Beau Swan and Edythe Cullen escrita por Mrs Darcy


Capítulo 25
Capítulo 25 - A visão de Archie




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714961/chapter/25

                                       Beau

E ai? - Eleanor nos olhou com um olhar que eu já conhecia e nos deu um sorriso presunçoso. Ouvi a risada de Royal na sala de estar. - Destruíram a casa, já? - Ela deu uma risada. 

Archie tentou segurar o riso, parecia concentrado demais para querer tirar a sua concentração naquele momento.

—Edythe, não fique chateada... Mas, a curiosidade é algo que nos mata por dentro. Você mesma deveria saber disso. - Archie comentou com os olhos brilhando. - Não é como se não soubéssemos o que vocês dois fazem. Acho que constrangemos os pombinhos...

Edythe revirou os olhos e seguiu com passos graciosos até o seu piano.

—Nós... Hm... Não fizemos nada. - Cocei a garganta ainda sem graça. Eu poderia ser um vampiro agora, mas isso não impedia que eu ficasse sem graça quase o tempo todo com os comentários de Eleanor e Archie. Mas, eu acredito que eu já estava acostumando aos poucos com tudo aquilo.

—Hm, aposto que não. - Royal disse e Jessamine riu.

Encostei na parede e cruzei os braços.

Eu observava Eleanor e Archie montarem aquele pequeno castelo de cartas sob aquela mesa de vidro. Ambos já estavam fazendo aquilo há horas e eu não fazia a menor ideia de quanto tempo aquilo entre os dois iria durar. Algo me dizia que ali haveria uma aposta envolvida, sempre havia. Jessamine e Royal se encontravam vendo algum programa de TV. Ao sul da casa, eu ouvia o som do piano soar levemente. Eu apreciava ouvi-la tocar, Edythe e eu passamos dois dias juntos em nossa casa. E o gosto da privacidade nunca foi tão bom, tê-la só para mim naqueles dias foi glorioso. 

Pensei que nunca mais fosse querer sair da cama, ou da banheira. Mas, logo nos recordamos de que teríamos que voltar para a nossa família e aparecer para fazer uma social.

Logo a música cessou, parei atento. Edythe começou a tocar outra novamente, agora ela tocava a minha música. 

Deixei escapar um sorriso. Abri o meu livro que estava em minhas mãos e me pus a ler.

—Droga! - Eleanor praguejou. Pude ouvir o som das cartas caindo da pilha. Archie deu uma risadinha. - Não tem graça, Archie! Isso foi tudo culpa sua. - Levantei os olhos para ver Eleanor o fuzilar com os olhos. Archie a olhava com o cenho franzido e um sorriso no canto dos lábios.

—Tudo culpa minha? Perdão...? - Ele deu risada.

—Você tinha visto isso... - Ela praguejou.

—Ah, hm... Se eu tinha visto que você iria colocar aquela carta no lugar errado e neste exato momento...? Hum, acho que sim. - Ele deu risada e ela bufou zangada.

Segurei o riso. Consegui ouvir Edythe rindo baixinho, aquilo foi música para os meus ouvidos. 

Archie levantou feito um dançarino e se pôs a andar pela casa.

—Não fique zangada, El. - Royal riu. - Pelo menos durou bastante tempo desta vez. 

—Faça algo de útil e pegue as cartas que você derrubou. - Archie disse atravessando o corredor da casa e foi até os fundos. 

Eleanor pegava as cartas que haviam caído de suas mãos e as recolhia as que estavam no tapete. Ainda resmungando inconformada por ter perdido. Eleanor recolheu as que faltavam e se jogou no sofá ao lado de Royal.

Archie voltou, agora desta vez com um jarro de vidro com flores dentro. Passou pelo corredor como um dançarino. Foi naquele momento... Naquele breve momento que tudo aconteceu. Que tudo foi por água abaixo...

O jarro de vidro escapou das mãos de Archie. Consegui ver aquilo em câmera lenta, e conhecendo todos como conhecia, inclusive Archie, eu sabia que ele tinha mãos firmes o suficiente para não deixar o jarro cair. E se escorregasse, ele poderia pegar em tempo suficiente antes que caísse no chão. 

Mas, Archie parecia distante. Eu conseguia ver suas feições, eram as mesmas feições que ele mantinha em seu rosto durante... Durante a sua visão no hotel em Phoenix. Ele estava tendo uma visão.

O jarro de vidro se espatifou no chão e se partiu em milhares de pedacinhos. Todos os olhares da sala estavam nele, um segundo depois Jessamine estava ao seu lado.

—O que você viu?! - Ela tocou no rosto dele, trazendo sua atenção para ela. Sua voz firme e seus olhos não saíram de Archie em tempo algum. Royal e Eleonor estavam ali ao nosso lado. Pareciam tanto atentos como assustados.

—Precisamos falar com Carine. Agora. - Edythe estava ao meu lado. De pé, decidida e tentando manter a voz calma. 

—O que houve?! - Levantei e busquei a mão de Edythe. Rocei meus dedos com ela, tentando mantê-la perto de mim. O que quer que Archie havia visto, não era algo bom e eu não iria deixar nada de ruim acontecer com ela ou com a nossa família.

—Os Denali... Nós precisamos ajudá-los. Eles... Eles viram até nós. - Archie balbuciava as palavras. - A garota... A garota humana está grávida. 

