Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 4
Odette Desirée Lamartine


Notas iniciais do capítulo

Nox.

Oi, gente. Então, eu não sei se isso é certo, mas como eu já venho escrevendo essa fanfic há um tempo, eu já tenho umas 200 páginas de história, então eu estou postando quase que dia sim e dia não, e tipo... Eu to muito ansciosa para ir mostrando as coisas. Não sei se isso é normal, porque, nas fanfics que eu leio, os(a) autores(a) demoram um mês para ir postando... essas coisas... então não sei mais. Só espero que aproveitem essa capítulo.



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 Harry e Rony acordaram, como sempre, tarde. Neville e Simas já tinham descido para o café da manhã. Então, com pressa e atrasados, os dois desceram até a sala comunal e lá encontraram Hermione conversando com uma menininha que deveria ser do primeiro ou segundo ano.

— Âmbar, eu já te expliquei, você não precisa trazer meu correio. Eu mesma posso fazer isso. Além disso, você tem que estudar. – Hermione falava. A menininha arregalou os olhos quando olhou para Harry, o que com certeza o deixou incomodado.

— Vamos, Mione – Rony murmurou, puxando Hermione pelo quadril (a garota parecia ter tido os pés colados no chão). A menininha continuou encarando Harry, então ele desviou o olhar para o buraco do retrato e os três foram juntos até o Grande Salão.

O número de alunos em Hogwarts tinha praticamente triplicado. Com os alunos estrangeiros, o Grande Salão estava a ponto de explodir. Os elfos puseram, seguindo ordens de Dumbledore, algumas mesas extras no pátio central e no campo que, no horizonte, dava vista para a Floresta Proibida. Mas mesmo assim, nenhuma pessoa em sã consciência escolheria tomar café do lado de fora (o nascer do Sol vinha com um ar gélido que, ao se juntar com um brisa sequer, é capaz de cortar a pele). Então se alguém achasse um lugar para se sentar no salão, era um sujeito de sorte.

Em meio à procura de três lugares no Grande Salão, Harry viu uma menina alta e de pele escura vindo na sua direção. Era Angelina, artilheira do time de Quadribol da Grifinória.

— Oi, Angelina.

— Oi – disse ela animada –, boas férias? – E sem esperar resposta: – Escute, agora sou capitã da equipe de Quadribol da Grifinória.

— Parabéns. Então sem o Olívio vocês precisam de um goleiro, certo? – para a surpresa de Harry, Rony comentou. Angelina deu uma girada de olhos e então continuou:

— É, bem, realmente precisamos de um novo goleiro. Os testes vão ser nessa sexta, às seis horas, está bem? Não creio que muitas pessoas vão. Ultimamente o Quadribol está meio que por baixo, os Chudley Cannons estão meio por fora e...

— Não diga isso – Rony protestou. – Acontece que eles perderam o melhor artilheiro deles, os Chudley só estão passando por um tempo bem curto e complicado – Angelina girou os olhos de novo, e Harry queria que Rony calasse a boca.

— Então veremos como o jogador novo vai se ajustar. O.k.?

— O.K. – concordou Harry.

Angelina deu um sorriso para ele e um sorriso meio amarelo para Rony, e então se afastou.

— Eu tinha esquecido que Wood se formou – comentou Hermione, distraída, quando se sentou ao lado de Rony e puxou um prato de croissants para perto. – Vai fazer muita diferença no desempenho do time?

— Talvez sim, mas espero que não – concordou Harry, sentando no banco defronte. – Era um bom goleiro...

— Ainda assim, as pessoas ainda gostam dos Chudley Cannons, não? – perguntou Rony, Harry abriu a boca para responder, mas foi interrompido por um forte deslocamento de ar e ruídos de batidas, centenas de corujas entraram voando pelas janelas superiores. Desceram por todo o salão, trazendo cartas e pacotes para seus donos.

Harry estava esperançoso em receber uma carta de Sirius, mas ao ver que nenhuma mancha branca se destacava nos milhões de corujas, Harry concluiu que ainda era muito cedo para Sirius mandar alguma notícia.

— Nada do Sir...

— Rony! – repreendeu-o Hermione. – Nada do Snuffles? – corrigiu-o com um certo tom de autoridade.

Harry negou com a cabeça.

— Então, vocês acham que esse ano vamos estudar duro? Por causa dos N.O.M.s? – perguntou Harry depois de um tempo.

— Com certeza absoluta – Hermione respondeu com autoridade. – Os N.O.M.s são muito importantes. Nosso futuro depende deles. 

