I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 26
Capítulo 26 - Nós Somos Os Jovens


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal? Bom, eu queria dizer que já comecei a escrever um capitulo com POV do Luke, mas vai demorar um pouquinho para ser postado. Mas uma hora chega, hashlfas. Esse capítulo ficou muito grande porque eu não consegui dividi-lo direito, mas aproveitem. Obrigada à todos que comentaram no último cap e boa leitura. Beijinhos.



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Rodando o mundo

É o momento das nossas vidas

Querida, nós nunca morreremos

Porque nós somos os jovens, nós estamos bem!

    (We Are The Young)

 

POV Isa

—Tira tudo! –Thomas fala para Alex. Depois de todo mundo correr um monte pela areia sob a luz do luar, Thomas acabou pegando o amigo e o arrastou até a barraca.

—Tá, tá. Que frescura. –Alex dá um peteleco na blusa de Thomas. –Pronto. Limpinho.

Thomas dá um tapa nas costas de Alex, que sai do nosso quarto improvisado rindo. Inicialmente nós dois iríamos dormir em sacos de dormir separados e com cobertores, pois a noite na praia é incrivelmente fria. Mas Thomas resolveu que isso não ia acontecer e fez uma cama com os sacos de dormir, deixando alguns cobertores para nós nos cobrirmos. Dessa forma, dormiríamos realmente juntos.

—Boa noite! –Ouvimos a voz de Evey, da sala.

—Noite. –Luke diz e Matt murmura alguma coisa, provavelmente quase dormindo já.

—Boa noite galera! Todo mundo de pé amanhã cedo, pra gente aproveitar a praia, hein? –Grita Alex.

—Você vai ser o último a acordar. –Nath observa, do outro lado da barraca. –Durmam bem, pessoal.

—Boa noite. –Marcos diz, apenas alto o suficiente para nós ouvirmos.

—Boa noite. –Thomas fala alto e fecha o zíper do nosso quarto privado. Duas lanternas iluminam o pequeno ambiente. Ele tira o moletom e a camisa verde e joga tudo em cima de sua mochila em um canto. Não posso negar que o corpo é tão bonito quanto ele.

—Seria muito errado dormir só de cueca? –Ele pergunta, olhando atentamente para mim. Evito ficar vermelha quando respondo.

—Faça o que quiser. Durma do jeito que você faz em casa.

—Certo. –Ele tira a calça jeans, ficando só com uma boxer preta. Ai meu Deus. Tem um garoto realmente seminu na minha frente. Viro de costas para ele, cobrindo o rosto com as palmas da mão. Ouço sua risada curta e ouço quando ele se deita na nossa cama feita de sacos de dormir e cobertores.

—Como você geralmente dorme? –Ele pergunta e eu olho para ele. Está deitado em uma pose digna de propaganda de cuecas. É um exibido.

—De pijama, como as pessoas normais.

Me agacho para procurar meu pijama na minha mochila. Não o encontro. Há apenas uma necessaire com itens básicos, minha carteira, biquíni e uma muda de roupa para o dia seguinte.

—Merda. –Exclamo baixinho.

—O que foi? –Thomas pergunta, chegando perto de mim e se inclina para ver o que há dentro da mochila.

—Não trouxe meu pijama. –Falo, fazendo um bico.

—Tire a roupa. –Ele diz, a voz feliz. –E durma como as pessoas anormais.

—Bem que você queria, né? Acho que vou dormir com essa mesmo. –Falo, apontando para as roupas que estou vestindo. Thomas parece pensativo por um segundo e rasteja até a própria mochila. Ele joga para mim uma camiseta cinza larga.

—Eu trouxe duas. Pode usar essa. –Ele volta para a cama e se deita de barriga para baixo, a cabeça afundada sobre o travesseiro. –Pode se trocar. Prometo que não vou olhar.

Dou um sorriso e tiro a calça jeans skinny e puxo a camiseta cheirando à fumaça da fogueira pela cabeça. Prendo o cabelo em um coque com um elástico no pulso e visto a camisa de Thomas. Fica grande em mim, mas não chega a ser exatamente segura, pois bate antes do meio da minha coxa. Suspiro e me deito ao lado de Thomas lentamente. Ele tira a cabeça do travesseiro e olha para mim, admirado.

—Vamos apagar as lanternas e dormir. –Eu falo, apontando para as duas lanternas acesas.

