A Má Influência escrita por British


Capítulo 8
Congresso em Suna


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem? Eis o capítulo! Obrigada a quem ainda acompanha a história e comenta também! Bjs e até o próximo capítulo! ♥



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Yodo estava arrumando a sua mala, quando Boruto a abraçou por trás e beijou seu pescoço. Yodo sorriu, ficou arrepiada, então se virou para beijar o marido com intensidade. Quando o beijo terminou, eles ficaram se encarando por um tempo.

— Vou sentir sua falta. – Admitiu Boruto.

— Eu também! Mas será só por alguns dias. – Disse Yodo sorrindo.

— Quando você voltar, o que vamos fazer? – Perguntou Boruto.

— Em relação a que?

— A nós! Ou você não vê que nosso relacionamento está afundando? Eu não sei mais o que fazer. – Confessou Boruto.

— Eu sei que minha rotina te irrita...

— Muito!

— Mas você sempre soube que estava se casando com uma médica.

— Eu não tenho problema em estar casado com uma médica. Meu problema é não ser prioridade na sua vida nem por um final de semana!

— Eu to me esforçando!

— Como? Cobrindo o plantão dos seus colegas que faltam justamente pra aproveitar mais a família deles? Desse jeito nós nunca vamos construir a família que planejamos!

— Sei que está decepcionado por causa dos bebês! Não foi só você que sofreu com essas perdas, Boruto! Mas se coloca um pouco no meu lugar! – Rogou Yodo.

— Eu me coloco! Só que desde que o último aborto aconteceu você mudou! E eu não to falando só de todas as vezes que você não quis transar comigo não! Eu to falando de um casamento que quase não existe mais! Eu vivo sozinho! Como sozinho! Durmo sozinho! Acordo sozinho! Eu casei pra ter uma companheira e não alguém que só divide as contas da casa no fim do mês! – Desabafou Boruto e Yodo suspirou.

— Eu só ando cansada. E quanto ao sexo... Pensei que nós já tivéssemos conversado sobre isso. Tem dias que chego cheia de problemas do trabalho e só quero dormir!

— O que você acha da gente dar um tempo?

— Não preciso de tempo! – Disse Yodo.

— Mas eu preciso! – Confessou Boruto.

— Você está querendo pedir o divórcio? – Questionou Yodo visivelmente magoada.

— É triste pra mim ter que admitir que eu sinto falta da mulher com que me casei! A verdade é que esses dias seus longe de casa vão dar no mesmo que se você estivesse aqui porque você NUNCA está comigo!

— Você andou vendo a Sarada?

— Não coloca a Sarada no meio ok? Ela não tem nada a ver com a nossa crise!

— Toda vez que você a vê, me trata diferente! Ou acha que eu não percebo? Eu não sou burra, meu amor!

— A Sarada é passado! Quantas vezes eu vou precisar repetir?

— Um passado que frequenta o presente não pode ser chamado de passado.

— Yodo, ela é filha do meu padrinho! Toda vez que eu for a casa dele corro risco de ver a Sarada porque ela mora lá! Não é como se eu estivesse sabotando nosso casamento! Até porque quem anda fazendo isso nos últimos meses é você!

— Você a viu! Não precisa falar mais nada! – Yodo fechou a mala com rapidez e a levou até a sala sendo seguida por Boruto.

— Vamos brigar de novo por causa dela? Você está se comportando como uma adolescente insegura! – Acusou Boruto.

— Eu só tenho 23 anos, Boruto! Às vezes, me sinto uma adolescente insegura! Eu tenho tanto medo de te perder!

— Você só me perde se quiser!

— Ah é? Não é o que parece! Você está ameaçando se separar de mim!

— Por favor, vamos nos dar um tempo! Quando você voltar desse congresso, a gente senta e vê em que pé fica o nosso casamento. – Pediu Boruto.

— Se é o que quer... Só espero que quando chegar de Suna você não esteja nos braços da Sarada.

