Harry Potter e o último vestígio de amor escrita por escritoraativa


Capítulo 10
Nono


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey, guys!
Mais um capítulo pra vcs e sinceramente espero que gostem!
Confesso que ando meio desanimada. Pq tenho 7 leitores e só recebo 1 comentário? Acho que incentivo pra continuar a história está decaindo cada vez mais e a boa vontade de postar só aumentando. Queria msm continuar a história pq acredito nela, mas como todos sabem ou deveriam de saber tenho uma vida fora da virtual e abdico de três á quatro horas no máximo pra escrever e só pra lembrar de graça, por livre e espontânea vontade pra ser retribuída dessa forma? Acho muita sacanagem e triste :(

Boa Leitura!



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Tirando as batidas do relógio de parede, a casa estava silenciosa quando cheguei. Estava retirando meu blazer preto quando examinei as prateleiras que havia em ambos os lados da lareira. Estavam repletas de fotos da família: uma era de dois verões antes e aparecíamos, os cincos, de trajes de banho, eu e os meninos de bermudão sem camisa, Gina e Lílian com uma tanga colorida cada uma, biquíni e óculos de sol. Outra tinha sido tirada na praia perto de Bahamas na época em que os meninos estavam iniciando a adolescência e uma terceira os mostrava ainda mais novos.

Havia as que Gina tinha tirado: Lílian vestida para a formatura recentemente, Tiago como artilheiro em seu primeiro jogo assim como Alvo e Monstro com uma carranca enquanto Lílian com pouco anos de idade pegando suas orelhas pontiagudas.

Havia outras, também, algumas de quando nossos filhos eram bebês, e, embora elas não estivessem em ordem cronológica, eram um testemunho de como a família havia crescido e mudado com os anos.

No meio das prateleiras logo acima da lareira havia uma foto em preto e branco de mim e de Gina no dia do nosso casamento. O fotógrafo que tirara, ainda que Gina sempre tivesse sido uma mulher linda, naquele dia a câmera fora generosa também comigo. Eu torcia para estar sempre daquele jeito ao lado dela.

Estranhamente, porém, não havia outros retratos de Gina comigo. Nos álbuns havia dezenas de fotos nossas tiradas pelos meninos, mas nenhuma fora colocada ali. Ao longo dos anos, em alguns momentos Gina chegara a sugerir que posássemos para outro retrato, mas, com a correria da vida e do trabalho, nunca cheguei a pensar muito no assunto. Hoje, ás vezes me pergunto por que nunca arranjamos tempo, ou o que isso significa para nosso futuro, ou mesmo se tem alguma importância.

Minha conversa com Arthur me fizera pensar no tempo transcorrido desde a saída de nossos filhos de casa. Será que eu poderia ter sido um marido melhor durante todos aqueles anos?

Embora me doa dizer isso, acho que nosso verdadeiro problema foi uma negligência inocente – em grande parte minha, para ser totalmente sincero. Além do fato de eu muitas vezes pôr a carreira profissional na frente das necessidades da família, sempre parti do pressuposto de que a estabilidade do nosso casamento fosse inabalável. A meu ver, nosso relacionamento não tinha nenhum conflito grave e tanto Deus como Merlin bem sabe que eu nunca fui de fazer as pequenas coisas que homens como Arthur faziam pelas esposas. Cada vez que pensava no assunto – o que, reconheço, não acontecia com frequência - , eu me reconfortava dizendo que Gina sempre soubera o tipo de homem que eu era e que isso sempre lhe bastaria.

Mais acabei entendendo que amar é mais do que resmungar três palavrinhas antes de dormir. O amor é sustentado por ações, pela constante dedicação ás coisas que um faz pelo outro diariamente.

Agora, olhando para nossa foto de casamento, tudo em que eu conseguia pensar era que 20 anos de negligência inocente tinham feito meu amor parecer uma mentira e que o dia de pagar essa conta parecia enfim ter chegado. Nós só estávamos casados no papel e pelo elance do amor. Não fazíamos amor havia quase seis meses e os poucos beijos que trocávamos não significavam muito para qualquer um dos dois. Eu estava morrendo por dentro, saudoso de tudo o que tínhamos perdido. Enquanto encarava nossa foto de casamento, odiei a mim mesmo por ter deixado isso acontecer.

Apesar do calor, passei o resto da tarde tirando ervas daninhas do jardim com um feitiço, depois tomei uma ducha antes de sair para o mercado trouxa já que não conhecia apesar de tanto tempo os alimentos bruxos e suas receitas. Afinal de contas, era Sábado – meu dia de cozinhar – e eu havia decidido experimentar uma receita nova que tinha como acompanhamento massa e legumes ao molho branco. Embora soubesse que isso provavelmente bastaria para nós dois, na última hora resolvi também preparar um tira-gosto e uma salada.