—Queria poder ficar olhando para você... –Ele diz. Quando faço uma careta, ele acrescenta: –Mas vamos fazer isso, então.

Ele estica o braço para pegar as duas lanternas e as desliga, deixando-as perto de nossas mochilas. Depois se aconchega perto de mim, mas sem me tocar, me dando um pouco de espaço. Não é possível enxergar nada aqui dentro, mas tenho total consciência do corpo de Thomas perto do meu. Na verdade, o corpo-quase-sem-roupa-nenhuma de Thomas perto do meu. O calor que o corpo dele emana chega até o meu, e quero que ele me abrace enquanto dorme. Quero mesmo.

—Você dormiu? –Thomas pergunta baixinho após o que pareceu uma eternidade.

—Não. –Eu sussurro e me viro, ficando de frente para ele, e meu cabelo se esparrama pelo travesseiro. –Posso perguntar uma coisa?

—O que quiser. –Ele diz suavemente e passa os dedos pelo meu cabelo.

—Quantas garotas... Você já teve?

—Você quer dizer com quantas garotas eu já transei? –Ele pergunta sem parar de mexer no meu cabelo.

—É. –Não sei por que eu quero saber, só sei que quero. Quero saber o quanto Thomas é experiente.

—Algumas.

—Algumas... Mais que cinco? –Chuto, sentindo seus dedos em meu rosto agora. Eles passam pela minha testa e fazem o contorno do nariz até a boca, parando no queixo.

—Mais que cinco. –A voz dele é totalmente honesta, como se ele fosse responder tudo o que eu perguntasse.

—Mais que dez?

—Tudo bem. Mais que algumas. –Ele diz e meu coração se aperta. –Mas Isa, isso não importa. A única coisa que importa agora é você. Você e eu. –Ele finalmente se aproxima de mim, não deixando nenhum espaço entre nossos corpos. –E você é a melhor de todas.

—Melhor de todas o que? –Pergunto, totalmente perdida quando ele me puxa para cima dele, nossas pernas entrelaçadas.

—Você é a melhor de todas as garotas que eu já tive. –Ele fala baixinho e, se eu pudesse enxergar alguma coisa, aposto que o veria de olhos fechados agora.

—Mas a gente nem transou. –Eu deixo escapar e ele solta uma risada baixa.

—E daí? –Ele beija meu pescoço uma vez e passa os braços pelo meu quadril, envolvendo-o.

—E daí que... E se eu não conseguir?

—Não importa. –Ele beija meu queixo, minha bochecha e minha orelha, fazendo um arrepio percorrer todo o meu corpo. –Eu vou te esperar.

Prendo meus dedos em seus cabelos e ele me aperta mais contra seu corpo. Sinto meus seios contra seu peito largo, os beijos silenciosos que ele dá abaixo do ouvido, as mãos fortes em minha cintura. Ele coloca as mãos dentro da camiseta grande e passa as mãos pelas minhas coxas, se demora brincando com a calcinha rendada e para nas costas, fazendo desenhos com as pontas dos dedos. Estou sem sutiã e ele deve ter consciência disso, pois não sobe mais os dedos. Procuro sua boca com a minha e ficamos assim longos minutos, aproveitando o momento. É simplesmente cada vez mais difícil me controlar quando Thomas faz essas coisas. Mas tenho certeza que ele nunca me forçaria a fazer nada. Interrompo o beijo e me afasto um pouco, mordendo de leve seu lábio antes de fazê-lo.

—Isso é tão bom. –Ele murmura assim que afasto nossos rostos. As mãos dele ainda estão nas minhas costas, e eu me inclino para trás. As mãos dele sobrem um pouco, parando bem onde a lateral dos meus seios começa.

—Posso... ? –Ele começa a perguntar, mas o interrompo de novo com um beijo. Ele aceita essa reposta positivamente e escorrega as mãos até os seios nus. Quando tenho total consciência de suas mãos começando a trabalhar, um barulho acontece na sala da barraca.

—Merda, desculpe! –Alex diz baixo, mas alto o suficiente para nós ouvirmos. Me afasto de Thomas rapidamente, saindo de cima dele.

—Ai! –Evey exclama, mas depois ninguém diz mais nada. Thomas solta a respiração, como se estivesse a segurando por muito tempo.

