Joan PDV:

Depois de meu estúpido momento infantil; cobrindo as bochechas ficamos quietos. Só Dean que cantarolava baixo algo como: Some kind of monster, Some kind of monster, This monster lives!Enquanto batucava em sua perna.

- Você quer parar? – Aquilo já estava me irritando.

- Você não mandou eu procurar uma coisa que me relaxava? Bem, eu encontrei outra a não ser aquilo.

Dei de ombros. Ainda bem que ele encontrou outra distração, por que “aquilo” não ia rolar nunca!

- Senhores passageiros, vamos passar por uma leve turbulência. – Anunciou alguma aeromoça.

As luzes deram duas rápidas piscadas, enquanto o avião tremia um pouco.

Dean fez a coisa mais estranha e surpreendente; pegou em minha mão. A mão dele estava suando frio.

Olhei para nossas mãos, depois para cara dele de apavorado.

O que ele está fazendo? É só uma turbulenciazinha. Como um cara pode caçar demônios, monstros, seres sobrenaturais e ter medo de avião?

- O que você pensa que está fazendo? – Perguntei ainda surpresa.

- É melhor segurar a sua mão, do que a do Sammy.

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- Pronto, já comprei os ingressos pra mansão. – Sam disse.

Estávamos em um carro alugado indo para qualquer motel, o primeiro que encontrássemos íamos nos hospedar.

- Ah, que saudade da minha belezinha – Dean acelerou fazendo o carro roncar. –, esse ronco nem se compara ao da minha maravilha.

Como ele podia pensar no carro dele uma hora dessas?

- Olha, tem um motel ali. – Apontei um motel à esquerda da pista.

Entramos no estacionamento e achamos uma vaga bem perto da entrada do motel.

É, ser caçadora não é nada fácil, ainda mais pela parte de ter que ficar se hospedando nesses motelzinhos baratos.

- Nada mal para uma recepcionista de motel. – Dean ajeitou o casaco e foi ao balcão.  Olhei para Sam, respiramos fundo e fomos também até o balcão.

Dean estava cantando a recepcionista. Era de se esperar.

- Olá! – Cheguei com o maior jeito de vadia possível. Queria fazer a recepcionista pensar que havia alguma coisa entre o Sr. galã ali e eu. – Dean, vai logo querido. Tenho grandes planos para essa noite. – Dei um beijo na bochecha do Winchester.

- Ok, eu vou pegar as chaves pra vocês. – A recepcionista vagabunda, que já estava até com o cartãozinho nas mãos, me mediu e foi pegar as chaves.

Pelo rabo de olho pude perceber Sam me olhando perplexo.

- Relaxa, eu sei o que tô fazendo. – Cochichei para ele.

- Aqui está a chave. – A galinha estendeu as chaves para Dean, mas eu fui mais rápida e peguei primeiro. – Tenham uma boa noite. – Sorriu falsa.

- Pode deixar! Obrigado, querida. – Mandei um beijo pra ela e puxei Dean comigo.

- O que está fazendo? – Perguntou-me Dean fechando a porta.

- Eu é que te pergunto. – Fala sério, como ele podia só pensar naquilo? Nós estamos em um trabalho e nenhum de nós pode se envolver com alguém agora.

Ele me fitou confuso.

- Como você pode pensar mais com a cabeça de baixo, do que com a cabeça de cima? Estamos em um trabalho Dean! Nenhum de nós pode se envolver com alguém agora. – Não sei, dentro de mim, eu sentia que não era só por isso que eu estava brigando com ele. Quando vi ele conversando com aquela vadia, tive vontade de dar um tiro nela.

- Qual é... É abstinência agora? Eu fiz algum voto de castidade sem saber por acaso? – Sentou-se em uma das camas.

- Ok, então vai! Vai comer aquela prostituta que está lá na recepção. Imagina só por quantas mãos ela passou. – Ri de nervoso.

Dean levantou-se da cama e saiu batendo a porta.

Como ele pode ser tão galinha, infantil, egoísta e sexy, bonito... Espera, espera... O que eu estou falando hein?  Melhor, pensando. Eu só posso estar maluca, não é? Ai... Quer saber eu vou tomar um banho.

Peguei minha mala em cima da cama e fui para o banheiro. Droga, essa porta não tem trinco! Motel de merda.

Coloquei minha bolsa em cima da pia e deixei minhas roupas já separadas. Uma camiseta branca, calça jeans e roupas intimas.

Tirei a roupa e fui pra debaixo do chuveiro.

A água quente caia sobre mim, e parecia levar pro ralo junto com ela todas as minhas preocupações.

De repente o Winchester mais velho entra no banheiro como se eu não estivesse lá.

- AHHHH, sai daqui e fecha essa porta, Winchester! – Gritei me enrolando na toalha.

- Desculpa, eu não sabia que você estava aqui. E ainda mais assim? – Me secou.

 Como assim ele não sabia? O irmão dele não avisou?

- Sam não te disse?

- Ele saiu, foi comprar comida.

Que estranho ele nem me avisou.

- E ai, tem alguma chance dos “grandes planos para essa noite” se realizarem? – Sorriu safado.

Ai meu Deus, e agora? Eu não sei por que queria dizer sim. Que diabos está acontecendo comigo?

- Não! – Dei um tapa na cabeça dele.

- Ai. – Resmungou.

- Vai, cai fora Winchester. Deixa-me terminar o banho. Depois eu falo com você. –O empurrei para fora do banheiro e voltei ao banho.

