Resquícios de pétalas de cerejeiras, que terminaram sua floração na região há pouco tempo, ainda cobriam as ruas de uma forma suave. Era meio de abril, ainda no começo do ano letivo. Podia-se apreciar uma ou outra dessas flores, que surgiram fora do tempo, mas eram poucas. O sol não muito quente, típico da primavera, batia na janela e passava por uma fresta, atingindo o rosto de Tainaka Ritsu. O despertador estava tocando há dez minutos, mas ela ainda não havia acordado.

— Ahn... só mais um pouquinho...

Ritsu, sonolenta, resmungou sozinha, colocando o cobertor no rosto e virando-se para o outro lado. Porém, a insistência do alarme venceu a preguiça da garota: desajeitadamente, ela tentou bater com a palma da mão no relógio, enfim o acertando e desligando o despertador. Apesar da tentação que sua cama oferecia, ela desistia de voltar a dormir. Ritsu se pôs sentada na cama, se espreguiçando de uma forma nada meiga. Após coçar os olhos, ela, finalmente, estava acordada.

— Acho que vou fingir que estou doente... — reclamou.

Ela levantou-se da cama quente e foi ao banheiro,  onde começou a lavar seu rosto, porém acabou molhando seu pijama de listras laranjas, o que a fez despertar totalmente. Pegou, então, sua escova de cabelo, penteando seus cabelos curtos e castanhos claro, mesma cor de seus olhos, de uma forma que mal parecia ter penteado. Colocou sua tiara amarela favorita no cabelo, olhou-se no espelho e fez sinal de positivo. Escovou os dentes e voltou para o seu quarto, tirando o pijama molhado e vestindo seu uniforme de manga comprida. Como era usual, Ritsu se vestia de uma forma meio desleixada, com a camisa por fora da saia e com o blazer desabotoado. Colocou suas meias e, quando olhou a hora, percebeu que já estava atrasada.

— Ehhhh! Tenho que correr, não quero a Mio me batendo de novo por eu estar atrasada...

Correndo, ela apanhou a mochila e saiu do quarto. Desceu as escadas em direção à cozinha, pegou as torradas com geleia, que estavam em cima da mesa, virou o copo de leite, e saiu gritando de boca cheia enquanto corria para calçar os sapatos na porta de casa.

— Já estou indooo!

Bateu a porta e foi comendo enquanto corria para chegar a tempo na escola.