Pokémon - Reverse Gracidea escrita por Golden Boy


Capítulo 1
1 - Primeiras Impressões


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem =D



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Reverse Gracidea - Capítulo 1 - Impressões de Batalha   



 

Giratina flutuava por sua infinita dimensão, carregando consigo um pequeno pokémon branco, que estava preso por uma aura obscura que emanava do gigantesco pokémon fantasma. Tudo naquele lugar era estranho, desde blocos de terra flutuantes em todas as direções até as plantas grudentas que nasciam a partir do nada. Grandes troncos se ramificavam para o nada, e qualquer um que encostasse ali ficaria preso por um bom tempo. Felizmente, nada entrava ali há mais ou menos treze anos, quando o pokémon fantasma dono de tudo aquilo roubou uma criança para torná-la seu herdeiro.

 

   Um dia fatídico para a família Ellisworth, que entrou em desespero ao ver tentáculos aparecerem de um portal para pegarem a criança de dentro de seu berço. Por pouco, e também por causa de um pouco de poder provido por Shaymin, a criança sobreviveu. Infelizmente, aquilo não duraria muito. A criança teria um fatídico destino, a morte mais cruel já vista: Fogo Escuro. Só Giratina tinha o poder para dominar tal substância, e declarou guerra a Shaymin quando ela salvou a criança da morte. Para que nenhum pokémon ou humano morresse, Shaymin sacrificou sua liberdade e foi destinada a ficar no Distortion World para todo o sempre, ou até que a criança crescesse e a salvasse.

   Quando voltou ao lar, a família Clarke simplesmente esqueceu daquilo, pro bem ou pro mal, e nunca tocaram no assunto, principalmente na presença de Aaron, a criança roubada por Giratina, que também era o caçula da família mais importante de Sunnyshore, uma cidade portuária no leste de Sinnoh, famosa por ser o caminho mais rápido para a Liga Pokémon. Por isso, Aaron cresceu vendo treinadores e seus pokémon seguindo caminho para a Liga, e a maioria deles voltando derrotados para casa. Sonhava com o dia em que pegaria um pokémon e viajaria por toda Sinnoh, enfrentando líderes de ginásio.

  Este seria o dia. 4 de Novembro de 2016, o dia em que Aaron ganharia um pokémon de seu tio Volkner, e sairia numa jornada, como os jovens que passam por ali toda semana para enfrentar a Elite dos Quatro. Acordou cedo pela primeira vez em meses, e pulou para fora da cama. Se vestiu de acordo, foi até o espelho onde checou o cabelo, e desceu as escadas. Não tinha fome, então apenas saiu pela porta. Voltaria antes dos outros acordarem. 

  Por algum motivo, que ele não entendia na época, seus pais nunca deixaram-no sair de casa sozinho, mas dessa vez deveriam abrir uma exceção. Era o dia em que se  tornaria um treinador, certo? Então correu por uma Sunnyshore que ainda começava a ser tocada pela luz do sol, sem nenhuma alma viva nas ruas. Um frescor marítimo invadia suas narinas enquanto ele corria cada vez mais rápido na direção do ginásio de seu tio. Volkner prometera dar-lhe um pokémon nesse dia, e como era uma sexta feira, já deveria estar acordado pronto para enfrentar os desafiantes. 

  Estava diante da construção, pronto para entrar e falar com seu tio.

  Entretanto, algo aconteceu. O ar ficou pesado, e tudo ao seu redor ficou escuro. Ele pensou logo que era um ataque de pânico, já que tivera muitos alguns anos antes, o sonho antigo de uma fera gigante sugando a vida de seu corpo por uma chama púrpura que queimava sua alma a cada segundo, e era o que parecia. O Fogo Escuro era só uma ilusão, mas causava tanto terror em Aaron que parecia real. Mas dessa vez, era verdade. A fera de seus pesadelos estava ali, com seus tentáculos negros tocando em partes de seu corpo, tentando sugá-lo para dentro do portal de onde saíra. Felizmente, não conseguiu. Resquícios do poder de Shaymin ainda existiam no corpo de Aaron, mesmo treze anos depois. Giratina esperou por muito tempo antes de tentar algo para matar aquela criança, e achou que treze anos era suficiente, mas não foi. O garoto desmaiou com tudo aquilo, e Volkner o encontrou caído no chão rodeado por vários moradores, e o carregou para dentro.

