Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 6
Data esquecida


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Olá meus Arnaldos e Nifflers. Ontem, minha amiga me perguntou por que eu resolvi chamar vocês, leitores, de Arnaldos e Nifllers. Eu disse que é porque Arnaldo (para quem leu os livros de HP sabe) é um bichinho muito fofo. E o Niffler, é outra coisinha maravilhosa. Quando minha amiga que, a partir de hoje, chamarei seu pseudônimo de Araminta, entendeu que eu estava falando da Harry Potter, ela expeliu as seguintes palavras: Você sempre vai mencionar HP nas nossas conversas?
Eu, fofa que sou, respondi: Always.
Ela não entendeu.



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 Hermione acordou duas horas antes do café da manhã; Gina, Padma e Angelina ainda estavam dormindo pesado. Ela pegou uma bolsa de couro marrom e nela colocou uma toalha, material de higiene pessoal e seu uniforme. Andou na pontinha dos pés para não fazer barulho algum e acordar os outros.

Hermione entrou no banheiro feminino, ligou a água quente e preparou sua banheira. Tomou um banho muito refrescante, ao sair, se secou. Colocou seu uniforme novinho; uma meia calça de lã cinza, saia preta de pregas, uma camisa branca com uma gravata vermelha e amarela, abotoou seu suéter, penteou seus cabelos e modelou seu cachos com um sorriso no rosto.

Foi até seu dormitório, alguns alunos já estavam acordados conversando na sala comunal, outros estavam indo ao banheiro para se arrumar.

— Gina? – Hermione a chamou ao entrar no quarto.

— Surpresa! – Gina gritou abraçando-a por trás. – Feliz aniversário, Mione!

— Parabéns! – Angelina e Padma abraçaram as duas, ficando assim em um abraço coletivo.

— Gente... – disse Hermione, entre gargalhadas. Quando o abraço acabou ela recuperou o fôlego e disse, ainda sorridente:

— Como está a minha... – Gina disse analisando a menina cima a baixo, e quando percebeu que ela havia se arrumado desde cedo disse: – meu Merlin... você está... seu cabelo está... o que vocês fez, Mione?

— Não exagere, Ginevra... – Hermione a repreendeu, mas não conseguiu conter o sorriso. – mas preciso de um favor...

— Qualquer coisa para a nossa aniversariante – Angelina disse enquanto arrumava alguns livros que estavam jogados na sua mesinha de cabeceira.

— Vocês tem... maquiagem? – ela perguntou envergonhada.

— Então quer dizer que minha amiga quer impressionar o búlgaro... – a ruiva brincou.

— Para, Gina... – Hermione fechou o sorriso. – Só quero...

— Não precisa se explicar, pode pegar na minha bolsa, está na última gaveta – acalmou-a Gina.

— Obrigada.

As meninas foram até o Salão Principal juntas, Hermione não havia passado quase nada de maquiagem, nem era possível notar diferença. Ao chegarem ao Salão, encontraram Harry, Rony, Simas, Neville e Dino na mesa, se entupindo de bolinhos.

— Bom-dia – Hermione disse sorridente ao sentar-se.

— Oi – disse Rony com a boca cheia, o sorriso de Hermione logo diminuiu quando percebeu que os dois não tinham dado parabéns a ela, Gina disse:

— Harry, Rony... – ela girou os olhos em direção à Hermione.

— O que foi? – Harry perguntou ao tomar um gole de suco de laranja.

O sorriso de Hermione desapareceu, a expressão de fúria e decepção era agora perceptível. Ela abriu a boca várias vezes para falar algo, mas não conseguiu emitir nenhum som. Extremamente triste, se levantou sem dizer uma palavra.

— Como puderam? – Gina perguntou, e, tão brava quanto Hermione, se levantou e foi correndo atrás dela.

