Tudo Junto e Misturado escrita por luizacullen02


Capítulo 35
3ª Fase - capítulo 5 - Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu nunca escrevi um capítulo tão grande na minha vida, hihi.
Isso é para recompensar vocês pela a demora...Ando meio sumida.
Espero que não me odeiem,
Boa Leitura.



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RENESMEE PDV

Eu realmente estava cansada de ficar trancada naquele quarto. Eu queria ver Jacob, mas tinha medo. Eu realmente estava zangada com ele, e me perguntava seriamente se ele gostava mesmo de mim.

Minha barriga estava roncando, eu precisava sair daquele quarto.

Eu respirei fundo quatro vezes, e saí.

Jacob não estava na sala – o que foi um alivio – então eu aproveitei e corri para a cozinha. Eu abri a geladeira rapidamente, sem querer ser pega, e peguei as primeiras coisas que eu encontrei

Com certeza, a última geladeira onde você encontraria coisas saudáveis, era a nossa. Sorvete, cerveja, refrigerante...

Eu decidi pegar uma lata de coca-cola.

Quando eu me virei, me deparei com Jacob, sentado no chão da cozinha, comendo o pote de sorvete da Bella. Eu pulei de susto e quase deixei meu refrigerante cair no chão.

- Você não era tão distraída assim... – Comentou Jacob.

Eu ignorei seu comentário e saí da cozinha.

- Por favor, fique.

Sua voz soou tão gentil e apelativa, que eu não pude não recusar.

Nós nos sentamos-se à mesa da cozinha, um de frente para o outro. Eu não sabia oque dizer, então, para manter a boca ocupada, eu comecei a beber o meu refrigerante. Eu sempre ficava muito nervosa quando estava com Jacob, mas eu não lembrava de um momento onde as coisas ficavam tão constrangedoras como agora.

O silêncio estava começando a ficar frustrante.

- A Bella vai te matar. – Eu comentei, apontando para o seu sorvete.

Ele deu de ombros.

- Esse vai ser o nosso segredinho. – ele piscou para mim.

Eu limpei a garganta.

Ele devia estar achando que eu era uma idiota! Eu precisava dizer alguma coisa descente.

- Esse apartamento fica tão estranho sem eles...Tranqüilo demais. Não gosto de coisas tranqüilas – eu resmunguei. – Não que eu esteja reclamando, afinal, eu que não quis ir para a Itália. Mas, eu sinto um pouco de falta dos gritos de Emmett...

Eu estava começando a tagarelar...isso não era bom!

Jacob gargalhou.

- Sinto falta da Bella...

- Vocês são bem amigos né?

Finalmente tínhamos um assunto.

- Ela é como uma irmã para mim. Eu sempre me dei muito bem com ela...Você e seus primos também são assim.

- Edward é o mais próximo. Emmett sempre foi muito...brincalhão. Jasper sempre gostou muito de livros, então, ele passava mais tempo com eles.

Jacob sorriu.

- Edward sempre foi muito carinhoso...Apesar de sempre tentar esconder isso. Fico feliz que ele tenha encontrado Bella.

Jacob assentiu, e continuou comendo o seu sorvete. Eu terminei minha coca-cola e me levantei para ir embora, mas Jacob me segurou.

- Eu precisava mesmo conversar com você.

Meu coração acelerou e eu comecei a suar de nervoso. Eu me sentei novamente. Jacob não olhou para mim. Ambos estavam muito nervosos.

- Você passou bastante tempo no seu quarto.

Eu tentei achar minha voz, mas minha garganta estava tão apertada que eu não consegui. Eu limpei a garganta e respirei fundo.

- É assim que as coisas estão agora, Jacob. Eu procuro não me apegar a ninguém mais. – eu retruquei, embora minha voz não tenha saído da forma que eu queria.

- Eu devo ter sido um babaca.

- É verdade, você foi. – eu concordei.

Ele não riu.

- Eu nunca pensei que pudesse ser tão egoísta no mesmo mês. Ou que eu pudesse machucar tantas pessoas...pessoas que eu amo.

Eu não deixei escapar o “as pessoas que eu amo”. Eu gostei daquilo, mas tentei não criar esperanças.

- Eu me sinto péssimo. – ele continuou – eu pensei que eu estava protegendo você. Mas parece que eu apenas machuquei você...Felizmente, agora eu não sou idiota o bastante para ir embora de novo.

Eu percebi onde ele estava querendo chegar.

- Jacob, eu não posso me relacionar com um cara, que vai embora toda a hora.

- Desculpe?

- Como eu vou viver com você assim? Esperando que um dia você vá embora?! Sempre me machucando...?

Jacob suspirou.

- Eu não te culpo por isso. – Ele olhou para o chão.

- Jacob. – Ele olhou para mim de novo – Por que?

- Por que o que? – Ele perguntou idiotamente.

- Por que você foi embora? Por que todo esse drama?

Ele suspirou.

- Eu...acho que você vai saber na hora certa.

Aquilo me irritou. Eu tinha pelo menos o direito de saber!

- Então, eu acho que é melhor você me esquecer, Jacob Black.

Antes que eu levantasse para ir embora dali, a campainha tocou. Eu fiz uma careta e corri para a porta.

Perdi a voz assim que eu abri a porta e encontrei um homem com um sorriso totalmente carismático e muito bonito. Ele era loiro e seus olhos azuis eram hipnotizantes...Apesar de eu gostar muito mais de caras morenos.

- Olá, meu nome é Mike. – Ele estendeu a mão e sorriu.

Eu limpei a garganta e apertei sua mão.

- Renesmee.

- Bom, eu estava procurando uma...amiga. Eu não a vejo há muito tempo. Esme me disse que ela está morando aqui agora.

Ele me deu um papel com um endereço do apartamento e o número. Eu assenti.

- É aqui mesmo. Bom...e qual seria o nome dessa amiga?

Ele sorriu mais largamente, mostrando quase todos os dentes.

- Isabella. Na verdade só Bella. – Ele riu baixinho.

Eu suspirei.

- Ah, claro. Eu adoraria te ajudar, mas ela não está.

- Você sabe se ela vai demorar?

- Muito. Ela está viajando.

Ele pareceu constrangido.

- Tudo bem, eu volto outro dia. Desculpe o incomodo.

- Não foi incomodo nenhum.

Nenhum mesmo.

- Será que você pode me ligar quando ela chegar?

- Claro.

Ele abriu sua mochila, e tirou uma caneta e um pedaço de papel. Ele escreveu rapidamente os números e me entregou.

- Muito obrigado...Renesmee.

Eu sorri.

- Foi um prazer.

Ele assentiu e foi embora. Eu fiquei alguns minutos ali na porta, contemplando o papel.

- O que é isso? – Perguntou Jacob.

Eu dei um pulo de susto. Já era a terceira vez que ele chegava de fininho.

- Não te interessa. – eu resmunguei e fechei a porta.

Jacob correu até mim e tirou o papel da minha mão. Eu cruzei os braços no peito, terrivelmente irritada.

- Por que esse cara te deu o número dele.

Eu sorri.

- Ele gostou de mim e me deu o número dele. – Eu menti, na cara de pau.

Jacob ergueu a sobrancelha.

- O que?

- Você está surdo? Agora, com licença que eu estou muito cansada.

Eu tirei o papel da mão dele e caminhei até o meu quarto, tentando segurar o riso.

BELLA PDV

Eu tentei ter consideração o bastante para não rir de Edward, mas a cena era tão cômica que eu não agüentei. A principio, eu pensei que Edward estava brincando comigo, mas os seus gritos foram ficando mais altos.

- O que eu faço? – Eu gritei.

- Não sei!

Eu mordi o lábio, tentando segurar o riso. Edward gritou de novo.

- Para de gritar, vão pensar que eu estou assassinando você.

Ele revirou os olhos e gemeu de dor.

- Merda! – Ele rosnou.

- Calma...

- ESSE CACETE ESTÁ DOENDO!...

Eu ri baixinho.

-...E VOCÊ AINDA RI! LEGAL!

Eu gargalhei.

- Onde está doendo meu docinho de coco? – Eu perguntei ainda rindo.

Ele apontou para a coxa.

- Calma, eu vou fazer isso parar em um instante.

Eu o deitei na cama e abri o zíper da sua calça.

- O que você...?

- Shhh.

Eu tirei sua calça lentamente...Quando eu vi que ele estava usando uma cueca Box vermelha – e colada – eu fiquei completamente sem ar. Meus batimentos cardíacos estavam á mil. Eu respirei fundo, e tentei me controlar.

Eu comecei a massagear levemente sua coxa. Aquilo foi um pouco estranho porque, eu nunca tinha massageado ninguém...muito menos um homem! Mas, a sensação de alivio foi quase sufocante quando eu percebi que sua dor estava passando.

Depois de aproximadamente meia hora ali, eu parei. Edward, que estava de olhos fechados, abriu os olhos e me fitou.

- Como se sente?

- Melhor, com certeza.

Eu sorri.

Ele segurou meu braço e me puxou para perto dele. Eu caí em cima dele e o beijei.

- Espera um segundo. – Eu me afastei dele e me sentei.

- O que foi?

- Eu preciso ir ao banheiro. – Eu dei um sorriso completamente diabólico.

Ele revirou os olhos e depois riu baixinho.

- Vai lá.

Eu saí da cama e corri para o banheiro. Eu tive todo o cuidado com a porta do banheiro – que era de vidro fume – e tranquei a porta do banheiro.

Foi tudo tão rápido que eu não tive tempo de me segurar. O problema era que o chão do banheiro estava um pouco úmido e escorregadio, que resultou em uma queda completamente barulhenta e dolorosa.

- Aaaai. – eu choraminguei.

Eu tinha conseguido bater a cabeça, cair de bunda no chão e quebrar o meu salto.

- Bella?

Eu massageei a cabeça.

- Está tudo bem?

Eu não respondi.

Eu me concentrei em me levantar,  antes que Edward ficasse preocupado. Eu abri a porta rapidamente e a última coisa que vi foi à testa de Edward bater na minha.

-

Quando abri os olhos de novo, tudo estava rodando. Eu respirei fundo e esperei que meus olhos se acostumassem. Eu levantei a cabeça delicadamente e percebi que eu estava deitada na cama. Eu coloquei a mão na cabeça, mais ou menos na região da queda, e percebi que tinha uma compressa de gelo ali.

- Edward? – Eu chamei sem levantar a cabeça.

- Estou aqui.

Eu rolei os olhos e percebi que ele estava deitado ao meu lado, pressionando a compressa de gelo na testa.

- Caímos feio. Você desmaiou também?

- Não.

- Parece que eu vou ter que ficar deitada aqui por alguns anos.

