O dia da viagem para Hogwarts começou agitado na casa dos Potter; Tiago foi o primeiro a ficar pronto, mas ficou provocando os irmãos mais novos, enquanto eles arrumavam as malas, e com tanta bagunça eles saíram de casa quase em cima da hora de pegar o Expresso de Hogwarts. Harry faltou ao trabalho para embarcá-los.

— Pai, quer saber, eu acho mesmo desnecessário você faltar ao trabalho para...

— Eu já sei que você acha isso, Tiago, mas a minha opinião continua a mesma — Lilian sempre ansiosa para ir para a escola, segurou a mão de Tiago, e Alvo a de Giny; Harry levava as bagagens. — Que tal uma ajuda aqui?

— Hermione! — Giny exclamou; Hermione e Ron vinham com os próprios filhos.

— Ah, olá, Giny, Harry, crianças! Pensei que estávamos atrasados, vocês não acreditam, o Ron quase bateu o carro...

— Por que vocês duas não paravam de tagarelar no meu ouvido — Ron acusou a esposa e a filha. — Como está, Harry?

— Bem; vamos, por que estamos mesmo atrasados, Hermione.

— Ah, claro; Lilian querida, você está linda.

Quando Rose chegou a plataforma 9 e ¾ viu James; ele estava sozinho, sentado no malão, segurando a gaiola da coruja; deu um sorriso discreto para ela, que quis sair correndo e lhe abraçar, mas o olhar sério e furioso de Ron não era nada encorajador, e Rose se controlou, afinal haveria tempo quando estivessem em Hogwarts e não valia a pena deixar o pai irritado.

A multidão de bruxos acompanhados por seus pais se aglomerava na plataforma 9 e ¾ preparando-se para o embarque no Expresso de Hogwarts. Tiago, Harry e Ron tiveram que se livrar das bagagens, enquanto Giny e Hermione davam as últimas recomendações às crianças. Tiago viu James a distância, agora sem as malas, falando com uma mulher e uma criança, com certeza exercendo sua função de monitor, pensou.

— Você não vai falar com o seu namorado? — Tiago deu um risinho de brincadeira; Ron ouviu a brincadeira, olhou do sobrinho para a filha, até chegar em James, ele quase explodiu, não fosse Hermione para interromper.

— Ron! Vamos, está na hora de vocês embarcarem! Rosinha, querida, me escreva tá? Cuide do seu irmão — Hermione abraçou a filha.

— Está bem, tudo bem, não se preocupe. Tchau, pai.

— Rosinha... — Ron puxou a filha e envolveu-a num abraço. — Eu amo você, Rose —sussurrou ao ouvido da moça.

— Também te amo, papai — disse ela, escondendo o rosto no ombro dele.

— Bom, vai — Rose esperou que os pais se despedissem de Hugo e subiu no trem com o irmão.

Os Potter também se despediram; Lilian que esperava pela viagem há muito tempo, na hora de subir no trem, agarrou o pai pedindo para que Harry fosse junto.

— Tudo bem, querida, a gente se vê no Natal... Comporte-se, e cuide dos seus irmãos, está bem?

— Bem, se a gente não embarcar logo, vamos viajar a pé! — Tiago reclamou. — Tchau, mãe.

— Tiago — o garoto esperava se livrar da despedida melosa, mas Giny deu-lhe um abraço apertado. — Cuida deles?

— Pode deixar. Tchau, pai — os dois trocaram um abraço rápido, com direito a tapinhas nas costas.

— Juízo, garoto — os três irmãos embarcaram, os pais ficaram na plataforma, acenando até o trem se perder de vista.

Tiago conseguiu achar uma cabine vazia, onde sentou com Lilian e Alvo.

— Vocês ficam aqui, eu volto logo.

— Tiago, posso ir?

— Não! Eu vou procurar o Louis, comportem-se, eu não vou demorar — Lily voltou a sentar de braços cruzados e fez um beicinho. — Boba! — disse Tiago e saiu.

— O Tiago é diferente na escola, Lily.

— Como assim?

— Ele sempre fica com os amigos, ou com a namorada, não quer ficar com os irmãos... — Alvo e Lilian ficaram discutindo, disputando o irmão mais velho.

Tiago encontrou Rose no corredor, mas antes que pudesse falar com ela, dois braços “voaram” em seu pescoço; ficou embaraçado e depois de se soltar do abraço forçado, percebeu que era Leah.

— Oi, desculpa, senti saudades!

— Leah? É eu também senti saudades — Tiago mentiu, afinal não pensava em Leah desde aquele dia na casa dos gritos no ano passado.

— Então a gente se vê em Hogwarts — Leah deu um beijo em Tiago que deixou-o vermelho, e tão rápido quanto apareceu, sumiu pelo corredor. Rose olhou para Tiago, com a sobrancelha arqueada.

— Rose, você viu o Louis? Eu não o vi em lugar nenhum...

— Ele está na cabine de sempre — Tiago se sentiu estranhamente mal, quando James apareceu e abraçou Rose, parecia que ele estava escondido em algum lugar esperando que ele e Rose se encontrassem para aparecer, e então a barreira que os separava era erguida novamente.

— bom, a gente se vê.

A coisa que alguns estudantes menos faziam era ficar sentados dentro das cabines durante a viagem; um ia a cabine do outro, grupos se formavam no corredor, sempre havia pressa em reencontrar um colega, um namorado, namorada, e principalmente precisavam tornar a viagem menos chata.

Na hora do desembarque Lilian relutou em se separar dos irmãos, mas ao saber que os alunos do primeiro ano iam de barco com Hagrid, ficou mais tranquila.

— A gente vai se ver logo, Lily, no salão principal, quando você vai ser escolhida para Sonserina!

— Isso!

— é preciso ser muito idiota para querer ir para Sonserina — Alvo falou.

— Sonserina é a melhor! — Lilian protestou.

— Papai e mamãe foram da Grifinória...

— Assim como os maiores bruxos da história, blábláblá... Para de ser chato, Al! — Tiago puxou o irmão pela roupa, e acenou para Hagrid e os dois saíram. — Olha um Testrálio! — Alvo deu um pulo assustado, mas quando se virou não viu nada, a não ser a carruagem, e os colegas embarcando.

Alvo sentou numa carruagem onde já estava Rose. Tiago colocou o pé pra subir, mas, no mesmo instante James também estava embarcando; Tiago desistiu e procurou outra.

— A gente se vê, Al.

— Acho que ele tem problemas — James sentou ao lado de Rose. — O garotinho com você no trem era o seu irmão?

— É, o Huguinho.