EDWARD PDV

- Calma, meu amor... –

Carlisle abraçou Esme. Era um pouco frustrante ter de assistir Carlisle e Esme aos beijos e abraços. Pela segunda vez no dia eu me senti um velho. Quando eu cheguei ao hospital e perguntei a Esme sobre Bella, ela começou a chorar. Carlisle tinha me mandado um olhar tão estranho, que eu quase saí correndo. Quase.

- Eu sinto muito, Esme. – Eu sussurrei.

Ela limpou suas lágrimas, e tentou se recompor.

- Desculpe Edward. – Ela fungou. – Mas eu simplesmente não consigo...

Ela começou a chorar de novo. Esme estava sofrendo, muito. Tudo oque ela temia aconteceu, ferir os sentimentos de Bella. E tudo oque eu menos queria fazer aconteceu também, eu magoei Bella. Legal!

- Querida, por que você não vai tomar um copo d’água? – Perguntou Carlisle.

Ela assentiu, ainda soluçando. Carlisle afagou seu braço e esperou ela ir embora. Depois que ela saiu de vista, Carlisle suspirou. Nós entramos me sua sala, e eu me sentei na cadeira que ficava de frente para ele.

- Eu realmente não queria que as coisas fossem assim. Ela não consegue nem trabalhar direito. – Carlisle suspirou de novo.

- Todos nós estamos muito preocupados.

Carlisle olhou nos meus olhos, um pouco surpreso.

- E então, por que veio aqui? Algum problema? – Ele perguntou calmamente.

- Era exatamente sobre isso que eu queria falar, quer dizer, sobre Bella.

Carlisle era como um tipo de conselheiro para todos nós. Sempre que estávamos com problemas, ou dúvidas do que fazer, ele sempre nos dizia oque era melhor. Engraçado, que quando Elizabeth – minha mãe, mas era repugnante pensar nela como minha mãe – foi embora, eu e meus irmãos que convencemos Carlisle a voltar a trabalhar.

- O que aconteceu Edward?

- Bom,er...

Eu tinha vergonha de falar com ele sobre isso, mas não era hora para ter vergonha.

- Eu e Bella estávamos juntos antes e...

- Eu sei. – ele disse rapidamente.

Eu franzi o cenho.

- Sabe?

- A notícia rola... – ele deu de ombros.

Eu revirei os olhos, e ele deu uma risadinha rouca.

- Desculpe, onde paramos?

Eu suspirei.

- Carlisle, eu...eu a amo. E eu vou atrás dela. Não importa se ela não quer ficar comigo, até mesmo porque ela é boa demais para mim. Mas, pense em Esme...

Carlisle sorriu.

- Edward, isso é muito generoso. – seu tom estava cheio de compaixão. – Mas, como você vai encontrá-la?

- Eu não sei. Eu gostaria de falar com Esme, mas eu acho que não é uma boa hora.

Ele assentiu, cabisbaixo.

- Tem razão. Mas, se precisar de ajuda, você sabe que é só falar.

Eu sorri sem mostrar os dentes.

- Obrigada. Se tiver notícias, liga.

-

Eu tinha ido á três hotéis, e não tinha achado Bella. Depois de um tempo, eu decidi que precisava descansar um pouco e fui para casa. Ela não estava nos hotéis, não nos que eu conhecia. Claro que não. Eu iria continuar procurando...Eu conhecia um hotel por perto, mas era muito estranho aquele lugar, eu acho que ela não iria para lá...ou iria?

Quando eu cheguei no apartamento, vi que Alice e Jasper estavam sentados no sofá. Alice parecia aflita, Jasper estava afagando seu braço com uma mão, e estava segurando a mão dela com a outra mão.

- Edward! – Alice suspirou, mas ainda parecia aflita.

- Pensamos que você tinha ido embora também. – Explicou Jasper.

Eu revirei os olhos.

- É por isso que estão preocupados?