   Se passaram alguns minutos até que Aaron acordasse, e estes foram preenchidos pela angústia de seu tio.

— O que está acontecendo? — perguntou, ao acordar. Viu um homem de olhar sério o encarando. Ele tinha cabelos afro avermelhados, e uma pele muito pálida. Franziu as sobrancelhas, e se aproximou da cama. Volkner estava no corredor, esperando para que o homem, que se chamava Flint, dissesse que o sobrinho acordou.

— Você deve ser Aaron. — O homem vasculhou o bolso, que parecia conter várias bolas pequenas, do tamanho de balas. Pegou duas, e após guardar uma, apertou o botão da outra. Era uma pokébola, uma ferramenta usada para guardar pokémon. — Volkner me chamou aqui pra te entregar isso. Este é Chimchar, nasceu há algumas semanas e já está pronto para sair numa jornada com você. — Aaron pegou a pokébola depressa, e quase não acreditou quando realizou que tinha um pokémon só para si. Seus olhos pareciam brilhar de admiração, enquanto ele observava cada canto do pokémon que era visível pela parte transparente da esfera. Segurava com as duas mãos, como uma criança. Enquanto isso, Flint chamou Volkner.

— Você está bem? — o tio do garoto perguntou.

— Ahn? — O garoto começou a virar o rosto na direção do homem loiro, sem tirar os olhos da pokébola. — Sim, acho que foi só uma insolação. — Aaron não podia contar a verdade, sabia que tio Volkner ficaria preocupado e não o deixaria sair em uma jornada.

— Então tudo bem. Vamos lá, quero ver seu pokémon! — Volkner fez um gesto para que Aaron liberasse seu Chimchar, e o garoto jogou a pokébola para frente. A cápsula se abriu, e um pequeno macaco de fogo se materializou enquanto a esfera voltava para as mãos de Aaron. Todos ficaram em silêncio por algum tempo, apenas observando o pokémon se espreguiçar.

— Chan! — Aaron exclamou, e o pokémon começou a prestar atenção nele. 

— Hã? — Volkner balbuciou, olhando para Aaron.   

— Este será seu nome, Chan.

— Gostei. É melhor que chamá-lo pelo nome da espécie. — Flint declarou. — Meu Infernape se chama Bourne. Pois bem, trouxe algumas pokébolas vazias para você capturar mais pokémon. — Flint entregou as outras pokébolas, e Aaron já estava de pé, se apresentando para Chan. Flint saiu dali logo em seguida, deixando apenas Volkner e Aaron, que brincavam com o Chimchar. Era um pokémon energético, e parecia pronto para uma batalha.

— Ainda são 9h27min, tem café da manhã lá embaixo. Vamos comer e depois eu posso te ajudar a treiná-lo um pouco antes de você sair. — sugeriu, chamando o garoto para fora do quarto. Aaron foi, pois a fome começava a alcançá-lo. 

 

   A mesa estava cheia, recheada com as coisas que Aaron gostava. Talvez fosse sorte, ou talvez Volkner tivesse pedido tudo para que aquele dia fosse bom para o garoto. Empanturrou-se, e depois Volkner o chamou para o campo de batalha. De acordo com ele, o primeiro desafiante só chegaria às 11h00min.

— Pois bem. Tenho um pokémon aqui que não é tão forte, mas não é tão fraco. — Volkner pegou uma pokébola vermelha com um adesivo de raio, e a jogou para frente. Um Pikachu apareceu no meio do campo, pronto para lutar. Aaron fez o mesmo com Chan, e os dois pokémon se encararam. — Pode começar, comande seu pokémon para atacar.