Edward gemeu.

- Eu também.

ROSALIE PDV

Depois de ficarmos horas e horas passeando pela cidade e parando de hora em hora em lojas de roupas, nós decidimos pegar um ônibus, já que estávamos muito cansados e o metrô iria demorar a passar.

- Eu prefiro esperar o metrô. – resmungou Emmett.

- Mas não é você que está carregando essas sacolas cheias de roupas e perfumes. –  retrucou Alice – Cadê o cavalheirismo de vocês? Vocês realmente não vão pegar as minhas sacolas?

- Desculpe, Alice. – Jasper pegou algumas sacolas.

Emmett gargalhou.

- Você acha mesmo que eu vou levar essas sacolas para você?

Alice bufou.

- Vamos logo nessa droga de ônibus? – Eu soltei um muxoxo seguido de uma careta.

Depois de muita discussão, nós finalmente pegamos o ônibus. O ônibus era muito apertado para muita gente, e nós tínhamos poucas opções de assento. Muitas pessoas conversavam entre si em italiano – eu realmente não entendia uma palavra do que elas estavam dizendo. Alice se sentou com Jasper, mas eu me recusei a me sentar com Emmett. Mas mesmo assim, nós ficamos em assentos bem próximos.

Depois de alguns minutos de tédio, Emmett tirou alguma coisa dos bolsos. Eu fingi não me interessar.

- Se alguém quiser falar comigo, me cutuca.

Eu percebi que ele tinha colocado fones de ouvido. Eu revirei os olhos, e prestei atenção na paisagem lá fora.

Eu nunca fui obcecada em ir á Itália, mas se eu dissesse que Itália não era linda e que eu não estava adorando a viagem, eu estaria mentindo. As ruas de Milão tinham um toque mais antiquado, mas ao mesmo tempo, as pessoas eram completamente modernas.

Era um lugar onde você poderia encontrar muitas estátuas e muitos chafarizes. Aquilo tudo me encantava! E a comida era completamente diferente. A cultura era completamente diferente.

E então a voz de Emmett me tirou de meu devaneio de pensamentos.

- Boom Boom Clap, Boom de Clap de Clap.

MÚSICA *-*

http://www.youtube.com/watch?v=HehUDt2WHcM

Eu franzi o cenho.

- Que Diabos...?

Eu não sei porque eu me surpreendi, mas como um homem de vinte e quatro anos e sã consciência canta HANNAH MONTANNA?!

- Pop it, Lock it, Poka-dot-it, Country-fy, Hip-hop it...- Ele tentava dançar conforme a música.

Alice e Jasper caiam na gargalhada e algumas outras pessoas também. Eu percebi que algumas pessoas dali também falavam a nossa língua.

MICO EM DOSE DUPLA!

- Zig Zag, Cross the floor, Shuffle in Diaginol. When the drum hits, hands on yo hips... – Ele continuava dançando e cantando sentado.

Eu suspirei.

- Sinto falta da época em que minha vida era normal... – Eu murmurei.

-

HOEDOWN THROWDOWN

Hannah Montana

Boom boom clap boom de clap de clap

Boom boom clap boom de clap de clap

Boom boom clap boom de clap de clap

Try it with me here we go

Boom boom clap boom de clap de clap (woah, woah)

Thats right

Boom de clap de clap

Boom boom clap boom de clap de clap (woah, woah)

1,2,3 everybody come on, off your seats

I'm ganna tell you, about a beat, thats ganna make you move your feet

Ill give the bar-b-q, show and tell you how to move

If your 5 or 82 this is something you can do (woah, woah)

Pop it, lock it, poka-dot-it

Country-fy, hip-hop fit

Put your hawk in the sky, move side to side

Jump to the left, stick it, and glide

Zig, zag cross the floor, shuffle in diaginol

When the drum hits, hands on yo hips

One foot in, 1-80 twist

And then a,

Zig zag, step, slide, lean in left, clap 3 times

Shake it out, head to toe

Throw it all together, thats how we role

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Throw it all together, thats how we role

We get to 4, 5, 6 and your feeling busted

But its not time to quit, practice makes you perfect (woah, woah)

Pop it, lock it, poka-dot-it (woah, woah)

Country-fy, hip-hop fit (yeah, yeah)

To the top, to the sky, go side to side (hey, hey)

Jump to the left, stick it, and glide

Zig, zag cross the floor, shuffle in diaginol

When the drum hits, hands on yo hips

One foot in, 1-80 twist

And then a,

Zig zag, step, slide, lean in left, clap 3 times

Shake it out, head to toe

Throw it all together, thats how we role

A boom de clap de clap

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Boom boom clap, come on here we go

Boom boom clap, boom de clap de clap

Boom boom clap, boom de clap de

Pop it, lock it, poka-dot-it (woah, woah)

Country-fy, hip-hop fit (yeah, yeah)

To the top, to the sky, go side to side (hey, hey)

Jump to the left, stick it, and glide

Zig, zag cross the floor, shuffle in diaginol

When the drum hits, hands on yo hips

One foot in, 1-80 twist

And then a,

Zig zag, step, slide, lean in left, clap 3 times

Shake it out, head to toe

Throw it all together, thats how we role

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Throw it all together, thats how we role

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Do the hoedown (throwdown)

Throw it all together, thats how we role

Boom da clap, boom boom clap, boom boom da

Boom boom da clap boom boom da clap, clap

Boom day clap, boom boom clap

Throw it all together thats how we role

Tradução – Terra.

-

Depois de alguns minutos, Emmett finalmente parou de cantar e dançar. Eu e Alice soltamos um suspiro alto de alivio. Depois dessa eu com certeza iria fingir que eu não conhecia Emmett...

- ROSALIE, EU ACHO QUE VOCÊ GOSTA DESSA MÚSICA AQUI. – Emmett sorriu para mim e apontou para o seu Ipod.

Algumas pessoas – que com certeza falavam a nossa língua – olharam para mim e gargalharam. Á essa altura eu já devia estar vermelha como um tomate. Eu coloquei a mão no rosto, terrivelmente envergonhada.

Emmett lia pensamentos?

Depois de alguns minutos, nós ouvimos um som estrondoso seguido de um cheiro horrível de coisa podre. Eu quase vomitei. O pior, é que depois do primeiro, vieram três puns seguidos.

- O que foi isso?

Alice, que estava sentada á minha frente, se virou.

- Emmett soltou um pum... – Ela colocou a mão no nariz. – E nem se deu conta disso.

Eu olhei para Emmett, e ele fazia dancinhas, como se nada tivesse acontecido. Um senhor exclamou:

- Dio mio, Che cosa é questa puzza?

(Meu Deus, que cheiro é esse?)

Alice fez uma careta.

- Mi dispiace signore, il nostro amico si lasció sfuggire un...peto.

(Desculpe senhor, nosso amigo soltou um...pum.)

O velho soltou um muxoxo e balançou a cabeça, em sinal de desdém enquanto algumas pessoas xingavam – graças a Deus eu não entendia nada.

-

- Emmett, qual é o seu problema? – Eu perguntei assim que descemos do ônibus.

- O que é? Eu gosto de Hannah Montana, ta? – Seu tom de voz soou completamente infantil.

Eu revirei os olhos.

- Eu estava me referindo ao pum que você soltou!

- Que pum? – Ele parecia sem graça.

- Você não ouviu?

- A música estava muito alta. – Ele riu baixinho.

- O que você comeu hoje? Sério, eu acho que nunca senti nada mais podre...

Emmett sorriu e bateu no peito.

- É de família.

Jasper riu e olhou para o céu.

- Já está anoiteceu. Alice, é melhor irmos logo.

- Tem razão. – Ela concordou.

E então nós entramos no primeiro restaurante que encontramos.

BELLA PDV

- Você se sente melhor? – Eu perguntei enquanto tirava a compressa de gelo da minha testa.

- Um pouco.

Eu me sentei e examinei seu rosto com os olhos.

- Nossa, Edward!

- O que foi? – Ele se sentou também, assustado.

- Tem um hematoma vermelho na sua testa... – Eu toquei levemente a ponta dos dedos na região machucada.

- Aaai.

Eu ri baixinho.

- Desculpe.

Eu peguei a compressa de gelo e passei delicadamente pela a região machucada. Ele mexeu um pouco a cabeça, mas eu segurei seu queixo.

- Não se mexe.

Ele sorriu e ficou quieto.

Eu fiquei de joelhos para poder ver melhor sua cabeça.

- Você tinha caído no banheiro?

Eu ri.

- Bem típico de mim não é?

Eu examinei melhor seu machucado. Aparentemente aquela marca iria ficar ali por algum tempo...Minha testa devia ser bem dura!

- Ainda está doendo?

Edward pegou a compressa de gelo da minha mão, e a jogou no chão.

- Isso importa?

Ele pegou minha cintura e me puxou de encontro com o corpo dele. Eu fiquei levemente ruborizada.

- Claro que importa! Eu não quero que você fique... – Mas ele me calou com um beijo.

Ele me puxou cada vez mais perto de seu corpo, me segurando com força. Eu ainda estava surpresa, mas eu não o impedi...claro que não. Ele foi deslizando sua boca até meu pescoço. Eu já estava completamente arrepiada quando nós desmoronamos na cama.                                                                         

Eu tinha certeza absoluta sobre Edward, mas alguma coisa me incomodava ali. Não era ele, de maneira nenhuma, mas era alguma coisa que eu sentia...Medo, talvez? Eu precisava parar, eu estava sendo ridícula.

- Edward, pare. – Eu pedi.

- O que foi?

Eu suspirei e me sentei. Eu já devia estar vermelha igual á um tomate.

- É que...- Eu engoli em seco.

Eu nunca tinha conversado sobre isso com ninguém...

- Você sabe que pode contar comigo não sabe? – Ele segurou minhas mãos.

- Edward, eu sou virgem! – Eu soltei. – Você é o meu primeiro...em tudo, praticamente. Eu sei que parece bobeira, mas eu não sei se essa é a hora certa. Eu tenho medo...do desconhecido. Oh Deus, você deve estar me achando patética!

Eu fechei os olhos e esperei ele gargalhar. Ele pegou meu queixo com o dedo e ergueu meu rosto. Eu abri os olhos lentamente. Ele ficou alguns minutos olhando nos meus olhos e me abraçou.

- Eu te amo, e isso nunca vai mudar. Independente de qualquer coisa, Bella. É só isso que importa para mim e eu vou te esperar...Eu vou respeitar a sua vontade.

Aquelas palavras soaram como música nos meus ouvidos. Eu correspondi o seu abraço.

                                   

- Está tarde, você precisa dormir.

- Antes eu...queria dizer uma coisa.

- O que?

