Um Anjo Em Minha Vida - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 10
Compras


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Nesse capítulo teremos duas participações especiais. Dica: É um casal...

Espero que gostem!!!

Boa leitura!!!

Ps: Vocês irão odiar um certo personagem aí... Falo mais nada.



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Dias depois...

P.O.V Da Jade

— Fala sério, não acredito que você detonou com o meu celular. - Olhei indignada para o moreno que abaixou a cabeça e não falou nada. - Você não vai falar nada? Não tem nenhuma justificativa? - Enfiei a mão direita dentro de um saquinho e peguei o celular que estava dentro da privada.

— A coisa não parava de acender e fazer barulhos, eu pensei que fosse um objeto possuído por Magia negra... - Respondeu ainda cabisbaixo.

— Magia negra? Para com esse papo cheio de superstição, tudo para você possui Magia negra, é amaldiçoado ou tem poder demoníaco e blá, blá, blá... - Falei ficando ainda mais irritada.

— Sinto muito por ter jogado o seu "zelular" no vaso d'água. - Levantou o rosto e me encarou com aqueles olhinhos de cãozinho que caiu do caminhão de mudança.

— O nome correto é celular. - Balancei o aparelho que ele havia estragado. - E isso aqui é uma privada ou pode ser chamada de vaso sanitário, e não vaso d'água! - Expliquei, impaciente.

— Entendi... - Murmurou.

— Terei que comprar outro. Hoje vamos fazer compras, você precisa de roupas, cuecas também, você vai ter que se acostumar a usar. Também vou comprar perfume, desodorante, aparelhos de barbear e produtos que homens usam, enfim... E depois vamos ao mercado, a despensa está quase vazia. Se troque, não vamos ao shopping com você desse jeito, usando calção e camiseta desbotada! - Avisei e ele fez careta, confuso.

Joguei fora meu celular e fui trocar de roupa. Coloquei um vestido preto com saia rodada, decote discreto e mangas rendadas, e por baixo vesti uma meia-calça violeta, calcei minhas botas de inverno, coloquei meu gorro roxo e escolhi um casaco que combinassem com meu vestido. Passei rímel e delineador, um pouco de batom cor de vinho, perfume e apanhei minha bolsa, minha carteira com dinheiro e cartões de crédito já estavam ali dentro.

Beck já estava pronto e estava me esperando na sala encarando os meus peixinhos azuis, ele estava com o rosto quase grudado no vidro do aquário. Eu já estava me acostumando com o nome que ele havia escolhido, mas de vez enquando eu o chamava de "Aladim", que era um apelido legalzinho.

— Vamos? - O chamei e ele se virou para mim.

Desceu o olhar pelo meu corpo e fez sua típica e engraçada expressão de admirado.

Ele estava usando uma calça jeans de lavagem escura, camisa branca, uma jaqueta que comprei para o Jonas e os tênis que o meu irmão odiava, ele havia ganhado de presente do papai.

— Vamos logo, pelo visto o dia vai ser longo... - Murmurei indo na frente e ouvi seus passos me seguindo.

Foi um pouco difícil fazê-lo entrar no carro. Ele ainda cismava que o automóvel era enfeitiçado, mas eu o forcei a entrar, coloquei o cinto de segurança nele depressa, apertando-o bem e arranquei com o carro antes que ele desse um jeito de se soltar, pular para fora quebrando a janela e correr desembestado para bem longe do meu Toyota.

As ruas de Boston estavam úmidas por conta da neve que estava descongelando. Passou a noite nevando, a tarefa dele foi tirar a neve que cobria a entrada da garagem, a frente da casa e ele também acabou exagerando, tirando quase toda a neve que cobria o jardim.

Por sorte consegui uma vaga no estacionamento do shopping. Saí do carro e dei a volta para ir soltar o Beck que se atrapalhava todo tentando se soltar do cinto.

— Calminha aí, pare de se mexer! - Reclamei.

Assim que abri a trava do cinto, ele me empurrou e pulou para fora do carro. Olhou ao nosso redor vendo um monte de automóveis e se desesperou...

— Não estou gostando desse lugar não, Jade. Por quê nos trouxe até aqui? É aqui que acontece os rituais de bruxaria? - Perguntou pálido, seus olhos estavam arregalados.

