Meu Querido Cupido escrita por Bonnie Only


Capítulo 37
A mansão dos Cupidos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, amores ♥



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 O sol ainda raiava, e a ideia de voar já não era tão assustadora quanto antes. Agora me acostumei com o frio na barriga, o vento violento e a vista espetacular dos altos. Eu podia ver o Brooklyn inteirinho dali! E melhor: David me segurava com tanta firmeza que foi impossível sentir medo. Coloquei meus braços em torno dele e não me movi. O som que o vento fazia estava quase me ensurdecendo, e enquanto isso, as asas do David também faziam barulho. Asas de um cupido batendo. O melhor som que já ouvi.

Evitei falar. Estávamos a caminho de algum lugar. Uma mansão, segundo o próprio David.

Quando chegamos em uma área isolada da cidade, também cercada por uma porção de árvores, nós pousamos. Me ajeitei e David verificou se eu estava bem. Enquanto isso, Franklin estava a caminho, quase nos alcançando até a mansão.

Encarei o lugar.

Era incrível. Já pousamos dentro da entrada da mansão. Havia um grande lago no inicio, e um gramado verde e bonito. Lá no fundo podíamos avistar a mansão, era grande, estilo colonial, parecida com um pequeno castelo. 

Segui os passos do David, que passava próximo ao lago, em direção à entrada da mansão. Eu dei uma corridinha, sem saber o que fazer. Ele ainda parecia irritado, na verdade, preocupado, na mesma medida.

— Por que estamos aqui? — Perguntei, correndo para alcançá-lo.

— Você vai saber — ele demorou para responder.

— Por que sinto que tem alguma coisa acontecendo? — Pergunto de novo.

Dessa vez David não respondeu. Quando chegamos à entrada da mansão, uma porta bonita e grande feita com madeira, David a empurrou e entramos. 

A entrada era magnífica assim como a vista do lado de fora. Tudo muito elegante, escadaria, carpete, as paredes pintadas com cores claras e neutras. Assim que adentramos, demos de cara com um rapaz. Assim que o vi, rapidamente deduzi que era um cupido também: A beleza, roupa escura, o olhar penetrante. Ele era negro, lábios bem esculpidos e corpo escultural como o dos outros.

— David! — Ficou feliz quando viu meu cupido. Eles trocaram um aperto de mão, enquanto isso, timidamente fiquei um pouco longe dos dois.

— Aconteceu alguma coisa enquanto estive fora? — David perguntou.

— Por sorte, não. Acho que vai dar certo. — Assim que o cupido disse isso, David se virou para mim e me apresentou.

— Esta é a Cassie. Minha escolhida. — David colocou uma mão em minhas costas e me aproximou do cupido.

— Prazer, Brandon. Seja bem-vinda. — Brandon pegou minha mão e apertou.

— Obrigada. — Sorri.

— É... — Brandon suspirou, parecia empolgado. — Então é mesmo verdade. Uma humana ao lado do seu cupido. Isso é perigoso e excitante. Com certeza, vamos entrar pra história.

— Por enquanto devemos manter a Cassandra e outra garota em segredo, estou contando com vocês. — David falou.

Outra garota?

— Sem problemas, cara. Venham. — Brandon nos guiou até onde parecia ser uma sala de estar. Com mobílias e tudo o mais.

Assim que entramos, não acreditei no que vi. Stacy! Sentada no sofá bonito, ao lado do Bruce. Ela parecia perdida, enquanto conversava com outros três cupidos. 

Fiz uma careta assim que a vi. Quando ela se virou e também me viu, não hesitou em se levantar do sofá e vir correndo até mim. Stacy me abraçou bem apertado.

— Que bom que está bem. — Murmurou.

— O que faz aqui? — Perguntei após soltá-la. Ambas nos olhávamos sorrindo, e ao mesmo tempo quase chorando.

— Aconteceu muita coisa. Agora eu estou aqui. Eu descobri sobre tudo, Cassie. 

Naquele momento levei minhas mãos até minha boca. Isso não é possível! Como foi que Bruce permitiu algo assim?

— Não... Você não... Stacy, faz ideia do que você fez? Agora você corre perigo!