- Eu te amo, obrigado por tudo. – Eu beijei sua bochecha e me deitei na cama.

Edward apagou as luzes, e se deitou ao meu lado. Por um momento de inquietude, eu pensei que ele iria se virar e dormir, sem ao menos dar “boa noite”. Porém, ele me abraçou e acariciou meu rosto.

- Eu também te amo, minha Bella.

Eu adormeci com a certeza de que eu amava Edward Cullen.

-

Abri os olhos lentamente, com uma leve sensação de cansaço. Ontem eu devia estar completamente entorpecida porque, agora eu podia sentir as dores da minha trágica queda no banheiro.

Edward não estava deitado ao meu lado, a única coisa que eu encontrei foi um bilhete.

Saí com Emmett e Jasper,

Volto logo. Arrume suas malas,

Vamos á Roma!

Eu amo você.

Edward.

Eu me levantei rapidamente para tomar um banho e tirar aquele vestido que só me trazia más recordações.

EMMETT PDV

Enquanto caminhávamos por Milão, Edward não parava de falar na macho-não-tão-macho. Eu juro que eu estava fazendo o máximo possível para não dar um soco em Edward...Mas estava difícil!

“Ele é seu irmão...Lembre-se disso. Você pode levar um soco também, e isso vai ser perigoso para o seu nariz! Nenhuma mulher vai querer ficar com você.”

- Edward, se você pronunciar o nome “Bella” novamente, eu acabo com você! – Eu rosnei.

Jasper parou de caminhar. Seus olhos estavam arregalados, e ele parecia encantado com alguma coisa.

“Pronto...já se apaixonou por outra!”

- O Emmett acabou de dizer a palavra “pronunciar”? – Jasper perguntou.

Edward sorriu.

- É, ele acabou de falar isso.

- Nossa, isso merece uma comemoração.

Jasper e Edward começaram a dançar em volta de mim...parecendo dois idiotas. Eu revirei os olhos e comecei a andar. Eles me seguiram.

- Essa viagem tinha tudo para dar certo. – Eu resmunguei. – Mas está uma merda! Ontem eu fiquei com uma tremenda dor de barriga e a Rosalie mandou eu dormir no chão e ainda ficou reclamando do mau cheiro...Bruxa!

Edward gargalhou.

- Lembre-se que essa viagem era só para mim e para a...

Eu ergui o punho e ele se calou.

- Eu não consigo mais conviver com aquela loira. Ela reclama de tudo!

- Paciência... – Jasper deu de ombros.

Não sei se era o meu mau humor, mas todo mundo parecia insuportável para mim hoje.

- Sabe do que vocês precisão? – Eu indaguei.

Jasper e Edward se entreolharam.

- DE UMA BOA TREPADA!

Nós gargalhamos por um tempo, e nos sentamos em uma praça ali perto. A única coisa que você via era pombos e estátuas... Legal!

- Edward, Jasper...Nós somos irmãos, vamos conversar de homem para homem, tudo bem?

Edward assentiu.

- Há quanto tempo vocês não dão uma trepada?

Jasper pareceu sem graça...Edward também.

- Ah... – Edward bufou – Faz um tempo.

Eu coloquei a mão no ombro de Edward.

- Estamos no mesmo barco, meu irmão. EU ESTOU DESESPERADO! FAZ MESES!

Edward passou a mão no cabelo.

- A única coisa que resolve – eu disse – é um clube de stripers.

Edward riu.

- Sem chance.

Jasper continuou em silêncio.

- Edward... A macho-não-tão-macho não precisa saber.

- Para de chamar ela assim, por favor?

Eu sorri.

- Vai ser rápido. Ninguém vai saber.

Jasper se levantou.

- Vamos embora logo?

- Não! Agora o Emmett vai dizer para agente...Há quanto tempo você não dá uma trepada?

Jasper se sentou, parecendo interessado.

- Eu tive algumas tentativas...

FLASH BLACK *-*

O celular vibrou no meu bolso, mas eu ignorei. Eu estava em um momento glorioso! Eu tinha achado a mulher dos meus sonhos...ela era linda! Ela era morena, cabelo ondulado...ela tinha um corpão também! A voz era um pouco irritante, mas ela não iria precisar falar muita coisa.

Depois décadas, nós chegamos no motel. Carlisle tinha disponibilizado dinheiro, então eu escolhi o melhor quarto...O mais caro. Ela merecia.

- E então, está animada? – Eu perguntei enquanto abria a porta do quarto.

- Claro...

Ela pareceu mesmo encantada com o quarto, e não era para menos.

O quarto era cheio de espelhos e na cabeceira da cama, você encontrava vários bombons e outras guloseimas. A cama era redonda, e bem macia: Ótimo! Televisão, pista de dança, sauna...Nós tínhamos direito a tudo.

“É HOJE!”

- Então...vamos logo ao que interessa!

Ela sorriu e caminhou graciosamente na minha direção. Eu fui tirando suas roupas delicadamente...Seu corpo de fato era lindo. Porém... Quando eu tirei suas roupas intimas, eu não pude me segurar e vomitei no chão do quarto.

- Você é...- As palavras não saíram da minha boca.

- Eu pensei que você soubesse – ela parecia horrorizada.

- Você acha que eu viria para um motel com um travesti! – Eu berrei.

- Ah, você não vai me deixar aqui sozinha!

- E o que você vai fazer.

Ela correu na minha direção e eu entendi imediatamente o que ela quis dizer. Ela ia me agarrar.

Eu corri e subi em cima da cama.

- Por favor, tampa esse...órgão genital!

Ela ergueu uma sobrancelha.

- Preconceito?

- Desculpe meu bem, mas eu gosto de OUTRA FRUTA!

Eu joguei uma almofada na cara dela e saí correndo para fora do quarto. É claro que ela correu atrás de mim. Eu berrei.

- Saí de mim!

- Vamos ser felizes juuntos!

- Ai meu Deus, me salva.

Alguns casais saíram dos seus quartos para ver oque estava acontecendo. Ela (e) se distraiu por um momento, tentando esconder suas partes intimas, e eu tive tempo de correr para a recepção.

Meia hora depois, todos nós estávamos na recepção, tentando explicar o acontecido para o gerente. Vários casais gargalhavam, alguns pareciam horrorizados, outros passavam longe. A transexual tentou se explicar, mas eu não deixei.

- Eu vou ter que chamar a policia! – Gritou o gerente.

Eu comecei a tremer e suar de nervoso.

- Eu sou um homem de família. – eu menti. – Tenho filhos e uma esposa para sustentar.

- Outra razão para eu chamar a policia! Sua esposa não vai ficar muito feliz com o acontecido.

Eu me ajoelhei aos seus pés.

- NÃÃAO! EU PODIA ESTAR MATANDO, ROUBANDO, MAS EU ESTOU AQUI NO MOTEL COM UMA...

- Preconceituoso! – Ela gritou – Eu vou tirar o meu pênis. Minha cirurgia já está marcada.

Ela (e) escondia seu corpo com um lençol.

- Chama a policia então. – Eu desafiei. – Mas eu não vou pagar essa conta!

- Por favor, tenha calma... – O gerente parecia cansado.

- Calma? Eu fui enganado!

O gerente passou a mão na testa.

- Você não precisa pagar nada então, apenas vá para casa cuidar dos seus filhos.

Eu sorri.

- E você. – ele apontou para o transexual. – Vem comigo.

Eu saí rapidamente daquele motel, sem olhar para trás. Alguma coisa me dizia que aquele gerente tinha segundas intenções com o...Mas isso não importa, porque eu esperava nunca mais vê-la (o).

FIM DO FLASH BLACK.

- Filhos? – Edward gargalhou.

- Você ri porque não estava na minha situação.

- Emmett, era só olhar o pomo-de-adão. Eu acho que sei diferenciar uma mulher...as curvas de um corpo de mulher... – Ele fez as curvas no ar.

Eu bati na cabeça dele.

- Emmett, e se algum dia você se encontrar com ela de novo? – Jasper sorriu.

- DEUS ME LIVRE! EU REZO TODO DIA PARA QUE ISSO NÃO ACONTEÇA! JÁ BASTA O ENCOSTO DAQUELA LOIRA...

Jasper gargalhou.

- Mas você só disse uma tentativa. E a outra?

- Ah, claro. Essa foi alguns meses depois...

FLASH BLACK *--*

Dessa vez eu tinha conferido tudo direitinho e eu tinha certeza absoluta de que ela era mulher...Mas eu precisava ter certeza.

- Você é...mulher né?

Ela gargalhou.

- Claro que sou.

O nome dela era Gisele, era uma belezinha. Loira, de franjinha...Cara de menina e corpo de mulher, do jeito que eu gosto. Dessa vez eu tinha planejado em um motel diferente, não queria correr o risco de encontrar com aquela...

Assim que entramos no quarto, eu olhei bem fundo nos seus olhos e sussurrei:

- Há alguma coisa que você queira me contar?

Hoje eu não queria decepções.

- Sim... – Ela parecia nervosa. – Na verdade, eu sou uma médium.

Eu sorri idiotamente sem saber oque isso significava. Pelo menos ela era mulher.

- Sem problemas.

Eu não podia reclamar, a menina era perfeita. O fato de ela ser médium – sei lá que diabos isso significa – não mudou em nada. Tivemos uma noite maravilhosa. A principio ela foi um pouco tímida, mas depois...A mulher se soltou!

Quando estávamos no auge da relação, a mulher começou a tremer. Eu devia estar fazendo alguma coisa direito...

- AAAAAAAAAAAAH... – Sua voz estava macabramente grosa.

...ou não.

- ME POOSUUUAAAAAAAAAAAAA.

“Ai meu Deus, me ajuda!”

- OOOOOOOOOH. UUUUUUUUUUUUUH...

Eu comecei a chorar feito uma criança de sete anos...não consegui evitar. A mulher estava me dando medo.

- ISSO MEU MAAACHO!

Eu limpei a garganta.

- Está tudo bem...?

Ela não pareceu me ouvir. Eu saí de cima dela e comecei a colocar minhas roupas rapidamente. Ela ficou brava e começou a bater com a cabeça na parede.

- Para com isso mulher!

- UUUUUUUUUUUH...

“Será que a mulher pegou santo?”

- OOOOOOOOOOOOOH. ME BATE, ME BATE, ME BAAAAATE!

- Eu não vou te bater.

Ela olhou para mim, e seus olhos estavam virados. Eu chorei mais ainda.

- Eu vou pegar uma cerveja para agente.

Ela me ignorou e continuou batendo com a cabeça na parede.

“Ela que pague a conta.”

Eu saí correndo, morrendo de medo daquela mulher. Eu fui pelos fundos, peguei meu carro, e fui embora dali a toda a velocidade.