—Eu vou matar Alex. –Ele diz baixinho. –Vou mesmo.

No final, eu não estava mais no clima para mais nada. Obviamente nós não poderíamos fazer muita coisa aqui, mas Thomas se contentou em dormir abraçado comigo.

 *****

POV Alex  

Eu fui o penúltimo a acordar. Luke era o único que estava dormindo dentro da cabana quando abri os olhos. Lá fora, o sol já brilhava. Quando saí, Isa e Nath estavam de biquíni tomando sol em canguinhas coloridas. Thomas, Marcos e Matt estavam conversando ao redor da já extinta fogueira. Fui até eles. Marcos e Matt estavam completamente vestidos, mas Thomas estava só com uma bermuda de mergulho e chinelos. E estava molhado. 

—Bom dia. –Eu falo, ainda meio grogue.  

—Boa tarde, você quer dizer. –Diz Matt.  

—Boa tarde. –Repito e eles riem. Menos Thomas, que me fuzila com o olhar. O que eu fiz?  

—Onde está meu amorzinho? –Pergunto.  

—Evey estava lá perto das pedras. Foi dar uma caminhada. 

—Vou atrás dela. Ah. –Olho para baixo. Ainda estou de pijama. Entro aos tropeços na barraca e me troco, colocando uma bermuda também. Passo protetor solar nas costas e penteio o cabelo rapidamente. Pronto!  

Vou caminhando pela areia macia enquanto admiro a praia. Fazia tempo que eu não vinha aqui também. Não há ninguém além de nós no local, o que é reconfortante. Avisto o fim da praia e aperto o passo. Vejo Evey sentada em uma das pedras altas, balançando as pernas no vazio, em direção ao mar. 

—Evey! –Grito, acenando para ela. Ela olha pra mim e sorri. Depois, começa a descer as pedras com agilidade e para na minha frente. Lhe dou um abraço apertado.  

—Finalmente você acordou! –Ela ri e me dá um beijo. 

Ela está com um biquíni azul claro. Só. E está linda. 

—Vamos ficar aqui até que horas? –Ela pergunta, se afastando um pouco de mim. Pouso meu braço em seus ombros e minha cabeça encosta na dela.  

—Não sei não. Até todo mundo ter se cansado da praia. 

Andamos até onde o resto do pessoal estava, conversando sobre todos os assuntos no caminho. Eu estava muito feliz com Evey. Apesar de sentir que tudo na minha vida estava errada, ela era a única coisa que parecia certa. Quando chegamos, Luke estava de sunga e com uma regata preta, além de óculos de sol. Nath estava montada nas costas de Marcos enquanto chupava um pirulito. Thomas estava deitado ao lado de Isa no sol. 

—Olá! Como foi a caminhada? –Pergunta Luke quando nos avista.

—Boa. –Evey responde. –Eu subi naquelas pedras gigantes lá. –Ela aponta para o fim da praia. Luke olha para lá com os olhos apertados. 

—Aí sim. –Ele bate a mão contra a de Evey. Matt estava desmontando a barraca mais ao fundo. 

—Acho que depois daqui a gente podia ir na piscina de alguém. –Diz Nath, fazendo Marcos andar até eles. Ainda estava montada nele. 

—Eu tenho piscina. –Eu digo orgulhoso. 

—Eu também. –Diz Marcos.  

—Eu também! –Grita Isa, espalhando protetor solar nos braços. 

—Ninguém nunca entra na piscina de Isa. –Diz Luke.  

—É verdade. Se a gente for, Sarah e Seth podem entrar também. –Isa fala e todos concordam. Os irmãos de Isa são muito simpáticos. 

Vou até Thomas e pulo em cima dele, socando repetidamente sua barriga. Ele se curva, quase me fazendo cair. 

—O que está fazendo, idiota? –Ele pergunta, me empurrando na areia. Depois pula em mim, me socando de volta. 

—Ai! –Reclamo, tentando chutá-lo. Ele dá uma risada e segura minha perna. 

—Idiotas. –Nath diz, revirando os olhos. Passo para cima de Thomas, empurrando ele para baixo de mim, mas antes que possa golpeá-lo, sinto alguém me atacando por trás. Evey se agarra ao me pescoço, envolvendo as pernas em minha cintura. 

—Ei! –Eu grito, rindo. Isa nos observa com os óculos escuros abaixados, como se fossemos todos imbecis.