Revirei os olhos e saí o puxando para a entrada do shopping.

Minutos depois...

Ele ia andando na frente, estava todo impressionado. Parecia uma criança pela primeira vez visitando uma loja de brinquedos. Olhava para todos os lados, rodava, sorria e apontava para as coisas, perguntando: "O que é aquilo?"

— O que é aquilo? - Apontou para um manequim de uma loja de roupa de banho feminina.

— É um manequim, um "boneco" que serve para ser usado vestindo roupas que estão no mostruário das vitrines das lojas. - Respondi, entediada.

— Que legal! - Exclamou. - E aquilo ali? - Apontou para um cavalinho de pula-pula na vitrine da loja de brinquedos.

— Continue andando e para de fazer perguntas. - O empurrei sem paciência para ficar respondendo suas perguntas infinitas.

O puxei para uma loja de roupas masculinas. Ele entrou encabulado, ficou atrás de mim quando uma moça vestindo uniforme azul-claro e com um sorriso enorme veio nos atender.

— Bom dia, fiquem à vontade. - Nos recepcionou com um sorriso maior ainda.

— Bom dia! - Falei, mas não retribuí o sorriso.

Puxei o moreno que estava meio travado atrás de mim. Havia homens sozinhos, alguns acompanhados de suas namoradas ou esposas, a loja estava bastante movimentada.

Arrastei Beck para a seção de camisas e camisetas. Logo de cara peguei três camisetas, uma azul-escuro, uma cinza e outra preta. Escolhi quatro camisas, duas com mangas compridas, uma com mangas curtas e uma com gola V. Fui empurrando as peças para os braços dele, que me seguiu calado para a seção de bermudas. Escolhi duas bermudas jeans com lavagem escura, uma jeans acizentada e outra jeans preta. Também escolhi bermudas com tecido leve de ficar em casa. Joguei as peças nos braços dele. Em seguida, fui escolher calças jeans. Peguei quatro calças. Fomos para a seção de jaquetas e casacos, ele gostou de três jaquetas e eu concordei, peguei as que ele escolheu e dois casacos. Enfiei ele no provador explicando que ele deveria experimentar as roupas para ver se cabiam nele.

— Seu namorado é modelo? - A mesma atendente perguntou parando ao meu lado.

— Não! - Respondi seca pegando cinco pacotinhos que continham três unidades de cuecas boxers, estavam na liquidação: 6,99 cada pacote.

— Faremos um novo comercial da loja na próxima semana e estamos precisando de um modelo com beleza exótica, e o seu namorado seria perfeito! - A moça explicou.

— Hum... Certo! E quanto vocês pretendem pagar? - Perguntei sem rodeios.

— 250 dólares e um vale compras no valor de 100 dólares. - Respondeu me dando um cartãozinho prateado.

— Oh... - Sorri guardando o cartão na bolsa.

— Liguem o mais rápido que puderem se ele aceitar, precisamos da resposta urgente. - Ela disse apressada antes de ir atender outro cliente.

— JADE? JADE? JADE? - Ouvi o Aladim gritando meu nome.

Peguei a cestinha aonde estavam os pacotes de cuecas e corri para o provador aonde ele estava.

— O que foi? - Perguntei batendo na porta.

— Estou com dificuldades aqui, preciso de ajuda... - Respondeu com a voz abafada.

— Abre a porta! - Pedi, demorou um pouquinho e assim que ele abriu, entrei depressa e me deparei com ele todo atrapalhado, enrolado em roupas... Tranquei a porta do provador, coloquei a cestinha no chão e fui ajudá-lo.

Ele estava descalço, usando a calça preta que havia ficado muito bem nele, mas estava desabotoada. E não sei como, mas o bobão acabou com a cabeça presa numa das mangas curtas de uma camisa cinza-chumbo.

Foi inevitável não rir com a cena.

Me aproximei ainda rindo, abotoei a calça. E com muito custo tirei a camisa que ele estava tentando vestir. O coitado estava com o rosto vermelho, ofegante e respirou aliviado.

— Você não existe... - Falei após me recompôr.