FIM DO FLASH BLACK *-*

Os olhos de Edward e Jasper estavam esbugalhados.

- Como você pode ir para a cama com uma mulher assim...? – Jasper parecia horrorizado.

- Eu me faço essa pergunta todos os dias.

Depois de alguns minutos, Edward e Jasper se entreolharam e começaram a gargalhar.

- Você é realmente um idiota.

- Oh, eu escuto isso todos os dias. Obrigado.

Edward revirou os olhos.

- Vamos embora logo, eu estou ficando cansado.

- Está cansado ou quer encontrar a Bella logo? Essa história toda te deixou com tesão né?

- Ah, claro. – Disse Edward sarcasticamente.

Eu ri baixinho.

- Vamos embora então, meu macho.

Edward gargalhou.

-

EDWARD PDV

Depois de conseguirmos alugar um carro, estávamos debatendo no estacionamento do hotel á mais ou menos uma hora quem iria dirigir.

- Eu posso dirigir. – Ofereceu Bella – Eu sou ótima na estrada.

Eu bufei.

- Você acha que eu esqueci que á alguns meses atrás, quando vocês chegaram no apartamento, que você pegou meu Volvo e me deixou na estrada?! Eu acho melhor não arriscar, obrigado.

Bella deu um tapa na minha cabeça.

- Cala a boca.

Eu ri.

Rosalie revirou os olhos.

- Tudo bem, casalzinho feliz, eu acho que eu posso dirigir. Eu sou a única que tem um juízo perfeito aqui.

Emmett gargalhou alto.

- loira, eu prefiro não arriscar a minha vida.

Rosalie massacrou Emmett com os olhos.

- O Jazz pode dirigir. – Alice ofereceu. – Ele sim é o mais responsável.

Eu e Emmett encaramos Jasper e começamos a rir.

Depois de meia-hora, todos nós estávamos falando ao mesmo tempo. Eu não ouvia nem mesmo os meus pensamentos ali.

- EU vou dirigir. – Jurema se aproximou de nós.

Ela vestia um vestido florido azul, uma luva lilás, um chapéu amarelo e um óculos de gatinha rosa. Sem falar quantidade de bijuteria que ela usava. Bella enterrou o rosto no meu peito, e eu pude sentir que ela ria.

- Eu sou a única que tem experiência o suficiente aqui.

- Aaah, eu vou dirigir, e ponto. – Alice se estressou – De acordo?

Eu dei de ombros.

- Ótimo!

Ela pegou a chave da minha mão.

- Edward, será que você pode me dar as orientações?

- Claro, Alice.

Ela sorriu e nós entramos finalmente no carro.

-

Imagine um carro apertado. Imaginou? Ótimo. Agora imagine essas personalidades: Uma garota de gênio forte e com um humor pior do que jiló, um homem com mentalidade de um garoto de seis anos, uma senhora que de senhora não tem nada, um homem completamente intelectual que só sabe dizer o seguinte nome: “Alice” e uma mulher que vai muito na pilha da senhora...

Agora imagina um carro, com cinco lugares para sete pessoas, e todas essas personalidades lá dentro...O que vai acontecer com o carro? No mínimo explodir.

- Quanto tempo isso tudo vai durar? – Perguntou Alice sem tirar os olhos da estrada.

Eu dei uma olhada no mapa.

- Menos de três horas.

- Ótimo.

Bella – que estava sentada no banco de trás – chegou um pouco para frente para poder falar comigo:

- Edward, o que você tinha ido fazer hoje de manhã?

- Fui ouvir umas histórias de Emmett...

- Não ouse falar nada pra ela! – Emmett gritou.

Eu revirei os olhos.

- Fui cancelar um cartão.

- Hum...

- Pensou que ele estava com alguém, Bellita? – Emmett sorriu maldosamente.

Bella abriu a boca para responder mas, o carro deu uma freada tão violenta que eu quase bati com a cabeça no vidro do carro. Todos nós olhamos assustados para Alice, querendo saber oque aconteceu. Ela parecia tão surpresa quanto todos nós.

- Por favor, me diga que foi você que freou o carro... – Eu sussurrei.

Ela virou a chave que ainda estava na ignição, mas o motor roncou duas vezes e depois parou de novo. O carro ficou completamente silencioso. Eu me debatia mentalmente, pensando em um jeito de resolver a situação.

Para piorar a nossa situação, começou a sair fumaça do carro. Eu coloquei a mão no rosto, completamente desesperado.

Emmett foi o primeiro a romper o silêncio.

- Está vendo? Se fosse um homem dirigindo...

- Emmett, não me venha com seu machismo agora. – Retrucou Rosalie.

- Você não é a dona da verdade Rosalie.

- Eu não disse que era a dona da verdade!

- Ah, não precisa dizer.

- Emmett, por favor, não fale comigo.

- Você veio falar comigo primeiro.

- CHEGA VOCÊS DOIS! – Eu gritei. – EU JÁ ESTOU PERDENDO A PACIENCIA.

- Ele(a) que começou. – Os dois falaram juntos, apontando um para o outro.

Eu já estava sem paciência. Estávamos no meio do deserto, sem carro e eu ainda tinha que aturar esses dois...pelo amor de Deus! Sem falar no cansaço.

Eles continuaram discutindo baixinho. Como eu não agüentava mais ficar ali, sai do carro e bati a porta com força.

- Merda, nada disso era para acontecer! – Eu rosnei e chutei o pneu do carro com força.

Eles me olhavam assustados dentro do carro. Eu me virei, para não ter que olhar para eles e suspirei. Eu precisava mais do que nunca de um café e uma boa noite de sono.

Bella saiu rapidamente do carro e veio aos tropeços até mim. Ela segurou meus ombros, como se eu fosse fugir. Eu sorri; aquilo era ridículo. Era como se ninguém nunca tivesse perdido a paciência...

- Você precisa se acalmar, não é o fim do mundo.

Eu olhei para os lados, para o deserto que aquele lugar era. Só tinha mato e areia. Nenhum carro, nenhum animal, nenhum som...Nada!

- Esse lugar é o fim do mundo. Como vamos sair daqui?

Ela fechou os olhos, balançou a cabeça e sorriu.

- Amor, você pode consertar o carro... Lembra quando você consertou a minha Mariazinha há um tempo atrás?

- Eu não tenho nenhuma ferramenta...Além disso, eu não entendo muito de mecânica.

Ela mordeu o lábio.

- Como eu queria que Jacob estivesse aqui agora...

Eu a encarei e ela corou.

- Quer dizer...ah, você entendeu. Ele entende de mecânica...Ah, deixa pra lá. – Ela tirou as mãos do meu ombro. – O que vamos fazer?

- Nós só temos uma escolha. Esperar.

BELLA PDV

Depois de uma hora, todos nós estávamos entediados. Jurema resmungava, Alice e Jasper tinham optado por ficar no carro, Emmett estava jogado no chão, Rosalie lixava as unhas rapidamente, eu tinha me sentado no chão – sem me importar em me sujar – e Edward roncava no meu colo.

Estávamos perdidos no meio do nada. E o pior era que, o calor era quase insuportável. Eu me arrependi amargamente de ter usado calça Jeans. E para piorar, tínhamos bebido toda a água que tínhamos...resumindo:

ESTAVAMOS FUDIDOS.

- Por que será que eu tenho a impressão de que Edward é o único que se deu bem? – Emmett se levantou e sacudiu a poeira da roupa.

- Tem colo para todo mundo, Emmett.

- Não, obrigada Jaburú.

Eu ri.

- Eu também te adoro.

- A questão é: Não vamos ficar aqui o ano todo. – Disse Rosalie – Temos que arrumar um jeito de sair daqui. A probabilidade de um carro passar aqui é a mesma probabilidade de eu beijar Emmett.

Emmett fingiu ânsia de vomito.

- Então as chances são grandes. – Jurema provocou.

- Não são, não. – Emmett e Rosalie falaram juntos.

- Só um idiota iria achar que não rola um sentimento ai...Eu tenho experiência.

- Traduzindo: Você é velha. – Retrucou Rosalie.

Ela colocou a mão na boca, horrorizada.

- Ah, que falta de respeito! Eu vou dar uma caminhada. – Ela começou a entrar na mata.

Eu arregalei os olhos.

- Edward! – Eu o sacudi, mas ele não acordou.

Eu dei tapas fraquinhos em seu rosto.

- Acorda, Edward!

Ele abriu os olhos lentamente.

- O que?

- A Jurema...Jurema entrou no mato.

- No mato?

- É, no mato.

Ele franziu o cenho.

- Você precisa ir atrás dela.

- De jeito nenhum eu entro no mato com a Jurema. – Ele se levantou.

- Por favor, não seja egoísta.

- Eu não sou egoísta.

Eu estava começando a ficar irritada.

- Ela é uma senhora de idade...apesar das circunstancias.

- Ela quis entrar lá, ela que volte sozinha.

- Você está assim porque ela veio para cá não é? Edward, pode acontecer alguma coisa com ela.

- Daqui a pouco ela volta. – Ele deu de ombros.

Eu grunhi e me levantei.

- Então eu vou sozinha.

Eu fui marchando e entrei no mato. O barulho dos insetos era reconfortante e apavorante. Reconfortante porque eu sabia que existia algum ser-vivo naquele lugar além de nós, e apavorante porque eu sabia que existia um ser-vivo naquele lugar.

Eu comecei a andar, tentando não encostar em nada. Eu não tinha percebido que estava bufando de raiva, mas eu estava.

- Bella, onde você está? – Eu ouvi a voz de Edward.

Eu andei mais depressa, tentando não fazer barulho para não chamar a atenção. Eu sabia que eu iria acabar me perdendo, e que seria altamente perigoso ficar naquele matagal á noite, mas eu precisava achar Jurema.

- Eu sei que você está por aqui!

Eu continuei andando e sem responder. Sua voz estava cada vez mais próxima.

Depois de alguns minutos, eu não pude mais ouvir nenhum barulho. Eu imaginei que ele tinha ido embora, e aquilo me entristeceu, por algum motivo. Eu tinha que me concentrar...

- Peguei você. – Ele me agarrou por trás e me virou com agilidade.

Meu rosto estava a centímetros de distancia do seu. Sabendo que aquilo era tentação demais para mim, eu me afastei. Ele interpretou errado a minha atitude.

- Vamos ficar discutindo por uma coisa boba feito essa?

- Você não está nem um pouco preocupado com a coitada da Jurema?

- Ela não deve estar longe. Eu não seu porque você está fazendo esse teatro.

Eu tive vontade de bater nele.

- Teatro?

- Olha não foi isso que eu quis...

- Ah, foi isso sim! Edward, você pode não ter dito isso mas eu vejo nos seus olhos.