— Eu sei. Eu já sei sobre tudo! — Enquanto discutíamos, todos os cupidos nos olhavam.

— Bruce, o que você vai fazer? — Olhei para ele, ainda inconformada.

— Estamos resolvendo isso, Cassie. Mantenha a calma. — Respondeu.

Era isso o que eu temia o tempo todo. Que mais alguém acabasse se submetendo a isso. Agora não será só uma fugitiva, mas sim duas! E isso complica tudo um pouco mais!

— Não... — Sussurrei, negando para mim mesma que isso estava acontecendo.

— Está tudo bem. — Stacy tocou meu braço. — Vou ficar bem. Confio no Bruce. — Ela abriu um sorriso acolhedor. Naquele momento notei que Stacy estava sendo mais compreensiva do que eu quando descobri sobre tudo. Ela parece manter a calma. 

Respirei fundo e olhei para o David.

— Por favor, me contem como aconteceu. — Pedi. Naquele momento os outros cupidos se retiraram, deixando apenas eu, David, Stacy e Bruce naquela grande sala.

➴ ➵ ➶

Era uma grande irresponsabilidade da parte de todos os cupidos terem deixado isso acontecer. Apesar de que não foi culpa deles, talvez devessem tomar mais cuidado. Como trancar as janelas além das portas, por exemplo. Mas aconteceu. Agora não podemos reverter. Stacy sabe sobre os cupidos. Stacy sabe que Bruce é seu cupido.

Quando terminaram de me contar como tudo aconteceu, David explicou o motivo de ficar tão preocupado quando me viu na casa dele. Enquanto eles me explicavam, a peça que faltava chegou:

Franklin.

Ele apareceu ali, ainda com seu olhar de perdido, como se escondesse algo. Franklin não parecia bem. Diferente dos outros dias, quando estava cheio de si, sentindo-se superior a todos, agora ele estava diferente. Carregava culpa nos olhos. Sei que ele não queria estar aqui. 

Quando ele apareceu, nós nos calamos. Então Franklin tomou a iniciativa de se aproximar e juntar-se a nós. Ele ficou de pé, enquanto todos estávamos sentados.

— O que querem saber? — Franklin perguntou.

— Poupei a Cassie das perguntas, e decidi que vou perguntar a você. — David disse. — O que estava acontecendo?  Como encontrou a Cassandra e como sabe que aquele cara é um superior?

Franklin parou para pensar, olhando para baixo.

— O que aconteceu? — Bruce perguntou. — Quem é superior?

— Naquele dia que a Cassie veio para nossa casa eu vi que ela não parecia bem. Tanto que corri atrás dela quando ela saiu. Admito que fiquei preocupado. Então decidi seguir ela e vigiá-la no dia seguinte. Foi quando notei que alguma coisa errada estava acontecendo e que aquele cara queria fazer mal a ela. Então, quando ela pulou do telhado, eu a salvei.

— O quê?! — Bruce gritou.

— Não faz seu estilo salvar garotas em perigo. — David respondeu, não acreditando nas palavras do Franklin.

— E daí? Se não quer acreditar o problema é seu.

— Mas que porra está acontecendo, Franklin? — David gritou e se levantou do sofá. Olhei para Stacy naquele momento, tão confusa quanto eu quando descobri sobre os cupidos. Aquilo estava sendo difícil para todos nós. Estamos todos jogando o mesmo jogo, só somos personagens diferentes.

Franklin levantou a cabeça e fez uma expressão nada legal para o David.

— Primeiro você diz para a Cassie que eu sou um mentiroso, logo em seguida nos convence a mentir que Dean é o escolhido dela, então convence a todos nós de que a Cassandra deveria ir morar com ele, porque, segundo você, era mais seguro. Nós fizemos o que você mandou, confiando em você! E agora me diz que Dean é um superior? Como sabia e por quê permitiu que a Cassandra fosse para lá? — Aos poucos David se aproximava do Franklin.

Naquele momento, com as palavras do David, meu mundo caiu. Eu não sabia dessas coisas. Foi Franklin quem disse que Dean era meu escolhido? Por quê ele fez isso?

Sem saber o que fazer, Franklin se virou, e ignorando todos, andou apressadamente para fora da sala.