— Além disso, os N.I.E.M.s também são muito importantes. Ano que vem não vamos ter essas matérias normais, vamos ter o que meio que nos “direcionar” para nossas carreiras, acho que isso são os N.I.E.M.s.

— Impressionante, Rony. Como sabe? – Hermione perguntou um tanto surpresa.

— Eu sei de muitas coisa, Hermione – Harry percebeu que o amigo tentou soar charmoso, olhou para Hermione e viu que a garota estava com uma expressão um tanto perplexa.

— E aí, Rony? Ansioso para a aula de DCAT de hoje? – perguntou Harry a Rony, quando deixavam o Salão Principal, pouco depois, para assistir à aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Eu, você e todo o resto da escola – disse Rony lentamente. Ambos olharam para Hermione e viram que a garota quis deixar bem claro que estava ignorando aquele assunto. – Exceto que... bom... A nova professora pode ser bonita, mas não a mais bonita da escola. Digo... existem alunas bonitas, não?  – disse em tom displicente.

— Ah, pode ser– apoiou Harry, com fervor.

— Ha – Hermione riu irônica. – Rony, querido. – ela respirou fundo como se fosse preparar-se para um discurso. – Se você acha que isso foi uma indireta de altura o suficiente para me elogiar e me convidar para sair com você no feriado de Hogsmeade... ha – ela deu outra risada. – Vai dividir um chocolate quente consigo mesmo. 

Harry não conseguiu segurar as gargalhadas. Rony estava branco, pálido. E Hermione, girou os olhos com um discreto sorriso no rosto e se adiantou para a sala de aula.

Harry e Rony simplesmente permaneceram quietos, então seguiram seus caminhos até a sala da nova professora. Todos estavam ansiosos, porém um pouco nervosos, para conhecer o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, desde o primeiro ano de Harry em Hogwarts ele nunca teve um mesmo professor de DCAT por mais de um ano.

De repente um berro agudo ecoou pela sala assustando a todos. Harry teve a sensação de que alguém berrara bem perto do seu ouvido.

— Todos sentados! – gritou. Harry olhou para trás já com medo de ver quem seria o professor.

Quando seus olhos focaram na figura que estava em pé na frente da porta, ele viu. Era uma mulher, de altura média com longos cabelos ruivos misturados ao moreno, seus olhos eram azuis. Ela sorria sem separar os lábios em uma expressão superior. Suas sobrancelhas eram bem feitas e preenchidas. Ela era simplesmente muito bonita.

Entrou silenciosa pela sala, somente o barulho dos seus sapatos de salto alto ecoou, ela subiu a escada de três degraus que separava o deque do professor do dos alunos, andou até sua mesa e parou de costas para os alunos, onde Harry pôde vê-la melhor. A professora usava um vestido azul carbono que ia até o joelho, com algumas pedrinhas brilhantes espalhadas pelo tronco e uma saia solta. Se Harry a visse na rua em Londres, diria que é só mais uma trouxa comum, com nenhum resquício de bruxaria, pelo menos não nas suas vestes e face.

— Bom-dia! – ela se virou, os alunos pareceram se surpreender, ninguém esperava uma professora bonita e jovem, pelo menos não tão bonita. – Meu nome é Odette Desirée Lamartine, mas podem me chamar de Odette ou Srta. Lamartine ou Professora Lamartine. Meus pais são franceses, mas eu nasci na Inglaterra, tenho vinte e três anos, não sou casada nem comprometida, e serei sua nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Enfim, para que tenhamos um bom ano, vou falar algumas coisas sobre mim. Se quiserem fazer perguntas sintam-se à vontade.

Todos permaneceram calados.

— Ótimo. Tenho certeza de que todos aqui ouviram e leram muito sobre a volta de Você-Sabe-Quem.

Harry sentiu sua barriga congelar e pôde sentir inúmeros olhos fitarem-no.

— O Ministério insiste em esconder todos os fatos que foram mastigados e entregues prontos para ele. Com certeza é um absurdo esconderem a volta de Voldemort de todo o mundo bruxo. A primeira coisa que eu quero que vocês saibam é acredito completamente em Dumbledore – vários cochichos começaram, mas simplesmente por Odette se calar todos pararam de falar.

