P.O.V Maya Smith

Segurei o ombro de Joshua antes que ele abrisse a porta do carro e, instantaneamente, ele virou, me olhando confuso. Respirei fundo e tentei esboçar o melhor sorriso, mas não funcionou, e ele soltou uma risada pela careta que se formou em meu rosto.

— Você não é boa em disfarçar nervosismo — Josh disse e segurou minha mão.

— Eu não sei se foi o certo. Voltar para Beacon Hills foi loucura — falei virando para frente e segurando com força o volante. — Eu deveria ter escutado o papai e o Steven.

— Ei, nós vamos juntos. Eu sou seu irmão, sempre vou está aqui — ele falou, sorrindo, e eu acabei rindo.

— Eu quem deveria dizer isso. Sou a mais velha — falei e Josh revirou os olhos.

— Vamos logo, idosa — ele disse e eu assenti.

Entramos no hospital e eu fui até a recepção enquanto Josh ficava na Respirei fundo e prendi a respiração, sentindo a sensação passar. Olhei para a sala novamente e ergui a cabeça.porta, apenas olhando ao redor. Em seguida, fomos direto para o andar que a mulher da recepção falou e, ao chegar na frente da sala, meus pés pararam. Uma sensação terrível invadiu meu corpo. Era como se eu saísse dele. Fechei minhas mãos com força e, em seguida, os olhos. Senti-os ficando azuis. Eu sei que ficaram.

— Maya, respira! É só a mamãe — Josh disse colocando as mãos no meu ombro.

— Vamos — falei e abri a porta, sem deixar nenhuma brecha para Josh falar algo.

Assim que abri, vi minha mãe sentada na cama comendo uma gelatina do hospital. Josh coçou a garganta e ela olhou para a gente, sorrindo em seguida. Josh foi o primeiro a ir até ela e abraçá-la. Eu fiquei apenas olhando, assustada pela faixa em sua cabeça e pelo braço quebrado.

Quando eles se soltaram, ela me olhou e sorriu de forma triste. Eu simplesmente não aguentei e corri para abraçá-la. Ela era a minha mãe, e, apesar de tudo, nos amávamos. Abracei-a o mais forte possível, despejando toda a saudade que eu senti nesses 5 anos que não a via.

— Senti tanta falta de vocês — ela falou e nos soltamos.

— Nós também, Melly — falei e Josh me olhou com um pouco de raiva.

— Melly — ela repetiu em um quase sussurro. — Tudo bem, vamos ter tempo.

— Mãe, você está melhor? — Josh perguntou tentando mudar de assunto.

Josh sabia que eu não conseguia chamá-la de “mãe”, mesmo que eu tentasse. Eu a amava muito, mas algo não me deixava fazer aquilo. Quando tentava chamá-la assim, as palavras mudavam e eu acabava chamando-a pelo apelido.

— Eu vou sobreviver — Melly disse com um sorriso fraco.

— Você sabe o que aconteceu? — Josh perguntou.

— Eu acho que foi um lobo, mas não existem lobos por aqui — assim que ela falou isso, eu e Josh nos encaramos como se tivéssemos visto uma assombração.

— Melly, Josh e eu precisamos conversar! Já voltamos — falei e ela assentiu.

Josh e eu fomos, em passos largos, até o lado de fora do quarto e nos olhamos por alguns segundos.

— Como podem ter lobisomens aqui? Eu não senti nada até agora — eu falei e ele pareceu pensar em algo.

— Podem ter ido embora ou estão muito bem escondidos — Josh falou. — Pelo menos, eles não estão no hospital. Eu já teria sentido o cheiro. Você consegue ver algo?

— Não! Eles não estão fazendo nada agora. Também não estou escutando nada — falei olhando atentamente para a parede e depois olhei para ele. — Por que fariam isso com a Melly?

— É mãe, não Melly. Porque você e o Steven fazem isso com ela? Ela é nossa mãe — Josh falou me olhando triste.

— Desculpa! Você sabe que eu tento, mas não dá. Prometo me esforçar mais, ok? — Falei e ele assentiu.

— Estou com fome — ele disse e eu ri.

— Cortou o clima meloso de irmãos, seu sem sentimentos — falei e nós dois rimos. — Vou pegar algo. Fica com ela.

Josh assentiu e entrou novamente na sala, então eu comecei a andar. Eu achava até engraçado o fato de que ele, às vezes, se comportava como meu irmão mais velho, mesmo eu sendo a mais velha. Mesmo que apenas um ano.

— A quase normal — falei sussurrando para mim mesma, soltando uma risada logo em seguida.

Virei um dos corredores do hospital e então vi um garoto batendo na máquina de lanches. Por um minuto eu ri. Ri muito na verdade, mas a minha barriga logo deu sinal de vida e eu voltei a ir em direção a máquina. Chegando perto, o garoto me olhou e eu levantei uma das sobrancelhas.Me posicionei e girei, dando um chute na máquina.

— Está quebrada — ele disse apontando para a máquina e eu soltei uma pequena risada.

Cheguei perto da máquina e me concentrei. Rapidamente eu girei e chutei a máquina novamente, fazendo com que o doce do garoto caísse e eu o peguei.

— Não está mais — falei e entreguei para ele.

Coloquei o dinheiro na máquina e meu doce caiu. Peguei-o e comecei a abrir, mas logo percebi que o garoto ainda me olhava, confuso e surpreso.

— Sou Maya, e você ? — perguntei e ele pareceu despertar de um pensamento.

— Anh, Stiles — ele disse e eu assenti.

Olhei para trás e Josh me olhava com os olhos semicerrados, me fazendo revirar os olhos. O garoto olhou para trás e se assustou um pouco quando viu Josh.

— Até mais, Stiles — falei e sai andando até o final do corredor, onde Josh estava parado, olhando para o Stiles.