BELLA PDV

- Por que...por que você não me disse antes? – Eu perguntei enquanto nós sentávamos no sofá.

Ele me puxou para mais perto dele e eu me aninhei em seu peito. Eu gostei de tê-lo tão perto e de saber que aquilo não era mais uma mentirinha, agora aquilo era real; de certa forma, isso me reconfortou.

- Eu tinha medo de que você não sentisse o mesmo.

- Então...por que você me contou agora...? – Eu perguntei gentilmente.

Ele acariciou meu rosto.

- Eu percebi que eu iria te perder. – Ele sussurrou no meu cabelo.

Ele fez uma pausa, provavelmente estudando as próximas palavras.

- Eu não me importo se você disser que não sente o mesmo por mim, eu te deixo livre se você quiser, eu só quero que você saiba, que oque eu sinto por você é verdadeiro. Não importa quantas vezes eu já menti nessa vida, o meu sentimento por você, é a coisa mais pura que eu já senti Bella.... – Ele suspirou.

Eu percebi que eu precisava ser sincera com ele, dizer tudo de uma vez por todas, tudo oque eu sentia, tudo oque eu tinha guardado dentro de mim por tanto tempo. Eu não queria que ele pensasse que eu não sentia o mesmo por ele.

- Edward eu... – Eu hesitei um instante. – Isso tudo é muito novo para mim, eu nunca senti nada parecido. É até um pouco estranho estar tão perto de você assim, mas eu gosto. Eu não sei oque acontece comigo quando eu chego perto de você, ou quando eu olho para você, ou quando eu toco em você...

Eu respirei fundo e continuei:

- O que eu estou querendo dizer, é que eu não tenho mais medo. Eu quero me entregar á isso, eu quero sentir a sensação de ser amar e ser amada, sem medo. Eu quero viver essa experiência com você.

Eu senti orgulho de mim mesma por ter conseguido, por ter tido coragem o suficiente para poder dizer aquilo tudo para ele. Todas aquelas palavras, tudo aquilo que eu sempre tive vontade de dizer, estava preso dentro de mim, e aquilo estava me matando... Edward estava com os olhos brilhando, ele também estava orgulhoso. Ele acariciou meu rosto, e puxou meu rosto para perto do dele.

- Eu também quero Bella, acredite. Você não tem noção do quanto isso me deixa feliz. Você é tudo para mim, tudo oque eu quero.

Parecia que meu coração queria pular do peito. Parecia que eu estava revivendo o dia da praia... Eu me senti exatamente igual, ou até melhor. Naquele dia, eu não sabia oque Edward sentia por mim, eu nem sequer sabia oque eu sentia por ele. Mas, agora eu sabia, eu tinha certeza absoluta, e por algum milagre de Deus, ele sentia o mesmo por mim. 

- Você... você sente? – Eu perguntei acariciando seu rosto.

Edward sabia muito bem oque eu queria dizer; eu queria saber se ele sentia a mesma coisa que eu sentia a cada toque de sua pele. Eu queria saber se ele sentia a mesma coisa que eu... Apesar de isso não ser lá muito necessário. Ele apenas pegou meu rosto e me beijou. Eu retribui seu beijo.

Ter seus lábios no meu, de modo tão intenso me fez sentir pena de Tanya. Ela tinha tentado e eu tinha sido burra o bastante para acreditar nela. Mas, agora eu confiava em Edward, eu não ligava para oque as outras pessoas achavam disso. Eu o amava, e isso era o bastante para mim, o bastante para nós.

Seus lábios se afastaram do meu lentamente, e a ponta de seus dedos percorreu cada linha de meu rosto. Eu não agüentei de ansiedade e o beijei de novo.

Eu agarrei meus dedos em seu cabelo, o puxando para mais perto de mim. Meu coração estava um tanto irregular e eu não me surpreenderia se ele parasse de bater á qualquer estante. Edward retribuiu meu beijo, mas ele não durou muito tempo. Eu estava ficando sem ar, e meu coração estava mais acelerado que o normal. Edward, preocupado, se afastou de mim gentilmente.

- Bella...

- Tudo bem, eu estou bem. – Eu respirei fundo.