— Não vou proibi-los de falar, mas vou esperar até que todos calem a boca para eu continuar falando. Bom, voltando... E por dizer que acredito em Dumbledore quero dizer que eu acredito que Lorde Voldemort voltou... Ah, pelo amor de Deus, todos aqui já tem que se acostumar a ouvir o nome dele, não podemos fingir que nada aconteceu... E também acredito em cada palavra que Harry Potter disse sobre o ocorrido no cemitério, se alguém tem alguma coisa contra mim, é só sair da sala... eu não me importo com quem quer ou não estar na minha aula, mas só digo que os N.O.M.S então chegando e a minha matéria é extremamente importante.” Ela lançou um olhar avaliador por todos, ninguém se moveu.

De repente murmúrios encheram a sala, Harry olhou para trás e viu Pansy Parkinson de pé.

— Sim? – Oddete perguntou.

— Quero permissão para sair de sua aula – ela disse de nariz empinado.

— Como? E eu poderia saber a ocasião?

— Não acredito em Potter, e nem em Dumbledore, que já está mais velho que essa escola...

— Sua mãe que est... – Harry se levantou, mas Rony o puxou pelo braço e o impediu de falar mais.

— Menos dois pontos por desacato ao diretor e detenção para você, senhorita...?

— Parkinson.

Todos levaram um susto devido à rapidez e segurança da Profª Lamartine.

— Ótimo, Srta. Parkinson. Já que queria tanto sair da minha aula, pode ir direto à sala de Severo Snape, diga a ele que mandei sua aluna escrever o nome do diretor de Hogwarts dezessete vezes.

Alguns alunos começaram a dar uns risinhos, e mesmo Oddete não conseguiu manter-se totalmente séria. Harry olhou para Pansy Parkinson e viu a menina morder os lábios inferiores, então ela bateu o pé e sentou-se de volta.

— Ótimo. Como pedi na lista de materiais, espero que todos tenham o exemplar Mudar o Impossível: Defesa Contra as Artes das Trevas por...

— Ahm... Srta. Lamartine – Neville gaguejou enquanto levantava a mão. – Eu não tenho o livro...

— Qual é o seu nome? – Odette perguntou.

— Longbottom, Neville Longbottom. – disse ele, nervoso.

— Bom, sem problema Neville, eu comprei alguns a mais para caso alguém não tivesse – ela sorriu, agitou sua varinha e um exemplar de Mudar o Impossível: Defesa Contra as Artes das Trevas apareceu bem na frente de Neville, na sua mesa. – Pode ficar com este enquanto não compra o seu.

— Ahm... Obrigado, professora Lamartine – ele se sentou aliviado.

— Por nada. – ela retribui. – Bom, enquanto eu faço os registros no quadro negro vocês podem iniciar a leitura do capítulo cinco... Sim, não leciono de acordo com a ordem do livro, gosto de fazer do meu jeito – ela deu um sorriso brincalhão e se virou para a lousa. Imediatamente, a sala inteira abriu os livros e começou a ler o capítulo ordenado.

— Srta. Lamartine – a voz de Hermione, como sempre, soou em meio ao silêncio total da sala. Odette se virou para os alunos e procurou quem havia a chamado, quando seus olhos chegaram a Hermione ela disse:

— Sim, Hermione, não é? – Hermione fez cara de surpresa.

— É... sim, como sabe? – ela perguntou parecendo esquecer a dúvida que tinha anteriormente ao comentário da professora.

— Bom, uma aluna com essas notas não se passa despercebida pela sala dos professores, se é isso que quer saber – Odette brincou, mas Hermione não riu.

— É, bem, não é isso – ela disse séria. – Quero saber por que nos mandou ler sobre o controle dos sentimentos.

— É. Bom... – Odette começou pensativa enquanto andava até o centro da sala. – Eu acredito que os sentimentos são a coisa mais perigosa que nós temos, o amor, principalmente.

— Amor? – Hermione deixou escapar um riso de indignação.

— Sim, Srta. Granger, amor. Creio que não sabe o porquê de Voldemort ser do jeito que é, aliás, alguém sabe? – Todos estavam mudos, esperando a explicação da professora.

“Bom, acredito na história que diz que a mãe de Voldemort deu a poção do amor para o pai dele. Sendo assim, Voldemort, antes chamado Tom Riddle, não é fruto do amor verdadeiro, então não é capaz de amar. Veem...? Veem como o amor, ou a falta dele, pode ser extremamente perigoso?

— Desculpa, e com todo o respeito, mas você não tem provas dessa história – Hermione disse. Rony sussurrou algo parecido com ‘cala a boca’, mas ela pareceu não ouvir ou simplesmente ignorar.