— Yodo, eu nunca faria isso com você!

— É o mínimo que eu espero de você!

[...]

Sakura estava dando o último beijo nos filhos, quando Sasuke entrou na sala dizendo que já tinha colocado a mala da esposa no carro.

— Está pronta? – Perguntou Sasuke.

— Sempre vou com o coração apertado por deixar vocês aqui. Indra e Ashura obedeçam ao papai e a irmã de vocês também, entendido? – Disse Sakura.

— Pode deixar mamãe! – Disseram Indra e Ashura.

— Eu vou ficar de olho nos pestinhas! – Disse Sarada.

— Sasuke, não esquece de dar nenhum remédio do Indra ok? Eu coloquei alarmes no seu celular para que você lembre da hora certa ok? – Disse Sakura preocupada.

—Até parece que eu não to acostumado a cuidar de criança né? – Disse Sasuke e Sakura sorriu.

— Qualquer coisa é só pedir ajuda para a vó Mikoto, entendido? Só caso o pai de vocês fique muito enrolado ou tenha um contratempo! – Disse Sakura.

— Querida, está todo mundo avisado! Além da minha mãe, Izumi e Itachi também foram avisados do seu evento em Suna! – Disse Sasuke.

— É que eu sempre acho que vocês nunca ficam bem sem mim! – Confessou Sakura fazendo biquinho e recebeu um abraço coletivo da família.

— A gente vai tentar sobreviver esses dias sem você, tá? – Disse Sasuke.

— Assim eu vou em paz! – Garantiu Sakura.

No caminho para  o aeroporto, Sakura e Sasuke foram conversando sobre a rotina diária de suas crianças. Agora que Sasuke estava afastado do emprego, realmente, Sakura não teria muito com o que se preocupar, pois tomaria conta de tudo. Em outros tempos, Sarada teria que ficar tomando conta dos gêmeos sozinha e recorrendo a ajuda dos familiares uma vez que Sasuke trabalhava até tarde. Pelo menos, para alguma coisa servia esse afastamento dos empregos.

— Está entregue. – Disse Sasuke ao levar Sakura até o portão de embarque.

— Obrigada por tudo. – Disse Sakura abraçando e beijando o marido em seguida.

— Por que está falando isso?

— Às vezes, não agradeço o suficiente por você ser tudo aquilo que eu preciso.

— Sakura, por que está dizendo isso agora?

— Não é nada. Quer dizer, eu só queria te deixar ciente, mais uma vez, que eu te amo. – Disse Sakura, então Sasuke a levantou no colo e começou a rodopiar com ela no meio do aeroporto.

— Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter você! – Disse Sasuke.

— Para Sasuke! Me põe no chão! Tá todo mundo olhando! – Pediu Sakura.

— Deixa que olhem! Eu tenho muito orgulho de você! – Disse Sasuke colocando a esposa no chão.

— Eu tenho que ir, mas quer saber de uma coisa?

— O que, Sakura?

— To louca pra voltar e ser recebida por esses braços! – Disse abraçando o marido novamente.

— Esses braços sempre vão te acolher e te dar carinho. – Disse Sasuke abraçado com ela.

— Tchau, amor! – Despediu-se Sakura dando um beijo em Sasuke.

— Até logo, meu amor! – Sasuke acenou, então viu Sakura entrar na área de embarque.

[...]

Neji chegou no aeroporto atrasado. Entrou no avião quando já estavam fazendo a última chamada. Esbaforido, ele foi até seu acento e se surpreendeu ao notar quem sentaria ao seu lado.

— Sakura Haruno? – Disse Neji surpreso.

— Não me diz que essa poltrona é sua? – Perguntou Sakura incrédula.

— É. Ela é sim. Mas vou chamar a aeromoça e pedir pra mudar. – Disse Neji já chamando a comissária de bordo.

— Em que posso ajudá-lo, senhor? – Disse a aeromoça.

