Profundezas escrita por Nathalia Schmitt


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Trailer book: https://www.youtube.com/watch?v=3jcqAj3k1zk
Tumblr: http://livroprofundezas.tumblr.com/

NOMES
Rire - Ríri
Auho - Áurro
Kahan - Karrãm
Marama - Marãma
Ihoy - Irrói
Kia - Kía
Weri - Uerí
Whakaaro - Uakáru
Apo - Ápu
Muçuri - Muçurí
Hallula - Ralúla



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As sociedades humanas não sabem sobre as sereias e suas subespécies, afinal, 95% do oceano é desconhecido e permanece intacto e silencioso com seus segredos.

Os mitos são o que temos de mais próximo em se tratando de conhecimento sobre os oceanos e estão longe da verdade, porém acreditar que sereias e tritões não existem é mais seguro — para eles, já que a maioria tem medo de humanos devido as pescas e invasões de territórios, forçando-os a ir viver cada vez mais fundo.

A visão humana das lendas que criam beira a ingenuidade; sereias e tritões não são cópias humanas com nadadeiras no lugar dos membros inferiores e nem possuem tanto interesse em reproduzir com uma espécie que não consideram nada atrativa; mas sim perigosa, insaciável, autodestrutiva e feroz.

Algumas espécies não têm nariz — já que ele é inútil na água. Outras — poucas — o têm: pequeno e delicado, mais como um detalhe, uma lembrança da herança mamífera que tiveram em sua evolução ao longo dos séculos. A tendência é que essas espécies também o percam com o passar do tempo. Algumas raríssimas não possuem guelras externas, mas sim dentro do nariz, como se o mesmo tivesse adaptado-se e evoluído para as águas.

A maioria não possui cabelos. É muito comum que sejam desprovidos de qualquer pelo ou penugem na verdade, já que têm escamas — mínimas, mas por todo o corpo. A pele assemelha-se ao couro de algumas espécies de peixes.

Tampouco têm umbigo, já que nascem de ovos e os seios pequenos das fêmeas de linhagem mamífera não possuem mamilos — nem o peito dos machos, os tritões.

A pele é clara, cinza e o cabelo das fêmeas que o possuem, branco. Não possuem melanina nos cabelos por não viverem em ambientes que possuam claridade do sol, já que a melanina tem a única função de proteger da claridade. Nunca aventuram-se à superfície, com exceção do grupo caçador da sociedade conforme sua alimentação, cultura e necessidade; por essa razão o cabelo de tritões costuma ser escuro — o comprimento varia conforme a idade.

Quanto mais velho, mais longo o cabelo e maior a sorte com as fêmeas.

Existem espécies que alimentam-se apenas de algas, os onívoros — que possuem a arcada dentária semelhante à nossa — e os carnívoros; em geral se alimentam de peixes e restos mortais que encontram. São mais agressivos, rápidos, maiores e vorazes.

Todos têm suas civilizações, músicas, artes, idiomas, crenças e rituais, no entanto, as culturas marinhas têm sereias e tritões maiores que as de água doce.

Seus olhos, escuros e grandes, parecem duas bolitas negras. Suas guelras encontram-se nas costelas e possuem membranas interdigitais nas mãos. Algumas espécies têm cores em tons pastéis conforme seu alimento.

Isolaram-se de ambientes que o ser humano frequenta e profundidades que alcançam, pois há muitos séculos atrás começaram a ser caçados e dizimados pela dominação egocêntrica das pessoas, sendo perseguidos e assassinados em massa para estudos ou para partes de seus corpos serem vendidas como artefatos míticos.

Sem influência humana, mas de inteligência semelhante, criaram colônias conforme sua espécie, povoando os oceanos com seus rituais, suas músicas e sociedades.

E eis que em Hapori, colônia de Nereides — uma subespécie um tanto quanto isolada — intocada por seres humanos, nasce a pequena Rire.


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