- Claro que não. – Negou Alice rapidamente – Mas...já faz tanto tempo, Edward. Eu estou com medo, pelo oque pode acontecer com a Bella.

Eu suspirei e me sentei do lado dela. Eu coloquei a mão no rosto – uma coisa que eu fazia muito ultimamente. Alguém afagou minhas costas, provavelmente Alice.

- Você...você foi procurar por ela? – Alice perguntou.

- Sim, mas eu não tive muito sucesso.

Ela suspirou.

- Eu e Jasper podemos te ajudar. – Sua voz tinha uma pontinha de esperança. – De alguma forma, quer dizer. Eu posso te dizer os lugares que ela costumava freqüentar...

- Eu não sei se isso ajudaria muito. – eu cortei. – Se ao menos eu soubesse onde...

Então eu tentei ligar as peças. Eu iria procurar onde Jacob estava. Porque, era muita coincidência que os dois tenham ido embora no mesmo dia. Ela provavelmente foi para onde ele foi...mas onde? Quem poderia saber? Para quem, além de Bella, ele iria dizer?

- Renesmee! – Eu exclamei, esperançoso.

Eu ainda não tinha certeza, mas eu não pude controlar a esperança que tomou cada célula do meu corpo. Ela devia saber, ela tinha que saber. Eu ofeguei. Eu fui tão lento! Como eu não pude me dar conta disso antes?

- O que foi Edward? – Jasper perguntou.

Eu apenas balancei a cabeça, e praticamente corri para o seu quarto. Depois das minhas batidas apressadas e ansiosas na porta, Renesmee me atendeu. Eu não pude não notar o alivio em seus olhos, quando ela viu um pouco de vida no meu rosto.

- Renesmee, eu preciso da sua ajuda mais do que nunca agora. – Eu disse antes que ela pudesse fazer perguntas.

Ela franziu o cenho por alguns minutos, mas depois ela fez um sinal com mão para eu entrar. Ela se sentou na cama, mas eu, ainda agitado, comecei a andar de um lado para o outro tentando juntar o quebra cabeça.

Eu não tinha muito tempo de namoro com Bella – definitivamente. Mas, eu a conhecia muito bem, e sabia, que com Jacob, ela se sentiria mais segura. E ele era o único que não sabia sobre Esme e Carlisle. Tudo se encaixava perfeitamente. Mas, como ela sabia como encontrá-lo?

- O que houve Edward?

- Renesmee, antes de Jacob ir embora... – eu disse as palavras lentamente para dar tempo para ela se lembrar de tudo.

Ela engoliu seca.

- Sim? 

- Vocês tiveram algum tipo de despedida?

- Como?

RENESMEE PDV

Três emoções fortes me pegaram desprevenida naquela hora.

A primeira foi o alivio. Edward parecia bem melhor depois de semanas, e isso era bom. Apesar de nós não termos mantidos muito contato depois do aniversário de Bella, só um cego não iria perceber o quanto ele estava mal.

A segunda foi à confusão. Eu não sabia onde Edward queria chegar, e nem o porque dele estar tão mais...disposto. Por que ele estava falando de Jacob? Por que ele queria minha ajuda?

A terceira foi a dor. Eu tinha evitado ao máximo pensar em Jacob. Tinha passado noites sem dormir, tentando me curar desse amor adolescente tão forte que eu sentia dentro de mim, mas eu não tive sucesso. Oque eu sentia por Jacob não era uma coisa que poderia ser esquecida e nem curada – curada sim, mas depois de muito, muito tempo. Eu tinha tentado me distrair e funcionou, mas quando Edward disse seu nome, toda a dor voltou e mais aguda dessa vez.

Eu tentei me recompor e fazer o máximo possível de esforço para ajudar Edward?

- Desculpe? – Eu perguntei quando Edward não me respondeu.

Ele parou de andar por um momento, mas depois continuou.

- Vocês se despediram quando ele foi embora?