Meus olhos dispararam para cada membro daquela sala. Eleanor olhava com uma expressão de choque, Royal parecia confuso. Jessamine mantinha uma expressão vazia. Archie fitava o desconhecido.

—Carine precisa saber disso. - Edythe continuou.

—Jesus... - Royal conseguiu dizer.

—Como isso pode ser possível?! - Eleanor questionou ainda incrédula. - Por deus, estamos todos mortos. Não há como...!

—Ela está. Eu vi. Vocês sabem o que os Volturi poderiam fazer se descobrissem tal coisa. Eles viram atrás de ajuda. - Archie sibilou.

—Quanto tempo?! - Jess questionou.

—Alguns dias. Talvez uma semana. 

Edythe disparou pela sala.

Automaticamente eu me pus a segui-la, mesmo sem saber aonde ela iria. Todos olharam para nós, inclusive Archie.

—Edy! - Eleanor gritou.

—Vou falar com a Carine. - Ela desceu as escadas e saiu pela porta da frente. Eu a seguia até o seu carro, Edythe não pensou duas vezes antes de entrar no veículo.

                                                 ...

O motor roncava a medida que acelerávamos na direção da cidade. Edythe permanecia calada, com ambas as mãos firmes no volante. Mantinha a famosa expressão séria no rosto que eu conhecia perfeitamente bem.

Eu a observava. Eu tinha inúmeras perguntas para fazer, várias delas passavam pela minha cabeça naquele exato momento. Eu queria disparar todas, mas algo me dizia que aquele não era o momento. Algo me dizia que Edythe apesar de estar naquela vida há séculos, sabia tão pouco daquilo como eu. 

Os longos cabelos cor de bronze estavam soltos. Ela usava um suéter creme por baixo da jaqueta de couro cinzenta. Jeans e botas de coturno. Os olhos cor de mel mantinham-se na estrada, ela não havia aberto a boca um minuto sequer.

—Você não deveria ter vindo. - Ela finalmente disse. - Foi um ato estúpido tê-lo trazido comigo. Não estava pensando direito. 

Abri a boca surpreso.

—Edythe...

—Se alguém vê-lo... Se alguém...

—Ninguém vai me ver. Eu fico no carro, prometo.

Ela resmungou e fez uma careta.

—Pode ao menos conversar comigo?

O medidor de velocidade subiu ainda mais, e notei que estávamos quase há 180KM/H. Não adiantava, ela não diminuir a velocidade por mais que eu tentasse falar na cabeça dela.

—Podemos ao menos ir um pouco mais devagar?

Edythe bufou.

O carro roncou e o medidor desceu para 90KM/H. 

—Obrigado. - Agradeci.

Eu mantinha os olhos nela.

Edythe desviou os olhos da estrada por um momento e os dela encontraram os meus.

—Foi idiotice o que eles fizeram. Como puderam fazer tal coisa?! - Ela resmungava. - Fazer sexo com uma humana... Ele poderia tê-la matado. Agora ela está grávida e isso é um problema sério! Eles destruíram tudo, arruinaram a família deles.

—Os Volturi... 

—Ah, que droga. - Ela mordeu os lábios.

—Fique calma. - Eu disse tentando fazê-la ficar mais calma.

—Beaufort...! - Ela virou o rosto novamente para mim. Eu a olhava, seus olhos suavizaram por um momento. Seu maxilar estava cerrado, uma de suas mãos soltou do volante e buscou a minha.

Puxei sua mão para o meu colo. Eu fitava sua outra mão que estava no volante, o anel de brilhantes da Vovó Swan brilhava em seu dedo.

Edythe suspirou.

—Daremos um jeito nisso.

—Beau... Quando tentei fugir, me acolheram. São como a nossa família, e eu agradeço por tudo o que fizeram por nós, mas...

—Eu não entendo. O que está havendo? - Perguntei.

—Se os Volturi descobrirem que a mulher está grávida, mataram todos eles. A ideia de uma criança imortal é inconcebível, contra as nossas leis mais antigas. 

—Uau. Isso... Isso não é nada bom. - Falei ainda tentando me conscientizar de tudo o que estava acontecendo.

Estávamos na cidade. Eu via as ruas de Forks pela janela, fazia tanto tempo que eu não andava pela cidade de carro. Edythe ia tão rápido que as ruas pareciam apenas borrões.

Logo ela parou o carro no estacionamento do hospital.

—Irei atrás de Carine. Ela saberá o que fazer. - Ela disse. - Por favor, fique no carro e não faça nada imprudente.

—Sem coisas imprudentes. Item riscado da lista. - Falei e vi a sombra de um sorriso passar por seus lábios.

Ela deu um longo suspiro com a carra ainda amarrada e abriu a porta.

—Edythe... - Eu a chamei. Ela já estava lá fora, ela se virou. Nossos olhares se encontraram. Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ela se inclinou na minha direção e me beijou.

Mesmo ainda a beijando todos os dias, aquilo não mudou o fato de que aquele beijo arrepiou todos os pelos do meu corpo. Como se uma corrente elétrica passasse diretamente por mim.

Meus lábios a receberam com hospitalidade. 

Toquei em seus cabelos, Edythe aprofundou o beijo roçando seus lábios contra os meus. Foi tão bom quanto rápido, quando dei por mim, ela já havia fechado a porta do carro e entrado no hospital.

Fiquei no carro.

Tentando não fazer nada imprudente e com uma das mãos em meus lábios. Tentando não enlouquecer com o beijo de Edythe e não me perder naquela situação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!