— Eu preciso trocar de acento. Você poderia me realocar? – Perguntou Neji.

— Desculpe, senhor. Infelizmente, não poderei. O voo está lotado. – Avisou a aeromoça.

— Acho que eu vou ter que ser a sua companhia por algumas horas. – Disse Sakura.

— Ok. Obrigado. – Disse Neji a aeromoça e se sentando na poltrona.

— Vai pra onde? – Perguntou Sakura tentando ser simpática.

— Pra Suna que nem você. – Respondeu rispidamente.

— Isso eu sei, mas o que eu quis dizer é o que irá fazer lá. Entendeu?

— Entendi. Bem, o que eu vou fazer lá não é da sua conta. – Neji foi ríspido novamente e Sakura suspirou.

— Ah, é uma pena que o senhor seja tão ignorante! Eu só estava tentando ser educada.

— Depois do que a senhora me disse no hospital?

— Só estava defendendo meu marido. – Respondeu educadamente.

— Seu marido é o culpado da morte da minha esposa. – Rebateu Neji.

— É muito fácil pra você culpar o Sasuke! Olha, eu entendo a sua dor, mas isso nunca vai dá-lo o direito de apedrejar meu marido por algo que ele não fez e que a justiça vai provar que ele é inocente. – Sakura tentou argumentar.

— Se seu marido fosse inocente, a perícia já teria provado. Ou você não leu o laudo?

— Eu confio na palavra do meu marido. Se ele diz que não errou o cálculo, é porque não errou!

— Então você não leu o laudo...

— Não preciso disso!

— Então, leia quando voltar à sua casa e aí a senhora conversa comigo. Está bem?

— Farei questão!

— Agora me diz, o que você vai fazer em Suna?

— Também não é da sua conta! – Retrucou Sakura.

— Ok. Eu falo o que vou fazer e aí você fala também. Assim, desfazemos a má impressão que tivemos ao nos conhecermos. – Sugeriu Neji.

— Pode ser.

— Bem, eu estou indo para um congresso de medicina. E você?

— Vou lançar uma coleção nova na filial da minha loja La Haruno em Suna. – Respondeu Sakura.

— Tenten amava suas roupas. – Comentou Neji lembrando-se de sua esposa.

— Eu me lembro bem da sua esposa. Era linda! Certamente, ficava ainda mais bonita numa peça minha. – Elogiou Sakura.

— Sabe que ela tinha o sonho de ser sua assessora? Ela vivia falando que esse era o emprego dos sonhos. – Confessou Neji.

— Sua esposa então era uma grande fã do meu trabalho né?

— Muito! Na época que eu e ela só namorávamos você era assunto constante.

— Por isso você sabe tanto do meu passado sofrido né?

— Sim.

— Sua esposa me ajudou a reencontrar minha filha. Sou muito grata a ela. – Disse Sakura para não deixar o assunto morrer.

— Sabe qual é a pior coisa de ser viúvo? – Perguntou Neji, de repente, surpreendo Sakura.

— Não sei.

— Conviver com as lembranças. Eu faço tudo que eu fazia quando ela estava viva, mas ela não está mais presente. É agoniante. – Neji abriu seu coração e Sakura ficou com pena.

— Você precisa de alguma esperança. – Sakura então colocou a mão sobre a Neji e olhar dele repousou sobre as mãos dela.

— Meu trabalho é a única coisa que eu tenho.

— Você precisa de mais coisas que um trabalho.

— Tipo o que?

— Amigos! Pessoas com as quais você possa contar!

— Me afastei de todos os meus amigos. Só tenho alguns colegas de trabalho.

— Se você não tivesse culpando meu marido pela sua perda, eu seria sua amiga.

— Meu problema é com seu marido. Não com você. – Disse Neji ao ver a mão de Sakura se afastar da dele.

— Todos os problemas do meu marido são meus também. – Disse Sakura.

— Está bem. – Concordou Neji e então eles passaram o resto da caminho em silêncio.

[...]

