Moon Lovers: The Second Chance escrita por Van Vet, Andye


Capítulo 67
Duas Escolhas de Shin


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!! Como estão todos? Por aqui, as autoras estão muito
felizes com a dedicação de vocês na leitura e nos comentários.
De verdade, estamos surpresas com os números que a
fic alcançou e com o empenho dos nossos leitores para ficarem sempre
conosco. Aproveitando, um outro agradecimento muito especial para a
Bruna Vieira que fez a décima sétima recomendação da fanfic!!! Olha,
obrigadaaaaa!

Sobre o capítulo de hoje, temos mais um pouquinho do "osso duro de
roer", Gun; Shin e Ha Jin e um momento que certamente vocês gostarão;
E também mais do shipp oficial, Mi Ok e Jung ♥

Sem mais falatório, ótima leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715437/chapter/67

A primeira notícia, embora dolorosa na prática, havia enchido o peito do desolado Wang Gun de felicidade. Estou sentindo meu dedo, estou sentindo meu pé, devaneou deslumbrado, ainda no dia em que o médico o pinçara no dedinho mínimo, o osso latejando o restante do dia pelo exame do neurologista.

Aquela sensação de engajamento, entretanto, logo o abandonou porque um novo obstáculo surgiu. Em sua ingenuidade, acreditou que seria apenas ficar deitado na cama ou se arrastando na cadeira de roda pelos cômodos da mansão que, um belo dia, acordaria andando.

O corpo não respondia aos seus caprichos. Ele tinha seus próprios caminhos, suas etapas e, acima de tudo, cobrava tempo quando o tempo era cruel com ele.

A verdade é que Gun ficara muito tempo sem andar, os músculos das pernas em atrofia não estavam mais acostumados a sustentar o peso de um homem adulto. A medula seguia em franca recuperação, mas também precisava de estímulos diários para criar novas sinapses e comandar novos passos.

No geral, todo o processo para reverter as consequências da paralisia era extenuante.

Era uma manhã chuvosa de primavera. Exatas quatro semanas desde que voltara a ter sensibilidade nos membros novamente. Ele se sentava na beirada de sua imensa cama, encarando as barras de aço à sua frente e escutando o fisioterapeuta incentivá-lo como se estivesse incentivando um cachorro burro à segui-lo.

— O senhor precisa levantar daí em algum momento. Se ficar protelando não irá se recuperar rápido como pensa. Venha — o jovem profissional estendeu as mãos, o chamando para o desafio — Vamos vencer esses dois metros de uma vez.

— Você não sabe nada sobre meus pensamentos — Gun rosnou para o rapaz. A sorte do fisioterapeuta era que, enfim, ele havia aprendido a lidar com a aspereza do paciente.

Suspirando fundo, barganhou:

— Tudo bem, eu não sei. Nunca fiquei sem andar, contudo acho que você está me pagando porque tem esse objetivo, não? O de andar…

— Cala a boca, seu idiota — o herdeiro bufou e esticou as mãos para que aquela matraca parasse de encher seus ouvidos com palavras imbecis temendo que em algum ponto se transformasse num discurso de autoestima.

Com muita cautela e muito medo – sentia-se um bebê às vezes – Gun ficou em pé. O tempo todo amparado pelo fisioterapeuta, se deixou levar até as barras de metal do equipamento médico e apoiou uma mão em cada um dos lados. Seu amparador remunerado se afastou e assim que os dedos envolveram o metal frio, ele começou a suar.

Tudo aquilo era puro masoquismo. Quando tentasse dar os primeiros passinhos a dor o atingiria em diversos pontos e, com ela, viria a tremedeira, a fadiga, e, por fim, mas não menos aterrador, o desespero de não conseguir dar passos simples como todo ser humano, dos mais impressionantes até os menos favorecidos física e mentalmente, conseguiam.

— Vamos lá, seu primeiro passo. Está demorando demais.

Gun olhou para o homem ao lado com ódio assassino antes de procurar se concentrar no objetivo. Terminando o objetivo logo, terminaria o desprazer de ver o sujeito. Os joelhos balançavam como bambus à prova de ventania e os braços ardiam pelo trabalho árduo de ter de equilibrar o restante do corpo. Uma gota do suor que encharcava-lhe a testa escorreu para seu olho, ardendo pela água salobra.

