O Herdeiro Malfoy escrita por Zoey


Capítulo 1
Capítulo 1 - O fim


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys, I'm back. Espero que vocês apreciem esse lado mais dark do Draco tanto quanto eu.
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714986/chapter/1

Dois anos após a Batalha de Hogwarts.


Draco olhava pela janela de sua mansão e assistia ao respingar da chuva nas vidraças. Depois de alguns instantes, ele encarou o líquido que estava em seu copo, entornou-o e engoliu tudo em apenas uma tragada. O amargo que descia pela garganta de Draco já lhe era familiar.
Sorrindo friamente com o canto da boca, ele pensou:
"Tão amargo quanto minha vida".
Ele sabia que não fora criado para sentir pena de si mesmo, mas não lhe restara nada a que pudesse se agarrar para viver.
Colocando o copo em cima de sua cabeceira, ele dirigiu-se à frente do espelho e deu uma última olhada em seu reflexo pálido. Os ossos das bochechas projetavam-se mais do que de costume, seu terno folgado também dava indícios de que havia perdido peso, o cabelo prateado estava sem vida e mais longo do que de costume. E a parte que mais demonstrava a dor que sentia e o mar de sofrimento em que se afogava eram os olhos, estes estavam opacos.
Draco abotoou o último botão e desceu as escadas da mansão Malfoy. O caixão de sua mãe estava no centro da sala. Ele não esperava receber visitas e despedidas, mas sua mãe merecia um velório digno.
Ao final do dia, alguns conhecidos vieram dar-lhe as condolências, incluindo Harry Potter e Ronald Weasley. Draco sabia que Hermione Granger nunca colocaria os pés naquela casa depois do que havia acontecido a ela. Potter tentou desculpar-se pela amiga afirmando que ela tinha muito trabalho no hospital a ser feito, mas Malfoy sabia a verdade. Apesar disso, não se deu ao trabalho de agradecer a presença de ninguém.
Pelos cantos, os poucos que compareceram cochichavam sobre os últimos anos de vida de Narcisa Malfoy e do comportamento frio de Draco, disfarçadamente, eles contavam os dias de vida que ainda restavam para o herdeiro Malfoy.
No final do dia, ninguém permaneceu para o enterro, a chuva estava transformando-se em tempestade, o coveiro contratado para colocar o corpo de Narcisa Malfoy ao lado do de Lucius no cemitério da família levitou o caixão fechado da mãe de Draco até o local. Em sinal de respeito, Draco colocou uma rosa negra em cima do caixão e despejou a primeira quantidade de terra que sepultaria sua mãe com as próprias mãos, depois, o coveiro terminou o trabalho e retirou-se.
Draco ficou em pé ao lado do lugar em que sua mãe repousava permanentemente, não se importando com a chuva torrencial que o encharcava. As lágrimas vieram. Eram espontâneas, não se saberia dizer o que eram respingos de chuva e o que eram lágrimas de dor.
Alguns instantes mais tarde, Draco voltou para o interior da mansão. O casa era um mausoléu a essa altura, pois não havia mais elfos trabalhando lá, nem outros seres vivos habitando-a. Draco, a partir daquele momento, estava sozinho no casarão e no mundo. Não possuía família, sequer amigos.
O herdeiro Malfoy dirigiu-se até o escritório que pertencia a seu pai e sentou-se na cadeira dele sem se importar com a poça que se formava a seus pés. Com alguns gestos com a varinha, seu copo estava em suas mãos e completamente cheio.
Draco não sabia o que fazer de agora em diante, ele não tinha motivos para trabalhar, tudo que precisava possuía e não tinha preocupações com dinheiro, sua família assegurou-se, ao longo de toda sua existência, de deixar uma boa quantia para as próximas gerações. Viajar era ainda menos atrativo, encarar pessoas que com apenas uma olhada já reconheciam seu sobrenome e o que ele carregava não era uma opção. O mundo bruxo desprezava a existência do garoto.
Suas opções eram reduzidas e ele não estava realmente procurando alguma plausível. Afundar-se e levar o nome da família consigo até soava como um ato heroico, visto que os Malfoy não representavam o que havia de melhor no mundo mágico. Draco poderia colocar um fim àquilo. Um último e primeiro ato de coragem, a primeira vez que faria o certo. Mais uma garrafa esvaziava-se.
A ideia era cada vez mais possível, a bebida dava-lhe coragem para devanear sobre como seria sua despedida desse mundo cruel. As lágrimas, mais uma vez, desciam seu rosto deixando um rastro na pele marfim. Draco pensou no significado de seu nome e o quanto estava longe de cuspir fogo, cada vez mais próximo de congelar aquilo que tocasse.
De algum modo, ele estava sentado no chão, escorado na estante de livros do pai, com mais outra garrafa na mão. Caminhando desajeitadamente, Draco encontrou uma corda em algum local da casa que não seria capaz de definir qual, fez um nó sem imperfeições, voltou ao escritório e arrastou uma cadeira até o centro. Subindo nela, passou a corda por uma madeira que estava no teto e garantiu que, uma vez que sua cabeça estive na corda, seus pés não alcançassem o chão.
Desceu da cadeira observando o trabalho feito. Com uma última lágrima escorrendo, equilibrou-se na cadeira novamente. Passou a corda pelo pescoço e chutou a cadeira para longe. Apenas sentiu a gravidade puxando-o para baixo e o ar deixando seus pulmões.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero os comentários para continuar a história ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Herdeiro Malfoy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.