— Não, não tenho provas, e você não tem provas de que as coisas que Harry Potter diz que aconteceram na noite do Torneio Tribruxo realmente são verdade, mas você acredita nele, assim como eu, não? – Odette pareceu tocar no ponto fraco de Hermione, que ficou muda, se sentou e simplesmente abaixou o olhar para seu pergaminho, que não tinha nada escrito.

— Veem? É exatamente isso que e quero que vocês façam: perguntas. De que adianta vir à aula e não expor suas dúvidas? Cinco pontos para a Grifinória. – algumas pessoas como Pansy e Draco soltaram algumas exclamações indignadas, Oddete ignorou todas.

“Vou propor um projeto a vocês” ela continuou, desviando o olhar para os outros alunos. “Todos irão escrever um simples poema, algo com menos de trinta centímetros, mas que fale sobre o que você odeia na pessoa que você ama ou tem grande afeto, fiquem tranquilos, vocês não precisam especificar no trabalho quem é essa pessoa. Mas a partir da primeira semana de outubro, à cada aula, dois alunos virão aqui na frente e recitarão o seu poema para todos, o.k.?

— Você simplesmente espera que nós façamos o quê? Leiamos o texto e que aconteça alguma coisa mágica? – Parkinson, com sua voz rouca e incrivelmente estrangulada, perguntou do fundo da sala com arrogância.

— Sim, espero – Odette respondeu calma. – Pois, se você escrever com sinceridade, é o que vai acontecer.

— Impossiv...

— Quem é a professora? Eu. – ela disse agora em um tom mais sério. A sineta tocou. – Podem ir. Bom-dia – ela sorriu como se a interrupção de Pansy não tivesse acontecido.

— O que acharam dela? – Harry perguntou enquanto os três iam até a sala de aula de Adivinhação.

— Acho que não tem experiência – Hermione falou, inexpressiva.

— Pois eu discordo – Rony disse, meio indignado. – Bem melhor que as aulas malucas do Olho-Tonto no ano passado. Ou as aulas sobre A Vida de Lockhart. – ele fingiu uma ânsia. – Gostei do que ela falou sobre amor...

— Você? Amor? Quando você demonstrar algum sentimento por alguém, Rony, me avise, essa pessoa pode ser uma veela. – Hermione disse girando os olhos. Harry teve dó de Rony, foi uma boa jogada vinda da amiga.

— Se refere à Fleur, por acaso? – Rony perguntou um tanto ofendido.

— Talvez – Harry e Hermione quase riram. – E outra, a achei extremamente atirada.

— Como assim? – perguntou Harry. Contudo, ele desejou que não tivesse aberto a boca quando Hermione começou a listar oralmente os defeitos da nova professora.

— Não veem? Claro... são meninos, estavam ocupados demais admirando a beleza dela para perceber a quão oferecida ela é. Ora, onde já se viu... Dizer que é solteira para uma sala do quinto ano... Ainda por cima viram o nome dela?

— O que tem o nome dela? – bufou Rony impaciente.

— Bom, se vocês não sabem – a garota começou em um tom óbvio. – Os três nomes dela são de origem francesa, nomes franceses. Odette significa “cheia de bens”; Desirée significa “a desejada” e Lamartine... bom, o significado do nome diz que se trata de uma amante, apaixonada e afetuosa.

— A culpa não é dela que os pais a deram esses nomes, e não são nada ruins – Rony defendeu.

— Ah é? – Hermione indagou tentando desvirtuar do assunto, Harry percebeu que a amiga ficou sem argumentos.

— É. E agora você é especialista em nomes, por acaso? – Rony perguntou, Harry olhou para o amigo e viu que este olhava Hermione com um olhar brincalhão. – Então me diga: qual é o significado do meu nome?

Hermione fitou o menino com um olhar assassino, mas respondeu:

— Ronald significa “aquele que governa através de conselhos”. E antes que você pergunte, Harry, teu nome significa “príncipe do lar” ou “comandante do exército”. Felizes agora? – ela bufou.

— Satisfeito – Rony provocou. – E Hermione? Que significa?

— “Espírito da vida”.

— Que chique... – Harry comentou e Rony deu uma risadinha para ele por trás de Hermione.

— Idiotas... – Harry ouviu Hermione murmurar, logo depois a amiga se afastou dos dois e se perdeu na multidão de alunos.