Piscando forte para espantar a gota intrusa – se retirasse uma das mãos para coçar o rosto cairia feito um boneco contra o chão – apertou ainda mais as barras de metal. Quando conseguiu focar no percurso à frente, os mesmos dois metros, esforçou-se, ignorando a dor e o suador, para que seu pé avançasse milímetros que fosse.

A concentração que teve de dispor para dar um diminuto avanço, seguido de outro ainda mais desconcertante e um terceiro desajeitado, o recompensou com o desequilíbrio. As mãos molhadas escorregaram do ferro e alcançou o chão com uma queda tosca e humilhante, sendo que mal havia dado três passos.

— Bem, isso é normal… Acho que você precisa apenas de mais co…

— Me solta! — empurrou o fisioterapeuta que se agachava para ajudá-lo.

— Esqueça esse tombo. Venha, vou ajudá-lo a se levantar.

— ME SOLTA!! — Gun gritou com mais ferocidade, um nó opressivo esmagando sua garganta e uma vontade implacável de chorar. Só queria que fosse fácil. Que suas provações estivessem acabando — Some do meu quarto! Some daqui!

— É difícil, mas você precisa tentar, senhor… — o rapaz, afastando-se com cautela, negociou.

— Não preciso de nada. Sai, sai, sai!

— Você não vai desistir tão fácil — uma voz ordenou às costas de Gun. Em seguida, sem que ele tivesse tempo de se virar, braços ágeis agarraram-no por debaixo dos braços e o içaram de encontro às barras novamente.

— Me larga! Me larga, bastardo… — ele debateu-se ao ver que era Shin que o incentivava a apoiar-se em pé de novo — Quem te…

— Coloque as mãos nas barras. Agora! — Shin rebateu com seriedade e precisão.

— Nã… o que?

Gun tentou um modo de se livrar do irmão, mas ele havia sido mais ligeiro e estava numa grande vantagem física. De repente, suas mãos já encontravam-se fixadas nas barras pela segunda vez e soltá-las significava tombar. E tombar na frente do filho da governanta significava se humilhar.

— Eu não quero a sua ajuda… — ele arfou, recomeçara a suar e a sentir dor, encarando Shin afastar-se dele para observar sua próxima queda — Eu te odeio.

Na outra extremidade do equipamento, Shin fitava seu irmão com uma angústia verdadeira. Sentia a dor dele escapar pelo olhar, por mais que ele quisesse o fazer acreditar que aquilo era apenas ódio.

Mas não era.

E Shin sentiu com aquela esquisita sensibilidade que vinha circundando-o nas últimas semanas que gestos mínimos para alguém que o destratara tanto poderiam trazer alguma paz incompreensível à sua alma. Uma espécie de carma misterioso a ser quebrado.

— Ódio ou não, você tem que começar de algum jeito — disse para Gun, que se esforçava muito para se equilibrar nas barras.

— O que… você… sabe… sobre os meus… sentimentos…? — o outro perguntou entredentes. A cada palavra daquela pergunta seus pés avançavam mais.

— Sei que você não vê a hora de se livrar deles — Shin respondeu com muita sinceridade. De frente para Gun, ao fim do circuito, o estimulou — Você não combina com essa história de cadeira de rodas. Melhor se mover logo e sair dessa condição ou será apenas um covarde.

— Eu… (dor) não… (suor) sou… (tremor) um covarde… (confiança).

— Prove.

Com raiva e empolgação, dois sentimentos que não costumavam correr juntos, Gun engoliu todas as dificuldades que o circundavam e, passo a passo, venceu o circuito de dois metros.

Quando chegou ao fim, exausto e ensopado, encarou o irmão mais velho bem dentro dos olhos e pensou em algo ofensivo o bastante para quebrar toda aquela confiança que via ao redor dele.

Shin ergueu o queixo e aguardou os insultos que viriam, porém Gun deixou o momento passar dando um quase invisível sorriso que era o mais perto que Shin chegaria de um “obrigado”.