Ás cinco da tarde, eu já estava na cozinha toda para mim, Monstro sabe do combinado quando é esse dia ele tem folga. Isso foi bastante discutido de início, pois o elfo resistia a deixar-me comandar sua cozinha, já que passou tempo suficiente nela nos tempos dos Black quando era muy antiga residência dos Black’s. Mas como sabia ser bem mais teimoso que ele quando me convinha usei essa artimanha e ele não teve outra escolha á não ser acatar essa ordem de uma vez. Que Mione não saiba desse acontecimento, caso contrário cabeça irão rolar.

Ás cinco e meia, o tira-gosto estava bem encaminhado. Eu preparava cogumelos recheados com queijo branco, tomate e orégano, que estavam assando no forno junto com o pão que eu trouxera da padaria. Tinha acabado de pôr a mesa e estava abrindo uma garrafa de hidromel quando ouvi Gina aparatar no meio da sala.

— Harry? – chamou ela.

— Estou aqui na sala de jantar – falei.

Quando ela surgiu de trás da quina da parede, fiquei admirado ao ver como estava radiante. Ela havia colocado alguns fios de cabelos atrás da orelha e estava usando no pescoço o pequeno pingente de brilhantes que eu lhe dera nos primeiros anos de nossos casamentos. Por mais ocupado que eu tenha ficado em determinados momentos de nossas jornadas juntos, posso dizer sem hesitar que nunca me tornei indiferente á sua beleza.

— Nossa – comentou ela – Que cheiro incrível. O que tem para o jantar?

— Salmão ao molho de vinho branco – anunciei, estendendo a mão para lhe servir uma taça de hidromel. Quando examinei seu rosto, percebi que a ansiedade da noite anterior fora substituída por uma expressão de animação que eu não testemunhava havia muito tempo. Já dava para ver que tudo tinha ido bem com ela e Lílian e, ainda que eu não tivesse percebido que estava prendendo a respiração, senti que suspirava aliviado.

—Você não vai acreditar no que aconteceu hoje – disse ela – Não vai acreditar.

Tomando um gole de hidromel, ela segurou meu braço para se equilibrar enquanto tirava um sapato e em seguida o outro. Mesmo depois que ela retirou a mão, continuei sentindo o calor de seu toque.

— O que foi? – perguntei – O que aconteceu?

Ela fez um gesto entusiasmado com a mão livre.

— Venha cá – ela falou – Venha comigo até a cozinha enquanto eu conto. Estou faminta. Ficamo tão ocupadas que nem conseguimos almoçar. Quando percebemos que estávamos com fome, a maioria dos restaurantes já estava fechada e ainda tínhamos que ir a alguns lugares antes de Lílian voltar para casa. Aliás, obrigada por preparar o jantar. Esqueci totalmente que era o seu dia de cozinhar e estava tentando pensar em uma desculpa para pedir comida –

Ela continuou falando enquanto passávamos pelas portas de vaivém da cozinha. Segui-a de perto admirando o movimento sutil de seus quadris enquanto ela caminhava.

— Enfim, acho que Lílian está ficando mais empolgada agora. Parecia bem mais animada do que ontem á noite. – Com os olhos brilhando, Gina me olhou por cima do ombro – Ah, sim, mas espere só. Você não vai acreditar.

A bancada da cozinha estava abarrotada com os preparativos para o jantar: salmão fatiado, vegetais variados, uma tábua e uma faca. Calcei uma luva térmica para tirar do forno os cogumelos e depositei a assadeira em cima do foGão.

— Pronto – falei.

Ela me olhou surpresa.

— Já está pronto?

— Bem na hora – falei, dando de ombros.

Gina pegou um dos cogumelos e deu uma mordida.

— Mas então, eu hoje de manhã fui buscar Lílian e... nossa, que delícia... – Ela fez uma pausa e pôs-se a examinar o cogumelo. Deu outra mordida e deixou o pedaço repousar um pouco dentro da boca antes de prosseguir.