— O.k. Chan, use Ember! — o garoto já sabia de cor os ataques que um Chimchar podia aprender, pesquisara muito sobre os pokémon iniciais no passado. Gostava de se informar, então sabia o nome de cada espécie de pokémon nativa de Sinnoh, e as habilidades e tipos da maioria.

— Katsu, Quick Attack! — Pikachu avançou pelo campo o mais rápido que pode, e derrubou Chan antes mesmo dele performar o ataque. — Continue! — Aaron estava se desesperando, dando comandos aleatórios para que Chan saísse daquele circuito de ataques. Por fim, o pokémon de fogo caiu, derrotado. — Você perdeu essa batalha assim que ela começou. Não se colocou de corpo e alma, pensou que seu pokémon pudesse fazer tudo sozinho com seus comandos. Já tenho meu parecer: você não sairá em uma jornada.

— O que?! Como assim?! — Aaron parecia ter vontade de chorar, mas sabia que não podia demonstrar fraqueza num momento daqueles. Volkner sempre foi mais presente que seu pai, então era assim que ele o considerava, embora chamasse-o de tio. Se ele dissesse que não deixaria Aaron sair em uma jornada, a família concordaria.

— Eu sei que não foi uma insolação. Você teve mais um ataque de pânico, e se não conseguir derrotar Katsu, não vou deixar você sair em uma jornada. — Volkner estava mais sério do que Aaron jamais tinha visto. — Temos até as 11h00min para você me derrotar, vamos. — O homem loiro caminhou até Chan e o curou com uma Potion, retornando para seu lugar logo em seguida. Chan parecia energético novamente, embora um pouco assustado, agora sabia que seu treinador era inexperiente, mas precisava confiar nele.

— Tudo bem. — Aaron respirou fundo, e pareceu confiante novamente. — Chan, fique preparado.  

— Katsu, o mesmo anterior. — o Pikachu novamente atacou, avançando em alta velocidade na direção de Chan, o derrubando. Chegou perto de Aaron, e voltou, no mesmo ataque, acertando o Chimchar que se levantava. Alguns ataques depois, o mesmo resultado. — Mais uma vez, perdeu antes mesmo da batalha começar. — Volkner curou Chan novamente e voltou para sua posição. Aaron gastou cada instante que tinha para pensar no que estava errando, e finalmente percebeu.

— Vamos começar. — o garoto pediu. Dessa vez, algo tinha mudado. Chimchar também percebera, e Volkner também. Aaron se movimentou para dentro do campo, e Volkner o imitou. Sem ter colocado os pés no chão, comandou para que Chan atacasse. Volkner apenas estalou os dedos, e Katsu entendeu. Os dois colidiriam no centro, e seus treinadores seguiram em movimento, formando um círculo ao redor da batalha. Era uma estratégia para confundir o adversário, que se preocuparia com os movimentos do treinador além dos de seu pokémon. Volkner era um treinador experiente, por isso se tornara líder de ginásio. O primeiro que parasse de se movimentar provavelmente perderia. Katsu acertou Chan no primeiro ataque, mas desta vez o pokémon de fogo não caiu.

 

   Continuou de pé e apenas recebeu o dano, saindo da posição que foi atacado. Quando Katsu voltou performando um Volt Tackle, Chan estava pronto para contra atacar, e saltou. 

Flamethrower! — Aaron comandou;

         — Thunderbolt! — liderou Volkner; 

   Os ataques colidiram e logo cessaram, e enquanto Katsu se recuperava do ciclo de golpes que acabara de fazer, além da troca súbita que teve que fazer de Volt Tackle para Thunderbolt, Chan estava praticamente do jeito em que começou a batalha. Volkner e Aaron pararam no mesmo momento, para recuperar o fôlego. 

Iron Tail! — Volkner disse, a partir do nada, e voltou a se movimentar. Aaron fez o mesmo, e Chan se preparava para receber o ataque, já que Katsu estava muito perto para que ele desviasse.