- Vê o que?

- Vejo que você está com raiva de todo mundo por eles estarem aqui. E sei que por dentro você culpa todos eles por isso...

- Não culpo, não.

Eu ergui uma sobrancelha e esperei que ele cedesse.

- Ta mas...eu estava nervoso.

- Edward, o que aconteceu, aconteceu. Essa viagem seria completamente tediosa se eles não estivessem aqui.

Ele se zangou.

- Ah, então uma viagem comigo seria “completamente tediosa”?

E o feitiço se virou contra o feiticeiro.

- Não foi isso que eu quis dizer.

Ele se aproximou.

- Bella, eu vejo nos seus olhos.

- Ah, eu não quis dizer tediosa quis dizer...sem graça.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- NÃO foi isso que eu quis dizer. – Eu arregalei os olhos. – Está vendo nos meus olhos? Não foi isso. Você entendeu o que eu quis dizer.

Para o meu alivio, Edward soltou uma risadinha.

- Vem cá, sua boba.

Eu sorri e o abracei. Pelo menos a nossa “briga” não tinha acabado tragicamente.

- E a Jurema? – Edward perguntou.

Eu tinha até esquecido da pobrezinha.

- Vamos procurá-la! – Eu exclamei.

Edward me segurou e me colocou em suas costas. Eu segurei seu pescoço com força e beijei sua jugular.

Edward começou a caminhar, a procura de Jurema.

Nenhum sinal dela!

- E se chamássemos? – Eu ofereci.

- Vai lá!

- JUREMAA! – Eu gritei.

- Hum....fraco demais.

- Ah, grita então.

- JUREMA!

Seu grito foi, de fato, um milhão de vezes mais forte que o meu.

Nós ficamos um tempo rindo e gritando por Jurema. Ás vezes eu ouvia um barulho estranho, mas deixava passar. Devia ser algum inseto.

- Será que ela não está aqui? – Eu  mordi o lábio.

- Vamos procurar mais um pouco.

Edward continuou caminhando – e me carregando – por um tempo. Eu ouvi o barulho de novo. A medida que ele avançava, o barulho ficava mais alto.

- Edward, você está ouvindo isso?          

- Estou.

- O que será?

Ele avançou mais um pouco. Eu tentei identificar oque seria aquilo.

- Parece uma...COBRA!

- O que?

- Cobra, cobra, cobra! – Eu gritei desesperada.

- Eu sei que parece uma cobra, mas onde?

Eu, já impaciente, peguei seu queixo, e virei sua cabeça na direção da cobra, para que ele visse.

- Oh meu Deus.

A cobra devia ter um metro e meio de comprimento. Sua escama era amarela e branca. Eu agradeci á Deus por estar nas costas de Edward.

- Edward, saí daqui.

- Calma, não faça movimentos bruscos...

Eu comecei a chorar de desespero.

- E se ela for venenosa? E se ela te picar?

- Pensei que estivesse mais preocupada com a própria vida.

- Claro que não!

- Gostaria de te reconfortar agora, mas...não há nada que eu possa fazer.

- VOCÊ PODE SAIR DAQUI PARA COMEÇAR!

- Shhh...

A cobra continuou fazendo aquele barulho irritante “sss”. Eu estava ficando agoniada. Eu me apertei mais contra Edward.

- O único jeito é correr. Você vai ter que descer.

Eu assenti e saí de suas costas lentamente. A cobra se aproximou mais de nós.

- Quando eu disser “Já” você corre, tudo bem?

- Tudo bem.

- Um, dois, três...JÁ!

Nós começamos a correr, feito dos loucos – talvez seja porque nós éramos. Edward gritava “corre”, enquanto eu gritava “cobra”. Eu esperava que Jurema estivesse bem longe daquela cobra.

Graças á Deus, nós conseguimos chegar logo até eles. No momento de desespero, eu e Edward começamos falar juntos. Eu tentava explicar sobre Jurema, ele tentava explicar sobre a cobra.

- UM DE CADA VEZ. – Emmett berrou.

- Tinha uma cobra no meio do mato e... – Eu olhei para o lado, e vi Jurema rindo de nós dois.

Eu respirei fundo e tentei me controlar.

- Onde . Você . Estava?

Ela suspirou.

- Eu estava escondida. Você acha que eu iria para aquele matagal? A não ser que...eu fosse com um homem.

Eu trinquei os dentes.

Eu tinha brigado com Edward por causa dessa velha, tinha “enfrentado” uma cobra por causa dessa velha...E ela estava escondida! É isso que você ganha por tentar ser uma boa pessoa.

- EU VOU TE MATAR, SUA VELHA! – Eu gritei.

Ela fez Emmett de escudo, e Edward segurou minha cintura antes que eu fizesse uma loucura. Eu não estava nem aí, ela já estava velha mesmo...

- Me solta, Edward! – Eu gritei.

- Pessoal, olhem! – Alice gritou.

Eu não dei atenção, estava tentando me livrar de Edward.

- EU VOU TE PEGAR!

- Pessoal... – Alice chamou.

Todos a ignoraram de novo.

- Me defende Emmett,me defende! – Jurema gritou.

- PESSOAL, UM CARRO! – Alice gritou, já impaciente.

Nós paralisamos por dois segundos e depois corremos para frente do carro, sem medo de sermos atropelados. Emmett se deitou no meio da “rua”e começou a gritar. O carro parou a centímetros de distancia de Emmett, para o nosso alivio.

Um jovem de aparentemente 17 anos, saiu do carro. Ele me lembrava Jacob, e era muito bonito. Sua pele bronzeada era invejável e seu sorriso era muito amigável. Eu não pude deixar de notar que quando ele olhou para mim, seus olhos brilharam.

Ele ignorou todas as outras pessoas e caminhou na minha direção.

- Ciao, il mio nome é Seth. Quello Che fai qui?

(Olá, meu nome é Seth. O que vocês fazem aqui?)

Eu fiquei sem saber oque fazer. Eu não entendi nem metade do que ele disse...Eu encarei Edward.

- Será que você pode me ajudar?

O jovem pareceu surpreso.

- Ah, eu falo sua língua. – Ele sorriu.

Eu retribui o sorriso, aliviada.

- Meu nome é Seth Clearwater. – ele estendeu a mão.

- Eu sou Bella. – Eu apertei sua mão. – Esses são: Edward, Rosalie, Emmett, Alice, Jasper e Jurema. Nós somos visitantes.

- É...eu percebi. – Ele riu baixinho. – O que vocês fazem em um lugar tão deserto como esse?

- Nós estávamos a caminho de Roma, mas tivemos um problema com o carro. Estamos aqui já faz um tempo.

Ele olhou para as nossas roupas.

- Vocês estão bem sujos. Nós temos uma fazenda aqui perto, eu e meu pai adoraríamos se vocês fizessem uma pequena visita.

Eu e Edward nos entreolhamos.

- Eu não sei...

- Vocês podiam tomar um banho e trocar de roupa, e até mesmo comer alguma coisa. Depois vocês podem continuar a viagem.

- Eu adoraria tomar um banho...Eu estou me sentindo suja. – Alice fez uma careta.

Seth sorriu para Alice.

- Então...aceitam o convite?

Eu dei de ombros.

- Por que não?

Seth nos ajudou a levar as malas até a picape de seu pai. A picape era bem espaçosa, ou seja, com quatro lugares na frente. Seth insistiu para que eu fosse na frente ao seu lado. Edward não gostou da ideia, mas depois cedeu e foi atrás.

Alice foi ao lado do pai de Seth, Harry Clearwater e Jasper foi ao meu lado, também.

Seth era um garoto muito educado, ele falou a viagem inteira. Ele sempre pedia informações sobre mim...Eu achei um pouco estranho e ainda me achei um pouco desconfortável em dar informações minhas para um estranho, mas Seth aparentemente era inofensivo.

- Quantos anos você tem? – Ele perguntou.

- Dezenove e você?

Ele pareceu triste com alguma coisa.

- Dezesseis.                      

Eu sorri, mas ele ainda pareceu desanimado.

O tempo foi passando e seu animo voltou. Ele continuava me fazendo perguntas básicas, mas não muito pessoais. Depois de um bom tempo, finalmente chegamos na tal fazenda.

Não era nada do que eu imaginei. A fazenda era realmente muito grande, e cheia de chafarizes. O lugar era muito verde, mas também muito vivo. Ao contrario do que eu pensei, eu não encontrei muitos animais, mas sim, muitas piscinas.

Todos nós descemos do carro, e eu corri para Edward. Ele segurou minha cintura, e eu coloquei meu braço em seus ombros. Seth franziu o cenho.

- Vocês são...namorados?

- Sim. – Edward parecia irritado.

Seth olhou para o chão e se afastou.

Quando chegamos na casa, eu me surpreendi. O lugar era lindo.

- Eu vou dar um mergulho nessa piscina... – Rosalie sorriu.

- Mau-educada. – Emmett resmungou.

Dessa vez Rosalie o ignorou.

- Seth, sua casa é muito bonita. – Eu comentei.

Ele assentiu e continuou olhando para o chão. Eu dei de ombros.

- Por favor, por aqui. – Murmurou Harry.

Nós demos uma volta enorme, e passamos perto de uma plantação de uvas. A vista era realmente maravilhosa! Algumas pessoas trabalhavam ali por perto. Um senhor de idade, gritava ordens para os trabalhadores em Italiano. Ele aparentava em média de quarenta anos. Era um homem robusto, musculoso e tinha uma grande cabeleira loira.

Harry o chamou com um gesto com a mão.

- Bryan, esses são alguns novos amigos que eu encontrei na estrada.

Eu concluí que Bryan também falava a nossa língua.

- Prazer... – Ele tinha um forte sotaque italiano.

Eu sorri.

Bryan usava um uniforme azul, botas laranjas e um chapéu de palha, que o protegia do sol.

- Como podem notar, eu cuido da plantação de uva. – ele murmurou – estão bem maduras. Se vocês quiserem provar depois, será um prazer.

- Eu adoraria provar a sua uva... – Jurema sussurrou.

Bryan não ouviu, mas Harry sim.

- Bom, vamos pessoal. – Harry fez um sinal com a cabeça, para que nos o seguíssemos.

Passamos por vários campos, plantações e alguns pastos – um dos cavalos era terrivelmente bonito – até que chegamos na casa. Aquela altura eu já estava exausta, precisava me sentar em algum lugar.

A casa era simples. A casa era cheia de flores vermelhas em volta, o que a deixava mais alegre devido á sua cor – amarela. Era de dois andares e cheia de janelas. Ela parecia ser bem espaçosa...

Nós subimos uma pequena escada, e entramos na casa.

