Sensei escrita por Marimachan


Capítulo 2
Bipolaridade


Notas iniciais do capítulo

Yooooooo! Mais uma! ♥ Minha ideia inicial para essa fanart era ser uma ficlet. MAS, acabou surgindo outras ideias e se tornou uma one de quase 2000 palavras. fjgsdjkfgdsjkfgkjsdf'
É uma fic bem mais leve e non sense do que as outras que tenho em mente. :p
Enfim, espero que gostem! ^^
Boa leitura! ;)
Caso a imagem não carregue, é essa: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/94/0e/17/940e17861daae8168fdd2ebae1e7a38f.jpg



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A noite estava clara, embora quente. As pétalas rosas caíam devagar sobre o jardim, onde os três companheiros se encontravam. Gintoki, Takasugi e Katsura estavam abaixados próximos a um dos pequenos arbustos do lugar, se escondendo de um professor prestes a castigá-los por chegarem tão tarde e ainda por cima trazidos pelas mãos de policiais.

Naquele dia as flores de cerejeiras desabrocharam e por esse motivo estava tendo o festival tradicional da cidade. Shoyou e os garotos haviam participado desse, embora o mestre tenha voltado para casa mais cedo que os meninos. Com a promessa de que não iriam arranjar confusão no meio da festa, o mais velho permitiu que os três continuassem por lá até mais tarde.

Gintoki queria ter voltado junto com seu tutor, haviam pessoas demais pelas ruas pro gosto dele. Mesmo que já fizesse muitos meses que estava com Shoyou, ainda não havia se acostumado à ideia de estar cercado de tanta gente. Os outros dois, contudo, haviam praticamente o obrigado a ficar por lá, considerando que o professor só permitiu que eles continuassem em meio à festividade quando o primogênito disse que também queria ficar.

O pequeno samurai ainda se perguntava o porquê disso, mas provavelmente era por ser algo raro demais ele mesmo desejar estar no meio de tantas pessoas ou talvez pelo simples fato do mais velho saber que qualquer encrenca em que os outros dois se envolvessem, ele tentaria parar antes de piorar; o que era fato, sendo que durante as três horas que ficaram na rua sozinhos, Gintoki já havia impedido os garotos de se meterem em, no mínimo, uns cinco quiproquós.

Shinsuke, por mais fechado que fosse à relações sociais com estranhos, tinha uma habilidade inacreditável de atrair confusão por onde passava; muito provavelmente porque não era o tipo de pessoa que levava desaforo pra casa ou que negava uma briga quando provocado. Katsura, porém, era pacífico e não gostava de brigas, mas acabava metido no meio por sempre tentar parar o amigo. Gintoki não era um santo e quando tinha motivos se metia em confusões muito mais perigosas que as que seu companheiro criava. No entanto, não arranjava encrenca sem bons motivos, tendo consciência de que iria levar belos cascudos do professor depois. Quando a situação ficava mais séria com os outros, contudo, ele acabava se metendo, antes que as coisas piorassem. Dessa forma, no distrito onde viviam, a grande parte da população conhecia os três “garotos problemas”, mantidos sob a guarda de Yoshida Shoyou. No final das contas, quem sempre levava a fama pelas travessuras dos meninos era o tutor.

Não que ele se importasse com isso, mas se tornava um problema na maioria das vezes.

Obviamente, naquela noite festiva a situação não poderia ser diferente.

Como já dito antes, fazia cerca de três horas que os garotos andavam por entre as barracas, participando dos jogos e das brincadeiras tradicionais do festival ― o que já havia excedido o limite de tempo contabilizado por Shoyou. Gintoki estava distraído com a barraca de doces, já que ele e Katsura haviam desistido de tentar convencer Takasugi a voltarem pra casa, enquanto Zura e Shinsuke se encontravam em uma tenda de tiro ao alvo.

Havia muitas crianças por lá, todas querendo ganhar o último prêmio, e os dois estavam entre elas, é claro.