Assim que Sakura chegou ao seu hotel, se jogou na cama. Estava cansada. Então, ela pegou o telefone e ligou para Shizune.

— Me diz que você já está em Suna! – Disse Sakura assim que Shizune atendeu ao telefone.

— É claro que eu já cheguei! Fui dar umas voltas no centro comercial daqui, mas chego em meia hora ao hotel. Já está instalada no quarto? – Perguntou Shizune.

— Sim, quando você chegar vamos almoçar tudo bem?

— Claro! Você que manda! Como foi de viagem?

— Bem, mas depois de conto os detalhes... Pode ser?

— Claro! Até mais!

— Até Shizune! Beijos!

Quando Shizune chegou, levou Sakura para o restaurante mais famoso de Suna. Lá, Sakura pediu algo para comer e então começou a relatar como havia sido a viagem.

— Que má sorte a sua! Viajar logo do lado do médico que está acusando Sasuke pela queda do viaduto... – Disse Shizune.

— Pois é! Ele não é uma pessoa ruim sabe? Só é um homem triste! Estava com umas olheiras enormes! Muito abatido mesmo! Quase me ofereci para passar um corretivo naquela olheira! – Confessou Sakura.

— Ele acusa seu marido e você fica com pena?

— Ele também é uma vítima dessa história, Shizune! Pra ele isso tudo também está sendo difícil! Ele perdeu a esposa! Eu, no lugar dele, estaria completamente perdida! – Comentou Sakura.

— E o que o Sasuke acha dessa sua amizade com ele?

— Eu não sou amiga do Neji. Só conversamos durante o voo. Não posso ser amiga de alguém que aponta meu marido como culpado.

— Sakura, você está preocupada com esse médico.

— É. Eu to. Achei ele muito abatido sabe? É de cortar o coração!

— Você é muito manteiga derretida!

— Ah, amiga! Eu só queria poder ajudar de alguma forma, fazê-lo entender que o Sasuke não é culpado e que ele tem uma vida toda pela frente, mesmo que sem a esposa que ele tanto amou.

— Seu coração é de ouro, Sakura! Fica se preocupando com o próximo mesmo com a vida cheia de problemas!

— Não dá pra ignorar o sofrimento quando ele está gritando diante dos nossos olhos, Shizune! Apenas não dá!

[...]

Quando Yodo saiu pelo portão do desembarque do aeroporto de Suna, Deidara estava de braços abertos a esperando. Então, a médica correu até o encontro do irmão e o abraçou com força.

— Meu Deus! Como estava com saudade! – Disse Yodo ainda abraçada ao irmão.

— O tempo passa, mas a cada dia você fica mais bonita minha irmã! – Disse Deidara se afastando e fazendo Yodo dar uma voltinha.

— Você também está lindo! Como sempre!

— E as novidades?

— Essas eu te conto quando chegarmos em casa pode ser?

— É claro, maninha! – Disse Deidara ajudando Yodo com a sua mala.

Depois de instalada no quarto de hóspedes da mansão da família, Deidara fez um interrogatório para Yodo. Ele estava um tanto preocupado com a irmã, principalmente, com a sua vida conjugal.

— Então, como estão com as coisas em Konoha? – Perguntou Deidara, já sentado ao lado de Yodo na cama.

— Pra ser sincera, nada boas. Antes de vir pra cá discuti com Boruto. – Confessou Yodo.

— Dessa vez, qual foi o motivo?

— Ah, tudo né? Ele começou falando da minha viagem, que ia sentir a minha falta e quando dei por mim estávamos discutindo sobre o quanto me dedico ao meu trabalho e sobre Sarada. – Desabafou Yodo.

— É só uma fase. Vai passar! – Deidara tentou animá-la.

— Seis meses atrás eu achava que era uma fase. Mas, agora, nem sei mais... Boruto chegou a cogitar divórcio! Quer um tempo pra pensar acredita? – Disse Yodo revoltada.