David estava indo atrás dele, mas Bruce não deixou.

— Deixe ele. — Bruce disse. — Dê um tempo para o cara pensar.

— Ele está escondendo alguma coisa, Bruce. Franklin não está do nosso lado! — David devolveu as palavras com rispidez.

Bruce se calou, como se fosse difícil digerir aquelas palavras. Meu mundo caiu outra vez quando David disse aquilo. Então é isso? Franklin está do outro lado? Então por quê me salvou?

Não me contive, deixei todos e corri atrás do Franklin. Ouvi David chamar meu nome mas ignorei. Olhei para todos os lados da imensa mansão e decidi procurá-lo. Subi a imensa escada do grande hall da mansão, e procurei por Franklin em um dos quartos.

Ele estava no último, em um quarto um pouco escuro, com as paredes verdes, bem arrumado e com cheiro de novo. Ele estava sentado na cama, acabado. Parecia estar suando.

— Posso entrar? — Pergunto.

Franklin não respondeu, então entrei. 

— Quer me contar alguma coisa? — Pergunto calmamente. 

Franklin nega com a cabeça, fechando os olhos, atordoado.

— Saia daqui, garçonete.

— Preciso que me diga o que você fez. Talvez eu possa ajudar.

Ainda de olhos fechados e cabisbaixo, ele riu.

— Não quero sua ajuda. — Ele levantou a cabeça e me encarou. De repente fiquei assustada. Ele cerrou os olhos para mim. — Você não passa de uma garçonete intrometida, que estragou tudo, desde o começo.

Olhei para baixo. Aquilo me machucou.

— Nunca foi minha intensão estragar tudo. Eu estou tentando concertar as coisas, o tempo todo! — elevei o tom de voz. — Já tentei fugir e até mesmo fui morar com um cara perigoso! Tudo isso para não prejudicar vocês. Eu... Eu amo vocês, Franklin! — Meus olhos marejaram, e eu gritei. Já estava cansada de ser boazinha com ele.

Ele franziu a testa.

— Não diga isso! — Franklin gritou de volta. — O amor é uma mentira!

— Não! Você sabe que não é!

Os olhos do Franklin se encheram com lágrimas, pela primeira vez.

— Não desconte nos outros o que a sua ex-esposa fez com você. Ninguém tem culpa, Franklin! E se ela não te amava, isso não significa que eu também não te ame! Só... Só me diga o que está acontecendo, eu e os outros queremos te ajudar!

— Deixe de ser ridícula, garçonete. — De repente Franklin abriu um sorriso. — Não preciso de ajuda. — Ele inclinou a cabeça para mim. — São vocês quem precisam de ajuda. E antes que você pense outra coisa, eu nunca gostei de você. Fique longe de mim.

Aceitei aquelas palavras e saí do quarto. Enquanto caminhava de volta para David, Bruce e Stacy, concluí que Franklin sabe como afastar alguém. Talvez ele tenha dito isso para que eu fique longe, para que todos fiquemos, porque é a opção mais segura.

➴ ➵ ➶

Ao que tudo indica, Dean nunca foi meu escolhido. Era o tempo todo um superior infiltrado, esperando o momento certo para acabar comigo. Me pergunto como foi que ele não fez isso logo. Por quê demorou tanto? O que ele tinha em mente? Como foi que David e os outros cupidos não sabiam que Dean era um superior? Como Franklin descobriu? 

São tantas perguntas, e espero que a resposta apareça logo. 

Durante a noite, a mansão foi se enchendo. Chegaram muitos cupidos. Todos eles moram aqui, dividem esse lugar. E todos sabem que eu e Stacy somos escolhidas e estamos nos escondendo dos superiores.

David e Bruce trouxeram eu e Stacy aqui porque a mansão é um ótimo esconderijo. É grande e tem muitos cupidos. Os superiores nunca desconfiariam que duas escolhidas estão aqui, e caso descubram, todos os cupidos que moram na mansão serão cúmplices.

Cupidos superiores e cupidos inferiores são extremamente diferente uns dos outros. Bruce me explicou que enquanto os cupidos superiores têm que ser mais rígidos e não encobrir erro algum, os cupidos inferiores são mais gentis e adoram se divertir, além disso são como irmãos, já os superiores não.