Ele analisou o meu rosto por um momento, e depois concluiu ele mesmo – com um sorriso maroto no rosto – que eu iria ficar bem.

- Você quer isso...?

- Sim, é tudo oque eu quero. – eu respondi.

Ele encostou sua testa na minha, e entrelaçou suas mãos nas minhas.

- Eu quero que saiba, que nada no mundo irá me fazer desistir de você. – Ele sussurrou.

Eu fechei os olhos.

- Eu sei.

Ele riu baixinho.

Eu sabia que poderia confiar em Edward, sabia que ele estava pronto para me ouvir, sabia que ele não iria rir dos meus medos, e sim, me apoiar. Eu me senti aliviada por isso, eu sabia que existia uma pessoa no mundo que eu poderia confiar... e essa pessoa era ele.

- Você não vai querer se relacionar com uma problemática como eu, claro que não. Eu não mereço você.

- Você não é problemática...Todas as pessoas têm suas inseguranças, e eu te entendo Bella. Eu, com certeza não sou nada demais perto de você. 

Eu ri.

- Pode ter certeza que as meninas da Faculdade não pensam assim.

- Eu te amo, e é isso que importa. – Ele disse.

- Apenas isso.

ALICE PDV

Depois de todo o escândalo de Rosalie, todos os vizinhos foram ver oque tinha acontecido... Fofoqueiros! Emmett tentou resolver a situação, mas é claro que não deu certo, ele só piorou as coisas. Algum morador tinha reclamado da nossa bagunça e chamou o sindico. Desde então, nós estávamos tomando um “chá” na casa dele.

O problema não é o sindico, muito menos o chá e sim a casa dele.

QUE BAGUNÇA!

Eu não conseguia nem ouvir meus próprios pensamentos com aquelas crianças chorando. A mulher dele só sabia reclamar, parecia a Rose.

- Bom, vamos ao que interessa, é por isso que vocês estão aqui. – Disse o sindico com um sorriso forçado.

Rosalie bufou mal-humorada.

- Já faz um tempo que eu venho recebendo reclamações dos moradores, reclamando do...como eu vou dizer? Ah sim, comportamento de vocês. Eu não quis incomodar ninguém, mas eu acho que hoje eu vou ter que tomar uma providencia. – Ele fez uma careta.

- Espera um instante. Você não quis incomodar ou você não falou nada porque minha mãe é uma gata e você está doido para se livrar dessa...mulher? – Perguntou Rose.

A mulher do sindico olhou torto para Rosalie, mas ela a ignorou.

- Não, claro que não. Eu amo minha mulher. – disse ele em um tom mais alto para a sua mulher ouvir. – Na verdade, eu gostaria de pedir com toda a gentileza do mundo, para que vocês tentassem... Não se meter em confusão. Vocês são jovens, eu sei que vocês terão suas festinhas, mas eu gostaria de pedir para vocês maneirarem na medida do possível.

- Nós gostaríamos de nos desculpar, não queríamos causar nenhum transtorno. – Jasper sorriu.

- É claro eu perdôo vocês, mas só dessa vez. Mais uma reclamação e eu vou ter que tomar providencias.

- Claro, claro... – Disse Emmett impaciente.

- Bom, então eu acho que vocês já podem ir. Até mais. – Ele sorriu, pensando que estava sendo legal com agente.

Eu me levantei daquele sofá apertado rápido. Queria sair dali logo! Emmett e Rosalie estavam cochichando alguma coisa juntos, e eu não gostei daquilo.

Assim que saímos daquele apartamento abafado, nós suspiramos aliviados. Ninguém merecia aquilo.

- Bom, eu estou com um pouco de pressa. Tenho que fazer o cabelo e... Tchau. – Rosalie acenou e entrou no elevador.

- Espera! – Eu gritei, mas ela não me deu ouvidos.

- Eu também vou... Tchau. – Emmett correu e conseguiu pegar o elevador com Rose.

Quando eu e Jasper ficamos completamente sozinhos naquele corredor, eu não me senti á vontade. Não era porque eu estava com vergonha, eu poderia lidar com aquilo. Eu não me senti á vontade porque eu sabia que se rolasse uma brexa, eu acabaria perdoando Jasper.