— Talvez, esses dias longe um do outro ajudem vocês a voltarem a ser o casal de antes.

— Falando em casal... Cadê os nossos pais?

— Estão em lua de mel. Você sabe que eles resolvem as crises assim... Ta aí uma ideia! Você e o Boruto podiam fazer uma nova lua de mel! – Sugeriu Deidara.

— Eu e o Boruto numa nova lua de mel? Embora a ideia seja muito agradável, não acho que funcionaria conosco. Somos um casal diferente dos nossos pais. – Disse Yodo.

— Me diz uma coisa... você ainda o ama? Ou só está acomodada a essa relação?

— Não me sinto acomodada. É que no início nós queríamos formar uma família, Dei! Agora, somos quase dois estranhos dividindo uma cama. Foi um baque a perda dos bebês.

— Eu sei que você ficou meio deprê depois de tudo, mas vocês continuam querendo filhos, não é?

— Boruto quer muito! Acho que ele quer filhos mais do que eu até! A verdade é que eu me senti meio culpada do último aborto e sei que Boruto me culpa também. Ele não costuma jogar na minha cara pra não me magoar, mas eu vejo nos olhos dele.

— Você não perdeu a criança de propósito!

— Eu sei, mas o meu médico avisou que era uma gravidez de risco, que eu precisava diminuir o ritmo de trabalho, mas...

— Sempre cedia às emergências...

— Exatamente! E atendendo a uma dessas emergências, na correria pelo hospital, caí e acabei perdendo o bebê. Foi o pior sofrimento da minha vida, Dei! – Disse Yodo.

— Mas você não teve culpa! Foi um acidente!

— É. Bem, mas vamos falar de coisas melhores... Como está a sua vida? Namorando alguém?

— Ah, Yodo... Estou sozinho há alguns meses. Minha última namorada foi um completo desastre. Sabe aquele tipo de garota que só se importa com dinheiro? Uma merda! Enfim, voltei a procurar um amor, mas to trabalhando mais do que curtindo propriamente.

— Tem notícias do Shinki?

— Sem ser dos jornais?

— É. Sem ser dos jornais.

— Ele vai bem. Não o vejo muito porque ele não para em Suna agora que a carreira como cantor deslanchou. A última vez que conversei com ele tem uns dois meses.

— Mas ele ainda vem a Suna com frequência?

— Sim, porque ele tem assuntos a tratar com Gaara e com Nagato. Mas nunca passa mais do que 15 dias. Ele se dedica a rodar o mundo.

— Entendi.

— Ei, pra sua sorte, ele chegou hoje na cidade! – Anunciou Deidara.

— Como sabe disso?

— Ele tem show amanhã aqui. Então, ele já deve estar lá no palácio. Por que não vai fazer uma visita? – Sugeriu Deidara.

— Quando me casei com Boruto, fizemos um trato. Nada de Sarada e nada de Shinki. Eu tenho cumprido a minha parte. – Disse Yodo.

— Seu marido é quem não tem cumprido a parte dele. Afinal, ele vê a tal Sarada o tempo todo. – Acusou Deidara.

— A cidade é pequena. É difícil ele não vê-la ainda mais com a relação próxima das famílias, mas ele tenta. – Yodo tentou defender Boruto.

— Você não vê Shinki há quatro anos. Não acha que está na hora? Antes de ser seu ex-namorado, ele era seu melhor amigo. – Disse Deidara.

— Meu melhor amigo é você, que é meu irmão! – Rebateu Yodo.

— Eu agradeço a consideração irmãzinha, mas nós dois sabemos a importância que Shinki sempre teve na sua vida. Vá vê-lo! Olha, eu tenho um ingresso pro show dele e não vou poder ir. Não quer ir no meu lugar? – Sugeriu Deidara.

— Só ir ao show?

— Sim, não precisa nem falar com ele. Só vá e o veja. –

— Ok, Dei. Eu vou. – Sorriu.

[...]