— O que nós fizemos? – Harry perguntou assustado para Angelina e Padma, que ignoraram a pergunta, se levantaram com raiva e foram atrás das amigas. Rony olhou para Harry, que balançou os ombros e voltou a comer sua torrada.

— Mione! Mione! Cadê você? – Gina gritava pelos corredores. – Mione... – ela murmurou ao ver a amiga choramingando sentada na escada.

— Eu sei, Gina, eu sei. É egoísmo da minha parte ficar brava com eles por não terem lembrado de algo que eles não são obrigados a lembrar. Mas achei que se lembrariam do meu aniversário – ela disse enxugando as lágrimas.

— Calma, olha, eu posso falar com eles...

— Não... não precisa, Gina... mas obrigada – Hermione deu um sorriso fraco. – Eu estou bem. – ela se levantou.

— Aonde vai agora?

—Vou falar com a pessoa que me mandou essa carta – ela mostrou um pedaço de pergaminho velho, sujo e rasgado. – A única pessoa, exceto vocês três, que se lembrou do meu aniversário. – e ela desapareceu ao virar um dos corredores.

Harry e Rony estavam jogando xadrez de bruxo no Pátio Central, não viram nenhuma das meninas pelo resto da manhã. Domingo eles tinha o dia livre (caso não tivessem dever de casa).

Era uma manhã fria de setembro, na verdade, uma manhã indiferente para Rony e Harry. O silêncio dominava o pátio, a maioria dos alunos estava nas suas salas comunais, só um louco ficaria naquele frio.

— Sr. Potter. Sr. Weasley. Na minha sala – A Profª McGonagall surgiu por de trás de uma enorme coluna.

Harry trocou olhares assustados com Rony, olhares que eles provavelmente trocariam quando tivessem feito alguma coisa errada, mas ao pensar melhor, Harry não tinha feito nada de errado, então o medo era redobrado. Os dois, em total silêncio, se levantaram e seguiram a Profª Minerva até a sala dela.

— Algo de errado, professora? – Harry perguntou nervoso.

— Pelo contrário, hoje é um lindo dia, e vocês sabem o porquê. Pensei em reunir os alunos da Grifinória no Salão Comunal para fazer a surpresa, logo depois do janta...

— Desculpa... professora – Harry a interrompeu. – Mas de quem estamos falando? Para quem é a surpresa?

— Para a Srta. Granger, é claro, para quem mais seria? – ela respondeu.

— E qual é a ocasião? – Rony perguntou.

— O aniversário dela, é claro – Minerva respondeu, imediatamente Harry e Rony arregalaram os olhos. – Não vão me dizer que esqueceram?

— Se não quer que digamos tudo bem – disse Harry com certo desespero.

McGonagall nunca dera um olhar tão reprovador para os dois, nem quando tiravam notas incrivelmente baixas. Harry e Rony saíram correndo da sala da professora e foram até a sala comunal.

Por sorte, Gina estava sentada em um dos sofás, conversando com uma menina loira.

— Gina, pelo amor...

— O que foi? Pra que tanto desespero... vocês... – ela parou de falar ao ver quem era.

— Gina, cadê ela? – Harry ainda estava ofegante.

— Quer dizer que vocês lembraram? – ela perguntou séria.

— Por que não me avisou? – Rony tentava recuperar o ar.

— O mínimo que vocês deveriam fazer é lembrar-se do aniversário dela. Depois de tudo que ela fez por vocês...

— Gina, nós não temos tempo para os seus discursos... fala logo...

— Cabana do Hagrid, vão logo! – ela disse ainda séria. 

Em um piscar de olhos os dois saíram correndo. Estavam muito cansados, praticamente atravessaram Hogwarts inteira a pé, correndo. Ao chegarem à cabana de Hagrid, o guarda-caça de Hogwarts, Rony bateu na porta com força novamente.

Quando Hagrid abriu a porta estava com uma cara séria, parecia bravo.

— Oi, Hagrid – Harry disse. – Onde está a Herm...

