I am Not a Princess escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 1
01 — Princesa


Notas iniciais do capítulo

Gente, antes que vocês me matem, eu já vou avisar que a Nat aqui não é vilã nem nada, ok? Eu não gosto dela, mas aqui é nossa "retratação", por assim dizer :3

E aliás, essa história NÃO vai atrapalhar os caps. de HdS e nem Answer (que eu ACHO que vou atualizar essa semana, já que não vou pra escola). Enfim, eu espero que gostem desse primeiro capítulo.

Leiam ouvindo essa música: https://www.youtube.com/watch?v=Aly8mmRsFuQ



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I am Not a Princess

Princesa

Desde muito nova eu sempre sonhei em ser uma princessa de contos de fadas, daquelas que ficam presas em numa torre e é salva por um princípe em um belo corcel branco, de pelos brilhantes. Que ele sorriria para mim, me pegaria no colo e me levaria para o seu palácio onde nos casaríamos e viveríamos felizes para sempre. E então eu finalmente acordei e estava com vinte e um anos. E sabia quem era meu princípe.

Ele tinha cabelos castanhos, olhos escuros e um rosto redondo. Um sorriso lindo e uma faixa laranja na testa. Tinha uma grande presença e... Era o dono do meu coração. Chegava a ser patético ter que assumir que eu, Natsumi Raimon nutria uma paixão platônica por um amigo da minha pré-adolescência.

Mamoru Endou talvez fosse o homem mais incrível que eu conhecia e conheceria em toda a minha vida. Bonito. Charmoso. Animado. E nunca desistia. Essas eram as caracteristícas que me chamavam a atenção nele desde o dia que nos conhecemos, quando ambos erámos crianças de catorze anos. Ele, o capitão do time de futebol, e eu a presidente co conselho. Filha do diretor. Patricinha. Diferentona.

A típica história clichê, vocês devem estar pensando. Talvez não.

Nós namoramos. Dois anos. Dos quinze aos dezessete, e quando finalmente terminamos, por conta de briga boba, eu ainda o amava. E ainda amo. Mas é estranho pensar que me envolvi com os outros caras, e ele com outras garotas, e agora, com ninguém.

E isso me deixava nervosa. Em dúvida. Por que alguém como ele não entrava em um relacionamento, como o que manteve comigo ou com a Fuyuka? Segundo o Aki, era eu que não queria enxegar. E era exatamente isso que ela me dizia naquela tarde em especial, enquanto tomavámos um lanche na faculdade.

E sempre que o questionava o porquê, ouvia a mesma resposta:

— Quando você abrir seus olhos, irá perceber. — dizia a de curtos cabelos verdes, enquanto que provava um pouco do sorvete em sua taça. Eu fiz a mesma cara de sempre, a cara de quem não está entendendo o que quer dizer. — Aliás, você sabe que sexta tem a festa surpresa do Endou-kun, não é?

— Festa... Do Endou-kun? — perguntei, surpresa. Na realidade, não estava sabendo nada daquilo. E se Aki não tivesse dito que era uma "surpresa" eu até mesmo pensaria que meu princípe deixaria de me convidar. Mas ainda assim, continuei apreensiva. Como ela sabia e eu não? — Não. Eu não estava sabendo. Por que?

— Ah, o Goenji-kun ainda não deve ter entregue seu convite. — ela respondeu com um sorriso, e controlei meu impulso de perguntar por que nosso antigo artilheiro estava envolvido nisso. Afinal, ele e Endou eram os melhor amigos dentro daquele time. Um era o pilar do outro e vice-vera. Não haviam motivos para ficar surpresa.

Ao menos era o que eu pensava.

— É, deve ser. — foi tudo o que respondi a minha amiga antes de provar do meu suco de laranja. Aki e eu havíamos nos tornado grande amigas, confidentes. Havia sido ela quem ficou comigo durante uma noite inteira, comendo chocolates e vendo filmes quando meu relacionamente com Endou terminou. E agora, por algum motivo, eu achava que ela me escondia algo.