Para os dois, aquilo era o início de uma evolução.

***

Ha Jin abriu os olhos após se espreguiçar demoradamente sobre os edredons. O clima estava ótimo, ela pensou. Perfeito para um passeio em algum parque, para uma viagem até uma praia próxima ou, simplesmente, para um dia reconfortante abraçada ao seu namorado.

Namorado?

Pegou o lençol mais próximo na bagunça que era aquele ambiente e os pressionou irritada sobre os olhos, desejando intensamente voltar a dormir. Estava irritada, mas também estava feliz.

Não poderia negar, jamais, o sentimento reconfortante que sentia em seu peito ao saber que os herdeiros estavam trabalhando juntos, mutuamente, se ajudando para que o nome de sua família e seus objetivos fossem reerguidos e alcançados.

Ficara ainda mais feliz quando soube pelo namorado, através daquele aplicativo horroroso onde iniciaram sua “amizade” meses atrás e que, agora, era o único meio onde se “encontravam”, sobre a melhora de Gun e como sua expressão começava a desanuviar.

No fim, acho que era a proximidade com a mãe, afinal...

Mas não se sentia inteiramente feliz. Toda aquela dedicação para que a empresa Wang tomasse de volta o seu lugar distanciava, e muito, a jovem do seu namorado, tão dedicado à sua família e àquele projeto e tão esquecido quando se tratava de sentimentos.

 

Não conseguia raciocinar como que em pouco mais de dois meses o relacionamento dos dois chegara naquele ponto. Mal se viam, mal se falavam, nem mesmo o Line era um meio de comunicação para o sempre ocupado Shin.

Temeu o futuro quando lembranças daquele passado em Goryeo começaram a povoar a sua mente. Lembrou-se do seu amado rei, de toda dedicação que ele tivera com o seu reino, de como essa dedicação o distanciara dela... de como ela não aceitara as decisões que ele tomara.

Balançou a cabeça veementemente, em negativa. Queria afastar aqueles pensamentos de sua cabeça, de suas lembranças... Preferia lembranças felizes, as lembranças de momentos doces que vivenciaram juntos.

Lembrou-se da última vez que saíram, quando se perderam sem rumo e pararam em um bosque qualquer. Aquele que deveria ser o seu momento a sós depois de semanas foi interrompido rapidamente, tão logo o fissurado Taeyang o ligou e ele, igualmente tomado por aquele ímpeto de vitória, seguiu correndo ao encontro do irmão.

Desde aquele dia, já contava dezessete dias que não se viam e mesmo as mensagens via Line estavam ficando escassas. Shin mal tinha tempo para usar o celular nos últimos tempos. Não pode evitar a irritação.

Levantou-se furiosa e rumou em direção ao banheiro.

Enquanto escovava os dentes, lembrou-se de muitos momentos doces vivenciados com ele como no dia em que passearam pelo centro e compraram aquelas camisas de casal cafonas que ele a obrigou a usar durante todo o dia e ela, morta de vergonha por aquela situação, sentiu-se animada e feliz por estar ali, fazendo aquela cafonice com ele.

Sorriu. Sentiu também a face esquentar.

Não conseguiu deixar passar a lembrança da noite de amor que tivera com o namorado tão pouco tempo atrás quando, como uma forma de recompensa por toda dedicação que ele lhe tinha, ofereceu-lhe um jantar simples onde a sobremesa fora uma massagem e um bom momento a sós. Acreditou que ele gostara… mas sentia que ele esquecera.

Lembrou-se também do dia em que ele, em um surto momentâneo, pensou em ensiná-la a pilotar aquela moto gigantesca. Era lógico que a situação não daria muito certo.

Ela, em sua baixa estatura, mal conseguia colocar as pontas dos pés no chão para equilibrar-se, mas ele não desistiu, dizendo que compraria uma menor para que ela pudesse ficar mais à vontade com suas “pernas de anã.” A tentativa gerou várias gargalhadas, um momento único e uma promessa até então não cumprida.

Suspirou.

— Está nervosa? — Shin olhou para ela que esfregava as mãos agitada.