Desci o olhar por seu corpo, sua pele morena com aquele tom bonito. Ele era magro e alto, alguns centímetros mais alto que eu. Tinha um corpo bonito, com alguns músculos sem exageros, a barriga com aquele tanquinho apreciável. Senti minha boca ficar seca, meus olhos seguiram o caminho de pêlinhos que sumiam após ultrapassar a linha do cós da calça. Enguli em seco, me afastando dele...

Saí do "transe" quando ele desabotoou a calça, descendo-a e expondo o que não devia. Me virei imediatamente, não deu tempo de fechar os olhos. Ele estava sem cueca.

— Essa deu em mim, vou experimentar as outras! - Disse todo empolgado.

Parecia uma criança toda feliz com as mãos cheias de doces.

Continuei de costas para ele até ouvir ele subindo o zíper, me virei e ele estava se olhando no espelho, sorrindo e tocando na calça que também coube direitinho nele.

Saí do provador com a cestinha e fui até o bebedouro que tinha na loja. Meu corpo estava quente e minha boca completamente seca...

[...]

Saímos da loja, ele parecia contente com as coisas que comprei para ele. Entramos em outra loja para comprar perfume, sabonete e loções masculinas. Era dia de liquidação, ele gostou de um perfume que vinha numa caixinha preta, que também vinha junto com uma pulseira com pingente de carro como brinde. Compramos loções pós-barba e produtos para o seu cabelo. Em seguida, rumamos para a loja de calçados. Fomos atendidos por um rapaz gay que ficou o tempo todo elogiando o cabelo do Beck, dando em cima dele e o coitado do moreno tentava se esquivar, aquilo foi até engraçado. Compramos tênis, dois pares de Coturnos, chinelos e meias.

— Para aí... - Segurei seu braço, ele estava carregando as sacolas sem se importar ou reclamar do peso.

Em frente à loja de brinquedos, tinha um casal que discutia chamando atenção de quem passava por ali.

Reconheci a loira pelo tom raivoso, puxei o Beck indo até o casal rodeado de crianças.

— De jeito nenhum vou gastar 80 pratas numa boneca idiota que só sabe falar 3 frases! - O homem reclamava, ele tinha uma garotinha no colo.

— Está vendo, Samara, como o seu pai é tão pão-duro? - Dizia a loira que tinha uma garota agarrada à sua perna direita, ela devia ter uns 5 anos.

Eram eles, Sam e Freddie, meus amigos de Seattle. Acabei perdendo o contato com eles quando saí de L.A e me mudei para Boston.

Eles nem me notaram, continuaram discutindo. Um garoto parecido com o pai se escondeu atrás da mãe, devia ser o filho mais velho e tinha outro garotinho que era loirinho que correu para atrás do pai assim que me viu.

Me aproximei até que o moreno me notou e parou de falar, a loira se calou também e se virou para mim, olhei para a sua barriga com um notável volume...

— JADE! - Ela gritou abrindo um enorme sorriso.

— Sou eu mesma em carne e osso! - Sorri indo cumprimentá-los.

Dei um abraço desajeitado nela, e um rápido abraço no moreno.

— O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntei, surpresa.

— Estamos visitando a madrinha do Freddie. E também aproveitando a liquidação para comprarmos roupas e brinquedos para as crianças! - Sam respondeu.

— Uau! Vocês já tem 4 filhos e você já está na quinta gravidez? - Perguntei acariciando a barriga dela.

— Pois é... - Freddie acabou rindo.

— Não tem TV em casa ou vocês gostam mesmo da "coisa"? - Brinquei.

Vi o moreno corar e a loira rir, corando também.

— O Benson é alérgico à camisinhas. Já até testamos de todas as marcas e de todos os tipos, mas não encontramos nenhuma que não dê alergia a ele. E eu sempre acabo pecando com os anticoncepcionais. - Ela explicou e eu acabei rindo. - Ele vai ter que fazer uma Vasectomia, não quero mais ter filhos. - Sam afirmou.

— Não vou não, é você que vai ter que se operar! - Ele retrucou.

— Você vai sim e não vamos mais discutir sobre isso. - Minha amiga encerrou o assunto.

— Me apresentem a creche de vocês. - Pedi olhando para as crianças que me olhavam curiosas.