No dia seguinte, Yodo foi ao show já que o congresso só começaria no outro dia. Chegando lá, se encaminhou até o camarote. A casa de show era pequena, mas estava lotada. Quando a apresentação de Shinki começou, Yodo percebeu que ele estava muito bem. Realmente, Shinki tinha encontrado seu lugar no mundo e era no palco. Ela lembrava dele dizendo no colégio que queria que o mundo inteiro fosse capaz de ouvi-lo e agora isso era realidade. Yodo ficou quieta durante todo o show. Ela só queria ficar ali um tempo observando-o e matando a saudade. Mas, de repente, o discurso de Shinki antes da última canção do show a deixou boquiaberta.

— Estão gostando da noite? É sempre bom tocar em Suna! Estou em casa, rodeado pelas pessoas que mais querem o meu bem na vida. Sabem o que eu sinto nesse momento? Gratidão! – Todos fazem barulho e Shinki pede silêncio antes de prosseguir – Bem, a próxima música é sobre o grande amor da minha vida. Fala como tudo sempre me remete a ela. E eu estou aqui para dizer que ainda espero por ela. Essa é para você, aonde quer que você esteja, Yodo. – Shinki terminou o discurso e começou a cantar “This Town” (música originalmente de Niall Horan)

Waking up to kiss you

And nobody's there

Smell of your perfume still stuck in the air

It's hard

 

Yesterday, I thought I saw

You shadow running 'round

It's funny how things never change

In this old town

So far from the stars

 

And I wanna tell you everything

Words I never got to say

The first time around

And I remember everything

From when we were the children

Playing in this fair ground

 

Wish I was there with you now

 

'Cause if the whole world was watching

I would still dance with you

Drive highways and byways to be there with you

Over and over, the only truth

Everything comes back to you

 

I saw that you moved on with someone new

In the pub that we met

He's got his arms around you

It's so hard

So hard

 

And I wanna tell you everything

Words I never got to say

The first time around

And I remember everything

From when we were the children

Playing in this fair ground

 

Wish I was there with you now

 

'Cause if the whole world was watching

I would still dance with you

Drive highways and byways to be there with you

Over and over, the only truth

Everything comes back to you

 

You still make me nervous

When you walk in the room

Them butterflies, they come alive

When I'm next to you

Over and over, the only truth

Everything comes back to you

 

And I know that it's wrong

That I can't move on

But there's something 'bout you

 

'Cause if the whole world was watching

I would still dance with you

Drive highways and byways to be there with you

Over and over, the only truth

Everything comes back to you

 

You still make me nervous

When you walk in the room

Them butterflies, they come alive

When I'm next to you

Over and over, the only truth

Everything comes back to you

 

Everything comes back to you

 

Yodo chorou durante a música toda. No final, aplaudiu Shinki pela bela demonstração de amor. Ele não sabia que ela estava lá e, mesmo assim, dedicou aquela música a ela. Yodo estava tão fragilizada por causa da crise do seu casamento, que naquele momento só conseguia pensar em como as coisas poderiam ter sido com Shinki. Será que ela estaria mais feliz agora se tivesse permanecido com o ex? Na época do casamento, Yodo estava completamente apaixonada por Boruto e pela possibilidade de construir um vida ao seu lado em um novo lugar, mas, agora, quatro anos depois, as coisas não tinham saído como planejadas.

Yodo estava cem por cento focada em seu trabalho, distante de Boruto, brigando com ele constantemente, sem sucesso na hora de ter filhos. Yodo estava cansada daquele casamento. Tão cansada quanto Boruto. E descobriu isso no momento em que viu o ex-namorado se declarando apaixonadamente para ela em cima daquele palco. A vontade de Yodo era de subir ali e pedi-lo perdão por tê-lo deixado. Mas o que Yodo fez foi chorar.