— Um pouco…

— Não há motivos. Tenho certeza que meus avós vão te adorar… E mais, se você conseguiu conquistar minha mãe, não tem uma pessoa nesse mundo que você não conquiste.

— O que quer dizer com isso, seu moleque? — Hin Hee, que desde que voltara ao trabalho tinha folgas a cada quinze dias, falou bagunçando os cabelos do filho.

— Nada… Era só uma brincadeira boba… — ele rebateu sem graça, as bochechas corando.

— Pensei que, por algum momento, você deu a entender que sou uma pessoa que não costuma gostar das pessoas… — ela o fitou ameaçadoramente, uma nota de carinho na voz.

— Não… Não pensei nada disso, mãe — o outro continuou a justificativa, soltando a mão de Ha Jin para abraçar a mais velha — Como está passando sua folga? Fiquei sabendo que pode chover de novo esses dias… o vô deve estar feliz, não é mesmo?

— Sim… — a mulher respondeu após o abraço, os olhos semicerrados, brincalhona, deixando que o filho mudasse o rumo da conversa sem problemas.

E Ha Jin também sorria.

Era mágico presenciar aqueles momentos de interação entre mãe e filho, tanto tempo separados por culpa da ganância e do desamor. A expressão feliz e aberta de Hin Hee confrontava em intensidade o brilho dos olhos do filho que encontrara o amor da mãe.

— Meus pais estão te esperando, Ha Jin. Vamos entrar?

— Sim.

— Ela está nervosa — Shin falou em tom brincalhão, voltando a segurar a mão da namorada.

— Não fique, minha querida… Você já conseguiu me conquistar, essa era a parte mais difícil desse relacionamento.

Ha Jin sorriu da alfinetada da mãe ao filho. Shin ficou sem graça e, juntos, rumaram para a parte interna da casa onde a jovem foi recebida com sorrisos e muita comida caseira.

— Mas ela é realmente linda… — Hong Sang falou mais uma vez, depois de algum tempo, enquanto tomavam um pouco de chá — Você bem disse da beleza dessa moça, meu neto.

— Não disse para a senhora que tenho bom gosto? — ele falou brincalhão, o ar jovial impregnado nele.

— Também tenho bom gosto — Ha Jin falou em meio a um sorriso e recebeu um beijo doce na bochecha.

— Disso ninguém duvida, tenha certeza — ele falou presunçoso, todo feliz — Você foi sortuda que o mais bonito e inteligente daquela casa olhou para você.

— Pode ser bonito e inteligente, mas também está ficando convencido que até é insuportável — Hin Hee brincou e todos sorriram, à exceção da vítima — Deixe de se gabar assim… Esquece que não teria metade de suas qualidades se não fosse meu filho?

— Depois o convencido é o menino… — o senhor, revirando os olhos, comentou para ninguém em especial.

— Estou aqui imaginando como serão lindos os meus bisnetos… — a senhora cortou a supervalorização que se iniciara e voltou ao assunto que mais lhe interessava, a face de Ha Jin corando e esquentando violentamente — Quando pensam em casar, queridos?

— Não fale essas coisas, mulher — Gyung Ho interrompeu — Eles são muito jovens para ter filhos e essas coisas… A menina ainda está na faculdade. Deixe que eles decidam essas coisas sozinhos. Não vá pressionar as crianças a se casarem agora.

— E quem disse que estou falando para terem filhos agora, seu velho enxerido? — a senhora rebateu, armada para a luta — Também não estou pressionando ninguém. Só tenho curiosidade sobre isso e estou falando que imagino a belezura que eles serão. Além do mais, está na cara dos dois o quanto se gostam. Sei que isso não demora muito tempo, mas façam o que esse velho está dizendo: Não é bom ter filhos cedo. Não tenham filhos cedo — se dirigiu aos dois.

— Sim…

— Sim, vovó.

Os dois responderam envergonhados, Ha Jin lembrando do primeiro encontro entre Shin e sua mãe e como aquele assunto ressurgiu na conversa deles durante todo o dia em que a senhora permaneceu na sua casa.

Ali, todavia, o assunto pareceu-se encerrar-se e ela agradeceu aos céus que ele não se repetiu.

