confiar no silêncio do Mestre.

— Certo, Aiolia.

A calma conversa entre os dois cavaleiros de ouro não refletiam a situação atual do mundo. Mal sabiam que dois de seus colegas, Mu e Dohko, estavam se esforçando ao máximo em Rozan para evitar que todo o mundo congelasse. Porém, nas partes extremas do mundo ocorriam guerras por comida e relatos de morte por congelamento. O sol já não brilhava, e também não aquecia mais. Pouco a pouco, os humanos começavam a perder o dom da comunicação: Muitas pessoas desaprenderam línguas que sabiam, outras perderam a capacidade motora para a escrita. Em algumas horas a humanidade estaria fadada ao retrocesso intelectual.

Shaina acorda aos poucos, recobrando a consciência gradualmente, enquanto sua visão desembassava. A primeira figura que a amazona vê é Ésquilo, aquele que a derrotara minutos atrás. Ela inicia uma reflexão:

— Não é possível… fui derrotada por este monstro… sua força realmente está em outro nível.

Rapidamente a amazona percebe estar amarrada em uma espécie de cruz, bem no centro de um local de sacrifício. O réquiem prepara algumas ervas para iniciar um grande rito. A amazona se desespera, quando é pega de surpresa por Ésquilo:

— Ora, então você acordou amazona!

— Seu maldito! Me tire daqui agora mesmo!

— Não seja tola, nossa luta já acabou, e eu venci. Você agora será sacrificada aos deuses anciãos que protegem este pântano!

— Grrrr…. seu maldito!

Shaina tenta se desprender, sem sucesso. Ésquilo acende cada tocha que envolve o local, uma a uma. As chamas iluminam o local que era tomado pela escuridão, enquanto Shaina teme o pior no centro do círculo.

— Amazona, por muito tempo vivi à sombra de meu irmão Nonak. Nós treinávamos dia e noite para sermos discípulos de Poseidon e sermos honrados com poderosas escamas. Mas esse dia nunca chegou. Por mais que tentávamos, nunca conseguimos contato com o deus dos mares, muito menos com seus marinas. Felizmente, quando conheci Jasão, os réquiens e o Senhor Prometheus, pude ver quem realmente sou eu.

— Ésquilo, você…

— Quando finalmente matei meu irmão para conquistar esta nota de Dyktau, pude entender completamente meus poderes. Desde pequeno tive o dom da imitação. Apesar de Nonak ter uma personalidade completamente diferente da minha, eu conseguia me passar por ele facilmente por sermos gêmeos. Com o tempo, adquiri habilidades de mutação, mas nunca tinha me dado conta de como isso poderia me ajudar. A partir do dia que vesti Dyktau, pude ver a essência da transmutação da matéria, e pude também sentir as almas de todos aqueles que morreram em batalha.

— As almas daqueles que morreram? Isso quer dizer que…

— Sim! O poder da nota de Dyktau é exatamente esse: a absorção de poderes, formas, sentimentos e propósitos. Veja este corpo que tenho agora! Este é o resultado de inúmeras almas furiosas que se juntaram a mim, aqui na Montanha Metamorfa, no monte cáucaso! Eu sou Dyktau, o camaleão versátil, que absorve toda a injustiça e transforma em fúria!

O longo discurso de Ésquilo veio acompanhado por várias almas que saíam das árvores do bosque. As tochas aumentavam seu fogo, como se os espíritos ali presentes dançassem. Em um movimento rápido, o réquiem pincela com uma das tochas a cruz onde Shaina estava amarrada. Em poucos segundos, a amazona seria queimada viva.

Longe dali, outra amazona adentra um templo perdido no meio das várias montanhas do monte. Marin ainda pensava nas palavras ditas por Prometheus, mas preferia esvaziar sua mente, enquanto se preparava para os perigos que poderia enfrentar adiante.