— Já foi – pela sua expressão ele parecia desapontado.

— Como assim? Para onde ela foi? – Rony perguntou.

— Aquele tal de Vítor Brum... Lum... Srum...

— Vítor Krum? – Harry perguntou, olhando preocupado para Rony.

— Sim, esse mesmo. Enviou a ela um cartão de feliz aniversário. Na verdade era um cartão muito bonito, quando ela o abriu, flores saíram voando pelo ar, falando para se encontrarem em frente na estu... Opa... eu não devia... Bom, ela me pediu para não fal... não devia ter dito isso também, mas vocês já viram como ele joga Quadribol, convidou Hermione para ver um jogo no campeona... e é melhor eu calar a boca.

— Como ele se atreve? – Rony olhou para Harry como se ele fosse dar uma explicação para o amigo sobre o convite de Krum.

— Mas qual é o problema? Pelo que ela me disse ele foi um dos únicos a lembrar, além de mim e das meninas, é claro.

— Como você sabe que nós esquecemos? – perguntou Harry, que não pôde deixar de se sentir culpado.

— A pobrezinha chegou aqui em lágrimas. Estava extremamente desapontada.

— Como fizemos isso, Harry?

— E o que ainda estão fazendo aqui?! – Hagrid gritou, assustando os dois.

Harry e Rony saíram correndo até as estufas. Ao chegarem, viram Hermione sentada em uma cadeira e Vitor em pé. Os dois foram para o lado de fora e ficaram agachados espiando pela janela, tentando fazer o máximo de silêncio.

O búlgaro pegou sua varinha, fez um feitiço que Rony e Harry não conseguiram ouvir, e um relógio, que estava apoiado em uma mesa, se transformou em uma flor.

— Grande coisa, uma flor – Rony murmurou.

— Esta florr se chama Hermyon... – Vítor disse com seu sotaque estranho.

— Não seja bobo, essa flor é uma Jasmim – a garota disse.

— Pode serr, mas eu tenho passado un tenpo com a Prrofessorra Sprrout, e ela ensinou-me a modificar um florr.

— E o que você fez com essa?

— Coloquei seu cheirro, e ela non prrecisa de luz de sol parra crescerr, igual a você, que no prrecisa de luz parra brilharr.

— Essa flor fala por acaso? – Hermione brinco, e Harry pôde ouvir Rony bufar.

— Non, mas age de acorrdo com seu humorr, se você estiverr trriste, ela non brilharrá. Se estiverr feliz, ela brilharrá como as estrrelas na mais escurra noite.

Hermione parecia estar sem palavras, Vítor se aproximou lentamente dela, pegando sua mão e a levantando da cadeira. Com mais um gesto com a varinha, o homem – Rony achava que Vítor já era crescido o suficiente para ser chamado de homem, Harry não discordava – fez uma música ecoar pela sala. Os dois ficaram dançando por uns minutos.

O olhar de ódio de Rony e preocupação de Harry não saiam de seus rostos. Lentamente Vítor parou de dançar, segurou o queixo de Hermione e se aproximou da garota com calma. Ela estava paralisada, sabia que ele queria beija-la, mas involuntariamente, ela colocou a mão direita no peito dele afastando-o e disse:

— Vítor... eu acho que...

— Qual é o prroblema? – ela não disse nada. – É aquele rruivo no é?

Novamente, Hermione ficou muda. Rony e Harry arregalaram os olhos mas ficaram em silencio. Ambos estavam agachados, as pernas de Harry já começavam a formigar, e ele podia sentir uma planta fazendo cócegas na parte nua de suas costas (ao agachar-se, sua blusa levantou um pouco).

Já era pôr-do-Sol, alguns vagalumes se revelavam nas partes mais escuras e em sombras também. Os últimos raios de Sol iluminavam a bagunçada estufa; no chão, alguns grãos de terra e raízes de plantas que, provavelmente, tiveram um fim trágico.