Na hora que estava saindo da casa de show, um dos produtores reconheceu Yodo (porque Shinki sempre falava dela e mostrava fotos da ex para aqueles que trabalhavam com ele) e a chamou para ir ao camarim. Yodo ficou indecisa, disse que teria que participar de um congresso no dia seguinte e que, por isso, não devia voltar muito tarde, as o produtor só repetia que Shinki ficaria muito feliz em vê-la. Então, Yodo cedeu.

Na porta do camarim, ela ouviu os gritos histéricos de algumas fãs que haviam conseguido tirar uma foto com ele e entregar cartas, presentes. Naquele instante, se sentiu um pouco incomodada. Assim que as garotas saíram, o produtor entrou lá e anunciou a entrada de Yodo, que foi recebida por um terno abraço do ex-namorado.

— Você assistiu mesmo o show? – Perguntou Shinki surpreso.

— Vi. Foi um lindo show! Sempre soube que era talentoso, mas você está ainda melhor que antes. – Elogiou Yodo e Shinki sorriu.

— Você ficou até a última música?

— Fiquei. É linda. – Disse Yodo.

— É como eu me sinto sobre você. – Disse Shinki sem qualquer medo de esconder o que sentia.

— Eu sou casada, Shinki. – Disse Yodo.

— Eu sei. Mas saber disso nunca impediu que eu continuasse apaixonado por você. E, sinceramente, acho que você está aqui pode ser algum sinal positivo pra mim. – Adiantou-se Shinki já capturando uma mão de Yodo e a puxando em seguida pela cintura até ficarem bem próximos.

— Meu irmão tinha um ingresso e disse que seria bom te ver. Foi só isso. – Disse Yodo se afastando.

— Sabia que eu ainda converso com Sarada?

— Ainda é apaixonado por ela também? – Perguntou Yodo e Shinki riu.

— Não. Apaixonado, eu só sou por você. O que eu quero dizer é que eu sei da crise no seu casamento. Aliás, está estampado no seu rosto que você está infeliz e se você veio até aqui é porque ainda pensa em mim da mesma forma que eu penso em você. - Disse Shinki.

— Eu não posso pensar em você de forma alguma. Eu sou casada. E, mesmo que o meu casamento continue em crise, eu respeito o Boruto. – Afirmou Yodo.

— E de que importa você respeitá-lo, se você não se respeita? Negar que você ainda pensa em mim é desrespeitar a si mesma, aos seus desejos, ao seu amor por mim. Você ainda me ama Yodo. – Shinki então segurou o rosto de Yodo com as duas mãos – Diz que não é verdade o que eu to falando. Só se você disser, eu vou te soltar.

— Não faz isso, por favor. – Choramingou Yodo abaixando a cabeça.

— Nesses 4 anos que não te vi, meu amor por você só aumentou. Às vezes, eu ligava pra Sarada e inventava qualquer desculpa só pra saber de você. Durante os últimos anos eu pensei que estivesse feliz, mas eu sei há alguns meses que seu casamento não tá bem e você estar aqui só prova que nunca me esqueceu. – Shinki então colou a testa na de Yodo.

— Você está me torturando. Por favor, me solta. – pediu Yodo.

— Não. Diz primeiro que não me ama. Diz primeiro que me esqueceu. Diz pra mim que Boruto é o homem da sua vida e eu te largo. Mas, se eu te largar agora, eu prometo te esquecer. – Disse Shinki.

— Não me larga! – Pediu Yodo e em seguida beijou Shinki. O beijo foi apaixonado.

Assim que o beijo acabou, Shinki trancou a porta do camarim e disse à Yodo que não permitiria que ela saísse dali. Ela avisou que já tinham ido longe demais com aquele beijo, mas Shinki disse que agora que sabia o quanto ela ainda o amava, não deixaria que ela partisse novamente. Então, eles transaram. Yodo sabia que o que estava fazendo não era certo, que Boruto não merecia, mas não sabia resistir a Shinki. Aliás, não queria resistir.