Dentro de uma espessa fumaça, ela percebe a presença de um inimigo já conhecido:

— Vejo que não demorou a chegar, amazona.

No meio da densa fumaça surge um vulto brilhante, que se revela pouco a pouco. Os longos cabelos loiros mais pareciam a cabeleira de um deus. A brilhante armadura azul mostrava que era um dos guerreiros mais letais de Prometheus. Se tratava do líder dos réquiens.

— Então este caminho me levou diretamente para você, Deucalin!

— Fico feliz que se lembra do meu nome, amazona de prata. Eu sequer me lembro do seu.

— Eu sou Marin de águia. Aquela que irá derrotá-lo.

— Pois então, Marin. Deixe-me apresentá-la ao seu local de sepultamento. Esta é a Montanha Cinzenta e este é o templo de Elbrus, a criatura do breu. Se me derrotar, poderá ir diretamente para o templo de Prometheus através da escadaria da porta dos fundos.

— Uma informação importante! Mas não tenho tempo para conversar. Tenho que te derrotar para proteger a vida (...)

Um fio de fumaça passa na frente de Marin, impedindo-a de terminar a frase.

— Não me interrompa, amazona fraca. Sei dos seus objetivos, mas aqui as regras são ditas por mim.

Uma infinita cortina de fumaça aparece nas costas do réquiem, que rapidamente cobre o local. A fumaça se posiciona nas janelas, entradas e quartos do castelo, tornando o local completamente impenetrável.

— O que… o que está fazendo?

— A partir de agora, iremos lutar apenas neste salão. Minha fumaça espessa bloqueou todas as entradas e saídas, sendo que a única forma de escapar deste lugar é me derrotando. Mas isso não é tudo: Não há também nenhuma saída ou entrada de ar. Ou seja, a cada ataque de fumaça que eu der, o ar deste pequeno espaço será contaminado.

— Ok, eu aceito essas regras. - Diz Marin, esboçando um primeiro ataque.

— Eu ainda não terminei, amazona! - Grita Deucalin, levantando sua voz pela primeira vez, enquanto derruba Marin com um chicote de fumaça.

— Considerando que em cada ataque eu libero uma quantidade significante de fumaça, acredito que com mais três ou quatro ataques o ar deste local já estará irrespirável. E não é só isso, veja uma pequena amostra do que posso fazer!

Deucalin movimenta seus dedos, fazendo Marin se contorcer de dor:

— Mas o que… está… acontecendo???

— Eu acabei de te atacar com o chicote de fumaça, e você já respirou uma parte dessa névoa. A partir disso, posso movimentar a fumaça dentro de seu corpo, transformando em pequenas lâminas que cortam todos seus órgãos por dentro. Por enquanto, há apenas uma pequena quantidade em seu pulmão. Mas em breve, poderei destruir todos seus órgãos internos.

— Seu… maldito!!! Eu irei… te derrotar!!!!

 

 

...

 

A próxima nota a ser revelada é a de Dyktau, vestida por Ésquilo.

A nota de Dyktau representa uma figura reptiliana, metade homem e metade réptil. O réquiem que utiliza a nota adquire poderes de transmutação e absorção de poderes, técnicas, cosmo e até mesmo propósitos de seres mortos, espíritos ou até mesmo de seres vivos. Esta nota possui uma estranha propriedade: Ela funciona como um grande casulo. Quando o réquiem a usa, inicia-se uma metamorfose do mesmo. Pouco a pouco, a nota se desprende do corpo do usuário, que sai completamente transfigurado de dentro da armadura. Após isso, as peças da armadura se tornam inúteis e retornam à sua forma original quando o seu antigo usuário morre.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não perca no próximo capítulo: A sangrenta batalha de emoções entre Shaina e Ésquilo! Quem sairá vitorioso nessa violenta batalha? Hesíodo provoca Mayura, deixando Alma extremamente ferida.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Seiya - Águia Dourada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.