Eu estava morrendo de saudades dele, mas não queria me dar por vencida. Eu queria que ele sofresse, sentisse minha falta, visse o quanto ele errou. Apesar, que isso já estava acontecendo.

- Alice... podemos conversar? – Ele perguntou educadamente.

Ta, tudo bem, eu teria que conversar com ele. Mas, eu seria durona, assim como a Bella.

- Sim.

- Bom, eu sei que graças a mim você foi parar no hospital e logo depois foi parar na casa daquele sindico maluco...Mas, eu quero que você saiba que tudo oque eu fiz, foi com as melhores intenções.

- Eu sei Jasper.

- Eu não quero que você pense que eu fiz da sua vida um inferno...

- Você não fez da minha vida um inferno Jasper, eu só não quero que você...

- Alice, eu estou arrependido. Não, mais que arrependido. Eu me sinto um idiota, eu nunca quis te magoar.

- É, você é um idiota. – eu concordei. – Mas, do que você se arrepende?

- De tudo Alice, de tudo. – Ele suspirou cansado. – Eu só quero explicar... eu gosto muito de você e...

Agora, eu que interrompi irritada.

- Explicar o que Jasper? O quanto eu significo para você? – Eu quase gritei.

- É. Exatamente.

- Nossa! Que ironia. – Eu revirei os olhos. – Explicar que você não gosta de mim o bastante para enfrentar os seus irmãos. Explicar que tudo oque você passou comigo não passou de uma brincadeira. Poupe-me de suas lamentações Jasper.

- O que? É claro que não. – Disse ele na defensiva.

- Escuta Jasper: Não é com serenatas que você vai conseguir o meu perdão. Você nem sequer largou do seu irmão para pedir desculpas! Você depende deles. Quem me garante que você não ensaiou isso tudo com eles?

As lágrimas brotaram nos meus olhos. Eu tentei muito, muito não chorar, mas foi difícil.

- Alice, eu nem sabia que ele iria me deixar falar sozinho com você. Eu sei que nós não ficamos muito tempo juntos, eu sei que eu fui um idiota, mas eu estou tentando consertar as coisas, Alice. Eu só queria que você soubesse que eu não quero e nunca quis te magoar e...

- Jasper, por que antes de falar comigo você não pensa um pouco? Pensa sobre oque você sente por mim e depois vem falar comigo.

Eu quase corri até as escadas, - eu não tinha condições de esperar o elevador chegar – para sair logo dali. Mais um minuto, se eu ficasse mais um minuto ali, eu iria acabar cedendo. Isso não, isso nunca!

ROSALIE PDV

- Será que ela vai perdoar ele? – Perguntou Emmett.

- Duvido muito, mas pelo menos nós tentamos...

- É tudo oque eu tenho feito ultimamente, eu tenho tentado consertar as coisas, mas ninguém nunca repara nisso.

Eu senti uma certa compaixão por Emmett. Ele sabia que ele tinha errado, e pelo oque parecia, ele estava se esforçando para ajudar. É claro, o esforço foi inútil, mas já foi meio caminho andado.

Quando chegamos no nosso andar, vimos Renesmee encostada na porta do apartamento. Ela parecia impaciente, como se tivesse esperado muito tempo ali, e eu me perguntei se ela tinha ficado trancada fora de casa.

- Nessie, por que você está aqui fora? – Perguntou Emmett.

- Porque... Eu estou tomando...ar. Estava muito abafado lá dentro, apesar da chuva.

De fato, estava muito abafado. Eu achei a desculpa dela um tanto suspeita, mas eu não tinha nada a ver com isso.

- Por que vocês estão encharcados? E por que você está usando essa roupa Emmett? – Ela mudou de assunto.

- Está chovendo. – Disse ele impaciente.

- Ah, é.

Eu franzi a testa para eles. Eles não deviam nem se dar conta do que estavam falando.

- Ta, vamos entrar logo. Ninguém devia ver meu cabelo assim. – Eu gemi.

- Não! – Renesmee quase gritou. – Quer dizer, eu acho melhor vocês esperarem um pouco aqui porque... esperem aqui apenas.

- Ah, não to afim. – Disse Emmett colocando a mão na maçaneta.