—Olha o que ele fez comigo, amor. –Thomas diz, correndo até a namorada. O cabelo dele está bagunçado e cheio de areia. Bem, ele todo está cheio de areia. Isa apenas balança a mão, fazendo pouco caso das reclamações dele. 

—É só se limpar. –Ela diz, pegando um livro de dentro de uma sacola apoiada na areia. Me curvo para frente, fazendo Evey quase cair também. Ela grita.  

—Me solte. –Falo para ela, que ri e sai de cima de mim, apenas para me dar um soco no meio das costas. Resmungo e pego ela no colo, colocando-a acima do ombro. –Eu vou te dar uma lição. 

Carrego ela até o mar, e vou entrando aos poucos na água gelada. Depois, jogo Evey, que grita de novo. Então, faz barulho quando cai na água. Sorrio. Isso aí. Diversão.  

 *****

POV Thomas  

—Vou me limpar aonde? –Pergunto para Isa, que dá de ombros. 

—No mar, talvez?  

—Está gelado. –Eu resmungo e me sento ao lado dela na canga. Ela se vira para mim. 

—Que drama. –Ela passa a mão pelos meus ombros, tirando a areia deles. Faz isso por todas as partes cobertas de areia, depois passa a mão pelo meu cabelo. Pego-a no colo e faço ela rolar comigo até a areia.  

—Thomas!  

Solto ela quando nós dois estamos completamente sujos. Mas ela fica em cima de mim, rindo. Sorrio e a beijo lentamente. Ficamos assim até alguém chutar mais areia em nós. 

—Ops! –Nath diz, segurando o pote que era de asinhas de frango apimentada em cima de nossas cabeças. Depois, corre até Marcos. Isa tira a areia dos cabelos longos e joga os óculos escuros na bolsa. 

—Sinceramente... –Ela se levanta e eu aprecio a vista na minha frente. Ela é tão linda... Eu havia tocado em seus seios ontem à noite, e a cada cinco minutos esse pensamento voltava a minha cabeça. Ela estava me enlouquecendo. Me levanto também e enlaço sua cintura, trazendo-a para perto de mim. Dou mais um beijo nela, que sorri quando nossas bocas se tocam. Eu estava feliz. Verdadeiramente feliz. Então pego-a no colo e corro até o mar. Ao contrário de Evey, ela enlaça meu pescoço e espera a água gelada. Beijo-a de novo antes de jogá-la no mar. 

 

Mateus falou que queria conversar comigo quando todos estavam arrumando as coisas para irmos embora. Me afastei dos outros até chegamos em uma parte um pouco atrás da praia, onde haviam várias árvores e plantas.  

—O que foi? –Pergunto para ele, que me observa a ponto de me fazer ficar desconfortável.

—Eu sei da aposta. 

Olho para ele, surpreso. Como ele poderia saber sobre isso? Ele cruza os braços e franze a testa. 

—Mas estou confuso. –Ele diz. –Achei que você estava com Isa apenas para levá-la para a cama. Mas parece que você gosta dela. 

Não acho que fingir que não sei do que ele está falando vá resolver alguma coisa. Tenho que impedir que ele fale alguma coisa para Isa. Suspiro. –Eu gosto dela. Estamos namorando.  

—Você gosta mesmo dela? –Ele pergunta, observando todos os meus movimentos. 

—Gosto.  

—Não quer levá-la para a cama?  

—Han... Querer eu quero. Mas é diferente. A aposta com Alex... Foi o que fez eu me aproximar de Isa. Mas agora que já estamos próximos, eu só quero ser um bom namorado. –Isso tudo é verdade. Eu quero ser um bom namorado para Isa. Quero que ela goste de mim de verdade. 

—Não vai levar a aposta adiante? –Ele pergunta, mas parece mais calmo. 

—Não. –Isso, sim, é uma mentira. 

Matt passa a mão pelo rosto, como se estivesse cansado. –Não quero que ela se machuque. 

—Eu também não quero. 

—Não fale mais dessa aposta. Não vou falar para Isa, mas você tem que parar. Vou ficar de olho em você. Se eu souber que essa merda continua de pé, eu mesmo falarei para ela.

Sorrio. –Tudo bem.  