— O mais velho se chama Caleb, ele tem 8 anos. - Freddie apontou para o garoto de cabelos castanhos e olhos azulados. - Aquela ali é a Samara, acabou de fazer 6 anos. - Apontou para a garotinha de cabelos castanhos claros e olhos cor de chocolate que estava agarrada na perna da mãe. - Esse que está atrás de mim é o Simon, tem 4 anos... - O garoto era loirinho e parecia muito com a Sam. - E essa é a nossa caçula, Jamilly que tem 2 aninhos. Diga "oi" para a tia Jade, Jamie! - Ele beijou o rosto da filha, a garotinha loira de olhos castanhos num tom de mel, escondeu o rosto no pescoço dele e se agarrou ainda mais nele, toda tímida.

— Não são lindos os nossos anjinhos? - Sam sorriu toda babona.

— Sim. - Respondi.

— Ainda teremos mais 5 boquinhas para alimentar, acredita? - Ela acariciou a barriga.

— Quê? São 5 bebês aí dentro? - Quase gritei chocada.

— Brincadeira, sua boba! Devia ter visto sua cara! - A doida começou a rir escandalosa.

Ri também com vontade de dar uma bolsada nela.

— E quem é ele? - Foi o Freddie quem perguntou, apontando para trás de mim.

Olhei para trás e vi o Beck ainda segurando um monte de sacolas, ele estava tão quietinho que até esqueci que ele estava ali comigo.

— Esse é o Beck... - Me aproximei do moreno, o empurrei para frente. - Ele é um amigo e meu inquilino também. Beck, esses são Sam e Freddie, uns amigos que conheci em Seattle! - Os apresentei.

— E aí, cara, beleza? - Freddie acenou.

Beck não entendeu o que outro moreno quis dizer, o cutuquei, murmurando baixinho "responda".

— Tudo sim... - Assentiu.

Sam deu aquela "olhada" nele, e depois sorriu maliciosa para mim.

— Amigo, é? - Sorriu, marota.

— Que tal irmos para a praça de alimentação, daí colocamos o papo em dia? - Freddie sugeriu.

[...]

— Quero mais batata, pai. - Simon estava sentado no colo do Benson.

Samara estava lanchando Hambúrguer e Sundae de chocolate. Caleb devorava um X-Burguer com Coca-cola, e o Freddie estava dando comida na boca do Simon que se lambuzava todo. Sam devorou um Hambúrguer com bacon extra, com bastante molho, pediu uma enorme porção de batata e cebola fritas, bolo e uma vitamina de morango com banana...

— Quero "mama". - A caçulinha estava no colo dela agitada, choramingando.

— Pai, por quê ele brilha? - Simon apontou para o Beck.

Olhei para o moreno ao meu lado e não vi nenhum brilho nele.

— Ele é uma fadinha! - Exlamou Samara rindo.

Caleb olhou para o Aladim e acabou rindo também. Jamilly de vez enquando olhava para o moreno e batia palminhas, toda alegre...

Virei o rosto do Beck quando a loira ajeitou a filha para mamar, Freddie reclamou dizendo que não era nada apropriado ela amamentar ali na praça de alimentação.

— Não é crime uma mãe amamentar o filho, quero ver alguém vir aqui reclamar sobre isso. Vou sentar a mão na cara e mandar a pessoa ir pra... - Se calou para não soltar um palavrão na frente das crianças.

— Mas as pessoas estão olhando de cara feia, Sam... - Freddie avisou.

— Tô nem aí, Benson. Sua filha está com fome! Os peitos são meus! Eles não são obrigados a ficarem olhando! - Disse ficando alterada.

— Calma aí, gente! - Intervi. Eles se calaram, o Freddie bufou vermelho e ela olhou para a pequena Jamilly que estava mamando de olhos fechados. - A Sam está certa! Ela pode sim amamentar aonde quiser e que se danem os preconceitosos que alegam que uma mãe não pode amamentar em público! - Falei, séria.

Olhei para o Beck e ele estava brincando com o canudo, quietinho ao meu lado.

— Amamentei o Caleb até ele fazer 3 anos. - Sam sorriu carinhosa para o filho mais velho.

— Por isso ele é tolo demais... - O Benson resmungou.