"Quando você abrir os olhos vai perceber", não saia da minha cabeça,  por mais aleatória que fosse nossa conversa agora — ou seja, não envolvia os meninos, agora homens, do time — mas em algum momento a festa se tornara noivamente assunto em nossa discussão. Eu estava curiosa, não ia negar.

— Quando, acontecer, você verá. — foia resposta dela sobre uma de minhas indagações, e tudo que pude fazer foi um bico enorme diante daquilo. — Vai acontecer algo que vai surpreender todo mundo.

E por algum motivo, minhas pernas tremeram.

 

 

Noite de sexta-feira. Cabelos soltos. Vestido vermelho. Batom escarlate. Era assim que eu, Natsumi Raimon havia me produzido para a festa que havia começado há alguns minutos. Eu ainda encarava no grande espelho do meu closet, ainda tentando me decidir entre os saltos que iria usar. Estava bonita, me achava bonita. Mas não era isso que minha cabeça queria processar. Para minha vaidade, a simples opinião da dona daquele corpo não importava.

"Mas e ele? Será que ele vai gostar?" era a pergunta que ecoava pela minha mente enquanto ouvia a voz de Haruna do outro lado da porta, me apresando.

Era bem verdade que eu preferia ir com a Aki, mas ela tinha saído mais cedo para ajudar Goenji e Tobitaka a organizar o Hai Hai Ken para receber nossa comemoração, preparar o que íamos comer... Pensando nisso, suspirei. Já fazia tanto tempo desde a última vez que nós, o grande time da Raimon e consequentemente do Inazuma Japan nos reunimos assim.

Escolhi, por fim, a sandália de salto alto que combinava com meu vestido e deixei a preta de lado, para finalmente abandonar os sapatos e restantes e sair dali, podendo finalmente encarar Haruna naquele vestido azul claro, com os cabelos presos num coque moderno. Eles estava bonita. Estávamos bonitas.

— Pegou o convite? - foi a primeira coisa que ela me perguntou. Depois de mudar o visual do cabelo inúmeras vezes nos últimos sete anos, Haruna finalmente havia simplesmente decidido deixá-los crescer. E eu podia perceber isso pelo volume de seu coque. — Vestido chique e curto, hein Natsumi-san? É assim que eu gosto.

— Olha como fala com sua ve-te-ra-na, pirralha. — ri. Por mais que houvessem pessoas mais novas em nossa equipe, como Toramaru, por exemplo, dentre as gerentes ela ainda era a nossa criancinha. Mesmo com vinte anos. — E eu peguei sim. A Aki me trouxe na quinta à tarde, Goenji-kun pediu para que ela me entregasse.

— Ah, entendo. — ela sorriu e pegou a bolsa, de um sutil tom de azul marinho, para combinar com o vestido delicado.— E realmente espero que eles me surpreendam.

— É, eu também.

Só não esperaria que fosse tanto.

 

 

Luz baixa. Roupas bonitas. Música leve. Pessoas conversando. Goenji sorridente enquanto falava com Aki. Mas ele não estava lá. Eu não sabia exatamente o que pensar naquilo, e sendo bastante sincera sequer prestava atenção no que Haruna dizia. Isso porque tudo aquilo me parecia somente uma coisa: uma festa de noivado.

Mas estavámos num lugar simples, sem uma decoração lá muito boa, então eu podia dizer que estava enganada. Até porque isso era a festa de aniversário de um grande amigo... Do amor da minha vida.

Deixei esses pensamentos de lado quando Aki se aproximou, naquele vestido verde que tanto combinava com os olhos bonitos. Ela parecia radiante e estava certa em estar assim. Havia organizado, junto com nosso ex-artilheiro uma surpresa tão bonita... E precisa ser muito talentosa para deixar Endou longe do Hai Hai Ken por muito tempo, diga-se de passagem.

Sorri a ela, a parabenizei pelo que havia organizado. Também perguntei sobre o princípe homenageado — o meu princípe — sem, no entanto, receber uma resposta quanto a isso. Ela apenas sorriu e proferiu as seguintes palavras, que me fizeram ter um pequeno cala-frio.