- Não, não, não! Você não pode entrar.

- Por que?

Ela pensou por um minuto, e logo em seguida fez uma careta. Parecia mais que ela estava prendendo o riso.

- Sabe como é...O Edward tem suas necessidades de homem. – Ela sorriu.

- Como assim? – Eu perguntei horrorizada.

- Ah, tudo bem, entendi. – Emmett sorriu. – Ele está vendo uns filmes pornôs e...

- Ta! Não quero mais saber. – Eu gritei tampando os ouvidos.

Nojentos.

Logo em seguida, Alice subiu as escadas ofegando. Pela a expressão dela, eu pude perceber que as coisas com Jasper não tinham ido muito bem.

NOVIDADE.

Bom, pelo menos eu tentei.

Mas, isso era o de menos. Eu precisava falar com Alice, e rápido.

- Quer saber, deixa o Edward ai, eu vou dar uma caminhada com Alice. – Eu sorri.

Renesmee suspirou aliviada e eu fiz esforço para não xingá-la.

RENESMEE PDV

Assim que Rosalie foi embora arrastando Alice, o alivio percorreu todo o meu corpo. Com certeza Emmett era menos observador e seria mais fácil convencê-lo de ir embora.

- Então Emmett, eu acho melhor deixar o Edward, sabe...

- É, eu já estava começando a pensar que ele era homossexual.

- Eu não vejo problema nenhum com isso. – Eu protestei. – todo mundo é igual Emmett.

- Aquilo tinha sido uma piada, o certo não seria você rir?

- Ta, que seja.

Emmett refletiu por um momento.

- Se o Edward está ai dentro, Rosalie e Alice foram conversar e Jasper deve estar se entregando a sensação de ser um mal – amado... Cadê a Bella?

Eu xinguei baixinho. É, ele era um tanto observador.

- A B-Bella? – eu gaguejei.

- É, a mulher-macho-mas-não-tão-macho da casa. – Ele explicou sorrindo.

- Ela t-ta...Ai dentro.

- Como assim? Mais o Edward não está...?

E então sua boca se abriu em um O de espanto. É, ele era mais rápido do que eu pensava. Ele colocou a mão no peito e começou a tossir.

- Ai meu Deus, ele está morrendo! – Eu gritei.

Eu dei um tapa bem forte nas costas de Emmett e ele gemeu de dor.

- Alguém ajuda. – Eu gritei e dei uma porrada na porta.

Emmett colocou a cabeça entre os joelhos e começou a “chorar”.

- Eu pensava que ele era o exemplo da família. Até o Carlisle já deve estar... com a Esme e o Edward vai pegar logo a mulher-macho-mas-não-tão-macho da casa. Quando eles se conheceram ele disse que não queria mais ver ela nem pintado de prata. Agora ele quer ver e mais um pouco. – Ele chorou mais ainda.

Eu me sentei ao seu lado, e afaguei seu ombro tentando fazer ele se acalmar. Eu pude ouvir uma risadinha vindo de dentro do apartamento. Por que na minha família só existiam problemáticos? Com certeza Emmett era um deles.

- Calma Emmett, você entendeu tudo errado.

- Então, por que a mulher-macho-mas-não-tão-macho da casa está lá dentro?

- Ela...ela não está lá dentro. – Eu menti na maior cara de pau. – Ela foi...comprar...sorvete. Eu pedi para ela ir, e o Edward ficou lá dentro.

Emmett se levantou.

- Então, vamos deixar o Edward frustrado.

Eu sabia oque ele queria dizer com isso, mas isso não era bom, não era nada bom. Eu tentei pensar em alguma coisa de última hora. Eu comecei a tossir e me joguei no chão me fingindo de desmaiada.

NUNCA MAIS!

Minha cabeça bateu com tanta força que eu comecei a lacrimejar. Eu pensei que Emmett me seguraria, mas ele nem sequer hesitou. Eu estava morrendo de dor para levantar, mas era Edward, eu precisava ajudá-lo.

Eu levantei de pressa e quase cai de novo graças á tontura. Emmett colocou a mão na maçaneta decidido. Eu precisava fazer alguma coisa, mas o quê?

