Luz Sin Gravedad escrita por Ducta


Capítulo 1
A rajada de vento que bagunçou a minha vida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/71024/chapter/1

Depois de conseguir ganhar mais uns anos pros Deuses - porque eu não podia dizer que derrotamos Cronos – Tudo estava bem, inclusive eu e Annabeth. Não, nós não estamos namorando, não é porque não queremos, é pelas circunstâncias. Ela voltou pra São Francisco e eu continuo em Manhattan ou seja, nós só nos vemos no verão, no acampamento. Se sem namorarmos, nós nos ligamos sempre e morremos de saudade um do outro, como seria se eu tivesse pedido Annabeth em namoro?

Alguns dias depois que chegamos ao acampamento eu e Annabeth corremos para a praia, era fim de tarde e nós queríamos ficar sozinhos. Eu não podia negar que gostava demais dela e também não podia negar que nós agíamos como se namorássemos: andamos de mãos dadas pra todo o lugar, somos ciumentos um com o outro e eu confesso, nós trocamos uns beijos de vez em quando. Mas naquela tarde, minha vida estava prestes a mudar.

- Percy! – Chamou Nico enquanto corria na minha direção. Eu estava deitado na areia com Annabeth fazendo cafuné em meus cabelos.

-Nico. – eu disse levantando e olhando pro garoto. Ele não havia mudado, só crescido.

- Chegou uma nova semideusa e ela disse que não entra no acampamento enquanto não falar com você.

-Porque isso? – Perguntou Annabeth olhando pra Nico, tão confusa quanto eu.

-Foi o Grover que trouxe ela e ela disse que ele pediu pra falar com você assim que chegasse aqui. Foi o que ela disse.

-Então vamos lá. – Eu disse levantando e tirando a areia da minha roupa.

Só quando eu cheguei no pinheiro de Thalia que eu percebi que estava de mãos dadas com Annabeth de novo. Ninguém no caminho estranhou, já tinham se acostumado, eu acho.

- uau – foi a única coisa que eu consegui dizer quando vi a Semideusa.

Ela tinha os cabelos e olhos castanhos, a pele branca, e a boca já estava avermelhada devido à força que ela usava pra morder o lábio inferior. Sua franja cobria um pouco os olhos, tornando-a meio misteriosa. Ela usava um short jeans preto, uma camiseta colorida, tênis retro e havia uma mochila cheia de bottons jogada sobre seu ombro esquerdo. Obviamente ela era uma típica garota descolada.

-Bem- vinda Semideusa. – Eu disse soltando Annabeth e estendendo a mão pra ela.

-Obrigada. – ela sorriu e apertou minha mão – Percy Jackson?

-Sim.

-Angie Viatchelli, filha de Bóreas, o deus do vento norte. – ela se apresentou meio envergonhada - Pelo menos foi o que o Grover disse.

- Você é a primeira filha do vento a chegar ao acampamento, sabia? – Nico disse, sorrindo para ela. Ele parecia fascinado com Angie, provavelmente eu devia ter ficado como ele quando a vi.

Ela assentiu e sorriu.

-ah, eu tenho um recado pra você. – Ela vasculhou a mochila por um minuto e me entregou uma folha dobrada.

“Mostre a Quíron depois de ler”

Aquela era realmente a caligrafia de Grover. Eu abri a carta.

“Percy, está é Angie Viatchelli, filha de Bóreas, mas acho que ela já te disse isso. Eu a encontrei brincando com o vento em um parque no condado de Richmond em Kentucky. Eu pedi que ela só entrasse no acampamento só se falasse com você, porque apesar de durona, é tudo novo pra ela, você sabe. E não a deixe nervosa, isso levaria o acampamento pelos ares, literalmente. Desculpe não ter ido até o acampamento, deixei Angie na estrada e voltei pra minha missão. Ah, Quíron saberá como ajudar Angie a controlar os poderes dela. Abraços a todos, Grover”

 

Annabeth e Nico estavam lendo por cima do meu ombro enquanto Angie olhava pro acampamento a nossas costas.

- Gostou daqui? – Perguntei, olhando pra ela.

- Parece bem legal – ela me respondeu sorrindo.

- Então vem, vamos entrar.

Então nós quatro fomos em direção a casa grande. Eu mostrei a Quíron a carta de Grover e ele disse que ia conversar com Angie e que eles se veriam no jantar.

Assim, Annabeth disse que iria praticar um pouco e ficamos eu e Nico andando pelo acampamento.

-Ela é bonita não é? – Nico me perguntou de repente.

-Quem?

- Angie. – Ele disse meio tímido.