- Hmm...

FLASH BLACK

- Eu sei que eu disse á algum tempo que iria embora, mas agora eu tenho tudo resolvido e eu vou embora hoje. – Jacob explicou.

Eu não queria saber o porque, eu só queria que Jacob ficasse comigo. Eu tentei conter as lágrimas que se formaram no meu rosto. Chorar não adiantaria nada. Eu tentei pensar em alguma coisa que prolongasse o nosso pequeno tempo.

- Mas...por que hoje? Logo no aniversário da Bella...ela não vai ficar feliz.

Ele fechou os olhos por um momento, respirou fundo e depois os abriu de novo. Ele estava tentando conter alguma expressão no seu rosto.

- Eu sei, mas para que prolongar o inevitável?

Eu odiava aquele drama. Eu não ligava para oque Jacob estivesse fazendo, eu o queria. E isso era totalmente errado.

- Escuta, eu...tenho que ir.

Eu assenti.

- Eu vou...eu já volto.

Jacob tirou sua mochila das costas, e saiu do quarto. Eu deixei que as lágrimas rolassem pelos os meus olhos. Talvez ele tivesse razão, talvez nós tivéssemos indo rápido demais. Mas, o tempo importa.

A curiosidade me pegou de surpresa, e eu corri até sua mochila. Será que eu encontraria alguma coisa útil para me ajudar? Talvez se eu pegasse algo importante, ele poderia voltar para buscar...

Foi nesse momento que eu encontrei um papel pequeno em seu bolso menor. Sem nenhum interesse, eu abri o papel. Um endereço estava anotado ali, eu não sabia oque isso significava. Será que era o lugar onde ele iria ficar?

Mas, antes que eu tirasse minhas conclusões, eu o ouvi se aproximando, eu sai de perto da mochila rapidamente, me sentindo uma completa inútil por deixar o homem que eu amava ir embora.

FIM DO FLASH BLACK.

- Renesmee? Renesmee por favor, eu preciso muito da sua ajuda. – Edward parecia ansioso.

- Sim, nós tivemos uma pequena despedida.

Eu notei a esperança no seu rosto.

- Você sabe para onde ele foi?

Eu sorri. O papel que me pareceu inútil antes, me pareceu muito útil. Eu não precisava ler mentes para saber oque Edward queria. Isso explicava sua expressão.

- Na verdade, eu não sei detalhes, mas eu tenho uma idéia.

- Jura?

- Eu acho que você pode encontrar oque está precisando.

Ele sorriu mais largamente e correu até mim para me dar um abraço de urso.

ROSALIE PDV

- Eu ainda não entendi oque você está fazendo aqui. – eu resmunguei.

Emmett revirou os olhos.

- Você vai ficar trancada nesse quarto o resto da vida?

- Eu ainda não entendi oque você está fazendo aqui. – eu repeti, mal-humorada.

- Tudo bem, menina educada, - ele beliscou minha bochecha -  eu vou embora.

Eu suspirei.

Eu não estava com ânimo para ficar sozinha agora, apesar disso soar irônico. O pior é que eu me sentia terrivelmente culpada e preocupada. Eu nunca devia ter criado esperanças...Edward amava Bella, e isso ficou estampado na minha cara assim que ela foi embora.

- Emmett, espere! – Eu chamei.

Ele se virou e me encarou.

- Rá! Eu sabia que você queria minha companhia.

Eu revirei os olhos.

- Será que você pode guardar suas piadinhas para si mesmo.

- Sim, madame.

Ele se sentou no chão, ao meu lado na cama. Eu fiquei olhando para o teto, sem saber oque dizer. Por um momento, eu quis que Emmett dissesse alguma coisa, mas ele continuou em silêncio. Eu fiquei um pouco surpresa com a quantidade impressionante de tempo que ele conseguiu ficar calado.

- Tudo bem, pode falar.

Mas ele continuou calado.