Eu sei que eu iria cair de novo, mas não custava nada tentar.

Eu fiz impulso com os pés, e me joguei em cima dele. Funcionou, ele largou a maçaneta, e tentou me tirar de cima dele. Eu prendi minhas pernas mais ou menos na região das costelas, e puxei seu cabelo com força.

- Me...solta...Renesmee. – Ele gritou.

Eu puxei com mais força ainda, por mais que não tivesse quase nada para puxar. Emmett queria que eu soltasse, mas ele não queria que eu caísse – de novo – então eu estava em vantagem.

YES, EU CONVIVI COM HOMENS.

Emmett ficou rodando feito um maluco e eu já estava ficando tonta, mas não soltei com medo de cair.

Um segundo, foi o tempo que levou para eu entrar em estado de choque.

Um garoto incrivelmente forte e molhado de suja nos observava, com um sorriso no rosto. Sim, ele era lindo, e o nome dele era Jacob Black. 

Minhas mãos foram afrouxando e eu quase cai, mas Emmett conseguiu me segurar. Tudo ficou em silêncio. Jacob não falou nada, porque não sabia oque falar. Eu não falei nada, porque estava em estado de choque. Emmett não falou anda, porque estava com dor demais para falar.

Os risinhos dentro do apartamento cessaram. Jacob percebeu que eu não estava bem.

- O que ela tem? – Ele correu até mim.

- Ah, não sei, só sei que ela pirou de vez. – Emmett passou a mão no couro cabeludo.

Eu ainda o olhava com os olhos arregalados.

Era ele mesmo?

Ele sorriu para mim envergonhado enquanto eu ainda o encarava. Todos os dias, eu sonhava que meu encontro com Jacob seria perfeito, nunca pensei que seria assim. E eu não acreditava em como ele parecia...feliz. Eu esperei por ele esses dias todos, e hoje ele volta e sorri para mim como se nada tivesse acontecido?

Eu te odeio Jacob Black...

BELLA PDV

- Bella? Bella, responde. – Disse Edward preocupado.

Eu tinha ouvido a voz de Jacob, eu sabia. Desde então, eu estava paralisada. Eu precisava ter certeza...Mas, eu conhecia muito bem aquela voz rouca, eu sabia que era ele. Tinha que ser ele.

- Edward... – eu sussurrei.

- Bella, meu amor, o que foi?

Por um minuto, eu me assuntei quando Edward disse “meu amor”, mas eu sabia que ele não tinha dito nada que não fosse verdade. Eu apertei seu braço.

- Você ouviu?

- O que?

- A voz...era a voz de Jacob.

- Tem certeza?

- Absoluta.

Nós dois paramos para tentar ouvir de novo, mas não ouvimos nada.

Será que ele tinha mesmo voltado? Será que enfim eu iria saber a verdade? O que eu iria para ele? Eu sabia de uma coisa, eu precisava ver Jacob, precisava saber se ele estava bem, porque de certa forma, eu também o amava.

ALICE PDV

- Não Rosalie, esquece isso. – Eu pedi.

- Não dá, eu juro que não dá. Eu tentei, eu até pensei que eu tinha esquecido essa história, mas não esqueci.

- Esquece o Edward Rose, não vale a pena. Aliás, nenhum Cullen vale a pena. O único que vale é o Carlisle e ele já têm dona. – Eu sorri.

Rosalie não riu da minha piadinha pessoal.

- Eu acho que isso quer dizer alguma coisa.... – refletiu Rosalie.

- O que?

- Esme está com o Carlisle, nós viemos parar aqui nesse apartamento com eles “por acaso”. Será que o destino nos uniu? Será que as Swans devem ficar com os Cullens?

- Desde quando você acredita em destino?

- Alice, faz sentido. Olha, os casais são dos mesmos números. – Rosalie sorriu.

Eu revirei os olhos. Rosalie estava incoerente hoje.

- Então, como agente fica?

- Você fica com o Jasper. – Eu abri a boca para protestar, mas ela continuou – Eu fico com o Edward... A Bella pode ficar com o Emmett.

- Bella e Emmett? Rosalie, você não está bem hoje.

- Eles se merecem.

