Mas sou apenas humana. E eu sangro quando caio. Sou apenas humana. E eu me arrebento e me desmonto. Suas palavras em minha cabeça, são facas em meu coração. Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços. Pois sou apenas humana

Bonnie POV.

Há vezes sabemos que estamos sonhando, apenas pelo simples fatos de não conseguirmos ler ou contar quanto dedos temos. Mas apesar de estar em um sonho, tudo aquilo parecia muito real.

Eu e o garoto loiro estávamos andando a algumas horas pela floresta, estávamos brincando de esconde-esconde com seus irmãos, mas ele deu a ideia de fugirmos. Já estava ficando cansada de caminhar e me sentei debaixo da sombra de uma arvore, logo ele estava sentado comigo.

— O que está achando daqui? – Ele perguntou quebrando o silencio.

— Eu gosto daqui mais do que achei que gostaria – Respondi sorrindo e ele ficou me encarando – O que foi?

— Eu quis dizer, se você gosta de ficar aqui comigo. – Ele esclareceu.

— Claro Klaus, eu adoro ficar com você tanto quanto com seus irmãos. - Afirmei ainda sem saber onde ele queria chegar.

— Mas e só comigo? – Ele retornou a perguntar.

— Sim Klaus, como não gostar? Eu adoro você! – Respondi, logo percebi que estávamos próximos demais.

Congelei quando ele se aproximou mais, ficando com seu rosto centímetros do meu. Alternei meu olhar dos seus olhos para os lábios deles e ele fez o mesmo. Já podia sentir sua respiração quente no meu rosto e mais um movimento estaríamos com os lábios selados, mas então pingos de chuva começaram a cair fortemente, nos acordando de um transe.

 Abri os olhos respirando, era apenas um sonho, mais uma vez. Passei a mão por meus cabelos tentando desviar a atenção dos meus pensamentos, desde que minha vó morreu, eu venho tendo sonhos com esse garoto ou homem, em alguns sonhos, não só com ele como também uma menina loira que deveria ter minha idade e mais outros dois garotos morenos.
E isso me irritava, já não bastava minha vida ser complicada e repleta de seres sobrenaturais, claro que eu não contei para Elena ou Caroline, eu não queria preocupa-las mesmo sabendo que sendo uma bruxa, eu deveria levar esses sonhos a sério. Mas o que eu diria? Que estava tendo sonhos com pessoas que eu não conheço e que eles são meus melhores amigos nos sonhos? Não, é melhor deixar assim, tudo está calmo por enquanto, Katherine estava na tumba, antes de simplesmente sumir, mas claro que jogou uma bomba em nós dizendo que Elena corria perigo.
Dito e feito, Elena tinha sido capturada por dois vampiros, mas já estava a salvo graças os irmãos Salvatore. Me levantei indo tomar meu banho e pegando uma roupa qualquer, já que tinha que passar na mansão Salvatore, antes de ir para escola. Terminei de me arrumar e peguei minha bolsa indo para a cozinha vazia. Vazia, apenas eu e os objetos, tinha ficado alguns dias com meu pai depois da morte da vovó, mas eu tinha que voltar para a realidade, mesmo que isso significasse que eu teria que ficar sozinha, o lado bom é que nenhum vampiro foi convidado para entrar, acho que apenas Stefan.
Preparei um café e comendo rapidamente vendo que eu já deveria ter saído de casa e peguei meu carro indo em direção a mansão de Stefan e Damon que já estava parecendo nosso local de reuniões.
Bati na porta esperando que alguém viesse me atender e não demorou muito para Stefan a abrir a porta com um pequeno sorriso no rosto.

— Bom dia Bonnie. – Me cumprimentou depois que eu entrei.
        — Bom dia, Stefan. – Respondi enquanto seguíamos para a sala.

Elena estava sentada no sofá prestando atenção na história que Rose, a vampira que a sequestrou, contava sobre a maldição da pedra da lua. Assim que me viu a morena sorriu pedindo para que eu sentasse ao seu lado, assim o fiz.