Após ficarem juntos, Shinki insistiu para Yodo dormisse com ele no palácio, mas a médica disse que preferia voltar para casa e descansar, pois iria para um congresso no dia seguinte. Então, Shinki compreendeu e disse que depois teriam que ter uma conversa séria sobre o futuro deles dois.

Yodo chegou em casa cantarolando, então Deidara se deu conta de que ela havia encontrado Shinki.

— Como foi o show? – Perguntou Deidara.

— Melhor do que eu esperava. Você sabia que o Shinki tinha escrito uma música pra mim? – Perguntou Yodo.

— Sabia. O Nagato comentou qualquer coisa sobre. Achei que fosse fazer bem a sua autoestima saber que ainda é amada. Mas, pelo visto, vocês fizeram mais coisas do que conversar... – Disse Deidara apontando para a irmã.

— Ah, Dei... Ele me beijou e disse que não ia me largar mais. Eu cedi! Me sinto culpada, mas foi tão bom sabe?

— Você vai se separar do Boruto?

— Eu tenho que conversar com calma com Shinki primeiro, mas acho que vou. Não é justo com o Boruto. Ainda mais depois de tudo que aconteceu hoje.

— Pensa bem sobre o que aconteceu hoje. – Aconselhou Deidara.

[...]

Alguns minutos antes do congresso começar, Neji encontrou Yodo no auditório em que os médicos se reuniam.

— Que bom que te encontrei! – Disse Neji cumprimentando Yodo.

— Não sabia que você também viria, doutor Hyuuga! – Disse surpresa.

— Queria muito estar aqui. Não gosto de ficar em casa sozinho. – Disse Neji.

— Compreendo perfeitamente! Chegou quando a cidade? – Perguntou Yodo.

— Ontem e você? – Disse Neji.

— Ontem também! Uma pena que viemos em voos diferentes. Está gostando de Suna?

— É uma cidade bem aconchegante. Está hospedada em que hotel?

— Na verdade, estou na casa dos meus pais. Esqueceu que sou daqui?

— Completamente! Desculpe, Yodo. Acho que minha cabeça anda a mil.

— Você deveria se distrair. Depois de amanhã vamos ter um dia de intervalo aqui no congresso, posso te levar para fazer algo. – Sugeriu Yodo.

— Tem certeza? Não vou atrapalhar seus planos?

— Claro que não! Tem o meu irmão aqui e alguns amigos. Com certeza vou achar algo ótimo para fazermos.

— Obrigado, Yodo.

Na saída do congresso, Yodo viu Shinki parado na saída principal do prédio. Ela então correu até ele e o abraçou.

— O que está fazendo aqui seu louco? – Perguntou Yodo e ganhou um beijo roubado de Shinki.

— Vim te buscar! Gostou? – Perguntou Shinki.

— Eu amei! – Sorriu.

— Posso te levar para um lugar mais reservado pra gente conversar? – Disse Shinki.

— Claro, Shinki. Precisamos mesmo conversar.

Já na casa da família de Yodo, Shinki foi bem claro com Yodo sobre o que ele pensava sobre eles dois ficarem juntos.

— A noite de ontem me deu esperanças concretas sobre nós dois. Então, eu to muito a fim de saber o que vai acontecer com o seu casamento agora que a gente se acertou... – Começou Shinki.

— Bem, eu preciso falar com o Boruto primeiro.

— Liga pra ele!

— Shinki, não é assim! Não posso ligar e dizer que quero o divórcio! Ele merece a minha consideração. O casamento estava uma merda, mas eu ainda sou a esposa dele.

— Tá. E quando vamos resolver isso?

— Quando eu voltar para Konoha, falo com o Boruto. Explico o que aconteceu e peço o divórcio. Mas tem que ser cara a cara. Um casamento de 4 anos não pode acabar com uma ligação. – Explicou Yodo.

— Eu to feliz por ouvir que você vai largar o seu marido pra ficar comigo.

— Eu espero que agora possamos ser felizes.

— Nós vamos ser, meu amor.


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