Eu decidi provocar Rosalie, quem sabe assim, ela parava de blefar.

- Ah, eu acho que não.

- Como?

- Rola o maior clima entre o Edward e a Bella, você não percebeu?

- Claro que não. Eles se odeiam!

- Eu não faria suposições.

- Eu não estou fazendo suposições. Isso é um fato!

Eu tentei não rir.

- E além do mais, eles combinam, sabe. Eu acho que eles fariam um belo casal.

Rosalie rosnou.

- Quer saber Alice, eu precisava do seu apoio, mas percebi que foi inútil tentar falar com você.

Ela saiu marchando de perto de mim. Quando ela saiu de vista, eu gargalhei.

BELLA PDV

- Jacob! – Eu gritei.

Edward arregalou os olhos quando viu Renesmee caída no chão estupefata. Ele correu para ela, e a pegou nos braços.

- Renesmee, você está bem? – Ele perguntou baixinho.

Ela assentiu.

- Tudo bem, eu vou te levar lá para dentro.

Ele entrou no apartamento, e eu acariciei seu braço disfarçadamente. Emmett o seguiu massageando a cabeça e gemendo de dor. Jacob e eu ficamos nos encarando, como se não acreditássemos que estávamos vendo um ao outro.

- Jacob. – Eu repeti e corri para abraçá-lo.

Era bom tê-lo de novo, saber que ele estava bem. Todo esse tempo eu me perguntei em voz alta onde ele estaria, o que ele tinha feito, mas isso não importava. Eu queria mesmo saber, era como ele estava, se ele estava bem.

- É tão bom ter você por perto de novo Jacob... – Eu admiti.

Ele sorriu.

- Me desculpe Bella, eu não queria ter indo embora assim.

- Isso não importa agora, depois eu lembro de ficar com raiva de você.

Ele riu.

Nós levamos um pequeno susto quando Edward abriu a porta violentamente. Ele parecia estar com raiva de alguma coisa. Á principio, eu pensei que ele estivesse com raiva de mim, mas quando ele sussurrou “Sai daqui, eu não quero que você veja isso” eu percebi que ele estava com raiva de Jacob.

Por que? Ele nunca tinha comentado comigo sobre sua raiva pelo o fato dele ter ido embora, muito pelo o contrário.

- Por que você voltou? – Perguntou Edward frio.

Jacob ergueu uma sobrancelha.

- Porque aqui é o lugar certo para mim, perto da Bella... E perto, - ele pigarreou – da Renesmee.

- Você já viu o mau que você fez para as duas?

- O que?

- Você foi embora sem nem dar satisfações para a Bella.

- Ela não parece estar com raiva de mim.

Ah não, eles não podem brigar!

- Pessoal, calma... – Eu coloquei a mão no peito dos dois, tentando afastá-los.

- A Renesmee está chorando feito uma doida no quarto. – Edward me ignorou. – É tudo culpa sua.

- A culpa não é minha se ela pensou que eu voltaria.

Edward agarrou a gola da camisa de Jacob.

- Edward para! – Eu gritei.

Edward respirou fundo e foi afrouxando as mãos. Eu peguei seu braço e nós entramos no apartamento. Seus olhos queimavam de ódio, por mais que ele tentasse esconder isso de mim.

- Por favor, não briguem – eu ofeguei. – Não vale a pena.

Ele suspirou.

- Tem razão, não vale a pena.

- Amanhã, eu posso bater nele. – Eu sorri.

Edward não riu.

- Escuta, esse é um problema dos dois. Renesmee vai saber oque fazer, ela já é bem crescidinha Edward. Não pode cuidar dela o tempo todo.

- Eu sei...

- Então, relaxa.

- Tem razão, não vale a pena. – Ele repetiu.

Eu queria abraçá-lo, dizer que está tudo bem, mas Emmett chegou com uma compressa de gelo na cabeça.

- A Bella tem razão, ela sabe se cuidar. E bater também...

- Você estava ouvido...?

Emmett deu de ombros.

- Faz parte da minha personalidade.

Edward revirou os olhos.