A decoração era mais exótica. A parede era cor de madeira, e ela era muito bem mobiliada. Suspeitei que tivesse sido decorada por uma mulher.

A sala de estar era cheia de abajures e porta retratos na parede. Dois sofás – ambos de dois lugares – e uma poltrona. Uma prateleira cheia de livros com títulos italianos se encontrava em um canto da sala. A sala era sem televisão. 

- Fiquem á vontade, os banheiros ficam lá em cima. Creio que irão querer um pouco de privacidade. Os quartos ficam lá em cima. Seth guiará todos – Harry fez uma pequena pausa –  Eu irei por a mesa de vocês. Devem estar com fome.

Nós assentimos e ele se foi.

Seth hesitou um pouco, encarou Edward e depois começou a andar, sem dizer nada. Eu franzi o cenho para Edward, mas ele deu de ombros e seguiu Seth.

Quando chegamos ao segundo andar, Seth parou em frente á uma porta branca.

- Garotas, vocês podem entrar aqui.

Alice e Rosalie entraram imediatamente. Quando Jurema ia entrar, Seth mandou um olhar de censura para ela.

- Eu disse GAROTAS.

- Oh – ela colocou a mão no peito. – Eu sou muito jovem, ta? Mas eu não me importo de ficar no quarto dos homens.

- Acho que a senhora vai se sentir mais á vontade em um quarto separado. – Ele apontou para outra porta branca.

- Senhora não, senhorita.

Jurema bufou, mas entrou lá sem reclamar.

Seth mostrou o quarto dos garotos. Edward piscou para mim e me mandou um beijo. Eu ri baixinho e lhe mandei outro. Seth suspirou. Quando os garotos entraram no quarto, Seth veio falar comigo.

- Não vai entrar no quarto? – Seth olhou para as minhas roupas. – Acho que um banho cairia bem.

- Oh, claro.

Eu coloquei a mão na maçaneta para entrar, mas ele segurou meu ombro.

- Espere um segundo.

Eu me virei, um pouco surpresa.

- Desculpe a minha reação...agora pouco. Eu só fiquei um pouco surpreso.

- Com o que?

- Sabe, você e aquele cara.

- O nome dele é Edward. Não se preocupe, ele é um cara legal. Sabe, nenhum tipo de psicopata...

Seth sorriu.

- Edward? – Ele caçoou.

- É, Seth. – Eu enfatizei seu nome estranho.

- Justo...

- Agora, com licença.

- Claro.

Eu entrei no quarto rapidamente.

Rosalie remexia a mala de Alice com uma expressão animada. Alice andava de um lado para o outro no quarto, parecia impaciente com alguma coisa. Quando me viu, parou de andar e se jogou na cama.

- Acabou de conversar com o seu novo admirador? – Rosalie deu um sorriso sarcástico. – Edward que se cuide...

Eu bufei.

- Seth? Nós mal nos conhecemos. Eu só acho que ele é bastante simpático.

- Ta, sei. – Rosalie revirou os olhos.

- Ele me lembra Jacob...Parece que eu o conheço á tempos!

- Edward não parece muito feliz com o seu novo amigo. – Rosalie se sentou ao lado de Alice.

- Como assim?

- DÃ, CIÚMES! – Rosalie e Alice disseram juntas.

- Não sejam bobas. Edward sabe muito bem que eu o amo e que eu não trocaria ele por nada.

Rosalie se levantou novamente.

- Que piegas! Ele disse tanto que eu fiquei me perguntando “Como Bella se apaixonou por um cara como ele?”

Alice riu.

- Rose, você foi a primeira a gostar dele.

Rosalie balançou a cabeça negativamente.

- Passado.

- Agora seu negócio é Emmett né? – Eu gargalhei.

Rosalie fez uma careta e mudou de assunto:

- Enquanto estamos aqui, vamos dar um mergulho naquela piscina maravilhosa?

Alice jogou um biquíni branco no meu rosto.

- Veste isso. – Ela ordenou.

Eu não gostei.

- Eu não vou colocar um biquíni.

- Como não? Achei que tinha mudado seu visual...

- Uma coisa é eu usar um Jeans mais justo, outra totalmente diferente é eu usar um biquíni.

- Por que?

- Aprenda comigo: Biquínis revelam segredos.

Rosalie gargalhou e foi para dentro do banheiro com um biquíni vermelho na mão. Alice bufou, chateada.

- Bella, não existe nenhum segredo ruim ai dentro. – Ela apontou para o meu corpo.

- Você que pensa!

- Não existe mesmo. Prove o biquíni então, e eu vou te mostrar.

- Não!

- Só provar, por favor. – ela fez um biquinho.

- Só provar! – eu imitei seu tom.

- Por favor.

Eu respirei fundo.

- Ta bom, ta bom. Eu provo!

Ela sorriu, radiante.

-

Quando eu saí do banheiro, Alice e Rosalie ergueram a sobrancelha tão violentamente que quase tocou o couro cabeludo.

- Tira a roupa.

Eu tinha colocado o biquíni...mas com a roupa por cima.

- Eu vou para a piscina assim, obrigada.

- Ah, não vai não! – Rosalie quase gritou.

- Não sejam tiranas! Eu nunca usei um biquíni.

- Isso é mentira. – Retrucou Alice, mal humorada.

- Ah, quando eu tinha oito anos! Eu não tinha corpo...

- Mais um motivo! Você precisa mostrar para o Edward a namorada linda que ele tem e para o Seth oque ele está perdendo.

Eu revirei os olhos.

- Será que dá para vocês pararem de falar no Seth?

Rosalie encarou Alice e Alice assentiu. Eu não gostei do olhar delas.

- É isso aí. – Murmurou Rosalie segurando meus braços com força.

- É isso aí. – Repetiu Alice.

Antes que eu pudesse fugir dela, Alice agarrou minhas pernas. Eu comecei a chutar o ar, tentando me livrar delas, mas elas seguravam com toda a força possível.

- Me soltem! – Eu gritei.

Elas gargalharam.

- Se você não vai por bem...

- Vai por mal! – Completou Alice me jogando para fora do quarto.

Ela não me jogou violentamente, então eu não me machuquei. Mas, ela jogou forte o bastante para eu colidir com a parede. Eu me levantei rapidamente, enquanto elas trancavam a porta do quarto.

- Deixe-me entrar! – Eu gritei.

Do outro lado da porta, Rosalie gritou:

- Você vai ficar aí fora, até ir para a piscina.

Eu cruzei os braços no peito, brava. Por que todo mundo queria que eu fizesse alguma coisa á força?

- Tudo bem, eu não vou a piscina.

Ela abriu a porta.

- Obrigada. – Eu disse friamente.

Quando eu estava a centímetros de entrar, Rosalie e Alice saíram do quarto rapidamente, e trancaram a porta. Alice jogou a chave do quarto por debaixo da porta.

- Como você vai entrar ai de novo? – Eu perguntei, indignada.

- Não lhe interessa. Agora, vamos para a piscina.

Ela e Rosalie seguraram o meu braço e me arrastaram a força para piscina. Eu tentei me soltar, mas não conseguia. Depois de alguns minutos, eu fiquei entediada e deixei que elas me puxassem.

Quando chegamos á piscina e Edward saiu da piscina, foi como se tudo estivesse em câmera lenta. Ele passava a mão no cabelo, enquanto caminhava na minha direção com o sorriso mais lindo já existente. Ele vestia uma sunga preta, enquanto mostrava seu corpo incrivelmente perfeito e molhado.

Não consegui tirar os olhos de seu abdômen. Quando Edward percebeu que eu olhava, sorriu.

- É duro ser irresistível. – Ele suspirou e depois riu.

Eu dei um tapinha em seu braço.

Alice e Rosalie reviraram os olhos e se dirigiram a Edward.

- Não deixe que ela vá embora.

Elas foram embora. Edward franziu o cenho para mim, e eu expliquei a história.

Eu podia usar a distração dele como isca e sair correndo, mas eu estava hipnotizada por sua beleza. Eu não conseguia sair dali.

- Então eu não posso deixar que você vá embora?

- Esse é o plano. Então, como eu não sigo um plano, eu estou indo embora. – Eu me virei, mas ele segurou o meu braço e me puxou, nossos corpos colidiram.

Minhas roupas ficaram molhadas e eu podia sentir cada linha do seu corpo contra o meu. Eu não tentei sair, estava adorando aquilo.

- Um bom motivo para eu nunca mais te soltar.

- Eu não me incomodo de ficar assim para sempre. – Eu sussurrei.

Edward sorriu e se aproximou delicadamente de mim para me dar um beijo.

- Vamos para a água! – Exclamou Emmett dando um tapinha nas costas de Edward.

Eu soltei um grunhido e me afastei de Edward.

- Já vou. – Edward resmungou.

Emmett se afastou correndo e dei um salto dentro da água. A água caiu no rosto de Rosalie, e eu pude ouvir ela xingando Emmett. Eu sorri.

Um dia esses dois iriam ficar amigos...ou mais.

Edward olhou para mim com um brilho nos olhos.

- O que foi? – Eu franzi o cenho.

- Vamos dar o nosso mergulho!

- Eu não vou molhar minha roupa.

- Então as tire.

- Não quero ficar de biquíni... – eu choraminguei.

Edward me pegou no colo rapidamente e me levou para a beira da piscina.

- Nem pense nisso! – Eu gritei.

- Prenda a respiração.

Ele pulou na piscina comigo no colo.

-

Eu saí da piscina, emburrada. Meu sapato ainda estava boiando na piscina. Edward me entregou e eu o peguei abruptamente.

Eu não tinha outra escolha, eu tinha que ficar de biquíni.

Eu tirei minha roupa rapidamente, e as coloquei encima da pequena mesa ali perto. Edward saiu da piscina e correu até mim.

- Sinto muito, eu estava apenas seguindo algumas ordens. Desculpe-me.

Eu sorri para ele. Não tinha como não me desculpar.

- Eu estou me sentindo uma piada com esse biquíni.

Foi aí que Edward olhou para o meu corpo. Ele demorou um tempo – assim como eu fiz com ele – me olhando. Aquilo me fez corar. Quando ele me olhou novamente, seu sorrido era maravilhado.

- Você...linda é pouco para descrever você.

- Oh, certo. – Eu disse sarcasticamente.

- Eu estou dizendo a verdade.

- Eu acredito em você...É por isso mesmo que eu vou ligar para o meu oftalmologista agora mesmo. – Eu brinquei.

Edward segurou meus ombros e me olhou nos olhos.

- Você não acha que seja linda?

Eu desviei meu olhar do dele, e fiquei observando Rosalie. Ela se sentou delicadamente na beirada da piscina.