— Tem que esquecerr ele, pelo que me disse ele se esqueceu de seu aniverrsárrio.

— Eu sei mas...

— Non fique pensando naquele babaca – Rony na mesma hora sentiu a raiva no sangue correndo pelas suas veias. Hermione deixou de ficar envergonhada e seu rosto foi tomado por uma expressão séria. Sua mão direita, segurou a ponta da cadeira em que, antes, estava sentada.

— Ele não é um babaca.

— Esqueceu-se do seu...

— Ele não era obrigado a lembrar.

— Te fez chorrarr.

— Tenho absoluta certeza de que não era a intenção deles.

— Então o que o torrna melhorr do que eu?

— Eu não disse isso, Vítor. – Hermione estava ficando nervosa, seu jeito calmo de explicar as coisas começou a se perder à medida que ela dava a Krum mais explicações..

— Gostta mais dele do que de mi? – agora o búlgaro também estava nervoso, andava de um lado para o outro enquanto falava às vezes para o chão, às vezes para Hermione. – Eu te mandei várias cartas nessas férrias, e quantas rrespondeu? Acho que um quarrto do tottal de julho. Te convidei para irr à Bélgica, e você...

— Eu ia, Vítor! Ia mesmo – a voz de Hermione falhou. – Já tinha comprado as passagens e escrito uma carta, já tinha até arrumado minha mala. Mas você nem se deu ao trabalho de perguntar como eu estava, e quer saber como eu estava? Mal, porque minha tia morreu, Vítor. Por isso eu não fui.

— Eu perrguntei como você estava, Hermyon. Mas você tambbém non se deu ao mínimo trrabalho de me responderr.

— Desculpa, Vítor, mas eu estava com Harry e Ron...

— Esquece o Rronalld! – Krum deu um soco na mesa. Hermione bufou, talvez desapontada com a atitude do garoto.  – Desculpe... – ele murmurou. – Fiquei nerrvoso.

— Acho melhor eu ir, mas de qualquer jeito, obrigada.

— Fica aqui, Hermyon... – Krum segurou o braço da garota e se aproximou rapidamente dela. Sua mão trabalho como um jato, logo segurou a fina cintura de Hermione e a outra foi até os encaracolados cabelos dela.

— Tenho que ir, Vítor – sua voz agora estava séria. – Obrigada pela flor. – E saiu da sala com as pernas bambas. Vítor sentou-se com raiva em frente a flor. A viu lentamente perder o brilho.

— Pedrículo Pinheiral – Hermione disse ao chegar em frente ao quadro da Mulher Gorda, o quadro que ficava na entrada da Sala Comunal da Grifinória.

— Feliz aniversário, querida! – a Mulher Gorda cumprimentou fazendo Hermione dar um sorriso fraco.

— Obrigada... – ela murmurou enquanto o quadro se abria.

Estava tudo escuro, nem a lareira estava acesa. Hermione dirigiu-se lentamente até a escada, então tropeçou em algo.

— Ai – ela murmurou ao ralar seu joelho no chão. – Quem deixa uma coisa dessas no caminho?

Ela viu que tropeçara em uma caixa azul turquesa não muito grande, enfeitada com pequenos diamantes. Ao abri-la por curiosidade, luzes saíram voando, uma música ecoou pela sala. As luzes se organizaram no ar formando as palavras: feliz aniversário

Uma sombra alta surgiu por trás de Hermione. Assustada, ela virou-se rapidamente e segurou sua varinha com firmeza. Há muito aprendera a nunca atacar, e sim esperar o primeiro golpe do oponente.

— Gina... quer me matar? Por que tudo isso? – Hermione murmurou ao ver a rosto da amiga vir à luz.

— Mas eu não fiz isso. – Gina disse impressionada.

Antes que Hermione pudesse falar alguma coisa, Gina estendeu a varinha e quase gritou:

— Homenum Revelio.