Gintoki não sabia como havia começado a bagunça, mas quando percebeu o alvoroço vindo do lugar onde os companheiros se encontravam, Takasugi e Katsura já estavam atracados com mais umas cinco outras crianças, mais velhas, no chão. Olhou mais uma vez para a fila onde esperava para comprar um pudim, que quase chegava em sua vez, e voltou a observar a confusão um pouco mais adiante. Suspirou pesadamente e, a contra gosto, seguiu em direção à barraca na qual já haviam dezenas de pessoas tentando parar a briga das crianças. No final das contas, ele conseguiu separar os dois companheiros dos outros menores, mas já era tarde demais, pois os policiais que faziam a ronda já haviam chegado.

O fato é que os três chegaram em casa carregados por dois policiais, depois de levarem bons sermões sobre briga de rua e crianças que devem se comportar em meio à festas tradicionais. Após receberem o pedido de desculpas de Shoyou e a promessa de que ele puniria os três pelo alvoroço, os guardas foram embora, deixando apenas os quatro e uma áurea assustadora ao redor do mais velho.

Yoshida Shoyou, sem dúvidas, era a pessoa mais gentil que aqueles três haviam conhecido na vida, mas sabia ser assustador quando queria. Principalmente quando sorria daquele jeito, perigosamente sereno.

― E então? Quem foi que começou a confusão? E porque os outros dois não o pararam? – perguntou com a entonação tranquila, embora deixasse bem claro que eles estavam muito encrencados.

Zura abrira a boca pra falar, não tinha peso nenhum na consciência em dedurar Takasugi, mesmo que tivesse que admitir que se metera depois, por mais que sua intenção não fosse por mais lenha na fogueira e sim apagar o fogo. O pequeno de cabelos cumpridos, no entanto, fora impedido pelo de permanente natural, que começara a falar antes de qualquer palavra dos outros dois.

― A culpa foi minha, Shoyou. – levantou a mão, assumindo a culpa que nem era sua. ― Fui eu quem acabou deixando aqueles garotos inconscientes. – continuou como quem não quer nada, enfiando o mindinho em sua narina direita. ― Eles não acreditaram quando eu disse que iria atacar e continuaram a encher e eu ataquei. – deu de ombros.

Shisuke e Zura permaneceram em silêncio, sabendo que qualquer coisa que dissessem poderia fazer o mais velho desconfiar que aquilo era mentira e então seriam punidos dobradamente: por chegarem em casa tarde da noite, carregados por policiais, após se meterem em encrenca e por estarem mentindo para a pergunta que ele lhes fizera. Shoyou, por sua vez, observou bem os três garotos diante de si, para logo em seguida dar um passo à frente. No mesmo instante que ele fez isso, entretanto, os alunos simplesmente desapareceram dali.

― Eles podem ser realmente velozes quando querem. – comentou consigo mesmo, observando à sua volta, decidindo aonde iria procurá-los primeiro, já que eles haviam ido para sua esquerda e havia várias possibilidades de esconderijos para aquele lado.

E eis como haviam chegado ao ponto de se esconderem atrás de um arbusto no jardim do dojo.

― Não tinha um lugar melhor para nos escondermos, não? – Shinsuke reclamou, empurrando Gintoki ao seu lado, já que a vegetação não conseguia esconder os três por completo.

― Foi o mais próximo que conseguimos encontrar, então pare de reclamar, Takasugi. – Katsura retrucou, fazendo cara feia ao sentir o ombro do que estava no meio o atingindo na nuca, após ser empurrado pelo outro.

― Daqui a saída fica perto, podemos nos esconder lá fora. – Gintoki finalmente se pronunciou, aos sussurros, apontando o portão de entrada do jardim.

― Então vamos fazer isso logo. – resmungou o de olhos verdes. Quem sugerira, contudo, não se moveu.

― Por que eu sinto que tem alguma coisa sobre a minha cabeça? – perguntou paralisado com as ideias do que poderia ser aquela presença estranha sobre si. Quem respondeu foi o pequeno ex-bolsista.