— Quer uma bebida Bon Bon? – Damon perguntou irônico sabendo que eu não iria aceitar, apenas o ignorei.
— Está dizendo que a maldição do sol e da lua é falsa? – Perguntei fazendo com que a vampira balançasse a cabeça. – Então qual é a verdadeira? Porque todos querem a pedra da lua?

— Existem milhões de vampiros pelo mundo, mas vocês já pensaram como foi que o primeiro vampiro nasceu? – Rose perguntou retoricamente.
— Agora vamos conversa sobre o Drácula? – Damon perguntou com sarcasmo.
— Não, estamos falando dos Originais. – Rose respondeu. – Eu não sei a história direito, afinal ninguém sabe, mas a rumores que os primeiros vampiros do mundo foram criados por uma bruxa há mil anos, ninguém tem certeza se a maldição do sol e da lua é verdadeira, mas o Original quer a pedra para quebrar uma maldição, não só a pedra, mas ele precisa também do sangue da duplicata.
— Você quer dizer que o vampiro mais velho da história do mundo está vindo atrás de mim? – Perguntou Elena pasma.
— Sim, o nome dele é Klaus. – Rose respondeu, mas não prestei muita atenção, pois assim que ouvi o nome senti meu coração tropeçando e minhas mãos começando a tremer. – E tem o Elijah, ele também é um Original.

Não tinha visto Elijah pessoalmente só tinha conversado com seus bruxos, mas eu acho que já tenho uma ideia de como ele é, quer dizer, se eu não estiver delirando.

— Ele é um dos originais, ele é uma lenda. – Damon falou como se fosse óbvio. – Enquanto ele estiver com a adaga no peito, vai estar morto.
— Bonnie você está bem? – Elena perguntou preocupada.
— Eu.... Sim, eu estou, não se preocupe Elena, se esse vampiro vir para cá estaremos prontos. – Desvivei o assunto me levantando. – Já canalizei o poder das bruxas.
— Elijah acreditava que se um vampiro canalizasse pode o suficiente poderia matar Klaus. – Stefan completou ao ver Elena nos encarar confusa.
— Mas isso não é perigoso para a Bonnie? – Ela perguntou.
— Não, eu estar completamente segura, assim como você – Menti.
— Tudo bem, vamos. – Elena falou se levantando também e pegando a mochila. – Você vai vir Stefan?
— Onde vocês vão? – Damon perguntou irritado.
— Para a escola? – Respondi como se fosse óbvio.
— Colocamos a casa no seu nome para ficar protegida. – Stefan interveio.
— Eu agradeço e ficarei protegida, Bonnie estará lá, qualquer coisa. – Elena respondeu, como sempre doce.
— Mas e se... – Damon veio para cima de mim em sua velocidade vampírica, mas eu o joguei longe com um dos novos feitiços que eu aprendi.
— Viu? Comigo é seguro. – Falei sorrindo.

O mesmo apenas assentiu, me despedi dos dois vampiros que ficaram e fomos para a escola no meu carro. Depois de alguns minutos Stefan e Elena enquanto eu ficava em silencio pensando na possibilidade de Klaus dos meus sonhos ser o Klaus que quer matar a Elena.
Talvez fosse isso que minha mente tentava me alertar, que o perigo chegava na cidade, mas porque me mostrou de uma forma completamente diferente. Meus sonhos me mostravam um Klaus humano e carinhoso e que parecia se importar comigo, já que aparentemente eu o conhecia ali, no meu subconsciente. Suspirei, pesadelos de um monstro matando pessoas seria menos confuso.
Desci do carro entrando direto para a escola e encontrei Caroline que tagarelava sobre o baile dos anos sessenta que ela estava organizando, precisando de ajuda e de como tudo sairia perfeito. Pelo menos alguma de nós não estava completamente perturbada de um vampiro milenar vir para nossa cidade. Ri desse pensamento e entrei na sala rapidamente antes que o sinal tocasse e me sentei no meu lugar.
Elena mostrava um cartaz para Stefan entusiasma com o baile, mas o mesmo negou o que fez ela me encarar balançando o papel, sorri concordando. Mesmo que Stefan esteja preocupado com o bem-estar de sua namorada, ele não pode priva-la de ir em festas, ela poderia estar em casa, pelo que eu soube, se Klaus quisesse atacar. Ele atacaria.
Alaric entrou na sala parecendo meio perdido e ficou paralisando ao me encarar. Por algum motivo eu não conseguia desviar o olhar do dele e sentia todo meu corpo formigando, só não podia dizer se era uma sensação boa ou ruim.
Logo os alunos perceberam e também estavam me encarando, fazendo com que eu abaixasse a cabeça, ótimo do jeito que são vão achar que eu tenho um caso com o professor.