Na mesma hora, várias pessoas que estavam invisíveis apareceram, Neville, Padma, Simas, Dino, Fred, Jorge, Lilá, até mesmo a Profª McGonagal, Dumbledore, Harry e Rony.

Os olhos de Hermione se encheram de lágrimas, todos os alunos da Grifinória estavam lá, envolta dela fazendo um círculo e ela era o meio. Eles levantaram suas varinhas em direção a Hermione e, com um movimento, vários confetes brilhantes caíram sobre ela.

— Meu Merlin... – sussurrou ela, não conseguindo conter o enorme sorriso em seu rosto.

— Foi tudo ideia do Sr. Weasley – Minerva disse sorridente. Rony ficou mais vermelho que seu cabelo de tanta vergonha ‘Harry também fez tudo!’ ele dizia.

— LÁ VEM O BOLO! – uma vozinha guinchou, era Dooby, o elfo doméstico, que, por convite de Harry, apareceu com um grande sorriso no rosto; estava empurrando uma mesa que vinha com um bolo em forma de um livro aberto escrito: Feliz Aniversário, Hermione!

Depois de cantarem parabéns, todos ficaram conversando. Mas não poderiam dormir muito tarde, afinal, amanhã seria segunda-feira, e todos teriam aula. Não era surpresa de que, ao final da festa, só Harry, Rony e Hermione restaram na Sala Comunal. Os três estavam sentados em frente à lareira que os aquecia e consumia toda a lenha.

— Até que eu estou feliz, gente – Hermione suspirou encostando-se na poltrona, num tom de como estivesse surpresa.

— Ainda bem, tem ideia do trabalho que dá reunir a Grifinória inteira? – Rony disse de olhos arregalados.

— Rony! – repreendeu-o Harry. – Mas todo esse trabalho valeu a pena, não é?

— Claro... – Rony gaguejou, irônico, fazendo os três rirem.

— Bom, acho que vou para a cama... – Hermione bocejou enquanto se levantava. – Pega meu livro, por favor – ela pediu pra Rony. Mas ao pegar o exemplar de Poções, este se abriu, e uma carta caiu do meio das páginas. Os dois perceberam o olhar preocupado da amiga. – Me dê a carta – ela disse.

Rony deu um sorriso maroto e saiu correndo pela sala com a carta.

— Vamos ler – ele disse rindo maquiavelicamente.

— Quantos anos você tem? Dez? – ela gritou séria, tentando alcançar a mão de Rony.

— De quem será? – Harry brincou.

— Pega! – Rony gritou jogando a carta para Harry, que a pegou no ar, e logo depois jogou-a de volta para Rony quando viu que Hermione quase a pegou.

— Deve ser um feliz aniversário do Dumbledore, à aluna mais inteligente que Hogwarts já teve – Harry debochou ainda rindo. Rony, não conseguindo respirar de tanto rir, abriu a carta. Porém, seu sorriso desapareceu de imediato. Ao perceber, Hermione também ficou séria.

— De quem é, gente? – ele perguntou indo até Rony.

— Um beijo doce na sua boca, assinado: Krum – Rony leu em voz alta.

— É só um cartão de aniversário, de um amigo – ela se explicou tirando a carta da mão dele, quase rasgando o pergaminho.

— Claro, só um amigo – Rony disse ironicamente.

— Por que você se importa? E por que o odeiam tanto? – Hermione disse. – Eu achava que vocês o adoravam, na Copa Mundial de Quadribol não paravam de falar dele, e de ‘como ele é um artista’ – Hermione imitou a voz de Rony.

— Isso foi antes de...

— Dê?

— Antes do Torneio, antes dele virar inimigo do Harry – Rony estufou o peito. Contudo, Harry percebu a insegurança na fala do amigo.

— Pelo amor, Rony. Ele e Harry não são inimigos.