Era inevitável não ficar nervosa quando falavam de filhos perto dela, ainda mais quando esses filhos eram dela com Shin. Não tinha como não pensar em sua filha de mil anos atrás, de como a abandonou não podendo manter-se viva para amá-la e educá-la. Não sabia de nada sobre ela, apenas que fora deixada em boas mãos, nas mãos de seu grande amigo, o décimo quarto príncipe, Wang Jung.

Sorriu para aqueles senhores, se deixou levar pelo momento e decidiu lançar para longe as suas lembranças tristes do passado. Estava ali para aproveitar e aproveitaria o momento ao máximo com aquelas pessoas tão amáveis e gentis.

Se divertiu, comeu, jogou vários joguinhos iniciados pelo senhor da casa e ainda teve o prazer de ver várias fotos de Shin quando criança, o rapaz encabulado em sua própria vergonha por ser assim, tão intimamente, exposto.  

Mas ele não se opôs. Ela sabia que ele estava feliz.

Por baixo daquela expressão irritada por estar sendo “mostrado” em sua intimidade infantil havia alegria e esperança. Ha Jin também sabia que, agora, aquele herdeiro renegado começava a se sentir completo.

Quando voltou de suas lembranças, Ha Jin estava sentada sobre uma banqueta, o celular na mão olhando intensamente para uma foto dela com Shin. A foto fora feita em uma tarde qualquer, enquanto lanchavam após saírem para ver um filme que ela não recordava o nome… nem mesmo recordava sobre o filme.

Sorriu.

Sentia saudades do namorado e temia que ele não sentisse o mesmo. Nem mesmo uma mensagem em três dias.

Muniu-se, então, de coragem, afinal, era sua namorada, e ligou para o rapaz que estava tomando todos os seus pensamentos. Iria convidá-lo para passarem o dia juntos.

Cinco toques depois, ela já estava prestes a desligar, ele atendeu.

— Oi, Ha Jin!

— Oi, Shin…

— Desculpa a demora em atender. Estava no banho.

— Tudo bem. Como está?

— Um pouco cansado, mas estou bem. E você?

— Estou bem… Acordei há pouco também.

— E dormiu bem?

— Sim… Eu estava pensando…

— Ah… Só um momento, Ha Jin. Estão à porta — alguns poucos segundos depois, ele voltou à ligação — Podemos conversar mais tarde? Preciso ir à fábrica agora. Jung e Eujin já estão prontos me esperando.

— Hoje? — ela perguntou com uma nota de aflição na voz. É domingo!

— Sim. O evento está se aproximando e estamos intensificando as coisas. Ainda estamos com o problema na construção do motor, então estamos testando tudo. Alguns funcionários foram chamados e vamos aproveitar o conhecimento em designer de Eujin e o conhecimento de carros esporte de Jung para tentar melhorar o que já fizemos até agora… está bem complicado…

— Entendo…

— Eu preciso ir, Ha Jin. Te ligo mais tarde, tudo bem?

— Tudo bem. Bom trabalho.

— Obrigado.

— Não esquece de se alimentar…

— Não vou esquecer. Até mais.

Ela ouviu o toque do telefone. A chamada fora desligada. Suspirou profundamente, estava cansada. Não havia alegrias naquele momento, mesmo que estivessem unidos. O coração de Ha Jin também estava triste.

Caminhou em direção aos edredons, ligou a TV e deitou-se. Perdera por completo o apetite. O celular fora novamente esquecido em um lugar qualquer do apartamento. Não precisava ficar ansiosa. Aquela já não era a primeira vez que aquilo acontecia, e ela sabia: ele não iria ligar.

***

Mi Ok estava calada, não por tristeza, mas por seguir admirando sua situação naquele momento: Jung, seu namorado, segurava sua mão com firmeza e os dois, lado a lado, caminhavam pela praça que, tantas vezes, foi palco de suas confissões. A mesma praça onde os dois, finalmente se declararam.

O tempo começava a esquentar. As flores começavam a diminuir sua intensidade, mas tudo ainda continuava lindamente colorido, os pássaros ainda voavam alegres cantarolando naquele local e era possível contemplar as borboletas, belas em suas diferenças, fazerem sua dança sobre flores convidativas.