Que droga, por que essas coisas só acontecem comigo? Ainda bem que foi o Dean e não o Sam. Se fosse o Sam eu ia querer morrer. Mas espera ai, eu devia estar envergonhada, então por que não estou? Estou um pouco vai. Meu coração está acelerado. Bem, toda vez que chego perto do Dean me coração fica acelerado. Argh! Calem a boca pensamentos! Preciso me focar em outra coisa. Ah, já sei! Televisão. Hoje é quarta... Tem maratona do Dr. Sexy. Adoro Dr. Sexy. É tipo house, só que o Dr. Sexy é... Sexy.

Terminei o banho, me sequei, me vesti e sai do banheiro enxugando o cabelo com a toalha. Encontrei Dean deitado na cama assistindo... Pay-Per View?

Quando ele se deu conta da minha presença desligou a televisão e se sentou rapidamente.

- Você não tem respeito não? – Perguntei tranquilamente jogando a toalha em cima da cama.

Ele me olhou com aquela cara de “como assim?”.

- Como você pode assistir esse tipo de coisa tendo uma mulher em casa? Não me entenda mal. – Já falei o ‘não me entenda mal’ se não ele poderia entender outra coisa.

- Você estava tomando banho então eu só...

- Ah tá, tá bom. – O Interrompi. Afinal não ia adiantar de nada a provável desculpa esfarrapada dele. – Como foi com a recepcionista? Se é que essa é mesmo a profissão dela. Foi rápido, não?

- Eu não fiquei com ela, ok? – Disse meio alterado.

- Nossa, fiquei surpresa agora!

- Por quê?

- Não é que você é todo bonzão, tem fama de que pega todas...

Dean sorriu.

- Isso não foi um elogio. – Conclui.

Agora o sorrisinho torto desapareceu de seu rosto.

A porta do quarto se abriu interrompendo nossa conversa. Era Sam trazendo nossa janta. Graças a Deus os Winchesters variaram um pouco o cardápio.

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Havíamos acabado de comer. Sam pesquisava em seu notebook mais sobre a mansão Winchester, eu estava assistindo Dr. Sexy e Dean estava somente sentado na poltrona.

- Sabe do que eu precisava agora? – Dean perguntou fitando o nada. – De uma cerveja. – Respondeu sem mesmo perguntarmos.

Levantou-se vestindo sua jaqueta e pegou as chaves do carro.

- Você vem Sammy?

Porque ele perguntou só pro Sam?

- Ah, não... Vou ficar aqui pesquisando.

- Ok.

O ‘Sr. Preciso de uma cerveja’ já estava saindo. Poxa, ele não ia me chamar mesmo? Ok, então vou ter que me convidar.

- Posso ir junto?

O Winchester mais velho parou subitamente e olhou pra mim, deu de ombros.

Calcei rapidamente minhas botas e vesti o casaco.

Dean esperou eu sair para fechar a porta. Pelo menos isso.

Caminhávamos pelo corredor em silêncio, então decidi rompe-lo. Fica um climinha chato quando está silêncio demais.

- Então, por que você chamou só o Sam pra ir com você no bar? Tem algum problema comigo?

- Não, é que eu ainda vejo você como apenas uma menininha.

Como assim cara? Ainda hoje você abriu a porta do banheiro e me viu pelada! Ou você acha que esse “corpinho” aqui é de uma menininha?

- Dean, eu não sou mais uma menininha e faz tempo.

- Eu sei. E como sei! – Arregalou os olhos rapidamente. – Só acho que um bar não seja adequado pro seu tipo de garota.

Dessa vez a resposta foi mais razoável e surpreendente. Quem um dia ia imaginar Dean falando isso para uma garota.

- Então bares são pra que tipo de garotas?

- Ah, você sabe.

E sei mesmo! Fáceis, vulgares, sem respeito e amor próprio.

Em falar em vulgar... Estávamos passando pela recepção e a recepcionista ‘barra’ prostituta estava com uma caneta na boca, fazendo, o que para ela, era um gesto sexy, mas pra mim muito repulsivo.

Deixei Dean passar um pouco à minha frente e então mostrei minha língua e o dedo do meio pra ela que me olhou de cara feia. Podia ver a chama em seus olhos e eu queimando nelas. Vamos ver quem vai queimar primeiro.

Vadia.

Voltei rapidamente a acompanhar Dean que pareceu nem ter sentido eu sair de seu lado.

Chegando no carro ele destravou as portas e entrou, deixando-me sozinha no frio. Pensei que ele ia abrir a porta pra mim.

- Você vai a pé? – Perguntou ele abrindo a janela do lado do passageiro.

- Não eu vou... Eu só estava... Esquece! – Entrei no carro me sentindo uma tapada.

Dean ligou o rádio. Estava tocando uma musica até que legal; Highway to hell do AC/DC.  Não estava a fim de escutar aquela musica, então mudei de estação.

No ato Dean bateu de leve na minha mão.

- Que foi? – Que doido, porque ele fez isso?

- Eu dirijo, eu escolho a musica.

- Ah qual é Dean, não seja velho e chato. – Falei pendendo a cabeça pra trás.

- Eu não sou velho e nem chato. Esse é o meu carro e essas são as minhas regras, e se quiser andar comigo vai ter que respeita-las.

Ah, que cara chato!

Já sei como o fazer mudar de ideia. Muahaha...

- Ah, qual é Dean, só hoje vai? Eu faço o que você quiser. – Cheguei mais perto. – E faço tudo o que aquela recepcionistazinha não fez também. – Cochichei em seu ouvido enquanto o alisava.

Sorrimos safados.

Ai-ai, mas como homem é fácil de enganar. É só dizer o que eles querem ouvir e pronto, tudo se realiza. Isso foi só um teste com o Winchester, agora. Agora está oficialmente comprovado que ele é um ignorante no tema mulher.

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