Depois de algumas horas, eu me senti reconfortada. O apartamento já estava cheio de novo. Rosalie tinha chego um tanto furiosa, e foi totalmente fria com Jacob – isso não era surpresa. Logo depois, Jasper e Alice chegaram também. Alice recebeu Jacob de braços abertos. Jacob tinha pedido para falar com Renesmee, mas ela disse estar muito cansada, e foi dormir. Ajudei Jacob á arrumar sua cama na hora de dormir sorrindo. Tinha esquecido de como era divertido ficar com ele.

- Então, qual foi o motivo? – Eu perguntei de repente.

- Motivo?

- É, por que você foi embora.

Ele fez uma careta.

- Bella, podemos falar disso depois? Por favor.

- Tudo bem.

Jacob pensava que iria se livrar de mim, mas ele estava muito enganado.

Logo depois, todo mundo foi indo dormir aos poucos. Eu precisava descansar, sem dúvidas hoje fora um dia longo, e eu estava muito cansada. Eu levei quase meia hora para tomar meu banho. Eu estava realmente cansada, então nem pensei duas vezes e fui deitar.

Ao contrário do que eu esperava, assim que eu me deitei, eu não cai no sono direto. Eu tentei pensar em coisas que poderiam me distrair, para que a inconsciência chegasse mais rápida.

Comecei a analisar meu dia, em como tudo mudou tão rápido. Hoje eu tinha ido á uma festa, fingido que era namorada de Edward Cullen, e mal sabia eu, que isso de fato iria se tornar realidade. Na verdade, eu não sabia oque nós estávamos tendo, ele não tinha feito nenhum pedido oficial.

Aquilo me apavorou por um momento. E se ele pensasse que só o fato de ele ter se declarado para mim já estava de bom tamanho? E se ele me agarrasse na frente de todo mundo? Nós precisávamos conversar.

Eu quase gritei quando ouvi o barulho da porta do meu quarto ser aberta. Eu coloquei o rosto de baixo do edredom para me esconder. Seja lá quem fosse, não fez muito barulho.

- Shhh... – ele(a) sibilou.

Meu recém-chegado tirou o edredom do meu rosto lentamente e eu quase suspirei ao ver o rosto de Edward. Eu reprimi o impulso de puxá-lo para perto de mim, afinal, eu não sabia oque nós éramos na realidade.

- O que você está fazendo aqui? – Eu sussurrei.

- Bom... – ele pensou por um momento. – Na verdade, eu não consegui ficar longe de você por muito tempo.

Eu sorri contra a minha vontade.

- Importa-se? – Ele perguntou olhando para o espaço vazio na minha cama de casal.

- É claro que não.

Ele se deitou e passou o braço em volta os meus ombros. Eu fiquei o encarando, reprimindo várias perguntas para ele. Com certeza eu ainda não tinha coragem de fazer essas perguntas, ainda. Ele deu uma risadinha baixa.

- O que foi? – Eu perguntei.

- Lembra do dia em que nos conhecemos? Nós brigamos por causa de uma cama...

Era como se eu e Edward estivéssemos destinados á brigar um com o outro. Naquele primeiro dia, em que eu nem sequer sabia seu nome, nós discutimos...Mal sabia eu que eu iria parar em um apartamento com ele e seus irmãos...mal sabia eu que eu iria me apaixonar por ele.

É A VIDA...

Eu estremeci com um pensamento totalmente desagradável e anticlímax. E se eu e Edward terminássemos – se é que começamos – pensando que isso tudo não tinha passado de uma experiência totalmente doida? Aquilo com certeza só iria acontecer da parte dele. Por mais que ele tenha admitido, eu ainda tinha problemas em admitir para mim mesma que ele me amava.

- O que você está pensando? – Perguntou ele de repente.

- Desculpe?

- Você está tão quieta...Acredite, isso não é do seu feitio.

Eu sorri.

- Eu ainda não me acostumei com isso tudo.

- O que?

Eu com certeza não tinha dedicado anos tentando não ser tão frágil depois que meu pai morrera para acabar com medo de formular uma pergunta, ou até mesmo uma frase. Eu tinha que ser forte...Edward não tinha dito que me amava? O que mais eu tinha que temer?

Eu tinha medo que ele risse da minha cara, só isso.

Eu respirei fundo e disse rapidamente.