Eu olhei para ele para checar se ainda estava ali, e ele continuava imóvel, me encarando.

- O que foi? – Eu sussurrei.

- Nada. – Ele deu de ombros.

Emmett era bonito, engraçado e estava...disponível. Mas, antes mesmo que eu pudesse começar a pensar nessas coisas, eu balancei a cabeça horrorizada.

- Sabe, você foi uma das primeiras garotas que não me deu mole logo de cara...

Eu ergui uma sobrancelha.

- Você acha que eu sou igual às outras.

Ele sorriu.

- Não, as difíceis são as melhores.

Eu bufei.

- Pelo amor de Deus Emmett, me poupe!

- Você pode parar de mentir para si mesma? Eu sei que você sente uma atração por mim... – ele sorriu de novo.

Eu revirei os olhos.

- Não diga bobagens.

Ele deu de ombros.

- Não existe só você no mundo...

Aquilo, de certa forma me magoou. Eu quis dar um tapa na minha própria cara.

- Você devia tirar isso da sua cabeça. – eu aconselhei.

Ele me ignorou.

- O que te faz achar que eu gosto de você?

- O jeito que você me olha... – O seu sorriso desapareceu e ele ficou carrancudo. – Mas eu acho que você está mais ocupada com Edward não é mesmo?

Eu suspirei. Na verdade eu estava ofendida.

Por que Edward queria Bella? Todos os homens sempre olhavam para mim, eu sempre chamava a atenção – oque era muito bom para mim – mas Edward era diferente dos outros. Eu me perguntei se eu gostava mesmo de Edward ou se eu só queria que ele gostasse de mim como os outros.

- Ele gosta mesmo da Bella, eu nunca o vi assim – ele fez uma careta – ficou maluco, o garoto. Ela devia dar um pé na bunda dele...

Eu o encarei incrédula e ele começou a gargalhar.

- O que foi? – Ele fez cara de inocente.

- Você não está melhorando nada aqui. – eu reclamei.

- Você está brava comigo?

- Estou. – eu olhei para o teto.

- E você ficaria brava comigo se eu te beijasse agora?

Eu mordi o lábio. Eu tentei pensar na resposta apropriada para aquela pergunta. Emmett beijava tão bem e afinal, beijar não engravida.

- Não. – Eu respondi, ainda sem olhar para ele.

Eu ouvi sua risadinha baixinha e dei um sorri.

Ele pegou meu queixo e virou meu rosto para olhar para ele. Eu respirei fundo, e coloquei minha mão em sua nuca. Eu a acariciei e eu pude sentir que ele ficou arrepiado. Ele colocou a mão nas minhas costas e me beijou. Nossos lábios estavam sincronizados, de certa forma. Eu não percebi que estava agarrando sua nuca com força demais, ou que Emmett agora segurava minha cintura com a mesma força. Quem ligava?

Foi então que eu percebi. Não importava. E daí se Edward não fosse igual aos outros? Ou que ele estivesse apaixonado por Bella? Isso não parecia importar para mim no momento, eu tinha Emmett.

BELLA PDV

- Bella! – Jacob gritou.

Já fazia alguns minutos que Jacob tinha corrido para atender o velho telefone dali. Eu estava ficando realmente curiosa, tão curiosa que já tinha ruído a maioria das minhas unhas. Jacob não dizia nenhuma frase completa, ele apenas dizia “hum...” ou “aaah”.

Eu corri até ele, a fim de obter alguma informação. Ele parecia surpreso.

- Advinha quem está lá em baixo nesse momento?

Eu franzi o cenho.

- Quem?

Ele deu um curto sorrisinho.

- Edward Cullen.

Meu coração bateu com força no peito. Eu travei meus músculos, lutando com a vontade insana de ir correndo até lá. Eu precisava ser coerente. Foi um pouco complicado encontrar a minha voz, mas depois de algum tempo, ela saiu...não mais que um sussurro.