— Enfim, a primeira coisa que fizemos foi conversar sobre possíveis fotógrafos... alguém bem mais qualificado do que eu. Sei que existem alguns estúdios lá no centro e também em Hogsmeade, mas tinha certeza de que não conseguiríamos encontrar ninguém assim de última hora. Então, ontem á noite, fiquei pensando que talvez o filho da Clair pudesse tirar as fotos. Ele está tendo aulas de fotografia na faculdade e é isso que quer fazer quando se formar. Tinha ligado para a Clair hoje de manhã e dito que talvez passássemos lá, mas a Lílian estava em dúvida, porque nunca tinha visto nenhum trabalho dele – Referiu-se ao casal Clair e Duda, sim meu primo e que não dava nada bem tanto na infância como na adolescência. Mas pra surpresa da vida, na fase adulta foi completamente diferente. Ele pediu-me desculpas dois anos atrás de me casar e próximo dele e sua noiva, Clair casa-se. Nos aproximamos aos poucos e sem pressão de ambas as partes e nos tornamos amigos. O que todos disseram quando souberam, que eu tinha um grande coração e que não seria qualquer um no meu lugar que aceitaria enterrar esse passado e fazer um novo futuro – Minha outra ideia era chamar algum conhecido dela do jornal, mas Lílian me disse que a direção não gosta muito que os fotógrafos façam esse tipo de bico, sugeri que poderia falar com Luna, mas ela não concordou alegando que não queria misturar vida pessoal com profissional. Não queria ser mais privilegiada que os demais somente por conta de ser a afilhada da dona do Pasquim que por coincidência ou não era melhor amiga minha. Enfim, resumindo, ela quis dar uma olhada nos estúdios para ver se alguém estaria disponível. E você não vai adivinhar o que aconteceu.

— Conte – pedi.

Gina pôs o último pedaço de salmão na boca, deixando o suspense aumentar.

— Isso está muito, muito bom – elogiou ela – Receita nova?

— É – respondi.

— Muito complicada?

— Não muito – falei, dando de ombros.

Ela tomou fôlego.

— Enfim, como eu tinha previsto, nos dois primeiros estúdios em que entramos não tinha ninguém livre. Mas então fomos ao Hill’s. Você já viu as fotos de casamento tiradas por Jim Hill?

— Ouvi dizer que ele é o melhor que há – Referi-me ao fotógrafo bruxo.

— Ele é incrível – disse ela - As fotos são um escândalo. Até Lílian ficou impressionada, e você sabe como ela é. Foi ele quem fotografou o casamento de Diana Crowell, lembra? – A princesa da Inglaterra do mundo bruxo – Em geral tem a agenda lotada por seis, sete meses, e mesmo assim é difícil marcar com ele. Ou seja, não tínhamos chance nenhuma, entendeu? Mas quando falei com a mulher dele, que administra o estúdio, ela me disse que eles tinham tido uma desistência.

Ela deu outra mordida no tira-gosto dessa vez e mastigou devagar saboreando imagino.

— E ele por acaso estava disponível para o próximo Sábado – anunciou ela, dando de ombros ligeiramente.

Levantei as sobrancelhas.

— Que maravilha – falei.

Agora que já tinha narrado o clímax da história, ela começou a falar mais depressa, preenchendo as lacunas que faltavam.

— Ah, você não sabe como Lílian ficou feliz. Jim Hill? Mesmo que tivéssemos um ano para organizar tudo, seria ele que eu escolheria. Devemos ter passado umas duas horas folheando os álbuns que havia lá, só para ter umas ideias. Lílian me perguntava se eu gostava de tal estilo de foto,aí eu perguntava quais ela preferia. Tenho certeza de que a Sra Hill nos achou duas malucas. Assim que terminávamos um álbum, pedíamos outro... Ela teve a gentileza de responder a todas as nossas perguntas. Quando saímos do estúdio, tivemos que nos beliscar para acreditar que tamanha sorte não era sonho.

— Imagino.

— Depois fomos ás confeitarias – continuou ela, depressa – Dessa vez também foi preciso fazer umas duas paradas, mas eu não estava muito preocupada em arrumar alguém para fazer o bolo. Ninguém precisa de meses de antecedência para fazer um bolo, certo? Enfim, encontramos uma lojista que aceitou a encomenda, mas eu não sabia quantas alternativas existem. Tinha um catálogo inteirinho só de bolos de casamento. Bolos grandes, pequenos e de todos os tamanhos intermediários. Depois, é claro, você tem que escolher o sabor, os tipos de coberturas, recheios, o formato, as decorações extras e por aí vai...

— Parece divertido – comentei.

Ela revirou os olhos.

— Você não faz ideia – falou, depois riu da própria alegria evidente.

Gina mostrava-se entusiasmada, a noite era uma criança e estávamos a ponto de saborear juntos um jantar romântico. Tudo parecia perfeito e ali, em pé ao lado da mulher que era minha esposa havia quase duas décadas, eu de repente entendi que o dia não poderia ter dado mais certo nem se eu tivesse planejado tudo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?? Gostaram??

Até



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