- Nós. Eu ainda não entendi como você consegue me amar.

- O que?

- Sabe, eu sou estranha. Edward, eu sou meio...mulher-macho, sabe. – Eu ri de mim mesma. – Eu tenho dificuldade em me relacionar com as pessoas, eu sou diferente das outras garotas da Faculdade.

Ele pegou meu rosto com as duas mãos e me olhou nos olhos. Quando ele disse eu pude sentir doce hálito – menta, é claro – no meu rosto. Eu tentei não ficar tonta...

... Tentativa fracassada.

- É por isso que eu te amo. Você é diferente delas, você tem sua própria personalidade.

Não desmaia, não desmaia...

- Eu adoro o seu humor sarcástico, eu adoro o jeito que você consegue ser forte e encarar as coisas, eu adoro o modo como você consegue ser verdadeira... Eu te amo por inteiro Bella, do jeito que você é.

- Mas eu não sou bonita. – Eu contrariei.

Ele revirou os olhos.

- Você é linda, de qualquer maneira. Entenda isso, eu te amo.

Só de olhar nos seus olhos, eu pude confiar nele. Eu sabia que ele estava me falando a verdade, e todos os argumentos que eu tinha contra ele evaporaram. Eu pensei – com certeza não foi à primeira vez que eu pensei nisso – em beijá-lo. Porém, infelizmente, eu ainda tinha as minhas perguntas.

Com certeza eu já tinha passado pelo o pior. Essa pergunta parecia simples para mim.

- Edward, eu estive pensando... – Eu mordi o lábio hesitando.

- O que?

- Eu queria saber se esse nós, é mesmo nós?

Ele sorriu para a minha pergunta confusa, mas ele pareceu entender.

- Na verdade, eu estive pensando nisso...

Ele refletiu um pouco, e eu esperei paciente. Eu também queria pensar um pouco.

Agora, eu não tinha dúvida nenhuma do que eu sentia por Edward. Eu daria qualquer coisa para ouvir sua voz para sempre, para sentir sua pela na minha para sempre. Tudo oque eu pensava, tudo oque eu fazia me levava á ele. Era inevitável. Ele parecia sentir o mesmo que eu, então, qual era a razão para eu ainda estar, lá no fundo, um pouco insegura?

Eu devo ser mesmo problemática. Eu estava com um cara perfeito nas mãos, quem liga para isso? Logo eu, que não gostava de me apegar á nada? Mas, era uma história totalmente diferente.

- Bella, desculpe por ter sido tão indelicado.

Eu tentei procurar por um momento em que ele fora indelicado comigo, mas não encontrei nenhum.

- Hã...o que?

- Eu demorei muito para falar com você, e provavelmente você deve ter ficado confusa.

Um sorriso torto de tirar o fôlego apareceu em seu rosto. Eu me vi ofegando em busca de ar.

- Bella, tem certeza que você está bem?

- Sim, é melhor se acostumar.

- Por que?

- Você me deixa tonta...sem ar. – admiti.

- Acredite, você causa sensações bem mais intensas em mim.

Eu sorri.

- Mas, continue. – Eu incentivei.

- Na verdade, eu vim aqui para fazer um pedido mais formal.

Meu coração parou por alguns segundos. Eu sabia oque estava por vir, mas mesmo assim, eu fiquei nervosa. Meu coração acelerou... Eu teria que pedir para Esme me levar á Carlisle. n/a: Carlisle é cardiologista :D

- Pode falar. – Minha voz falhou.

- Eu não vejo motivos para não querer isso – como eu via antigamente. Á cada dia eu fico mais ansioso para te chamar de minha então, lá vai... Bella, eu me sinto um tanto criança...

- Fala logo!

- Você... você quer ser minha namorada? – Ele enfatizou a palavra “minha”.

- É claro que eu quero. – Eu sorri.

Quando Edward me beijou, eu esqueci de todas as minhas inseguranças. Eu o amava, ele me amava e agora ele era oficialmente meu namorado.

Era um pouco estranho pensar nele como meu namorado, mas eu gostei. Eu gostava de como aquilo soava.

- Meu... – Eu sussurrei quando ele se afastou dos meus lábios.

(continua...)