— Como amo as aulas... – disse Rony irônico e, ao se afastarem da amiga o suficiente para que ela não ouvisse, sussurrou: – Com certeza ela está com ciúmes da Srta. Lamartine.

— Ciúmes? Do quê? – Harry perguntou.

— É cego ou o quê? Não viu o quanto ela é bonita? – Rony abaixou seu tom de voz mais ainda.

— Quem? Hermione? – Harry levou um susto.

— Não, burro, falo de Odette, não reparou nem só um pouquinho nela? – disse erguendo as sobrancelhas para Harry.

— Óbvio, quero dizer... claro que reparei, sei que é bonita. Mas por que a Hermione teria ciúmes dela? – perguntou Harry.

— Por que não teria ciúmes? Essa é a pergunta – Rony sorriu. Harry riu de volta.

— Então, que aula temos agora?

— Adivinhação – ele respondeu. – Mais uma matéria em que sou péssimo – disse rindo de si mesmo.

A aula de Adivinhação era com a professora Sibila, e Harry odiava os dois; a aula e a pessoa que a lecionava. Essa era a aula que Harry também tirava para dormir ou fazer tarefas de outras matérias.

A sala continuava com aquele mesmo aspecto incômodo; uma certa penumbra que era iluminada por algumas velas aromatizantes. Os lenços cor de pastel pendurados e esvoaçantes pela sala davam um certo sono a Harry.

— Bom-dia! – Sibila disse em um tom escandaloso. – Vocês mal podem imaginar o quanto eu esperei por essa aula. Se é que me entendem – ela deu uma piscadela, Lilá e Padma soltaram risadinhas. – Hoje – berrou. – nós vamos aprender a ler o futuro de animais! Peguem seus livros e abram na página duzentos e vinte e nove. Leiam esse texto em púrpura. Quando acabarem, podem escolher um animal naquele armário – ela apontou para um armário grande de madeira escura.

De malgrado, Harry tirou seu livro da mochila e o abriu na página ordenada. Olhou para Rony e viu o amigo brincando com as plumas de sua pena. Hermione parecia, pela primeira vez, fazer esforço ao ler o trecho daquele livro.

“Os animais são seres capazes de qualquer coisa. Podem voar, correr, andar e pensar. Eu, Sibila Trelawney, passei nove meses vivendo como um animal, na floresta, claro. Me acostumei aos hábitos deles e sei como pensam...”

Harry começou a se perguntar: Quem deixaria Sibila escrever algo e publicar o mesmo?

— Sim! – Profª Trelawney deu outro grito. – Sei o que estão pensando. Mas, sim, eu já publiquei um livro, este é um trecho do original. E já vivi na floresta. Aprendi a viver com os animais, e, assim, posso ler a mente deles. Agora peguem um animal e descubram o futuro deste!

Para o azar da amiga, Hermione pegou um hamster que não parava quieto. Harry e Rony pegaram um coelho, os dois ficaram um tanto tristes quando tentaram descobrir o futuro do animal. Como era uma previsão um pouco distorcida e mal feita, o coelho, que Rony batizou de Robert, se perderia na Floresta Proibida e depois seria morto por uma criatura horrenda. Ou, Robert viraria ensopado de coelho para os elfos. Com certeza, Robert não era um bichinho de sorte.

Harry teve a impressão de que já tinham se passado noventa dias de aula ao olhar para a quantidade de deveres de casa. Depois do jantar, ele e Rony foram até a sala comunal, e estavam se perguntando por que Hermione não tinha comparecido à refeição.

— Estrelas cadentes – Harry disse à Mulher Gorda, que abriu o quadro de bom grado. Ao passarem pelo buraco do retrato, Harry e Rony encontraram uma atarefada Hermione escrevendo num pergaminho com, no mínimo, um metro.

— Oi, Mione – Harry disse. – Que está fazendo?

— Estudando... pros N.O.M.s – ela disse sem tirar os olhos do dever.

— Sabe que as provas são só em junho, não sabe? Tipo, ano que vem... – Rony olhou assustado para a garota, que só girou os olhos.

— Vamos, precisamos terminar esse dever antes do dia amanhecer – disse Harry com renovada energia, jogando sua mochila no chão e tirando de dentro desta a tarefa da Profª Sinistra.

— Hermione, pode dar uma olhada na minha redação? – resmungou Rony.

— Você sabe que eu queria – Hermione, sem conseguir conter um sorriso quando imperceptível, mordeu o lábio inferior. – Mas eu já disse não, Rony. Vocês dois não podem depender de mim.