— Cala a boca, ninguém te perguntou nada. Você está insuportável hoje! - Ela olhou para ele, seu rosto estava vermelho e seus olhos azuis estavam marejados.

— Ah, não... Já começou a fase de "chorar por tudo". - Ele reclamou.

— Então, todo os partos foram normais? - Perguntei tentando mudar de assunto.

— Sim. - A loira fungou. - É uma dor terrível, mas vale a pena... Eles são tudo que eu tenho de mais precioso! - Sam voltou a sorrir. - Jamilly nasceu em casa, optei pelo parto natural, sabe? Tenho uma prima especialista nisso, ela e a minha sogra iriam me auxiliar. Mas quando chegou o dia, nenhuma das duas chegaram a tempo. Brenda estava em Las Vegas e a Sra. Benson visitando uma irmã doente em outra cidade. Foi um sufoco danado, senti dores desde manhã e a Jamilly nasceu quase meia-noite. Estava chovendo pra caramba, não tínhamos sequer o número de um taxista, o pão-duro aí não havia abastecido o nosso carro... - Lançou um olhar feio para o moreno que sorriu sem graça. - A bolsa já havia rompido, eu estava quase morrendo de dores e ele estava desesperado, não sabia o que fazer...

— Ela ficava gritando comigo o tempo todo. - Ele a interrompeu.

— Claro. Não era você que estava sentindo dor. E eu tive que fazer força, eu precisava dar tudo de mim para botar o bebê para fora... Até que a cabecinha saiu, mandei ele olhar e o panaca aí desmaiou. Isso mesmo, o frouxo desmaiou e me deixou na mão... Quando ele recobrou a consciência, eu já estava com nossa filha no colo dando de mamar. - Ela contou me fazendo rir.

— Fiquei com trauma... Cara, é a coisa mais assustadora do mundo! - Freddie falou para o Beck.

— Não é não. - Beck discordou. - Na verdade, é a coisa mais linda e emocionante do mundo! - Afirmou com convicção.

— Você já viu algum parto pessoalmente? - O moreno indagou, incrédulo.

— Sim. Umas 100 vezes! - Beck assentiu com firmeza.

Sam me olhou interrogativa e eu dei de ombros, me levantei indo comprar café.

Comprei um copo grande de café. Sam me chamou para eu ir com ela numa loja para bebês, deixei o Beck ali com Freddie e as crianças. Comprei umas coisas para os bebês, ela disse que era um casal. Conversamos sobre trabalho, coisas banais e a Sam confessou que estava com um tremendo apetite sexual, e ela ficou me indagando sobre o meu "lance" com o Beck. Acabei desabafando... Falei para ela que eu o achava muito atraente, que havia rolado uns beijos e que eu também estava na "seca", quase subindo pelas paredes. Ela me deu apenas um conselho: "Vai fundo, garota, você devia partir para o "ataque"...

Sam pediu para eu e o Beck ficar tomando conta das crianças. A louca arrastou o Benson para uma loja... Demoraram cerca de 25 minutos. Ela veio com um sorrisão satisfeito, e o moreno com um sorrisinho bobo. Eles com certeza deram uma "rapidinha" no provador.

Nos despedimos e eu prometi que iria visitá-los em Seattle assim que os gêmeos nascessem, em seguida Beck e eu fomos ao mercado.

[...]

— Deve estar exausto não é, Fadinha? - Usei o apelido que as crianças deram a ele.

— Um pouco... - Respondeu assim que chegamos em casa.

Demos duas "viagens" até o carro para pegarmos todas as sacolas de compras. Beck subiu com as sacolas com as coisas dele e eu fui guardar as compras na despensa. Depois tirei meu novo celular da caixinha, coloquei o novo chip e o deixei carregando.

Quando sentei no sofá para descansar o telefone residencial tocou, atendi e ninguém falou nada do outro lado da linha.

— Alô? - Silêncio. - Alô? - Ouvi uma respiração alta, mas a pessoa não falou nada. - Escuta aqui palhaço, vai passar trote na sua avó! - Desliguei o telefone, irritada.