— Senhorita Granger, aqui está – uma menininha de aproximadamente dez anos, com cabelos louros e pele rosada interrompeu a conversa, trazendo para Hermione uma caixa pequena.

— Âmbar – Hermione disse em um tom repreendedor. – Eu disse para você não trazer meu correio.

— Eu sei, mas o remetente me pediu para entregar pessoalmente para você – ela murmurou com sua vozinha de criança.

— Ah – Hermione sorriu. – Bem, nesse caso, obrigada, Âmbar. E pare de me chamar de Senhorita Weas... Granger – corrigiu-se, deixando um silêncio extremamente constrangedor no ar. – Me chame de Hermione, ou melhor, Mione. Mione está ótimo. – a garota se recompôs e recebeu a caixa da menina. – E outra coisa – ela disse antes que a menina fosse embora. – Não quero mais ver você fazer isso, nem para mim e nem para ninguém, não é uma coruja... – ela sorriu e a menina riu de volta, então se virou e foi em direção às escadas para o dormitório feminino.

— De quem é? – Harry perguntou.

— Ninguém – ela respondeu, mas percebeu que não convencera os dois, então bufou e continuou. – É do Krum.

— Claro.

— Voltando ao assunto...

— Ele competiu com Hogwarts – interrompeu-a Rony. –, ele era aluno do Karkaroff, sabe como Karkaroff parece ter algo a ver com Você-Sabe-Quem, e consequentemente Você-Sabe-Quem está relacionado a Harry, deve estar se aproximando de você para...

— Não termine essa frase, Rony, todas as vezes que nos encontramos na biblioteca, ano passado e esse, ele não mencionou uma vez a competição, ou o Harry... e ponto final. – ela disse, seca e seriamente.

Depois de um tempo tentando achar palavras para rebater o argumento de Hermione, Rony se rendeu e disse:

— Você está certa, e nem tem porque nós ficarmos nos metendo, não é? – Rony perguntou nervoso a Harry.

— É? Ah... É, sim. – Harry gaguejou.

— Bom, o que ele mandou? – Rony perguntou.

— Chocolate – disse Hermione ao abrir a caixa. – Experimento?

— O que mais você vai fazer com o chocolate? – Harry perguntou rindo.

— Tá certo – ela pegou um chocolate e enfiou na boca. Fez cara de curiosa enquanto o saboreava.

De repente começou a tossir. Tossir muito. Harry viu Hermione levar a mão ao pescoço para mostrar que tinha se engasgado, mas ela o pegara de surpresa e ele estava sem reação.

— Hermione? – Rony perguntou. O rosto da menina começou a ficar vermelho, ela não tinha tempo para respirar de tanto que tossia, ‘O que aconteceu?’ eles perguntavam.

— Harry, o que têm nesse chocolate? – Rony perguntou enquanto levava Hermione até uma cadeira.

— Tem açúcar... cacau... aromatizante... amêndoas...

— Amêndoas? – Hermione perguntou em meio a tosses. – Sou al-lérgica a am-mêndoas.

— O que fazemos? – Rony perguntou desesperado.

— Nada – ela disse enquanto procurava alguma coisa em seus bolsos.

— Nada? Você tá morrendo! – Rony gritou. Hermione não respondeu, tirou um frasco com líquido azulado do bolso e tomou. Alguns segundos depois ela parou de tossir, mas ainda estava atordoada.

— Sempre guardo um frasco na minha mochila. – ela disse indicando o vidrinho, agora vazio, que antes continha o remédio

— Nunca disse que era alérgica a amêndoas – Harry comentou.

— Vocês nunca perguntaram... Droga... – ela reclamou.

— O que foi?

— Agora estou com vontade de comer chocolate – ela disse emburrada.

— Isso pode servir – Rony disse envergonhado tirando da sua mochila uma caixa redonda escrito na tampa:

Parabéns Pelos Onze anos, Percy.

— Percy? – ela perguntou.

— Era a única caixa que tinha lá em casa – Rony disse cabisbaixo.