-Sim, muito bonita. – Eu disse sorrindo.

-E você a Annabeth?

-Na mesma de antes.

Nós conversamos por umas boas duas horas até que eu fui tomar banho pra jantar.

O refeitório teve de ser ampliado graças aos chalés dos deuses menores e eu nunca poderia imaginar a quantidade de semideuses que existiam no mundo com menos de 18 anos.

Depois de oferecer uma parte do meu jantar ao meu pai, eu meu sentei sozinho, como sempre. Parece mesmo que só eu e Thalia tínhamos nascido de um acordo não cumprido.

A mesa dos deuses do vento tinha sido posta ao lado da minha por acaso, então Angie estava sentada na mesa ao lado da minha e isso me fez sorrir. Não sei por que, mas só de olhar pra Angie eu sorrio como um bobo e olha que aquela era a segunda vez que eu a via naquele dia.

- Senta na beira da mesa? – eu murmurei sem fazer som quando ela olhou pra mim. Ela fez o que eu pedi e eu a imitei. Estávamos próximos agora, poderíamos conversar.

-Como foi à conversa com o Quíron? – Perguntei

-Tranqüilizadora. – Ela sorriu – Tudo isso é estranho, mas eu estou simplesmente fascinada!

-Acredite depois de sua primeira caça a bandeira, tudo melhora.

Eu passei o jantar explicando a Angie as atividades do acampamento e ela pareceu encantada com a idéia de empunhar uma espada.

-Você que vai me ensinar? – Ela perguntou enquanto saíamos do refeitório juntos.

Eu sorri.

- Se você quiser, eu te ensino.

-Grover disse que você é o melhor espadachim que ele conhece.

-Exagero dele, eu já vi melhores. – Eu disse. Nós estávamos caminhando sem rumo certo agora.

  - Ele disse pra eu ficar longe de Contracorrente enquanto eu não aprender a desarmar.

-Você conhece o nome da minha espada? – eu perguntei incrédulo, Grover tinha contado até isso a ela?

-É, Grover demorou bem uns quatro dias até me convencer a vir pra cá. – Ela disse meio tímida. – Então deu tempo dele me contar a suas aventuras, Percy.

Alguns minutos depois nós estávamos sentados na varanda da casa grande. Ela me contou um pouco da vida dela e eu esclareci alguns pontos da minha pra ela.

- Você já consegue controlar o vento? – eu perguntei por fim.

-Consigo, mas são sempre fortes e um pouco violentos. – Ela disse orgulhosa.

-Me mostra alguma coisa?- Eu pedi

-Tá.

Ela se levantou e ficou de frente pra árvore mais próxima a casa grande e eu me posicionei ao seu lado.

-Se afasta um pouquinho? – ela pediu sorrindo meio preocupada.

Assim que eu me afastei, ela esticou o braço e apontou a palma da mão aberta para a copa da árvore. Seu cabelo começou a subir e eu podia sentir o vento saindo dos poros dela exatamente como a água do mar saída dos meus quando eu me concentrava.

 

As folhas balançavam e caíam da arvore como se fosse um daqueles ventos frios antes da chuva que as estivessem açoitando. Eu olhei ao meu redor, atrás de mim, o acampamento estava sob a brisa fresca de verão.

- Incrível! – eu exclamei fascinado e ela parou, se jogando de volta nos degraus da varanda, com um sorriso de pura satisfação no rosto.

-obrigada Percy! Eu fico mais confortável quando sei que posso destruir o lugar, sabia?

-Acho que sei como é. Eu queria poder criar um terremoto um dia.

-Você já tentou?

-Não, ainda não. Nunca tinha me ocorrido isso. – Eu disse, me sentando ao lado dela de novo.

- Sabe, nós poderíamos colocar os humanos lá fora em um grande apuro se quiséssemos. – Ela me disse, provavelmente imaginando alguma cena que eu não fazia idéia do que poderia ser.

-É?

-É! Pensa só: se você fizer a água levantar alguns metros, eu posso mantê-las nos ar.

- Então você está dizendo que nós poderíamos fazer um tornado?

-É!

Uau. Ela tinha pensamentos muito mais adiantados do que o meu, eu nunca pensei nisso, mas sim, eu precisaria da ajuda dela se um dia quisesse fazer um tornado.

Eu e Angie ficamos mais alguns minutos conversando sobre tornados e métodos de criá-los quando tocou o sinal do toque de recolher.

Eu tinha gostado daquela última hora com Angie, ela era tão descolada e extrovertida quanto eu pensei que fosse.

Ela realmente chegou como um vendaval pra bagunçar a minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

quero a opinião de vocês, please