A cauda de Katsu prendeu Chan no chão, e as bochechas do pokémon elétrico faiscavam, ele parecia estar prestes a tentar novamente um Thunderbolt. Os gestos de Volkner comandavam o Pikachu, então quando ele jogou os dois braços para frente, o Thunderbolt já seria disparado.

— Chan, aproveite essa proximidade! Use Scratch! — o comando surpreendeu Katsu, e Chan sorriu, atacando o pokémon amarelo com suas garras seguidamente, até que ele fosse lançado para trás, desmaiado e fora de combate. Volkner retirou Katsu do campo, e sorriu.

— Achei que nunca fosse descobrir.

— Não me subestime! — disse Aaron, sorrindo;

   Se despediram, e Aaron voltou para casa, feliz por sua vitória e pelo vínculo que começara a construir com Chan.

+++++

 

Aaron estava de frente para a Rota 222, já eram quase duas da tarde, passara em casa para almoçar e pegar sua mochila e a vara de pesca que usava desde a infância para pescar, era praticamente um mestre com ela. Precisaria andar até a vila mais próxima para ter um teto pela noite, em um centro Pokémon, que abrigava treinadores em viagem. 

   O treinador mirim sentia um misto de medo e excitação, sua jornada começava agora, e ele sonhara a vida toda com isso, mas também estava fora de casa sem nenhum conhecido além de Chan. Caminhou por toda a Rota 222, embora monótona naquele momento em especial. Havia pokémon por todos os lados, mas nenhum chamou a atenção de Aaron. Quando não existia mais praia à direita, seguiu pela estrada de terra batida até que, para continuar, tivera que entrar no bosque. De acordo com seu mapa, Pastoria não era tão longe, só precisaria passar pelo Lake Acuity primeiro. Era um local calmo, e já beiravam as 4h00min. Precisava se apressar, assim talvez pudesse passar a noite perto do Lago Acuity, que diziam a beleza ser de outro mundo. Quando ouviu algo se aproximando, rapidamente pegou sua vara de pesca, que usava para proteção de pokémon selvagem caso necessário, até lembrar que agora tinha Chan para ajudá-lo a lutar. Apesar de ter pego a pokébola, continuava com a vara na outra mão. 

   Finalmente o pokémon selvagem foi revelado, um macaco roxo com uma mão na cauda caiu em sua frente, muito machucado. Ele parecia estar fugindo de algo, pois se levantou logo em seguida e continuou correndo. Aaron não podia interromper sua viagem, mas talvez a vida daquele pokémon dependesse disso. Não era nem um pouco altruísta, na verdade podia até ser considerado egoísta e orgulhoso, mas tentava mudar isso. Sabia que precisava fazê-lo, ou nunca teria amigos. Contrariando todas as expectativas que ele mesmo criara, correu atrás do Aipom. De acordo com o mapa, logo a frente havia um penhasco. Passaram-se alguns metros, quando Aaron percebeu que agora estava sendo seguido. Um zumbido incessante surgiu, e continuava vindo atrás dele. Correu mais rápido, e suas pernas começaram a queimar. Agora corria não só pela vida do Aipom que parecia não ver o que estava em sua frente, mas também pela sua. 

   A grama ficava mais úmida a cada passo, o que era estranho, pois eles estavam indo na direção contrária ao centro da floresta. Então, ao se virar, Aaron viu o que seguia o Aipom: Uma horda furiosa de Beedrills, que felizmente não tinham visto-no.  De onde estava, Aaron tinha uma visão direta para o ponto aonde o Aipom apareceria, e cairia antes dos Beedrills o alcançarem. Por isso, pegou sua vara, prendeu uma pokébola como isca, jogou a linha para trás e depois para frente. Se seus cálculos estivessem certos, o Aipom seria capturado e então só seria necessário puxar a pokébola para perto e levá-lo para um centro pokémon sem os Beedrills perceberem pra onde eles fugiram. 


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Notas finais do capítulo

Se acharem algum erro de gramatica ou ortografia me avisem pelos comentários, e deixem suas impressões sobre o capítulo e os personagens apresentados :P Me ajuda a ter um feedback, e saber se foi positivo ou não.



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