I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 6
Capítulo 6 - Hipnotizado




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Não consigo te tirar da minha cabeça

Foi quando percebi que você havia me hipnotizado

     (Hypnotised)

 

POV Alex

De manhã, na escola, sinto como se eu tivesse sido atropelado por um elefante gigante. Me olho no espelho do banheiro masculino. Vejo cara amassada, olheiras profundas e quase vejo também minha cabeça latejando pela bebida. Isso está bem ruim. Mas, apesar de tudo, continua lindo. Passo uma água no rosto e saio do banheiro. Olhando para os lados, vejo Evey e Isa conversando perto de uma das salas. Vou até elas dar bom dia.

—Bom dia galera. –Falo, colocando um braço sobre os ombros de Evey, que me dá um beijo no rosto. O cabelo ruivo está preso em um coque bagunçado, e ela está com uma regata branca e shorts preto, com seus usuais tênis de corrida. Isa sorri para mim. Seu cabelo comprido está preso em um rabo de cavalo alto, e ela está usando o uniforme do colégio, o que é bem estranho, mas não toco no assunto. Thomas aparece no corredor e vem até nós também. Ele cumprimenta Evey e bate em minha mão. Sorri para Isa, que desvia o olhar. Seguro a risada. Isso vai ser demais cara.

—Alex, dar uma festa em plena segunda feira não foi sua melhor ideia. –Evey diz, esfregando as mãos nos olhos, cansada.

—Alex nunca tem boas ideias. –Thomas provoca, ainda tentando atrair o olhar de Isa para si.

—Fica quieto. –Dou um chute de brincadeira nele. –Mas gente, eu tava pensando aqui: Olha o tempo que tá hoje. Em algum dia da semana nós vamos ser liberados mais cedo, pode apostar.

O que acontece: nós estudamos na escola mais prestigiada e tradicional da cidade. Traduza isso como a escola mais velha da cidade. Isso significa que a estrutura do colégio não é das melhores e quando chove muito forte e a luz acaba, não há gerador que funcione. Logo, todos são liberados e é a alegria do dia. Como esses dias andam muito nublados e chuvosos, quero acreditar que a escola vai cair aos pedaços e nós poderemos ir embora mais cedo. A esperança é a última que morre.

—Talvez. –Evey diz, olhando para o tempo pela janela da sala de aula.

—Eu preciso comprar alguma coisa doce na cantina para sobreviver à dobradinha de química. Preciso de energia. Vem comigo? –Pergunto para Evey, tentando dar um tempo para Thomas e Isa. Ela faz que sim com a cabeça e me segue para o pátio. Quando começamos a descer o primeiro lance de escadas, passamos por Vanessa, que se dirige para o corredor. Só posso dizer uma palavra: fudeu.

POV Thomas

Isadora está com o cabelo preso hoje. Ele é tão liso que me pergunto como que ela consegue deixá-lo assim todo dia. E ela está vestindo uniforme do colégio. No ensino médio o uso do uniforme é optativo, ou seja, ninguém usa. Mas ela está usando uma saia azul marinho e um moletom da mesma cor com detalhes brancos, ambos com o logo da escola. Estranha. Mas eu tenho que me aproximar dela, certo? Eu falei com ela ontem por um bom tempo, e tipo, de boa. Eu consigo.

—Dormiu bem? –Pergunto, tentando puxar assunto.

—Dormi bem, mas por pouco tempo. –Ela diz revirando os olhos. –Da próxima vez, me chamem só para festas em fins de semana.

—Então você vai ir na próxima festa? –Provoco-a, dando um sorrisinho.

—Não foi o que eu quis dizer. –Ela franze a testa, ainda sem olhar nos meus olhos.

—Você vai ter que ir agora.

—Argh! Tá bom. Eu vou na próxima. Thomas, por que você está falando comigo? –Ela pergunta de repente. Penso na melhor resposta para dar.

—Ah, quero me aproximar de você. –Dou de ombros, como se fosse óbvio. Não é exatamente uma mentira.