- Peça para ele subir, ora.

- Mas Bella...

- Vai ser suspeito demais. Peça para ele subir, eu posso me esconder em qualquer lugar por ai.

- Tem certeza?

- Absoluta.

Na verdade, eu estava gostando da ideia de mandar ele subir...Mas eu iria resistir, eu tinha que resistir. Nada iria me fazer sair de perto de Jacob. Jacob pediu pelo velho telefone para que ele subisse e desligou o telefone. Eu não consegui sair da sala, e Jacob teve que praticamente me empurrar para o quarto.

Quando eu entrei no pequeno quarto onde Jacob dormia – eu tinha me recusado de dormir ali, porque eu não queria tomar os melhores aposentos da sala, e depois de muita, muita e muita discussão, Jacob tinha decidido desistir de dormir na sala – eu saí dali rapidamente. O quarto estava imundo, e além disso, tinha cheiro de mofo.

Eu fiquei no pequeno corredor, me decidindo aonde eu iria me esconder. Eu ouvi a batida na porta, e corri rapidamente para o banheiro. Eu encostei a cabeça na porta do banheiro, tentando ouvir alguma coisa. Felizmente, eu conseguia ouvir a maioria dos barulhos na sala se eu prestasse bastante atenção.

- Hei, Edward!

- Quanto tempo... – Edward murmurou.

As batidas do meu coração aceleraram, como se ele mesmo quisesse fugir do meu peito e correr para Edward. Sua voz era tão linda!

“Foco Bella!”

- Ah, não faz tanto tempo assim.

Eu ouvi o barulho da porta se fechando.

- Como estão as coisas no apartamento? – Jacob mudou de assunto.

- Terrivelmente estranhas e tediosas.

Jacob deu uma baixa risadinha.

- Bom, estranhas sim, mas tediosas?

- Ah, não é a mesma coisa.

Ninguém disse nada, e eu me perguntei incontrolavelmente oque poderia estar acontecendo na sala. Eu ouvi alguns passos se aproximando, e como eu não tinha garantias, eu me joguei na banheira, esperando que fosse o bastante para me esconder. Quem quer que tenha entrado, não pareceu notar a minha presença.

Eu pude ouvir o barulho da água da torneira.

Eu levantei um pouco a cabeça para ver quem era – mesmo eu já tendo uma ideia – e quando vi Edward, eu abaixei a cabeça rapidamente, mas ela bateu com força na torneira da banheira...

“Como eu consegui fazer isso?”

- Merda. – eu sussurrei.

Quando Edward me viu ali agachada dentro da banheira, xingando e massageando a cabeça, várias expressões passaram por seu rosto. Confusão, aflição, medo, surpresa, compaixão, dor...

“De novo, não!”

Durante semanas eu tive pesadelos com seu rosto agoniado, e era demais para mim ter de vê-lo de novo. Mas eu não podia mentir, eu estava terrivelmente feliz e satisfeita por vê-lo. Eu travei meus músculos de novo, e fiz toda a força possível para não correr até ele. Eu não tinha argumentos suficientes, eu queria tocá-lo, pouco me importava oque ele tivesse feito.

“Foco, foco!” eu gritei mentalmente.

- Bella! – ele finalmente conseguiu colocar para fora.

Eu saí da banheira, tentando manter distância. Uma dor aguda tocou o meu peito...era doloroso ficar longe de Edward, e eu infelizmente era a testemunha do quão doloroso poderia ser. Em seus olhos, eu via que ele parecia achar a mesma coisa.

- Edward... – eu sussurrei.

Por mais que eu não quisesse, o modo como eu pronunciei seu nome, foi rodeado de carícia. Edward balançou a cabeça...ele parecia não estar acreditando. Lágrimas se formularam nos meus olhos, mas eu fiz esforço para que elas não caíssem.

E então, a ficha caiu e ele correu para os meus braços.