— A Fuyuka foi buscá-lo.

Eu devo ter citado que meu princípe, e Fuyuka, a gatora que por um ano, e depois do nosso término, por seis meses, foi sua princesa, já namorou com Endou. Antes e depois de mim. E isso fazia com que minhas mãos suassem, por mais que eu não entendesse o motivo. Endou e eu não tinhámos mais nada há quatro anos, eu eu precisava aceitar isso.

Mas era tão difícil quando eu ainda o amava com todas as minhas forças, com todo o meu coração. Então, saber que eles estavam juntos, saber que poderiam estar se beijando naquele momento mexia comigo. Saber que poderiam estar... Transando! Me fazia querer chorar. mas antes que eu sequer borrasse a maquiagem ali no meio do restaurante o técnico Hibiki chegou, e sorridente, deu o aviso que muitos aguardavam naquela noite: o aniversáriante estava na esquina. E logo chegaria.

Aki me puxou para uma das mesas, onde ficamos agachadas e rentes ás cadeiras enquanto as luzes se apagavam. Ela ria baixo enquanto trocava um último olhar — bastante suspeito — com Goenji. Mas naquele momento eu não me prendi a esse detalhe. Eu estava mais preocupada em tentar fazer com que os altos batimentos do meu coração não me denunciassem ali.

E foi quando ouvi a voz dele. A voz do homem que tinha mãos meu coração, reclamando com Fuyuka sobre ela tê-lo enganado, tê-lo levado para lá por nada. E foi também quando aconteceu, quando as luzes se acenderam e um sonoro "surpresa" ecoou pelas vozes de todos os jovens do nosso antigo time.

Eu o vi. O vi se assustar com os gritos, o vi sorrir e o vi quase chorar quando abraçou a ruiva com força, amaçando o vestido arroxeado dela. E logo foi Aki quem se aproximou, seguida de Kidou, Haruna... Enquanto eu? Eu continuava ali, paralisada com a beleza dele, com o jeito que havia se vestido. Era até vergonhoso como eu me sentia tragada até mesmo pelo cheiro do perfume que ele usava, como se ele dominasse todo o ambiente.

Então sorrindo, e deixando os tremores de lado, eu tomei coragem para me aproximar. Talvez naquela noite Fuyuka tivesser tomado os lábios dele, mas eu não me importava. Tinha sede de seus toques, e estava determinada a quem sabe, naquele dia tão especial, tê-lo em meus braços.

E cada passo que eu dava, o via dar outro, e outro. Até que finalmente estivessemos tão próximos a ponto de eu poder tocar seu ombro, mas o que aconteceu... Foi diferente do beijo que eu imaginava. Ele passou direto por mim, e pelo restante das pessoas ali, que só faziam sorrir, enquanto uma expressão confusa adornava minha face. A proximidade que ele tomava não era de mim, era de Goenji. E o sorriso bonito, que decorava o rosto molhado por lágrimas, não era direcionado a mim. E sim, a ele.

— Foi você, não é? — foi o que o moreno perguntou ao mais velho, e este lhe sorriu de volta, enquanto eu olhava entre um e outro, sem ao menos entender.

— Nada além do que você merecia. — Goenji respondeu, e vi seu sorriso se alargar.

Foi naquele momento, no entanto, em que eu percebi o que se passava ali, e o que Aki dizia que eu não queria enxergar... Os dedos deles se entrelaçando aos poucos, os sorrisos cheios de ternura e a forma com que o louro se ajoelhou, ainda segurando a mão de meu princípe, e este o encarando com grande surpresa.

Surpresa essa, que também se estampou em minha face quando do bolso do blazer retirou uma pequena caixa aveludada, e pronunciou à Endou as palavras que eu sempre quis ouvir vindo dos lábios dele.

— Você quer casar comigo?

E foi assim que meu conto de fadas se tornou uma história de terror.


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Notas finais do capítulo

MEU SHIPP, NINGUÉM SAIIIII!!!
Sim gente, o fim foi assim, se querem me matar, podem matar :v
Beijos, e até os comentários (se tiver) e o próximo capítulo ♥