Cupidos inferiores possuem asas brancas. Cupidos superiores possuem asas escuras.

 Fiquei chocada quando descobri. Parando para pensar, nunca vi as asas de um superior. Só as do Dean no dia em que ele estava me encarando no quarto, e as asas eram realmente escuras e tenebrosas. 

Bruce e David estão atentos, tentando descobrir como é que nunca desconfiaram do Dean ser um superior. Enquanto isso eu e Stacy estamos em um quarto da mansão, juntas, em cima da cama.

E ao que tudo indica, Franklin sumiu, o que deixou Bruce e David ainda mais irritados. Louis e Colin estão na casa deles, porque senão vão desconfiar se todos os cupidos desaparecerem de lá.

— É uma loucura... — Stacy comentou, enquanto nós duas estávamos de pernas cruzadas em cima da cama.

— Quando descobri também pensei a mesma coisa.

Ela suspirou.

— O que você fez? Digo... Depois que descobriu? O que te fez ter esperança?

— David. Ele me prometeu que encontraria meu escolhido, assim eu estaria livre. Para sempre. Mas ainda não aconteceu, então...

Stacy franziu as sobrancelhas.

— Isso significa que Bruce terá que encontrar minha alma gêmea? — Perguntou, e pude notar o desespero e desaponto em sua voz.

— Sinto muito, Stacy. Mas a regra número um dos cupidos é essa. Eles não devem ter qualquer relação com suas escolhidas. É por isso que estamos sendo caçadas.

Ela pareceu derrotada.

— Isso não faz sentido. Não posso acreditar.

— Eu também não queria que fosse assim.

— Por quê? — Ela me olhou profundamente. — Espera aí... Você também gosta do David, não gosta?

— Não!

— Cassie? Me diga. A Hayley não está aqui. Você pode confiar em mim. — Stacy pediu. Naquele momento, estávamos no mesmo barco.

Juntei coragem.

— Sinto algo por ele que não sinto por nenhum outro. — Quando falei isso, Stacy surtou. Parecíamos adolescentes compartilhando segredos. — Você deve ter notado que todos os cupidos são atraentes... Porém, com o David é diferente. Não é só por ele ser atraente, é por outro motivo.

Stacy sorriu para mim, orgulhosa.

— Sinto o mesmo com o Bruce. — Ela mordeu o lábio inferior. — É, Cassie. Estamos ferradas. Apaixonadas por dois garanhões, sem nem mesmo poder tocá-los.

Ri e balancei minha cabeça.

— Você ao menos já tocou no Bruce... — Deixei escapar.

— E você e o David? Nunca se tocaram? — Ela ficou inconformada. — Afinal, o que é que ele sente por você?

— Bom... Ele já deixou claro muitas vezes que sente o mesmo por mim, porém nós sempre nos afastamos quando algo começa. Temos medo das consequências. Porém... Já nos beijamos. Uma vez.

Stacy estava surpresa agora, e segurou um grito.

— Tadinha da Hayley... — Foi a única coisa que ela conseguiu dizer. Nós duas rimos. — Se eu soubesse disso, nem teria encorajado ela a ficar com o David!

— Você não sabia... Na verdade, nem ela sabe. Você tem que prometer que não vai contar nada disso a ninguém! Nem sobre os cupidos e nem sobre o que sinto pelo David.

Stacy levantou uma mão e prometeu.

— Agora eu saquei o significado das tatuagens que você e o David fizeram. Quando você me contou naquele dia, eu não entendi, mas agora faz sentido. Asas e um arco e flecha.

Me lembrei das tatuagens e sorri. Algo só meu e do meu cupido.

Ficamos conversando o resto da noite, enquanto estávamos na cama, ao lado de uma grande janela de vidro, de onde podíamos ver o lado de fora da mansão. O lago, o gramado, a noite fria e escura... Somos fugitivas e não sabemos até quando isso vai durar. Mas devo admitir que é muito bom estar perto de todos eles outra vez.

 

 ➴ ➵ ➶

Eu e Stacy pegamos no sono e dormimos juntas no mesmo quarto, na mesma cama. Quando acordei ela tinha colocado uma perna em cima de mim e estava toda contorcida na grande cama.