Aliviada e cansada de resistir, eu o abracei com tal força. As lágrimas finalmente rolaram pelos meus olhos, e foram parar em sua camisa. Eu gostei do modo como ele me apertou contra seu corpo, como se tivesse sonhado muitas vezes com isso...assim como eu.

Nada importava agora. Não importa se eu sofri, se ele mentiu ou se não confiou em mim. Ele estava finalmente nos meus braços e eu nunca, jamais iria soltá-lo. Eu fechei os olhos, satisfeita ao sentir seu doce cheiro. Era bom demais para mim e eu rezei para que não estivesse dormindo.

- Eu amo você. Me desculpe, me desculpe, me desculpe!

- Shhh. – Eu sibilei. – está tudo bem agora.

E então, ele se afastou de mim e colocaram as mãos em ambos os lados do meu rosto. Ele ficou olhando por um bom tempo para os meus olhos. O pequeno hotel podia estar pegando fogo, que eu não perceberia, eu não conseguia parar de olhar para os seus olhos.

- Eu prometo que eu nunca mais vou te machucar...

- Nada disso importa agora. – eu sussurrei. – eu estou aqui, bem e...

eu respirei fundo.

- E eu te amo.

Ele sorriu, encantado.

- Como você pode me amar?

Eu fazia essa pergunta todos os dias...quer dizer, não exatamente essa pergunta. Eu me perguntava “como ele podia me amar?”.

- Nós nunca escolhemos quem nós amamos. – eu citei oque ele disse uma vez para mim. – a culpa não é minha se você é a pessoa que eu mais amo...

Eu não pude terminar, meus lábios estavam ocupados demais.

Seus lábios se moveram com os meus gentilmente no início, mas logo o nosso beijo começou a ficar intenso, voraz.

Eu sabia que eu estava com raiva dele antes, que eu tinha um motivo para estar na casa de Jacob, mas tudo foi esquecido quando eu o vi ali, tão perto de mim. Quando nossos lábios se tocaram, foi como se um impulso elétrico passasse sobre nós.

Eu coloquei a mão em sua nuca, e comecei a acariciá-la. Ele colocou a mão em minha cintura, e me puxou para mais perto dele. Eu não me sentia como se eu estivesse dentro de um banheiro pequeno, mas eu sentia como se eu estivesse em outro mundo...

Um mundo onde não havia dores, não havia decepções, não havia nada de ruim. Um mundo onde apenas Edward existia, onde nós poderíamos nos amar, sem medo, sem obstáculos.

O amor é um campo de batalha, mas nós já tínhamos passado por todos os obstáculos e nada poderia nos separar. E a cada obstáculo que aparecia, aquilo só servia para aumentar cada vez mais o meu amor por Edward Cullen.

Não existia tempo, não existia presa...

Nós éramos um só, e eu o amava mais que a minha própria vida. Eu me vi absolutamente incapaz de viver sem ele.

Edward parou de me beijar delicadamente, e mordeu o lóbulo da minha orelha. Eu estremeci e ele deu uma risada rouca no meu ouvido, eu fiquei arrepiada de novo. Quando Edward me beijou de novo, ele me beijou mais lentamente, mais carinhosamente.

Nós estávamos quase perdendo o controle quando ouvimos Jacob bater na porta nervosamente. Eu afastei meus lábios de Edward, mas ele não largou minha cintura e eu também não tirei as mãos de sua nuca.

- Fala alguma coisa. – Eu sussurrei para Edward.

- O que?

- Sei lá...fala que está com dor de barriga, qualquer coisa.

Jacob bateu na porta de novo.

- Edward...? – Jacob perguntou um pouco hesitante.

Edward não respondeu e eu dei um leve tapa em Edward.

Era incrível como o meu humor estava bem melhor agora que estávamos abraçados naquele pequeno banheiro. Eu podia ver em seus olhos, que o humor de Edward também parecia melhor.