Ele me lança um último olhar de advertência e se vira para voltar até onde o pessoal está arrumando as coisas para irmos embora. Não acho que ele vá contar para Isa. Matt também não quer machucá-la. Isso se eu conseguir convencê-lo de que eu estou realmente me empenhando no negócio todo de ser um bom namorado. E eu estou mesmo tentando.

—Thomas? –Isa pergunta, aparecendo atrás de uma árvore. Sorrio quando a vejo. O rosto dela ficou um pouco vermelho por causa do sol, e ela está linda.

—Aqui. –Chamo e vou até ela. Lhe dou um beijo na testa.

—Estava te procurando. A gente já está indo. –Ela diz, arrumando o vestido branco no corpo.

—Então vamos. Carregaram o carro?

 

Chegamos na casa de Isa depois das três da tarde. Os pais dela não estavam, e Sarah e Seth ficaram felizes com a ideia de todo mundo entrar na piscina. Eu não entendia muito bem como funcionavam as coisas naquela casa. Como eles podiam ter uma piscina no quintal e nunca usá-la? Que desperdício.

Seth pula na piscina, fazendo água espirrar para todo o lado. Nath reclama.

—Ah não. Você molhou minha revista! –Ela diz quando a cabeça de Seth reaparece. Ele sorri.

—Foi mal.

Evey e Alex estão na cozinha, fazendo sanduíches para nós. Matt disse para deixarmos ele em sua casa, pois ele ia sair com Mia depois. Luke entra na piscina também e começa a brincar com Seth dentro da água. Sarah e Marcos estão conversando com Nath.

—Então você vem jantar aqui amanhã? –Isa pergunta ao meu lado.

—Pode ser. Se é o que você quer.

Ela toma um gole de limonada em um copo colorido. –Quero que meus pais aceitem meu namoro com você.

—Eu também quero. –Pego uma caneca com café de uma mesa branca ao meu lado. Não consigo ver os olhos de Isa por causa dos óculos escuros, mas posso apostar que ela revirou os olhos.

—Sério, pare com isso. –Ela pega a caneca de minha mão e coloca o copo colorido com limonada no lugar. –Não beba tanto café. Beba limonada.

Alex aparece na porta de vidro que separa a área da piscina parte de trás da cozinha.

—Gente, fizemos sanduíches! –Ele segura uma bandeja no braço e passa distribuindo os pãezinhos com patê de atum e alface.

—Eu não como pão. –Isa diz quando ele chega perto de nós, estendendo a bandeja.

—Bem, madame, a senhorita gostaria de pedir alguma coisa então? –Ele pergunta enquanto eu pego dois sanduíches para mim mesmo. O que? Sou um cara grande.

—Eu quero uma limonada em um copinho colorido. Tem mais no segundo armário da cozinha, perto do fogão. Um azul, de preferência. Ah, e sem açúcar.

Alex diz que vai pegar e deixa a bandeja na mesa branca, bem ao meu lado. Que sorte. Pego mais um sanduíche e o estendo para Isa.

—Vai, come. Eu sei que você não comeu nada hoje. Não está com fome?

—Eu não sinto fome. –Ela revira os olhos do sanduíche em minha mão e olha para a piscina. –E eu comi sim.

—Comeu o que? –Pergunto estreitando os olhos para ela.

—Comi batata frita e umas frutas na praia. –Ela diz ainda sem olhar para mim.

—Pare de mentir. Eu sei quando você mente. –Eu digo, colocando o sanduíche na mão dela. Ela me devolve.

—Não estou com fome, Thomas. Eu como depois. –Ela diz me olhando nos olhos. Comprimo os lábios, mas desisto de tentar convencê-la e enfio o pão na minha boca. Ela não sabe o que está perdendo. Evey aparece em nossa frente segurando um copo azul com limonada em uma mão e uma maçã em outra. Ela os dá para Isa, que sorri agradecida.

—Eu não quero a maçã, não.

—Quer sim. –Evey insiste. –Não vá desmaiar. Acha que pode ficar sem comer tanto tempo e ainda por cima ficar exposta ao sol? Nanananinanão. Pelo menos coma uma fruta.

Isa suspira. –Tudo bem. Sorte de vocês que eu gosto de maçãs. –Ela diz, dando uma pequena mordida na maçã vermelha. 

 

Quinze minutos depois, quando estavam todos na piscina, ela entrou na casa segurando a maçã, que havia sido comida até a metade, e voltou um minuto depois sem nada nas mãos.


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