Mas Mi Ok seguia observando as mãos dos dois, dadas, unidas. E reparava, sem muita discrição, nos dedos longos, tão retinhos, que pareciam ter sido desenhados, do namorado. Ficava encantada como as mãos de ambos se encaixavam bem e se sentia boba por pensar sobre aquilo.

— Por que está tão calada hoje? Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou depois de um tempo caminhando lado a lado.

— Não… Não problema… Na verdade, eu tenho uma novidade, mas estou calada porque estava admirando sua mão… sua mão segurando a minha.

Jung parou de repente. Colocou-se diante dela e, trazendo as mãos diante de seus olhos, as contemplou demoradamente. Em seguida, um sorriso ofertado à namorada.

— Nossas mãos se encaixam bem, não é? — ele perguntou e ela sentiu a face esquentar.

— Sim… parece que sim — respondeu envergonhada.

— Parece que devíamos sempre ter ficado juntos… Tenho essa sensação a cada novo dia… Você não?

— É… Posso dizer que sim.

— Sabe do que mais? — ele continuou pensativo — Estava pensando em como ficamos sobre nossas idades? Você é mais velha, mas não quero te chamar de noona por aí…

— Mas nem é tanto tempo assim de diferença… Na verdade, se não se importar, eu prefiro te chamar de oppa…

— De que? — ele perguntou com um sorriso abobalhado.

— Oppa…

— Oh… Mas você é tão fofa… Como consegue ser tão adorável?

— São seus olhos, provavelmente… Ninguém mais fala essas coisas para mim além de você.

— Porque ninguém mais conseguiu ver a garota fofa e maravilhosa que você é…

— Assim você me deixa sem graça… oppa.

— Ai… que fofa — ele a abraçou apertado, a mão fazendo um cafuné — Não sei como consegui viver tanto tempo longe de você, Mi Ok…

— E eu de você… parece um sonho.

— Mas não é. Estamos juntos e isso tudo é muito bom.

— É sim… — uma nota de tristeza foi percebida.

— O que foi agora?

— Não é nada demais… Não se preocupe.

— Mi Ok, por favor… Sabe que eu te conheço, não é? — ela afirmou com a cabeça — O que você tem? Que expressão triste foi essa, assim, de repente?

— É que… Ainda penso em sua mãe…

— Mi Ok…

— Eu sei… Eu sei que você disse para eu não me preocupar, mas, por minha causa, vocês não se falam mais.

— A culpa não é sua… Se minha mãe e eu não estamos nos falando, é porque ela não consegue ver nada além de suas próprias vontades.

— Mesmo assim…

— Mesmo assim, você não deve se preocupar. Os problemas entre minha mãe, meu irmão e eu são bem maiores do que o nosso namoro, já te disse… E, um dia, ela vai voltar atrás. Eu tenho certeza que ela vai voltar atrás.

— E seguimos sem a benção dela…

— Isso realmente importa? Estarmos bem, juntos, felizes, não é o suficiente?

— Isso é muito importante… Mas eu entendo as circunstâncias. Infelizmente, é assim.

— Não quero que fiquei triste por isso. Tenho muita esperança que minha mãe volte atrás em algum momento… que perceba o que está fazendo e que está nos afastando dela. Quando isso acontecer, as coisas ficarão perfeitas, não é assim?

— Sim.

— Desfaça essa carinha triste, por favor, e tenha paciência… Não gosto de te ver assim. Venha, vamos tomar um sorvete.

Os dois seguiram para uma lanchonete na praça e enquanto se deliciavam, e se refrescavam naquele fim de tarde quente, Jung aproveitou para continuar o assunto anterior.

— Mas o que queria me contar?

— Ah… sobre isso. Lembra que te falei de um plano de carreira que teríamos na ISOI?

— Lembro sim…

— Lembra que eu te falei que alguns funcionários seriam treinados para trabalharem nas partes técnicas e administrativas da empresa?

— Sim…

— Então…

— Então?

— Eu fui uma das funcionárias selecionadas… — contou alegre, radiante por aquela novidade — Vou começar o treinamento na próxima segunda. Serei escalada para a parte administrativa da empresa…

— Isso é ótimo, Mi Ok! Parabéns!