— Claro, é tão difícil ler duas redações. Tão mais difícil do que lutar com Você-Sabe-Quem, não é mesmo? – Harry quase gritou. Nem ele sabia porque tinha dito aquilo, mas um descontrole inexplicável tomou conta dele em menos de um segundo.

— Não estamos dependendo. – Rony sussurrou depois de um tempo. – Só queremos a opinião de uma pessoa inteligente.

— O.K. Entendi. E obrigada pelo elogio – ela disse com sarcasmo.

Harry parou de prestar atenção na conversa e viu duas meninas olhando-o com uma expressão raivosa. Como se Harry tivesse feito a pior das coisas que alguém pode fazer. Logo depois um menino passou pelos três e murmurou algo que Harry não conseguiu ouvir, mas pela expressão do garoto, não era algo bom.

— Mas como vocês querem ser aurores se nem ao menos conseguem escrever uma redação sobre feitiços defensivos? – Harry voltou sua atenção para Rony e Hermione.

— Harry é ótimo com feitiços defensivos e nem por isso é bom com redações.

— O que não entendo – disse Harry, com a voz vacilante. – é por que todos acreditaram na história há dois meses quando Dumbledore a contou e agora olham para mim como se eu fosse Voldemort...

Hermione parou de falar com Rony por um momento. Os olhos dela pareceram murchar.

— Harry, sinceramente, elas não acreditaram – disse ela muito séria.

— O que quer dizer?

— Olhe, você chegou na frente de todo mundo segurando o cadáver de um menino bem popular e amigo de todos... nenhum de nós viu o que aconteceu no labirinto... Só tínhamos a palavra do Dumbledore de que Você-Sabe-Quem tinha retornado, matado Cedrico e lutado com você. Além disso, todos estavam um tanto frágeis, acho que, naquela hora, qualquer explicação nos contentaria.

— O que é verdade! – Harry gritou.

— Eu sei que é, Harry, por isso será que pode, por favor, parar de se enfurecer comigo? – pediu Hermione, cansada. – Eu não tenho culpa se não acreditam em você – ela respirou fundo então continuou: – Só que antes de poderem raciocinar a verdade, todos foram embora, passamos as férias em casa, lendo durante dois meses que você e Dumbledore são doidos e querem fama...

Os três ficaram em silêncio por um momento. Rony parecia ter desistido de escrever, descansou sua pena no papel e espreguiçou-se. Harry ainda pensava no quão absurdos eram os jornais que diziam que Harry e Dumbledore estavam loucos. Hermione também parou de ler, ficou olhando Rony com uma estranha expressão no rosto.

— Ah, me dá isso aqui – disse ela de repente.

— Quê? – perguntou Rony.

— Me dê sua redação, vou dar uma lida e corrigi-la.

— Você está falando sério? Ah, Hermione, você é uma salvação, eu te amo – disse Rony –, que é que eu...

— O que você pode dizer é o seguinte: Prometo que nunca mais deixarei os deveres para a última hora – disse ela, estendendo a mão para receber o trabalho do garoto.

— Sim – Rony concordou, entregando seu dever. – Você é a melhor pessoa do mundo. E se eu voltar a deixar os deveres para a última hora...

— Eu vou saber que você voltou ao normal – ela sorriu para ele, que riu de volta. – Você me ama, Ronald.

— Sim... – ele riu. – Por que nós brigamos tanto, Hermione?

— Porque você insiste em discutir comigo, e eu perco a paciência tentando explicar porque eu estou certa.

— Eu sou um bobo – Rony sentenciou-se a si mesmo. – E você está certa.

— Sim, você é um bobo – Hermione riscou uma frase inteira da redação do garoto. – E eu estou certa, e seu eu estou errada...

— Você está certa – completou Rony. Hermione deu uma risada.

Passava agora da meia-noite e a sala comunal estava deserta, exceto pelos três garotos e Bichento. O único som era o da pena de Hermione riscando frases aqui e ali nos trabalhos dos dois. Harry estava exausto. Sentia-se também estranho, doente e com um vazio no estômago. Por um momento, Rony e Hermione pareceram um casal, e Harry sentiu falta de alguém para completar e possível encontro duplo.


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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeemmm. Tô ansiosaaaaaaaa. Porque eu realmente gostei da história que eu criei. Então é isso. Comentem, pelo amor de Dumbledore, eu preciso saber o que vocês sentemmmmmmm. Enfim, espero que tenham gostado. Um beijo. Tenham um dia mágico.
Nox.



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