Após descansar, fui para o meu quarto, tomei um rápido banho. Fiz o almoço, assisti um pouco de TV depois de almoçarmos. Eu estava ficando um pouco preocupada com a Vega, ela não havia dado sinal de vida o dia todo. Nenhuma mensagem deixada na caixa de SMS via e-mail, nenhuma ligação ou recado deixado na secretária eletrônica. Nada.

Por volta das 18h, decidi ir até a casa dela. Talvez ela estivesse doente ou apenas de TPM, resolvi ir lá para ver se ela estava bem.

André Harris, seu namorado foi quem atendeu a porta. Ele era um rapaz bonito, talentoso como DJ, gentil e muito simpático com todos.

— Tori está? - Perguntei depois de nos cumprimentarmos.

— Não. Ela foi para L.A. Hoje bem cedo a irmã dela ligou chorando, parece que o marido perdeu o emprego, chegou em casa bêbado e a Trina o colocou para fora de casa! - André explicou.

— Nossa! - Exclamei um pouco chocada. Trina havia botado o Sinjin pra fora de casa? - Tori disse quando vai voltar? - Indaguei.

— Domingo, eu acho... - Respondeu.

— Hum... Eu só vim aqui porque hoje ela não deu sinal de vida, e bem, era só isso mesmo... Tchau, André! - Me despedi.

— Espera! - Ele segurou meu braço direito. - Amanhã vou ter uma entrevista de emprego, sou péssimo em escolher uma roupa ideal para esse tipo de coisa, você poderia me ajudar? - Perguntou me olhando suplicante.

— Claro! - Respondi. Não havia problema algum em dar uma ajudinha para ele.

Minutos depois...

— Essa camisa branca de linho, com esse terno preto e essa calça cinza ficaria legal. Um look sério e ao mesmo tempo despojado se você for com esses sapatos marrons, ou poderia usar a camisa com o colete e essa calça social preta... - Separei as peças, colocando-as em cima da cama.

Pulei com o susto, o tapa estalado que levei na bunda foi forte o suficiente, e ardeu.

Me virei assustada e o Harris sorriu malicioso.

— Por quê fez isso? - Perguntei, indignada.

— Vai me dizer que não gosta? - Me agarrou, tentando me beijar.

— Me solta! - Virei o rosto, ele apertou a minha bunda.

— Eu sempre quis fazer isso, apertar essa bunda linda que você tem. Tocar sua pele, sentir seu cheiro... Você é tão linda, branquinha e tem esse corpão, é gostosa pra caralho! - Me empurrou na cama e subiu em cima de mim.

— Me larga! Ficou louco? Você namora a minha melhor amiga! - Comecei a me debater.

— O que foi, delícia? Não me quer só por quê sou negro, é isso? - Apertou meu seio esquerdo e eu empurrei.

— VOCÊ É O NAMORADO DA TORI, E PELO VISTO NÃO PASSA DE UM CRETINO! EU JAMAIS FICARIA COM UM CARA COMPROMETIDO, AINDA MAIS SAFADO COMO VOCÊ! - Gritei nervosa, irada e enojada com as investidas dele.

— Você está apenas se fazendo de difícil. - Veio para cima de mim novamente. - Admita, você está louca para cavalgar no negão aqui... - Pressionou a ereção em mim.

Me debati desesperada, não adiantava pedir para ele me largar. Consegui lhe acertar uma joelhada, ele se curvou urrando de dor e eu saí correndo dali...

Entrei no meu carro, sequer botei o cinto de segurança. Apenas dirigi em alta velocidade, quando cheguei em casa fui direito para o meu quarto, trancando-me ali. Chorei de raiva e alívio. Alívio por ter conseguido escapar das garras dele.

André Harris havia me agarrado, tentou me possuir a força. Ele era um cretino, desgraçado... Nunca pensei que ele fosse capaz de tal coisa. Aquele jeito meigo e o sorriso de bom moço mascaravam o que ele realmente era.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam???

Gostaram da participação de Seddie em UAEMV???

Sam e Freddie com uma cambada de filhos kkkkkkkkkk

O que acharam de Bade fazendo compras???

Estão odiando o André, né???

Não tenho nada contra ele. Gosto muito dele na série, mas aqui na Fic ele não vai ser mocinho...

Será que a Jade vai contar para a Tori???

Comentem, gente! Bjs



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