— Sim… É ótimo! Eu vou trabalhar apenas de segunda a sexta, e o horário vai ser mais leve também. Não vou mais precisar cumprir as metas de vendas e ainda vou poder fazer cursos e treinamentos que vão melhorar o meu profissional… Oppa… Sabe o que é melhor?

— O que?

— Vou poder voltar para os treinos e colocar aquele bando de urubus que dão em cima de você no lugar delas…

— Ah… Mi Ok — ele gargalhou gostosamente — Isso é coisa da sua cabeça. Ninguém dá em cima de mim.

— Você que pensa… Eu vejo muito bem o jeito como aquelas mocreias te olham. Não… Não vou mais permitir que elas façam isso. Vou chegar na academia te cumprimentando com um beijo… Vou matar todas elas de inveja… São um bando de atiradas e merecem isso como castigo — ela falava com irritação, caretas de desprezo enquanto detalhava os próximos movimentos.

— Você é muito fofa, realmente — a mão lhe fez um novo cafuné — Mesmo quando está no modo vingativa.

— E você, um excelente namorado, mesmo quanto não percebe que estão te cantando.

— Vamos, pare com essa conversa e coma… — ele pediu tomando mais uma colherada — Você será bem-vinda de volta na academia e eu vou adorar ser cumprimentado com um beijo.

— Eu sei que vai — tomou mais uma colherada — E sabe o que mais? Nunca… Nunca em minha vida eu imaginei que receberia uma oportunidade dessas…  

— Por que a surpresa? Você só está sendo recompensada pelo seu esforço e eu te dou meus parabéns! — ele lhe roubou um selinho — Estou muito feliz por você.

— Seu irmão e sua cunhada… Eles são os melhores patrões que alguém poderia querer. Tudo está melhor depois que eles assumiram a ISOI. Estou tão feliz!!!

— Então vamos comemorar, o que acha?

— Comemorar? E como seria?

— Que tal… irmos ao parque? Faz muito tempo que não vou em um… Vamos comemorar sua promoção em grande estilo. Vamos nos divertir a tarde inteira, que tal?

— Acho muito bom! — ela sorriu abertamente.

— Vamos!

Os dois partiram em direção ao parque da cidade tão logo terminaram seus sorvetes. Era bem verdade que tentavam não se importar com aquela realidade, mas a forma como Min-joo agiu ao saber do relacionamento dos dois mexeu, e muito, com os pensamentos de ambos.

Mesmo assim, eles preferiam seguir confiantes, crentes de que, mais cedo ou mais tarde, a jovem senhora os aceitaria. Era uma situação difícil e que, provavelmente demoraria muito tempo, mas eles tinham fé.

Acreditavam que o sentimento que existia dentro deles era mais forte e intenso que as negativas da mãe de Jung e que, assim como as oportunidades se abririam para eles, essa negativa se tornaria positiva em algum momento.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Glossário:

Concubina Oh - Nyeo Hin Hee
Hae Soo - Go Ha Jin
Hwangbo Yeon-hwa - Wang Yun Mi
Imperatriz Hwangbo - Woo Ah Ra
Ji Eun Tak (OC) - 4ª esposa de Wang Hansol
Khan Mi-Ok (OC)- amiga de Ha Jin
Lady Hae - Kim Na Na
Li Chang Ru (OC) - 1ª esposa de Wang Hansol
Park Soon-duk - Doh Hea
Park Soo-kyung - Doh Yoseob
Park Sun Hee (OC) - Esposa de Sook
Sung Ryung (OC) - empregada/amiga de Ha Jin
Taejo - Wang Hansol
Wang Baek Ah - Wang Eujin
Wang Eun - Wang Sun
Wang Yo - Wang Gun
Wang Ha Na - filha de Wang Sook
Wang Jung - Wang Jung
Wang Mu - Wang Sook
Wang So - Wang Shin
Wang Wook - Wang Taeyang
Yoon Min-joo - Imperatriz Yoo
Nahm Hye - Woo Hee



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Moon Lovers: The Second Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.