— Olá turma. – Rik se pronunciou depois de tossir tentando disfarçar. – O que vamos aprender hoje? – Ele começou a folhear o livro sem ter a mínima ideia do que ver.

— Com o baile da década, estudamos os anos sessenta a semana toda. – Elena anunciou ao perceber que ele estava perdido.

— É claro, os anos sessenta. – Afirmou indo até a lousa e anotando a década. Mas não antes de me encarar novamente e depois olhar para Elena. – Eu queria poder falar algo bom dos anos sessenta, mas não foram bons. Só os Beatles o tornaram suportáveis. O que mais teve? Os misseis em cuba, o homem na lua, teve o Watergate.

— Watergate foi nos anos setenta Rik. – Corrigi, acabando de o chamar pelo apelido fazendo com que ele e a turma me encarrassem novamente. – Quero dizer, Sr. Saltzman.

— Claro, as coisas ficam misturadas nos anos sessenta e setenta. – Respondeu ele depois de alguns segundos. – Obrigado... Bonnie.

Depois dessa aula no mínimo estranha, eu não perdi a sensação de que tinha alguém me observando e meu corpo voltava a formigar. Peguei uma água entrando na frente de Jeremy na fila, mas ele acabou por começar a discutir comigo.

— Você contou para a Elena o que vai te custar para você deter o Klaus? – Perguntou.
— Não, e você também não vai. – Respondi simplesmente.
— Ela tem que saber que você não pode. – Afirmou parando na minha frente.
— Não temos certeza que eu não posso, apenas confie. – Falei me sentando em uma das mesas do pátio e ele me imitou.
— Você não pode absorver o poder de cem bruxas mortas. Isso vai te matar. – Respondeu baixo.
— Não temos certeza. – Falei ficando irritada. – Você prometeu guardar segredo, confie em mim. Vou adiante com isso e se contar a alguém...
— O que? Vai fazer o que? – Perguntou também irritado.
— Oi Jer. Como vai? – Elena perguntou segurando sua bandeja de comida. – Está tudo bem? Fica em casa sozinha com o Jhon.
— Não é o ideal. – Falou pegando a mochila e se levantando.

Elena tentou falar mais alguma coisa, mas ele simplesmente saiu andando, provavelmente irritado comigo. Elena era minha melhor amiga e se for para correr o risco de vida para deixa-la a salvo eu faria.
A morena se sentou ao meu lado e começando a conversar até uma das meninas da nossa turma apareceu, eu havia esquecido seu nome.

— Oi Elena, Bonnie. Achei vocês. – Suspirou aliviada. – Isso pode parecer estranho, mas um cara muito gato me pediu para perguntar se vocês vão ao baile hoje.
— Diz para ele que ela tem namorado e que não saímos com o mesmo cara. – Falei achando graça.
— Pelo menos vocês conhecem ele, disse que iria ao baile hoje. – Falou sorrindo. – Procurem ele, o nome dele é Klaus.

Nesse momento senti minhas mãos formigarem de novo e comecei a olhar em volta procurando por algum estranho.

— Desculpa o que você disse? – Elena perguntou confusa e assustada.
— O nome dele é Klaus. Eu sei que é um nome bobo, mas eu juro ele é um gato. – Respondeu.
— Cadê? Ele está aqui? – Perguntei.
— Eu não sei. Mas ele disse que estará de olho. E Bonnie... – Ela chamou minha atenção fazendo olha-la. – Ele pediu para você guardar a última dança para ele. Fofo, não é?