— E quem fez os bombons? O Fred? – debochou Harry.

— Fui eu, quer dizer, mamãe fez a maioria, os dela são em forma de estrelas, os meus estão meio deformados.

Hermione não disse mais nada, pegou um dos deformados e colocou de uma vez na boca.

— Humm – ela murmurou indicando que estavam bons. Mas começou a tossir, Harry e Rony pareceram enlouquecer novamente, Rony estava prestes a chamar a professora Minerva quando Hermione começou a rir e gargalhar, jogada no chão.

— O quê? – disse Harry paralisado.

— Desculpa, precisava fazer isso com vocês, mas eu engasguei de verdade da primeira vez, eu juro! – ela se explicou.

— Agora vá dormir. – Rony disse emburrado.

— Foi só uma brincadeira, Rony – ela disse enquanto o sorriso saía de seu rosto.

— Você quase morreu duas vezes aqui na nossa frente, quer que... – ele parou de falar ao perceber que tinha se exaltado.

Hermione não disse nada, simplesmente sorriu e lhe deu um abraço. Harry sentiu que realmente estava no lugar errado e na hora errada. Ele não conseguiu se conter e começou a rir, às vezes um riso escapava, então ele colocava a mão na boca. Quando notaram que ainda estavam abraçados e que Harry estava dando pequenos risinhos, Rony e Hermione arregalaram os olhos e gaguejaram:

— Eu vou...

— Tchau...

— Boa-Noite...

Hermione foi correndo em direção a escada para o dormitório feminino, quando Harry gritou:

— Claro, o Rony é o herói e eu não fiz nada.

Hermione sorriu novamente, desceu as escadas correndo e deu um forte abraço no amigo.

— Estou de olho... – ele sussurrou no ouvido dela. – Só não se beijem muito na minha presença, o.k.?

— O quê? – Hermione riu baixinho. – Como se isso fosse acontecer... Ele é... bobo...

— Diz a mesma coisa sobre você... – Harry comentou.

— Então é melhor você correr, ela não vai ficar disponível por muito tempo.

— Quem? – Harry perguntou surpreso.

— Acha que eu não a vi dando bola pra você no trem vindo pra cá? Sem contar ano passado inteirinho, não é? Achei que a convidaria para o Baile de Inverno, mas...

— Ah, sim... a Cho... – Harry concluiu.

— Ch...

— Não achei que tinha reparado... ela é a apanhadora da equipe de Quadribol da Corvinal, sabia? Sempre usa uma Comet 260, provavelmente é a sua preferida... se bem que eu gosto mais da Nimbus 2000 ou da Fire...

— Nossa... é... não sabia que você já tinha reparado tanto assim nela, eu e ela nos vemos na biblioteca às vezes, ela é legalzinha, mas...

— Mas ela chora muito... sempre que eu a vejo ou está rodeada por aquelas amigas risonhas, ou está chorando por causa do Cedrico. Mas de qualquer jeito, muito obrigada pela informação, Senhorita Granger – ele a interrompeu sorrindo.

— É... bom, por nada, Senhor Potter – os dois riram, deram boa noite e cada um foi para seu dormitório.


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Notas finais do capítulo

É isso, Arnaldos. Sei que esse foi comprido, mas o próximoooooo.... O próximoooooo. Pessoas, fiquem atentas à notificação de "novo capítulo". Aliás, se você ainda não favoritou essa fic, moçoooo ou moçaaaaa, o faça, pois babados vem aí. Amo muito vocês, e hoje quase pulei de felicidade quando vi que as vizualizações subiram de 79 para 110. COMASSIMJESUIS??
Façam comentários, pleaseeeeeeee, preciso saber o que vocês estão achando. Obrigada por tudo e por acompanharem.
Abraços com cheiro de unicórnios ou testrálios, meus Nifflers. E tenham um dia mágico.
Bjoss.

Nox.



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