Ela ergue uma sobrancelha para mim, me questionando. –Achei que tivesse namorada –Ela diz, olhando para trás de mim.

—Namorada? –Dou uma risada. –Eu não tenho.

—Tem sim! –Ouço uma voz que faz com que minha cabeça começa a doer só de pensar nos problemas que estão para ocorrer. Fecho os olhos por um segundo, desejando que o dia resetasse agora. Sério. Ela só aparece para estragar meu dia. –Thomas, por que você está falando com essa garota?

Vanessa está vestindo roupas extremamente curtas, que eu tenho certeza que não são permitidas dentro da escola. E está olhando para Isadora com cara de nojo.

—Eu falo com quem eu quiser. –Digo, o mais friamente que eu consigo.

Vanessa arregala os olhos e ela começa a falar mais alto. –Você não ficou com ela ontem né? Thomas, me diga que você não fez isso.

—Olha, com quem eu fico não é da sua conta, ok? Vanessa, entenda: a gente não tem mais nada. Tá? –Falo, olhando nos olhos dela, que me olham com ódio.

—Como você pode falar isso, Thomas? Você vai simplesmente ignorar nosso namoro assim? Eu nunca vou te perdoar. Ainda mais se você me trocar por essa garotinha. –Ela olha para Isadora, que está com uma expressão do tipo ‘quero morrer’ no rosto.

—Eu não tenho nada a ver com isso! –Ela exclama, irritada por estar no meio da discussão.

—Não fala comigo, nojenta. –Vanessa diz, voltando a ignorar a outra garota, que já está ficando claramente irritada com isso tudo. Eu preciso acabar logo com isso antes que Isadora decida nunca mais olhar na minha cara. –Sério, que roupas são essas? Quem usa uniforme no segundo ano? Você tá o que? No infantil?

—São bem melhores que as suas. –Falo baixinho. Vanessa finge que não me escutou e volta a esbravejar para cima de mim. Suspiro pesadamente ao ver que várias pessoas começaram a se amontoar nas portas da sala e nos observar atentamente.

Deslizo minha mão pelo braço de Isadora e entrelaço meus dedos nos dela. Ela leva um susto e tenta solta a mão, mas eu não deixo. –Vanessa, vou falar pela última vez: Nós dois não temos mais nada, entendeu?  Acabou. A partir de agora, o que eu faço ou deixo de fazer e com quem eu fico e de quem eu gosto não é mais da sua conta. Nos deixe em paz, ok?  -Puxo Isadora comigo e saímos de perto de todos os observadores, deixando uma Vanessa furiosa no meio do corredor. Paro de andar e solto a mão dela quando chegamos às escadas. Ela não olha no meu rosto.

—Desculpe. Não queria fazer você passar por isso. –Falo, sendo sincero. Ninguém deveria passar por isso, enfrentar uma Vanessa furiosa e tendo um ataque de ciúme.

—Tudo bem. Eu entendo. –Ela ainda não olha para mim. Acho que ela não olhou para mim desde que nos encontramos. Depois de alguns momentos em silêncio ouvimos alguém descendo as escadas.

—Isa?  Você está bem?  -Aquele garoto nerd, Mateus, vem até nós ao ver Isadora cabisbaixa. Ele para ao me ver parado perto dela e alterna o olhar entre nós dois. –Ahn, aconteceu alguma coisa? 

Isadora olha para mim uma última vez e vai até o garoto. Franzo a testa. O que esse moleque pensa que está fazendo. –Não aconteceu nada. –Ela diz para ele, que dá um abraço desajeitado nela. –Quer dizer, talvez tenha acontecido alguma coisa... –Ela diz, murmurando. Ela se vira para ir para sua sala sem olhar para mim. O garoto vai atrás dela. Observo a cena com o punho fechado, sentindo-me estranhamente irritado também. Que merda! Esse nerdzinho acha que pode só chegar aqui e roubar a garota que é meu objetivo principal agora? Dou um chute com força na parede, fazendo a inspetora olhar feio para mim. Suspirando, decido ir logo para minha sala.


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