- Rosalie é mais bonita que eu.

- Eu realmente não mudaria nada em você. É como se...você fosse feita para mim. –Ele admitiu.

Eu sorri. Eu senti uma onda de carinho imensa por Edward quando ele sussurrou aquelas palavras.

Eu acariciei seu rosto e nós sorrimos ternamente um para o outro. Nós dois estávamos maravilhados.

- Vamos jogar uma partida de vôlei? – Chamou Emmett.

Estraga prazeres!

Edward sorriu animado.

- O problema é que nós não temos rede, muito menos uma bola.

Emmett sorriu.

- Seth disse que tem, ele foi pegar para nós.

Depois que Seth trouxe a rede e foi embora – ele negou ficar na piscina com agente, dizendo que tinha muita coisa para fazer no momento – nós nos dividimos em times. O time do Emmett e o time do Edward.

Edward – de má vontade – ficou com Alice e Rosalie. Emmett me escolheu e escolheu Jasper. Segundo Emmett, eu era “durona”. Aquilo me fez sorrir.

Quando o jogo começou, ao contrario do que todos nós pensávamos, Rosalie era ótima.

Rosalie era melhor no saque, já Edward era muito bom no bloqueio. Alice...bem, ela tinha medo de quebrar a unha.

Edward sempre me bloqueava, e isso me irritava.

- Amorzinho, que tal você deixar eu ganhar? – Eu sussurrei para Edward.

Ele sorriu, do outro lado da rede.

- Vou te contar uma coisa que eu acho que você ainda não sabe.

- O que? – Eu perguntei curiosa.

- Eu sou muito competitivo.

Eu fiz uma careta e dei língua para ele.

Depois de alguns minutos, eu percebi que ele era realmente muito competitivo. Não era fácil participar do mesmo time dos Cullen. Emmett tinha garra, mas Jasper era mais tranqüilo...

- Vamos gente, vamos ganhar! – Eu gritei.

- Isso garotas, muito bem. – Gritou Edward.

Depois de meia-hora, nós estávamos competindo gritos. Eu gritava incentivos para os Cullen e Edward gritava elogios para a Swans. Depois de algum tempo, percebemos oque estávamos fazendo, e caímos na gargalhada.

No fim, é claro que o time de Edward ganhou, mas foi por pouco. Emmett ficou meia hora xingando, enquanto Jasper tirava a rede da piscina e ia guardar a bola. Minhas mãos já estavam doendo de tanto sacar a bola.

-

Nós voltamos da piscina gargalhando. Realmente não tinha sido ruim. Nós ficaríamos mais tempo, mas estávamos cansados e famintos. Eu tinha aprendido uma coisa muito importante nesse tempo na piscina...Não dê beijo francês em baixo d’água...Sérios riscos de engolir água.

- Hei, pessoal. – Seth nos recebeu com um sorriso ansioso.

Ele olhou para mim, depois olhou para a minha mão – que estava entrelaçada com a de Edward. Eu não gostei do jeito como ele ficou olhando...Como se não gostasse. Isso não era da conta dele.

- Vocês demoraram.

- A piscina daqui é ótima. – Jasper sorriu.

- Tem razão. – Seth concordou e depois nos conduziu até a cozinha. – Podem ficar á vontade, a comida de vocês está ai.

Nós comemos em silêncio. Emmett comeu como um homem das cavernas, oque incomodou seriamente Alice, mas ela não comentou.

Depois que comemos, eu e Alice começamos a subir as escadas, a fim de nos trocarmos.

- Hei! – Gritou Seth e nós paramos.

Eu me virei para ele.

- Vocês ainda pretendem ir embora hoje?

Eu mordi o lábio. Nem eu e nem Alice respondemos.

- Sugiro que vocês durmam aqui hoje. Está ficando tarde para vocês pegarem estrada e vocês não tem carro. Amanhã meu pai pode levar vocês até o metrô.

Queria arrumar um jeito de dizer que não era necessário, mas eu sabia que Seth tinha razão. Não havia jeito de irmos embora hoje.

- É muita gentileza sua, Seth. Muito obrigada.

- Por nada.

Alice sorriu para ele e nós corremos para o quarto.

-

Vesti-me rapidamente no banheiro, coloquei um arco no cabelo e corri para a sala. Harry nos ofereceu o jantar, mas eu não estava com fome. Na verdade, eu estava curiosa, queria conhecer o lugar...

Talvez eu pudesse chamar Edward para uma romântica caminhada, mas ele estava ajudando Harry – um tipo de agradecimento. Eu decidi caminhar sozinha.

- Tem certeza? – Perguntou Harry, aparentemente preocupado.

- Sim, o máximo que eu posso encontrar de perigoso lá fora é uma mula sem cabeça. – Eu brinquei.

Harry assentiu.

- Elas são mesmo perigosas.

Eu sorri.

- Tenha cuidado, menina.

Ele disse igual ao meu pai...

Eu tentei me livrar de lembranças tristes. Eu já tinha tido essas lembranças melancólicas por uma vida toda. Eu estava na Itália! Tinha que ser feliz...

- Eu posso ir com você. – Disse Seth, interrompendo meu devaneio.

Eu não gostei da ideia, Edward também não.

- Realmente não é necessário...

- Ah, qual é Bella! Eu conheço essa fazenda melhor do que qualquer um. Isso é enorme, você pode se perder.

Eu realmente não queria ficar sozinha com ele, mas se eu desse uma desculpa, poderia magoar o menino. Edward passou a mão no cabelo, com raiva.

- Edward, você vai ficar bem? – Eu perguntei, constrangida com a situação.

Edward apenas assentiu.

Eu beijei seu rosto, e saí com Seth.

EDWARD PDV

“Não mate o garoto, não vale a pena...Pense no desgosto que seria para Carlisle se você fosse preso. Não, não o mate...” Eu tentava repetir para mim mesmo mentalmente.

Mas eu estava com tanta raiva do garoto, que oque eu realmente repetia para mim mesmo era:

“Quando ele voltar aqui eu vou matar esse moleque! Se aproveitando da situação...Eu vou cortar ele em pedacinhos, depois fritar e depois eu vou comer os restos dele, com o maior prazer...Ah, se vou!”.

- Ah, eu sou fritar...ou se vou!

- Algum problema? – Perguntou Harry.

- Não eu só estava...Lembrando-me de como fritar um ovo. – Eu dei de ombros.

A MENTIRA MAIS PODRE QUE EU JÁ CONTEI...

Harry assentiu.

- Eu posso te ensinar se você quiser...

- Não! Eu já lembrei. – eu dei um sorriso falso.

Harry olhou para a janela da cozinha por um instante e depois riu.

- Aquele meu filho é esperto.

Eu trinquei os dentes.

- Por que?

- Ah, ele já está “apaixonado”. Essa é a oitava!

- Ele já fez isso com as outras...?

- Ele sempre tenta beijar a garota. É a forma mais fácil para ele de ver se tem chance ou não. – Harry riu, orgulhoso.

- Hum...Com licença, eu já volto.

- Tudo bem.

Eu corri até o quarto, para socar a parede mais próxima.

BELLA PDV

- Esse lugar é lindo. – Eu comentei maravilhada.

- Obrigada. Eu amo esse lugar também. – Seth sorriu.

A noite estava romanticamente estrelada e eu senti a falta de Edward. Apesar de eu estar amando o passeio, eu não queria que Edward ficasse desconfortável. Eu mordi o lábio e olhei para o chão.

- Você parece preocupada. – ele observou.

Eu não respondi.

- Desculpe por ter vindo, eu só...

- Não. Está tudo bem, Seth. – Eu olhei para ele e dei um sorriso falso.

- Você acha que o Eddie vai ficar irritado?

- Não é Eddie, é EDWARD! – Eu gritei.

Seth riu.

- Certo...Mas você entendeu minha pergunta.

Nós nos sentamos na ponta de um chafariz, que eu tinha visto hoje á tarde. Agora ele projetava luzes azuis e rosas. Era magnífico! Eu me concentrei no barulho da água antes de responder.

- Não há motivos para isso. Nós só nos conhecemos hoje, eu não sinto nada por você e você tem apenas dezesseis anos! – Eu deixei escapar.

Seth olhou para os pés.

Eu não sei porque, mas eu não queria magoar o garoto. Talvez eu estivesse sendo muito dura com ele, afinal, era só uma paixonite adolescente...eu deveria entender...Mas eu não entendia! Eu nunca tinha tido uma “paixonite” por ninguém. Oque eu sentia por Edward era muito mais que uma “paixonite”.

- Eu acho que um garoto de dezesseis anos pode ter muito a oferecer.

- Escuta, não foi isso que eu quis dizer... – Eu coloquei a mão no seu ombro. – Você parece ser um cara legal, mas nós nos conhecemos hoje e eu sou comprometida.

Ele olhou nos meus olhos.

- Eu sei, eu sou um idiota.

Eu balancei a cabeça negativamente.

- Não, você não é. Eu só queria dizer que você ainda vai encontrar a garota certa para você. Você ainda é novo, tem muita vida pela frente.

- Bella, eu preciso ser sincero com você. – Ele se aproximou e eu me afastei.

Eu não estava gostando do rumo que as coisas estavam levando.

- Pode falar, Seth.

- Eu venho sentido... – Ele se aproximou de novo, mas eu não me afastei.

- Diga, Seth. – Eu murmurei impaciente.

Ele não disse, agiu.

Ele colocou a mão no meu rosto delicadamente, e foi se aproximando. O choque foi tão grande, que eu não consegui me afastar. Quando eu me dei conta, ele já estava á pouco centímetros de distancia.

“O que está havendo aqui, Bella?” Eu repeti para mim mesma, mentalmente.

Eu coloquei a mão nos ombros e Seth e o afastei abruptamente.

- Seth! – Eu gritei. – Precisamos esclarecer algumas coisas aqui!

- Olha Bella...

- Eu. Sou. Comprometida! Eu. Amo. Edward Cullen – eu enfatizei cada palavra.

- Eu só queria...

- Com licença, eu estou muito cansada. – Eu disse friamente.

Eu saí correndo até a casa.

Depois de uma longa corrida sem paradas, eu cheguei na casa. Todos – que estavam na sala de estar – perceberam que eu estava ofegante. Todos com exceção de Edward, que não estava na sala.

Harry tinha um sorrido malandro e idiota no rosto, que eu não quis ver.

- Por que diabos você está com essa cara? – Perguntou Alice.

Eu respirei fundo.

- Fiz uma longa corrida...

- longa corrida?

Eu ignorei sua pergunta.

- Cadê o Edward?

Ela suspirou.

- Ele foi para o quarto. Não parecia muito bem...

Merda.