- Jacob, eu estou meio...ocupado.

Eu revirei os olhos.

- Ele já sabe que eu estou aqui e você falando dá á entender que...Jacob tem a imaginação bem...

- Só me dê um minuto, eu já vou sair do banheiro. – Edward fez uma careta.

- Tudo bem.

Nós esperamos para falar, só quando os passos de Jacob se afastaram. Edward acariciou meu rosto.

- Eu estive tão preocupado que eu poderia te dar uma bronca agora... – ele sorriu – mas eu não sei se consigo agora.

Eu me aninhei em seu peito, e ele me abraçou com mais força.

- Me desculpe.

Agora, Edward estava me reconfortando.

- O pior já passou, agora estamos juntos de novo não estamos?

Eu assenti. Eu respirei fundo, e um pequeno sorriso se formou em meu rosto contra a minha vontade quando eu senti seu cheiro.

- E isso foi um tanto importante...

- O que? – Eu perguntei sem entender.

- Isso me ajudou a ver, o quanto você é importante para mim.

Antes que eu pudesse beijá-lo, Jacob bateu na porta de novo. Eu gemi e entrei na banheira. Edward me deu um selo nos lábios, e abriu a porta.

- Desculpe Jacob.

Jacob suspirou aliviado.

- O que você estava fazendo?

- Foi uma... – Eu sabia como seu rosto ficava quando Edward usava aquele tom de voz, ele estava tentando não rir. – uma dor de barriga.

- Oh, você quer um remédio?

- Não, eu vou ficar bem. Agora, eu preciso ir embora. Parece que a Bella não está aqui.

Silêncio.

- Obrigada, Jacob.

- Por nada.

Eu ouvi os passos de Edward e o barulho da porta se abrindo de fechando. Uma dor aguda invadiu o meu peito e eu me levantei da banheira.

- Bella! Há quanto tempo você está ai?

- Á um tempo, mas está tudo bem.

- Deve ter sido bem...desagradável, já que ele estava...

Eu ri.

- Jacob, se não se importa, eu preciso ir embora.

- Como?

- Eu preciso voltar para o apartamento, antes que Edward vá embora.

- Mas Bella...

Eu saí do banheiro, e comecei a colocar minhas coisas dentro da mochila. Eu coloquei minha calça Jeans, meu All Star, minha blusa branca e minha blusa xadrez rapidamente. Quando eu saí do quarto, com a minha mochila na mão, Jacob franziu a testa.

- Mas eu pensei que...

- Você se importa?

- Claro que não.

Eu coloquei a mão nos seus ombros.

- Você deveria ir também.

Ele bufou.

- Yeah, me espere sentada.

Eu dei de ombros e corri até a porta.

- Mas...Bella?

Eu me virei para encará-lo.

- Sim?

- O que fez você mudar de ideia?

- Eu tenho que ir atrás do que é meu. – Eu sorri e fui embora.

Enquanto eu corri pelas escadas com presa, me perguntei se Edward tinha mesmo ido embora, por mais louco que isso parecesse. Eu não pude deixar de ficar aliviada quando o vi perto de seu Volvo prata, esperando.

Quando ele me viu, ele deu um sorriso torto, e eu pulei para abraçá-lo.

- Jacob deve está achando que eu pirei de vez...Mas isso importa?

Edward segurou minha mão.

- Para onde vamos?

- Para qualquer lugar, desde que estejamos juntos...

Ele sorriu e sussurrou no meu ouvido.

- Eu sempre estarei com você. Eu sempre serei seu.

- E eu sempre serei sua.

- Sempre.

Então, nós entramos em seu Volvo. Eu não olhei para trás não me importando quando eu deixei o meu fusca largado do outro lado da rua, e quando eu deixei um Jacob completamente confuso dentro de um apartamento pequeno. Eu estava sendo feliz com Edward, afinal. Com ele era o meu lugar de verdade.

(continua...)