― Porque tem uma cabeça enorme em cima da sua cabeça. – alertou, observando a grande cabeça amarela sobre o companheiro.

O grito estridente que fora ouvido em seguida, com certeza estourou alguma parte dos tímpanos de Shinsuke, que sofreu ao ter Gintoki eufórico e escandaloso ao seu lado. Katsura voltou-se para trás, pondo parte de seu corpo para fora da proteção do arbusto, tentando descobrir o que exatamente era aquilo, vendo assim que não era ninguém mais além de seu mestre, zoando o pobre garoto que morria de medo do sobrenatural.

Shoyou se escondia parcialmente, agachado atrás da Sakura, segurando um grande bastão que em sua ponta carregava um dos adereços tradicionais de festivais que ocorriam no distrito e pedia, com o indicador sobre seus lábios, que o pequeno mantivesse silêncio sobre o que estava vendo. Zura, entretanto, não conseguira segurar a risada.

Gintoki ainda tentava se afastar da cabeça voadora assustadora, enquanto Takasugi tentava o afastar. Àquele ponto, Shinsuke já se encontrava caído com o outro em cima de si, após ter tentando se levantar para correr e ter escorregado.

― Oe, Gintoki! Saia de cima de mim! – reclamou, perdendo as contas de quantas vezes havia feito o pedido nos últimos instantes.

― Eu estou sendo atacado por um espírito maligno! Então me ajude a se livrar disso ao invés de estar me jogando pra cima dele! – gritou, irritado, quando finalmente ouviu a gargalhada alta de Katsura. ― Pare de rir, idiota!

― Ele te pegou! De novo! – zoou, com a mão na barriga, doendo de tanto rir.

― Do que está falando?! Quem me pegou? – olhou a sua volta, para ver se tinha mais algum ser assustador por perto. Uma veia grossa saltou em sua testa, entretanto, quando finalmente enxergou seu mestre agachado próximo à cerejeira, rindo como Zura.

― Shoyou! Seu maldito! Por que fez isso?! – xingou, bravo.

O mais velho então, após cessar as gargalhadas, largou o brinquedo de lado, se levantando e seguindo até os três.

― Pra você aprender a não acobertar Takasugi e Katsura quando se metem em confusão. – disse de forma assustadoramente gentil. Os outros dois, que riam incessantemente, instantaneamente pararam de gargalhar e encararam o professor, que os olhava de volta serenamente.

― Vocês estão cem anos à frente para acharem que podem me enganar com isso. – comentou e logo em seguida abandonou um cascudo na cabeça de cada um, fazendo-os choramingar com a dor. ― Irão receber lições triplicadas pelas próximas duas semanas. – avisou para logo em seguida caminhar de volta para dentro do dojo. ― Venham, já passou da hora de irem dormir e ainda nem tomaram banho.

Depois disso, os outros dois foram para os dois banheiros do lugar, enquanto o terceiro esperava sua vez, sentado à porta de entrada.

― Hum... Acho que ainda temos mousse de chocolate na geladeira. – Shoyou comentou aleatoriamente, enquanto já se levantava para verificar o que havia acabado de falar.

Gintoki, por sua vez, não tivera outra reação além de encarar o homem caminhando em direção à cozinha, realmente confuso com a atitude.

Ele não estava de castigo? Por que o estava oferecendo o que ele mais gostava? Ou aquilo era para provocá-lo e então dizer que ele não podia comer?

Oh, provavelmente era isso.

Ou não.

― É, temos. Venha logo, antes que chegue sua vez de ir para o banho. – chamou da porta, destruindo a teoria do pequeno, que voltou a encarar o mestre de forma confusa.

A resposta que teve, entretanto, fora apenas o sorriso doce e sereno que sempre recebia.

É, ele definitivamente nunca compreenderia a personalidade bipolar e confusa daquele homem. Yoshida Shoyou era realmente uma pessoa muito estranha.


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