- Vem cá, você e Edward são siameses? Não se desgrudam nunca... – Emmett riu.

Eu ignorei seu comentário e subi correndo para o quarto. Eu entrei no quarto que Seth tinha dito ser dos homens. Eu abri a porta lentamente, tentando não fazer nenhum barulho.

Edward estava na janela olhando para o céu,  com os braços cruzados. Eu caminhei lentamente até ele e fiquei ao seu lado, o olhando pelo canto do olho.

Ele não disse nada, também não se mexeu...Como se eu não estivesse ali.

- Oi. – eu sussurrei.

A principio, eu pensei que ele não iria falar comigo, mas depois de alguns minutos, ele cedeu e sussurrou:

- Olá. – Seu tom foi friamente educado.

Eu tentei aparentar normalidade.

- Acabei de voltar...esse lugar é lindo.

Ele apenas assentiu, sem olhar para mim.

- Sabe, ainda bem que encontramos Harry na estrada... – eu tentei puxar assunto, mas não funcionou.

Eu estava começando a ficar irritada. Eu não gostava daquele clima.

- Será que dá para você olhar para mim? – Eu aumentei o tom de voz.

Ele olhou lentamente para mim. Seus olhos ficaram surpresos por um momento, mas depois ficaram sombrios. Eu não gostava daquele olhar, não gostava daquele momento.

- Estou olhando, satisfeita? – Ele aumentou o tom de voz também.

Eu fiquei magoada. Eu não queria discutir com ele.

- Por que esse mau humor?

Ele suspirou.

- Talvez seja porque aquele Seth fica arrastando asa para cima de você e você vai na pilha dele!

Eu fiquei incrédula.

- Como você pode dizer uma coisa dessas? Eu conheço esse garoto á apenas um dia! – Eu gritei.

Eu suspeitei que o pessoal lá de baixo podia ouvir a nossa discussão, mas eu não liguei.

- Ele tentou beijar você não foi? O Harry disse que ele já fez isso com outras garotas. Deve ter conseguido! Bella, eu já fiz isso, eu sei como é.

- Só porque você foi um idiota, não quer dizer que o Seth também será! – Eu retruquei.

Eu percebi que aquilo abalou Edward e eu também fiquei abalada. Edward tentou esconder, mas eu vi.

- Bella...ele beijou você? Por favor, seja sincera.

Eu assenti.

- Nós nos sentamos no chafariz, ele se aproximou de mim...

- Chega, já entendi!

Eu passei a mão no cabelo, irritada.

- Será que eu posso terminar de falar?

- Bella, não precisa dizer mais nada, eu já entendi.

- VOCÊ NÃO ME DEIXA FALAR! – Eu explodi.

- Eu vou deixar você livre, vai lá para o seu Seth.

Eu corri até ele e segurei seu rosto.

- Olha para mim. – eu ordenei.

Ele olhou nos meus olhos.

- Não ouse dizer que vai me deixar, ouviu? – Meus dentes estavam trincados.

Edward suspirou e tirou gentilmente minhas mãos de seu rosto. Ele ficou de costas para mim, como se não quisesse me olhar.

- Desculpe.

Eu mordi o lábio, segurando o choro. Não era possível que nós estávamos brigando tanto por uma coisa boba como essa.

- Eu sei que eu estou sendo um idiota mas...Eu preciso ficar sozinho.

- Quer que eu saia?

- Não... – ele admitiu.

Eu franzi a sobrancelha.

-...mas eu preciso de um tempo sozinho.

Eu fechei os olhos. Ele tinha entendido tudo errado.

- Edward, eu...

- Por favor Bella, eu estou muito confuso agora. Sei que a culpa não foi sua mas...

- Eu não...

- Por favor?

Eu respirei fundo e saí do quarto silenciosamente. Queria ir para o quarto e ficar sozinha, mas não queria se entregar á dor por um motivo tão idiota. Depois ela explicaria tudo á Edward e nós ficaríamos bem, eu sabia disso.

Eu desci as escadas lentamente e ouvi Jurema propondo uma festa do cabide essa noite. Eu dei um sorriso fraco e apareci na sala. Quando eu vi as expressões de pena, meu sorriso sumiu no mesmo instante.

Sim, eles tinham ouvido tudo.

Seth estava em um canto da sala. Ele parecia um pouco abalado.

- Nós ouvimos a...briga. – Alice fez uma careta.

- Edward foi duro! – Exclamou Emmett.

Alice o encarou, com cara feia e ele logo se calou.

“Eu vou deixar você livre, vai lá para o seu Seth”.  Eu recordei as palavras de Edward.

Elas foram como facadas no meu peito.

- Eu vou para a cozinha preparar alguma coisa. – Sussurrou Harry.

Eu suspirei e me sentei no sofá, ao lado de Jasper. Ele colocou a mão no meu ombro.

Seth saiu da sala, sem dizer nada.

- Vocês vão se acertar...Edward é louco por você. – Jasper deu um sorriso fraco.

Eu não queria falar sobre isso, mas Jasper era meu amigo. As outras pessoas aparentemente não prestavam atenção na nossa conversa mais. Aparentemente. Eu sabia que tinha alguém prestando atenção.

- Jasper, eu nunca pensei que fosse dizer isso para você, mas eu...eu...também sou louca por ele. Eu acho isso tudo um inferno! – eu sussurrei.

- Casais passam por altos e baixos, Bella. O Edward ás vezes é um pouco cabeça dura, você vai ter que se acostumar.

Eu grunhi.

- Eu apenas queria voltar a pensar como antes. Antigamente, eu apenas olharia para ele e diria “que se dane!”, mas agora...Eu me sinto uma idiota, eu até choro atoa. – eu desabafei.

- Bella, você realmente não é mais a mesma. Edward é o homem certo para você e você é a mulher certa para ele...Assim como Alice. – Ele sorriu.

Alice, que estava ao lado dele, o abraçou e o beijou rapidamente.

- Meu namorado é um fofo não é?

Eu sabia que tinha alguém ouvindo.

Harry entrou novamente na sala, com canecas na mão.

- Chocolate quente! – Ele anunciou sorrindo.

Jurema bateu palmas. Alice a encarou.

- EU JÁ DISSE QUE QUEM FAZ ISSO SOU EU!

Eu ri baixinho.

Depois de tomarmos o nosso chocolate quente, conversamos sobre várias coisas. Comentamos em como estávamos felizes de estarmos na Itália e Harry contou algumas histórias...Eu estava  melhor agora, estava me sentindo um pouco mais leve.

- Me diz, por que você mora na Itália e fala a nossa língua? – Eu perguntei a Harry.

Ele limpou a garganta.

- A irmã mais velha de Seth...

- Nossa, você tem uma filha! – Exclamou Alice.

- Bom. – continuou Harry – O nome dela é Leah, se formou á algum tempo. Ela está noiva de um bacana e eles resolveram se mudar da Itália...Eu nunca pensaria em fazer isso porque, eu amo a Itália. Eu nasci aqui e nunca me mudei. Mas Leah se mudou e com as visitas constantes, eu acabei entendendo um pouco da língua.

- Um pouco? – Eu perguntei impressionada. – Você fala muito bem.

Harry deu de ombros.

- Minha esposa também não era daqui.

Eu queria perguntar por sua esposa, mas quando vi sua expressão quando ele a citou, eu preferi ficar calada. Pelo silêncio que se seguiu, eu percebi que eu não fui a única que pensou assim.

Depois de alguns minutos, nós ouvimos alguns passos na escada. Eu e Alice nos entreolhamos.

Edward ficou nos observando por alguns segundos, até que os nossos olhares se cruzaram. Eu corei e olhei para o chão.

Eu ouvi um farfalhar e senti alguém se sentar ao meu lado. Eu olhei para o lado e percebi que Edward tinha se sentado no braço do sofá. E então, lentamente – muito lentamente – ele segurou minha mão. Uma onda de alivio percorreu todo o meu corpo.

Sim, aquilo só passou de uma bobeira. Tudo voltaria ao normal.

Eu abri a boca para falar com Edward, mas ele apenas balançou a cabeça.

- Desculpem, perdi alguma coisa? – Perguntou Edward, como se nada tivesse acontecido.

-

Depois de várias histórias e gargalhadas, constatamos que já estava na hora de ir para a cama. Amanhã seria um dia longo e nós teríamos que acordar cedo para pegar o metro. Eu senti uma preocupação passageira com o carro alugado.

Nós começamos a subir as escadas, a caminho dos quartos, quando eu vi Jurema abrir a porta de um quarto separado. Eu corri até ela.

- Ju, será que você poderia me fazer um favor?

- Ju?

- Eu estou tentando persuadir você! – Eu dei uma risada.

- Diga.

- Que tal você ir dormir com as garotas  e deixar eu dormir nesse quarto sozinha?

- O que? Por que?

- Porque faz um tempo que eu não fico sozinha e....

- Já entendi. Você vai chamar o Edzudo...

Eu revirei os olhos.

- Claro que não.

Ela deu de ombros, sem acreditar na minha história, e foi até o outro quarto. Eu sorri.

- Boa-noite, Jaburu. – sussurrou Emmett.

                                                                           

- Será que eu poderia saber o que seria “Jaburu”?

- Não, se não perde a graça da piada.

Eu dei um tapa na cabeça dele. Jasper entrou no quarto, nos despedimos com sorrisos. Quando Edward iria entrar, eu o puxei.

- Aonde você vai? – Eu quase sorri.

Ele pareceu confuso.

- Vou dormir com meus irmãos.

Eu revirei os olhos.

- Não, você vai dormir comigo. – Eu o puxei para perto, mas ele se afastou.

Seu rosto ficou sério.

- Eu não acho que seria uma boa idéia.

Talvez não tenha voltado ao normal...

- Por que não? – Eu ouvi a angustia na minha voz.

Ele fechou os olhos.

- Boa-noite Bella.

Ele entrou no quarto e me deixou ali parada, boquiaberta sozinha no corredor. Eu rosnei e entrei no quarto.

Um grito macabro saiu pela a minha boca. Eu me deitei na cama violentamente, coloquei o rosto no travesseiro e gritei. Eu senti a fúria tomar conta de mim.

Isso era infantilidade! Ele iria ficar brigado comigo por uma coisa tão idiota assim? Ele achava que eu tinha o traído mesmo depois de todas as juras de amor que eu fiz para ele. Eu joguei o travesseiro na porta.

Eu deveria estar com raiva dele. Ele estava errado!

Quer saber, eu não iria deixar barato. Não iria mesmo.

(continua) 


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Notas finais do capítulo

Eu realmente ainda espero que não me odeiem, haha.
Gostaram? Não...aah, gosta sim, demorei muuito para escrever. Haha .
Beijos, até o próximo :*