A luz do dia entrava pela grande janela, então acordei. Dei uma risada, afastando as pernas da Stacy, enquanto todo meu cabelo estava em minha cara.

Eu ainda estava muito perdida naquele lugar. Dei de cara com alguns cupidos sem camisa quando saí do quarto, e eles me deram um "oi" e abriram um sorriso branco e letal que faria qualquer garota cair no chão. 

Fiquei assustada, mas acho que eles ficaram ainda mais, levando em conta o meu cabelo bagunçado.

Encontrei David onde esperava, nas mesma sala de ontem. Ajeitei meu cabelo e caminhei até ele e Bruce, que conversavam com mais três cupidos.

— Bom dia, Cassie. — Todos me disseram. Eu cumprimentei a todos com um aceno de cabeça. 

— Estou de saída. Vou buscar as suas coisas na casa do Dean. — David ficou bem pertinho de mim. Olhei para cima para olhar em seu rosto. Hoje ele estava ainda mais radiante, vestido como um verdadeiro cupido. Uma jaqueta preta, a calça escura também, assim como os sapatos. O cabelo bem cortado e sua altura e ombro largo. Perdi o fôlego por alguns instantes.

— Não é perigoso? — Perguntei.

— Eu vou com ele. — Bruce respondeu.

Eu assenti. Estou mesmo precisando das minhas coisas que ficaram na casa daquele infeliz.

— Cuide da Stacy. — Bruce me pediu, respondi um "sim" carinhosamente. Apesar de tudo, eu gostaria que os dois pudessem ser felizes juntos.

David me lançou um sorriso e saiu, acompanhado do Bruce. 

Não vou negar, eu queria uma despedida mais emocionante. Eu e David quase não podemos nos abraçar... Apenas sorrir um para o outro.

➴ ➵ ➶

Brandon, o cupido simpático, guiou eu e Stacy para a cozinha. Assim que entramos, demos de cara com uma mesa gigantesca, cheia com café da manhã. Mas a parte principal: um bando de cupidos tomando café.

A mesa estava lotada de rapazes! De cupidos! E eu só podia ouvir conversas e vozes masculinas e graves para todos os lados. Risadas gostosas de se ouvir.

— Chorei. Só não disse por onde. — Stacy sussurrou em meu ouvido assim que demos de cara com os cupidos.

— Shh! — Repreendi ela e ri.

Envergonhadas nós duas nos assentamos. Os cupidos deram lugar para a gente. Naquele momento fomos a atração do momento. Nem parecia que os seres sobrenaturais dali eram eles.

Para eles era algo muito novo: Duas humanas dividindo uma refeição com eles.

Todos aqueles olhares estavam sobre nós. Alguns até sussurravam no ouvido dos outros.

— Me sinto no paraíso. Mas não estou gostando de ser encarada. — Stacy falou baixinho para mim, pegando uma faca para passar geleia no seu pão.

— Tente parecer o mais normal possível. — Sussurrei de volta.

Assim que eu disse isso Stacy derrubou a faca no chão. Todos eles olharam para nós outra vez. Stacy tentou disfarçar coçando a nuca e fazendo uma pose um pouco sensual.

— Então essas são as nossas convidadas? — Um cupido loiro, de olhos penetrantes e de braços musculosos, gritou, chamando a atenção de todos — Caras, olhem aqui um momento. — Ele pegou um copo e uma colher, e fez barulho — Nesse momento quero que todos saibam que essas duas serão como as nossas escolhidas. Vamos defendê-las dos superiores, não é mesmo? 

Todos os cupidos gritaram "aeeee", concordando. Fiquei vermelha feito um pimentão e a Stacy abriu um sorrisinho. Enquanto isso os cupidos faziam barulho.

— Não se preocupem, estamos com vocês. — O cupido que estava ao meu lado falou, tocando meu ombro.

Aquele foi o café da manhã mais interessante que já tomei. Eu e Stacy nos sentimos acolhidas. Morar naquela mansão por um tempo indeterminado não vai ser tão ruim.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! Não esqueçam de dizer o que estão achando ♥



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